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PROBIÓTICOS, PREBIÓTICOS E SIMBIÓTICOS docx

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PROBIÓTICOS, PREBIÓTICOS E SIMBIÓTICOS
INTRODUÇÃO
Nos últimos anos, a população em geral, tem se mostrado cada vez mais
consciente e preocupada com seu estilo de vida (HUNGRIA et al, 2009). Com isso,
existe um aumento significativo na demanda por alimentos que visam promover a
saúde e o bem-estar, como aqueles com propriedades funcionais diversas que têm
atraído a atenção dos consumidores e da indústria de alimentos (MARTINS et al.,
2013).
A alimentação equilibrada tem um papel importante na manutenção da saúde
e na prevenção de doenças, esse papel tem despertado o interesse da comunidade
científica, que vem produzindo estudos com o intuito de comprovar a atuação de
determinados alimentos ou grupos alimentares nesse processo preventivo. No ano
de 1991, houve a regulamentação de uma categoria de alimentos denominada de
“Alimentos Funcionais ou Nutracêuticos” (FOOD INGREDIENTS BRASIL, 2011).
Os alimentos funcionais, além de colaborarem com a nutrição, possuem
substâncias que são consideradas biologicamente ativas, produzem benefícios
chamados de clínicos ou de saúde. Dentre esses alimentos funcionais, destacam-se
os probióticos, os prebióticos e os simbióticos que podem ter associação com uma
possível redução do risco de doenças crônicas degenerativas e não transmissíveis
(FOOD INGREDIENTS BRASIL, 2011).
Esses alimentos têm a capacidade de atuar como promotores da saúde por
meio de mecanismos não previstos pela nutrição convencional, no entanto, vale
ressaltar que esse efeito restringe-se à promoção da saúde e não à cura de
doenças (SANDERS, 1998).
PROBIÓTICOS
Definição
Segundo a FAO/WHO os Probióticos são microorganismos vivos que quando
consumidos em quantidades ideais proporcionam uma série de benefícios a saúde
do hospedeiro. Em pessoas adultas saudáveis é possível encontrar em seu intestino
dois tipos predominantes de probióticos que estão presentes em todas as culturas,
Bifidobacterium e Lactobacillus. Algumas classes de alimentos possuem esses
microorganismos como iogurtes, produtos lácteos fermentados e suplementos
alimentares (RAIZEL et al., 2011).
Os probióticos podem ser encontradas também como Enterococcus,
Bacteroides, Eubacterium. (FLESCH et al., 2014)
Atuação no organismo
O intestino é considerado um ambiente com amplo número de espécies de
bactérias distintas. São encontradas em toda região gastrointestinal, entretanto, no
estômago e no intestino delgado encontram-se em menores quantidades devido ao
contato e ação bactericida do suco gástrico. No íleo, há uma área de transição e o
colón apresenta condições favoráveis para o crescimento bacteriano devido à
escassez de secreções intestinais e abrangente fonte de nutrição (GUARNER,
2007). Existe uma relação de aspecto benéfico entre hospedeiro e microbiota no
intestino, sendo fundamental o equilíbrio que favoreça as duas partes.
Bactérias pertencentes aos gêneros Lactobacillus e Bifidobacterium e, em
menor escala, Enterococcus faecium, são mais freqüentemente empregadas como
suplementos probióticos para alimentos, uma vez que elas têm sido isoladas de
todas as porções do trato gastrintestinal do humano saudável. O íleo terminal e o
cólon parecem ser, respectivamente, o local de preferência para colonização
intestinal dos lactobacilos e bifidobactérias (Charteris et al., 1998; Bielecka et al.,
2002). Entretanto, deve ser salientado que o efeito de uma bactéria é específico
para cada cepa, não podendo ser extrapolado, inclusive para outras cepas da
mesma espécie (GUARNER, MALAGELADA, 2003).
Dentre as bactérias pertencentes ao gênero Bifidobacterium, destacam-se B.
bifidum, B. breve, B. infantis, B. lactis, B. animalis, B. longum e B. thermophilum.
Dentre as bactérias láticas pertencentes ao gênero Lactobacillus, destacam-se Lb.
acidophilus, Lb. helveticus, Lb. casei - subsp. paracasei e subsp. tolerans, Lb.
paracasei, Lb. fermentum, Lb. reuteri, Lb. johnsonii, Lb. plantarum, Lb. rhamnosus e
Lb. salivarius (COLLINS, THORTON, SULLIVAN, 1998; LEE et al., 1999; SEE,
KLAENHAMMER, 2001).
