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Nutririscursos por Iris Lengruber PREBIÓTICOS, PROBIÓTICOS, SIMBIÓTICOS E TRANSPLANTE FECAL DISBIOSE INTESTINAL Desde o nascimento, a colonização da microbiota intestinal depende de vários fatores, incluindo idade, modo de parto (vaginal ou cesariana), composição da microbiota das mães, uso precoce de antibióticos e regime de alimentação (amamentação ou fórmula). O modo de alimentação nos primeiros anos de vida influencia fortemente o estabelecimento da composição da microbiota intestinal e pode favorecer inclusive o desenvolvimento de doenças autoimunes. Nos seres humanos, a microbiota intestinal tende a se estabilizar e atinge maior diversidade aos aproximadamente três anos de idade, e esses microrganismos colaboram com muitos processos fisiológicos do hospedeiro; por sua vez, o hospedeiro contribui para seu crescimento e sobrevivência ao oferecer “moradia”, substratos e nutrientes. As principais contribuições da microbiota para o hospedeiro incluem fermentação e digestão de carboidratos, síntese de vitaminas, desenvolvimento de tecido linfoide associado ao intestino (Sistema GALT – defesa), e prevenção da colonização por patobiontes. Uma interação complexa entre o sistema imunológico do hospedeiro e a microbiota é necessária para manter a homeostase intestinal. No entanto, quando essa relação mutualística é comprometida, com alterações na função e diversidade bacterianas, um processo chamado disbiose, a microbiota intestinal pode causar ou contribuir ao estabelecimento de doenças infecciosas e ao desenvolvimento de doenças autoimunes, por exemplo. A composição da microbiota intestinal está em fluxo constante sob a influência de fatores como dieta, medicamentos ingeridos, mucosa intestinal, sistema imunológico e a própria microbiota. Variações naturais na microbiota intestinal podem deteriorar-se para um estado de disbiose quando as condições de estresse diminuem rapidamente a diversidade microbiana e promovem a expansão de bactérias patogênicas. Os mecanismos subjacentes à disbiose intestinal geralmente permanecem obscuros, uma vez que combinações de variações naturais e fatores de estresse mediam cascatas de eventos desestabilizadores. O estresse oxidativo e a secreção de toxinas bacterianas podem desencadear mudanças rápidas entre os grupos microbianos intestinais, resultando em disbiose. Várias doenças, incluindo doenças inflamatórias intestinais, mas também distúrbios metabólicos, como obesidade e diabetes tipo II, estão associadas à disbiose intestinal. A caracterização das alterações que levam à disbiose intestinal é pré-requisito essencial para melhor compreender o impacto da microbiota na saúde e na doença. Modulação intestinal – manejo dietético Um grande desafio na sociedade moderna é o aumento de distúrbios www.nutririscursos.com.br Professora: Iris Lengruber e-mail: nutririscursos@gmail.com http://www.nutririscursos.com.br/ Nutririscursos por Iris Lengruber relacionados ao intestino e à saúde metabólica. A ingestão crônica de alimentos não saudáveis, ricos em energia, gordura e açúcar, e pobre em fibras alimentares é um fator ambiental chave responsável por esse desenvolvimento, que pode causar inflamação local e sistêmica. Uma baixa ingestão de fibra alimentar é um fator limitante para manter uma microbiota viável e diversificada e a produção de ácidos graxos de cadeia curta no intestino. Uma produção reprimida de butirato é crucial, pois esse ácido graxo de cadeia curta (SCFA) pode desempenhar um papel fundamental não apenas na saúde e função do cólon, mas também no nível sistêmico. A ingestão e composição de fibras alimentares modulam a produção de butirato no intestino grosso. Logo, ao pensar em dietoterapia para o tratamento ou prevenção de disbiose intestinal, prioritariamente pensa-se em maior aporte de fibras na dieta. O profissional de nutrição deve aconselhar o indivíduo não só em relação à alimentação e dieta, mas também sobre o estilo de vida como um todo. O estilo de vida moderno precisa ser desacelerado. Para que o indivíduo consiga fazer melhores escolhas alimentares (mais