Durante muitos anos, os mecanismos propostos para explicar os efeitos
benéficos dos microrganismos probióticos estavam concentrados na sua
capacidade de suprimir o crescimento de patógenos. De fato, essa competição entre
probióticos e bactérias patogênicas por sítios específicos no epitélio intestinal
constituía-se no seu principal mecanismo de ação (CLANCY, 2003).
Algumas hipóteses são formuladas para explicar possíveis mecanismos pelos
quais as bactérias probióticas podem interferir na barreira intestinal. Uma delas está
relacionada às camadas de muco. Ao longo de todo o epitélio intestinal existem
inúmeras células de Goblet (células caliciformes). Essas células são glandulares
polarizadas do tipo mucoso, pois secretam mucina, que se dissolve na água
formando muco. Essa camada de muco fornece proteção contra antígenos e
moléculas estranhas, ao mesmo tempo que atua como lubrificante para a motilidade
intestinal. O muco é a primeira barreira que as bactérias intestinais encontram, e os
patógenos precisam penetrá-la durante uma infecção para atingir as células
epiteliais (PHILLIPSON et al., 2008). Alguns microrganismos, como Helicobacter
pylori, Candida albicans e Entamoeba histolytica, desenvolveram diversos métodos
para degradar o muco (BRADSHAW et al., 1994; MONCADA et al., 2000).
Outro mecanismo que pode explicar a interação entre probióticos e a barreira
intestinal correlaciona-se com os peptídeos antimicrobianos das células do
hospedeiro. As duas principais famílias desses peptídeos são as defensinas e
catelicidinas. A expressão de catelicidina é induzida pelo butirato, produzido pela
microflora entérica (SCHAUBER et al., 2003). Rubhana et al. (2006) usou butirato
para tratar infecção por Shigella em coelhos e encontrou uma significativa redução
na disenteria que foi correlacionada com uma “upregulation” de catelicidina. Baixas
produção de defensinas tem sido associada com o desenvolvimento de doença
inflamatória intestinal e com o aumento da susceptibilidade a infecções bacterianas
(MENENDEZ; BRETT FINLAY, 2007).
Kadowaki et al. demonstraram que tanto as células epiteliais quanto as
células imunológicas possuem a capacidade de discriminar diferentes espécies de
microrganismos. Os probióticos aumentam os níveis totais de IgA secretória (IgAs)
além dos níveis patógenos-especifícos nas infecções, enquanto normalmente não
induz a produção de IgAs probiótico-específico (GALDEANO; PERDIGON, 2006).
Probióticos podem inibir o crescimento ou matar patógenos pela produção de
moléculas antimicrobianas incluindo ácidos graxos de cadeia curta (AGCC) e
bacteriocinas ou microcinas (COLLINS; BERCIK, 2009). Estudos mostraram que
tanto Lactobacillus quanto Bifidobacterium podem matar Salmonella typhimurium in
vitro (FAYOL-MESSAOUDI et al., 2005). As bactérias probióticas podem abaixar o
pH luminal através da secreção de ácidos acético e lático, o que inibe o crescimento
de alguns patógenos, incluindo a E. coli enterohemorrágica (OGAWA et al., 2001). A
produção de AGCC pode provocar rompimentos das membranas de patógenos
gram-negativos, inibindo o crescimento (ALAKOMI et al., 2000). Lactobacillus
salivarius produz um peptídeo que inibe o crescimento de espécies de
Staphylococcus, Bacillus, Listeria e Enterococcus (FLYNN et al., 2002).
Benefícios e malefícios
São diversos os benefícios fundamentados em base científica que os
probióticos podem proporcionar ao hospedeiro. Alguns deles são: reduzir sintomas
como a diarreia promovida pelo rotavírus em crianças e diarreias associadas ao uso
prolongado de antibióticos, colite e outras doenças inflamatórias intestinais; auxilia
inibindo a proliferação gástrica da Heliobacter pylor que compromete o sistema
digestório com a gastrite e úlceras peptídicas que podem contribuir no surgimento
de uma neoplasia gástrica (RAIZEL et al., 2011); estimula o sistema imunológico
aumentando a atividade fagocitaria, a ativação doslinfocitos T e B e a síntese de
anticorpos IgA; reduz o colesterol sanguíneo; traz benefícios aos indivíduos que
possuem intolerância a lactose, atenuando o desconforto causado pela deficiência
na digestão desse dissacarídeo e tem potencial anticarcinogênico (FLESCH et al.,
2014).