alimentos “in natura” e minimamente processado que os ultraprocessados), praticar mais atividade física e diminuir o nível de estresse. Muitas vezes pode se fazer necessário um tratamento multidisciplinar, com endócrinos, psicólogos, gastros, profissionais de educação física, dentre outros, para que se atinja o objetivo. Prebióticos, probióticos e simbióticos E quando só a modificação da dieta e do estilo de vida não funcionam, temos que pensar mais que nunca na função e aporte de prebióticos, probióticos e simbióticos. Sendo importante salientar que a eficácia dos probióticos, prebióticos e simbióticos sobre o estado de saúde e nutrição do hospedeiro ainda será dependente das mudanças que eles promovem na composição e atividade metabólica da microbiota residente. PREBIÓTICOS São ingredientes seletivamente fermentáveis que permitem modificações específicas na composição e/ou na atividade da microbiota gastrintestinal que resultam em benefícios ao bem-estar e à saúde do hospedeiro. Os prebióticos são fibras, mas nem todas as fibras são prebiótico. As fibras estão inseridas na ampla categoria dos carboidratos. Logo, os probióticos são carboidratos, mas que não são digeridos totalmente. Amido Resistente A definição de amido resistente é “a soma do amido e produtos de sua degradação não absorvidos no intestino delgado de indivíduos saudáveis” Pode-se então dizer que o amido resistente é a fração que não fornecerá glicose ao organismo, mas que é fermentada no intestino grosso, produzindo gases, nomeadamente ácidos graxos de cadeia curta. O amido resistente tem o comportamento similar ao da fibra alimentar, por não ser digerível, sofrer fermentação e formar AGCC (ácidos graxos de cadeia curta). Promovendo dessa forma, efeitos benéficos locais e sistêmicos. Logo, pode-se considerar com funções prebióticas também. É definido então como a fração do amido que não é digerida no intestino Nutririscursos por Iris Lengruber delgado e sua faixa de absorção varia entre 3 a 20%. A natureza desta fração do amido está constituída por diferentes tipos, dos quais se classificam em função de sua estrutura físico-química e susceptibilidade à digestão intestinal. O amido resistente é dividido em 4 tipos. O tipo 1 é o amido trancado dentro das paredes celulares não-digeríveis de células vegetais; encontrado em leguminosas, grãos e sementes. O tipo e o amido que é intrinsecamente não-digerível no estado cru, devido ao alto conteúdo de amilose; encontrado em batatas e bananas, o AR tipo 2 torna-se digerível quando aquecido. O amido resistente do tipo 3 é o amido retrogradado. Quando alguns amidos foram cozidos, resfriá-los (no freezer ou geladeira) muda a sua estrutura e os torna mais resistentes à digestão; encontrados em grãos, batatas e leguminosas que foram cozidos e depois resfriados. O amido resistente tipo 4 é oindustrializado. Não ocorre naturalmente e foi modificado quimicamente. É comumente encontrado no "amido de milho resistente". O amido resistente tipo 2, é o encontrado na biomassa de banana verde, que pode ser utilizada em diversas receitas como substituta de farinha, gorduras e leite. É uma boa fonte de prebiótico natural. Os prebióticos aumentam a integridade da mucosa intestinal e dessa forma diminuem a incidência de infecções. Os componentes das fibras não são absorvidos, penetram no intestino grosso e fornecem substrato para bactérias intestinais através da fermentação realizada pelas bactérias probióticas. Existem alguns critérios que devem ser considerados para a classificação dos prebióticos como ingredientes alimentares: I - Fermentação seletiva por bactérias benéficas no cólon; II - Não deve ser hidrolisado, nem absorvido, na parte superior do trato gastrintestinal; III - Alteração na composição da microbiota do colón a favor de uma composição mais saudável; IV - Induzir efeitos benéficos para a saúde do hospedeiro. As fibras solúveis fermentam no intestino e servem de alimento para bactérias, que produzem ácidos graxos de cadeia curta nomeadamente acetato, propionato e butirato. Apesar de serem semelhantes quimicamente, ácidos graxos de cadeia curta são metabolizados de forma diferente e têm efeitos sobre a fisiologia do hospedeiro. Acetato: é um substrato para lipogênese hepática e biossíntese do colesterol; Propionato é um substrato para a gliconeogênese hepática; Butirato age como um substrato para a energia dos enterócitos. (HOLSCHER, 2017) Os prebióticos são encontrados de forma natural em alguns alimentos, como tomate, chicória, cebola, alho, alcachofras, dentre outros. Os fruto-oligossacarídeos (FOS) são isolados de algum alimento natural, é são muito utilizados na indústria de alimentos, pois melhoram a umectância em produtos de panificação; diminuem o ponto de Nutririscursos por Iris Lengruber congelamento de sobremesas congeladas; fornecem crocância em biscoitos com baixo teor de gordura e ainda funcionam como aglutinante em barras de granola, por exemplo. Os FOS apresentam boa solubilidade (água 25°C – 80%) e assim reduzem a cristalização. Eles não precipitam e não desenvolvem sabor residual na boca. Possuem 30 a 50% da doçura da sacarose, sendo que sem calorias! São altamente higroscópicos e por isso possuem alta capacidade de retenção de água. Os FOS possuem papel similar ao da sacarose, com menos caloria, enriquecem com fibras e exercem impacto favorável a saúde dos consumidores. Por isso é uma boa opção em alimentos mais saudáveis. (SCOTT, 2014) As fibras prebióticas auxiliam na retenção de substâncias tóxicas no intestino, através da redução no tempo de trânsito intestinal, promovendo uma rápida eliminação de bolo fecal e consequente redução do tempo de contato material tóxico intestino. Além da formação de substâncias protetoras. Por essa razão, são consideradas como protetoras contra o câncer colorretal. Doses recomendadas para prebióticos Os prebióticos devem ser ingeridos diariamente. Em geral, são recomendadas doses de 4 a 5 gramas de prebióticos na alimentação diária. Segundo a ANVISA, os FOS (fruto- oligossacarídeo), a inulina e as fibras alimentares de forma geral podem ter alegação funcional. Mas apenas para fibras! A alegação poderá ser usada desde que a porção do produto pronto para consumo fornecer no mínimo 3 g se o alimento for sólido ou 1,5g se o alimento for líquido – de fibras. O nutricionista deve orientar o paciente a consumir fontes naturais de fibras prebióticas. Se de todo modo isso não for possível, encontra-se na farmácia atualmente diversas possibilidades de fibras solúveis com efeitos prebióticos para que seja utilizado de forma suplementar. Existem ainda alimentos enriquecidos com inulina ou FOS (mais comumente utilizados pela indústria de alimentos), mas o benefício do consumo desses alimentos enriquecidos sempre será relativo, de acordo com os outros ingredientes que os compõem. Prebióticos – conclusões A microbiota intestinal possui diversas funções que vão além das envolvidas no trânsito gastrintestinal. Por conexões neurológicas, endócrinas, imunes entre outras, manter uma microbiota saudável (em simbiose) é uma questão de grande importância. A alimentação está diretamente relacionada com a simbiose e as fibras devem fazer parte da estratégia. Fibras e prebióticos são alimentos seguros e recomendáveis. Entender que as fibras não são todas iguais, é o primeiro passo. PROBIÓTICOS Segundo a OMS os probióticos são microrganismos vivos que, quando administrados em quantidades adequadas, proporcionam benefícios à saúde do hospedeiro. Nutririscursos por Iris Lengruber Os microrganismos mais utilizados como ingredientes em alimentos funcionais são as bactérias láticas (lactobacilos e bifidobactérias). (Adaptado de OLIVEIRA, 2016) Alguns critérios são exigidos para a seleção de probióticos, a saber: Que sejam de origem humana; Que possuam estabilidade ao pH do estômago e bile; Que possuam capacidade de aderência à mucosa; Que sejam capazes de produzir compostos antimicrobianos; Que sejam ativos no intestino; Que não sejam patogênicos; Que não possuam genes de resistência a antibióticos. Probióticos e a melhora da diarreia Os probióticos promovem o restabelecimento da integridade da mucosa intestinal através de diversos mecanismos. Como na produção de substâncias com ação antimicrobiana; através da competição por nutrientes, pela inibição da adesão de patógenos a células epiteliais do intestino, modificação de toxinas microbianas ou de receptores para toxinas e efeitos estimulatórios sobre a imunidade local, tanto a específica como a natural. Probióticos na constipação intestinal As bactérias como a Bifidobacterium animalis, incitam os movimentos peristálticos. São eles que vão fazer as fezes caminharem adiante. O bolo fecal será transportado, mas não ficará liquefeito. Sendo interessante então para o tratamento da constipação sem causar diarreia. Probióticos e H.pylori Atualmente, há evidência insuficiente para avalizar o conceito da eficácia de um probiótico sozinho, sem antibiótico concomitante. Mas existe literatura que sugere que certos probióticos podem ser úteis como terapia adjuvante com antibióticos na erradicação da infecção por H. pylori. Bactérias lácticas inibem o crescimento do patógeno e diminuem a atividade da enzima uréase necessária para o patógeno continuar vivo, no estomago. Probióticos na melhora do sistema imunológico Os probióticos vão participar da modulação da resposta imune que ocorre no epitélio intestinal através das células imunes da mucosa, que ativam macrófagos. Serão responsáveis ainda pela secreção de produtos antimicrobianos (também vão ajudar a eliminar as bactérias patogênicas). Os probióticos atuam ainda na decomposição de antígenos luminais patogênicos. Nas doenças alérgicas os estudos com probióticos têm crescido. Mas as evidências ainda se mantêm mais fortes no campo da imunomodulação e prevenção que no tratamento dessas patologias. Probióticos e a intolerância à lactose Bactérias probióticas ajudam a consumir a lactose no intestino. Dessa forma, reduz sintomas como diarreia, distensão, cólicas, dentre outros. No próprio alimento probiótico começa a digestão da lactose.Por essa razão, Nutririscursos por Iris Lengruber costumam ser alimentos permitidos para intolerantes. Que iogurtes e leites fermentados auxiliam na digestão da lactose, já se sabe. O que se questiona ainda hoje é se somente atuam sobre a lactose presente nesses alimentos ou em quantidades adicionais de lactose ingerida em outros alimentos. Probióticos e atletas Atletas de resistência (endurance) expõem seus corpos a circunstâncias fisiológicas extremas. Esse excesso de atividade com uma recuperação inapropriada pode levar a uma imunossupressão. Depressão temporária que dura de 3 a 72 horas, sendo denominada como “janela aberta”, com diminuição da proteção do hospedeiro. A relação do exercício com a incidência de infecção do trato respiratório superior (ITRS) - que são as doenças mais comuns na população geral e nos atletas tem sido muito estudada. Suplementos probióticos alteram a microbiota intestinal, que é um ecossistema que contém muitas espécies de bactérias conhecidas e podem estimular a função imunológica, além de serem associados com inúmeras alegações a saúde, sendo a maioria relacionada ao sistema imunológico e gastrointestinal. Por esses motivos, o uso de probióticos em atletas pode servir como estratégia para redução de sintomas e incidência da infecção. O equilíbrio na composição e diversidade da microbiota intestinal é importante para o controle do estresse oxidativo desencadeado pelo exercício, e também na melhora do metabolismo e gasto energético durante treinos de longa duração. O efeito de probióticos no equilíbrio da microbiota intestinal é uma realidade, mas estudos clínicos de longa duração são necessários para abordar questões de dose- resposta no rendimento físico, bem como explorar os mecanismos de ação dos probióticos nesta população. Hoje, dose e tempo de suplementação de probióticos devem seguir recomendações do fabricante e sua indicação deve ser avaliada pelo médico e nutricionista esportivos. Probióticos e colesterol As bactérias probióticas fermentam os carboidratos não digeríveis formando ácido graxos de cadeia curta (AGCC) resultantes dessa fermentação. Esses AGCC proporcionam uma redução da concentração sistêmica dos lipídeos, através da inibição da síntese de colesterol hepático e/ou da redistribuição do colesterol do plasma para o fígado. Probióticos e câncer Já se sabe que os probióticos são muito eficientes na prevenção do câncer por diversos mecanismos explicáveis, como na redução da constipação (sendo eficaz na prevenção do câncer colorretal); na redução do câncer de estômago, já que pode agir inibindo H. pylori como adjuvante no tratamento por antibioticoterapia, dentre outras situações. Porém, a utilização de probióticos para pacientes em tratamento de câncer é questionável. No tratamento quimioterápico, por exemplo, é comum o paciente ter uma baixa de neutrófilos. E segundo o Consenso Brasileiro de Nutrição Oncológica, existe essa contraindicação em pacientes imunodeprimidos. Ou seja, quando os neutrófilos se apresentam entre 200 e 400, quando o normal é acima de 2000. Nesse caso, há risco de Neutropenia Febril, que pode levar à infecção e até mesmo à morte. Nutririscursos por Iris Lengruber Em pacientes que usam cateter central para quimioterapia, sondas e ostomias para se alimentar, também são fatores para aumento de risco para sepse e endocardite. Visto que, alguns probióticos podem ter um caráter patogênico e piorar o quadro destes pacientes. Ação Dos Probióticos Competição por receptores no epitélio intestinal; Inibição da colonização de patogênicos através da produção de compostos orgânicos; Indução de produção de mucina; Competição pelos nutrientes no trato gastrintestinal; Modificações nos receptores de toxinas; Estimulação não especifica do sistema imune; Estabilização da permeabilidade intestinal; Imunomodulação. Viabilidade dos probióticos A viabilidade dos probióticos vai depender do armazenamento; do processo de fabricação do alimento funcional, por exemplo, e do trânsito através do estômago e chegada ao intestino. Por essas razões, para comercializar um alimento funcional com função probiótica, o fabricante tem que apresentar uma alegação junto à ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), comprovando qual quantidade necessária apresentaria o efeito proposto. Sugere-se que o produto a ser consumido tenha em média 109 UFC (unidades formadoras de colônia) por porção, para que no intestino chegue em média 106 UFC. No mercado existem inúmeras opções de alimentos sendo oferecidos como probióticos. Mas o nutricionista deve sempre orientar o consumidor a ler os ingredientes e fazer as melhores escolhas. Pois às vezes se trata de um alimento fermentado por bactérias benéficas, mas com tantos aditivos químicos e açúcares que o efeito probiótico pode não ser válido. Na farmácia pode-se encontrar inúmeros laboratórios comercializando diversas cepas de probióticos. E ainda pode-se manipular em farmácias especiais, caso seja interessante utilizar de forma suplementar. Probióticos caseiros A melhor opção então, é tentar incluir os probióticos caseiros na dieta do paciente. Dessa forma garantimos os ingredientes, que serão os mais naturais possível. Kefir de leite Os grãos de Kefir de leite são brancos e constituem uma cadeia de bactérias e leveduras que tem a aparência muito semelhante a uma couve flor. Quando bem cultivados produzem uma rica bebida probiótica e continuam crescendo indefinidamente. Quando fermentado pelo Kefir o leite se assemelha muito ao iogurte que conhecemos, no entanto é nutricionalmente mais rico, com menos lactose e repleto de probióticos. São mais de 30 tipos diferentes de lactobacilos, incluindoLactobacillus bulgaricus, Streptococcu thermophilus, Lactobacillus acidophilus e Lactobacillus casei. Kefir de água Os grãos de Kefir de água são pequenos, translúcidos ou caramelos (dependendo do açúcar que você usa) e tem a aparência de micro cristais. Quando bem cultivados produzem uma rica bebida Nutririscursos por Iris Lengruber probiótica e continuam crescendo indefinidamente. O kefir de leite é cultivado em leite puro. Pois a própria lactose (açúcar natural do leite) vai servir de substrato para os microrganismos. Já nesse de água, tem que colocar água e açúcar (ideal mascavo), que servirá de substrato. Kombucha A Kombucha é um chá milenar, não alcoólico, chamada pelos chineses de “elixir da eterna saúde”. A kombucha é usada no oriente como chá e remédio há mais de dois mil anos. É uma bebida que, com a fermentação controlada de ingredientes 100% naturais, oferece qualidades probióticas. É saborosa, refrescante e naturalmente frisante. Usa-se uma colônia de probióticos chamada de Scoby (Symbiotic Colony of Bacteria and Yeast) - Colônia simbiótica de bactérias e leveduras. Inicia-se o processo de produção alimentando a cultura com um chá (pode-se escolher hibisco, mate, verde ou preto) e açúcar. E o segundo passo é a adição do sumo de frutas e outros extratos vegetais, que irão adicionar mais sabor, aroma, textura e também promover a carbonatação do produto, que fica deliciosamente frisante. Rejuvelac O Rejuvelac é uma bebida fermentada de água e algum cereal. Os benefícios do Rejuvelac são diversos pelo fato dele conter probióticos,enzimas e vitaminas (complexo B, C e E). Vale lembrar que Rejuvelac é um probiótico vegano, pois não leva leite na sua produção! Uma dica importante: no início a receita parece difícil pelas horas de espera. Mas se você colocar esse ritual na sua rotina, posso garantir que terá um enorme prazer em fazer seu probiótico caseiro! Psicobióticos De todas as bactérias boas, os psicobióticos são aquelas que parecem ter um efeito mais forte sobre o cérebro, enviando neurotransmissores importantes como o GABA (ácido gama-aminobutírico) ou a serotonina, que acabam diminuindo os níveis de cortisol e aliviando sintomas temporários de estresse, ansiedade ou depressão. O emprego de probióticos como o kefir, o kombucha, entre outras culturas de micro-organismos utilizados principalmente para quem deseja perder peso ou viver mais saudável, vai passar a ser também recomendado para aqueles com a saúde mental e emocional prejudicada. SIMBIÓTICO É o produto no qual um probiótico e um prebiótico estão combinados, aumentando o efeito benéfico de cada um Fontes de simbióticos Uma fonte de simbióticos natural que podemos citar é o chucrute. Acredita-se que o prato foi criado na China mais de 2.000 anos atrás. Naquela época, a fermentação era um dos métodos Nutririscursos por Iris Lengruber usados para evitar que os alimentos se deteriorassem rapidamente. Devido à fermentação que sofre, o chucrute oferece nutrição e benefícios à saúde muito além daqueles do repolho fresco. É um prato particularmente nutritivo porque é fermentado. A fermentação é o processo pelo qual os microrganismos no repolho digerem seus açúcares naturais e os convertem em dióxido de carbono e ácidos orgânicos. A fermentação começa quando as leveduras e bactérias que estão naturalmente presentes no repolho entram em contato com os açúcares do repolho. A fermentação cria condições que promovem o crescimento de probióticos benéficos, que também são encontrados em produtos como iogurte e kefir. Os simbióticos então, podem ser encontrados em outros alimentos que possuam fibras prebióticas e bactérias probióticas. Nas farmácias são encontrados suplementos simbióticos, à base de fibras probióticas (geralmente inulina ou FOS), e algumas cepas probióticas. PARAPROBIÓTICOS Os parabrobióticos, também conhecidos como probióticos fantasmas, são células microbianas não viáveis que, quando administradas em quantidades adequadas, conferem benefício ao hospedeiro. Evidências científicas indicando que os micróbios inativados afetam positivamente a saúde humana também podem ser encontradas na literatura. Uma quantidade considerável de dados publicados indica que o uso de células não-viáveis microbianas ou componentes celulares podem influenciar o sistema imunológico do hospedeiro. Dessa forma, observa-se que paraprobióticos têm demonstrado influenciar positivamente a saúde humana com a notória vantagem sobre os probióticos de permitir a geração de alimentos mais seguros. A utilização de bactérias inativadas representaria uma vantagem porque é possível reduzir drasticamente os problemas de vida útil e eliminar os riscos de translocação e infecção microbiana para o consumidor. No entanto, a partir desta perspectiva nova e mais ampla, muitos aspectos devem ser considerados, por exemplo, deve haver um monitoramento cuidadoso dos efeitos que diferentes tipos de tratamentos de inativação têm na estrutura e componentes bacterianos e na manutenção das propriedades probióticas, quantitativa e qualitativamente. POSBIÓTICOS Os posbióticos são subprodutos metabólicos gerados por microrganismos probióticos que têm influência sobre as funções biológicas do hospedeiro. Deve-se ter em mente, que as bactérias da microbiota ou probióticos, também exercem suas funções através da produção de vários mediadores. Por exemplo, devido a ação do seu próprio metabolismo, produzem certos produtos como os ácidos graxos de cadeia curta, butirato, que ajudam a fortalecer a barreira intestinal ou ainda favorecem a assimilação de nutrientes. Além disso, também produzem e liberam no meio em que se encontram, substâncias que auxiliam na defesa contra patógenos, as bacteriocinas. Uma vez produzidos pelas bactérias, esses posbióticos podem exercer suas atividades sem que as bactérias estejam presentes. Nutririscursos por Iris Lengruber Um grande exemplo de posbiótico é o probiótico L. acidophillus tem por metabólito secundário quantidades significativas de lactase, enzima que auxilia na digestão da lactose. Uma boa notícia aos indivíduos com intolerância à lactose. EFEITOS ADVERSOS Possíveis efeitos adversos dos prebióticos Testes padrões de toxicidade, conduzidos com frutanos do tipo inulina em doses bastante superiores às recomendadas, não detectaram evidências de toxicidade, carcinogenicidade ou genotoxicidade. Quantidade excessiva de prebióticos pode causar diarreia, flatulência, cólicas, inchaço e distensão abdominal, mas que seria reversível com a interrupção da ingestão. Entretanto, a dose de tolerância é muito alta, permitindo uma faixa de dose terapêutica ampla. Além disso, os sintomas gastrintestinais são subjetivos e, portanto, dificilmente mensuráveis. Possíveis efeitos adversos dos probióticos Estudos clínicos controlados com lactobacilos e bifidobactérias não revelaram efeitos maléficos causados por esses microrganismos. É necessária a determinação da segurança na utilização da cepa antes do lançamento e da divulgação de um novo produto. Uma avaliação crítica da segurança é o que torna os benefícios dos probióticos acessíveis ao consumidor. TRANSPLANTE FECAL Apesar de poucas pessoas conhecerem esta técnica, o transplante fecal não é uma prática nova. O primeiro caso foi descrito por Eiseman e colaboradores em 1958, e a descrição do segundo ocorreu em 1981 por Bowden. (GARCIA-GARCIA, 2015) Em um estudo recente, com 19 pacientes infectados por C. difficile, após transplante fecal permaneceram livres da doença por até 4 anos. Um outro estudo, demonstrou que o uso progressivo de antibiótico contra C. difficile afeta negativamente a microbiota. Então sugerem que a recolonização do trato intestinal por uma nova microbiota pode ser empregada através do transplante. Encontra-se na literatura ainda a Bacterioterapia realizada através de transplante fecal em pacientes com diarreia, com a finalidade de restabelecer a microbiota saudável do cólon. Neste estudo, Firmicutes e Bacteriodetes não foram encontrados nos indivíduos doentes e dias após o transplante já foi possível ver reestabelecimento da microbiota e a recuperação do quadro clínico. Outro estudo afirma ainda que o transplante de microbiota fecal induz remissão de colite alérgica infantil por restabelecimento da microbiota intestinal. Embora pareça ser uma abordagem estranha para os leigos, pode ser uma boa opção de tratamento e tem a capacidade de restabelecer a microbiota intestinal saudável. Por mais desagradável que possa parecer. CONSIDERAÇÕES FINAIS Nutririscursos por Iris Lengruber Apenas uma pequena fração dos mecanismos foi elucidada. Estudos são cada vez mais intensos para a produção de novos ingredientes para produtos alimentícios nutricionalmente otimizados. Uma microbiota intestinal saudável, ou seja, microecologicamenteequilibrada, permite um desempenho normal das funções fisiológicas do hospedeiro além de assegurar melhoria na qualidade de vida. 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