Por não existirem padrões referentes à quantidade específica de
microrganismos na fermentação dos alimentos, cabe ao profissional de saúde
conduzir e introduzir probióticos gradualmente à dieta do paciente em um período
de 2 a 3 semanas até atingir a quantidade ideal, em torno de 109 a 1010
organismos/dia. Durante esse período de introdução pode ser observado incômodo
na região abdominal, flatulência excessiva e diarreia devido a morte de patógenos
que produzem toxinas no ambiente intestinal, porém é indispensável manter o uso
dos probióticos, o que contribui para o desaparecimento desses sintomas (RAIZEL
et al., 2011).
Diversidades na aplicação
Pesquisadores apontam também outros efeitos positivos associados aos
probióticos, como a sua atuação na modulação de reações alérgicas, prevenção de
câncer, no melhoramento da saúde urogenital de mulheres (KOPP-HOOLIHAN,
2001) e nos níveis sanguíneos de lipídeos (PEREIRA et al, 2002). Além desses
possíveis efeitos, algumas evidências iniciais indicam que bactérias probióticas ou
seus produtos fermentados podem exercer um papel no controle da pressão
sanguínea (KOPP-HOOLIHAN, 2001).
PREBIÓTICOS
Definição
Os prebióticos podem ser definidos como componentes alimentares que não
são digeridos e que agem de forma favorável no hospedeiro. Esses componentes
podem incluir outros tipos de açúcares não-absorvíveis, fibras, farináceas, álcool do
açúcar e oligossacarídeos (FOOD INGREDIENTS BRASIL, 2011). São encontrados
habitualmente em frutas e vegetais, como a banana, alho, cebola, tomate, trigo,
cevada, alcachofra, centeio, aspargo e chicória (DAMIÃO, 2006).
Para que um grupo de substâncias ou um um determinado ingrediente possa
ter a definição de prebiótico, deve cumprir os requisitos: ser de origem vegetal,
formar parte de um conjunto heterogêneo de moléculas complexas, não ser digerida
por enzimas digestivas, nem absorvido na porção superior do trato gastrointestinal,
ser seletivamente fermentado por uma colônia de bactérias potencialmente
benéficas ao cólon, alterando a composição da microbiota saudável e ser
osmoticamente ativo (HAULY et al, 2002).
Atuação no organismo humano
Estimulam seletivamente a proliferação e/ou ativação do metabolismo de um
grupo limitado de bactérias do trato intestinal. Além disso, podem também inibir a
multiplicação de patógenos, o que garante os benefícios adicionais para a saúde do
hospedeiro (RAZIEL et al., 2014).
Os prebióticos são complementares e sinérgicos aos probiótico, agindo de
forma funcional servindo de “alimento” para suas bactérias e multiplicando seus
efeitos isolados. Sua ação metabólica pode reduzir o pH do intestino através do
aumento de ácidos orgânicos. Pesquisas ainda em andamento relacionam a
atuação dos oligossacarídeos como estimulante do sistema imune, agindo na
redução indireta da translocação intestinal por agentes patogênicos, que seriam
vetores de infecções após atingir a corrente sanguínea. (FLESCH et al, 2014)
Benefícios e malefícios
Possuem efeitos bifidogênicos o que contribui para diversos benefícios à saúde
de quem os consome, a inulina e os frutooligossacarídeos(ou oligofrutose) são
fermentados em um processo diferenciado no qual favorece o crescimento de
bifidobactérias (RAZIEL et al., 2014), o aumento significativo de ácidos orgânicos
reduzem o pH intestinal, e são proveniente dos metabólitos produzidos por esses
prebióticos (FLESCH et al., 2014). Os ácidos orgânicos possuem efeitos
antimicrobiano e auxiliam no equilíbrio da microbiota intestinal (WENDLING et al.,
2013).
O excesso de prebióticos pode refletir no comportamento intestinal,
acarretando a produção excessiva de gases, dores e distensão abdominal e até
diarreia, mas o quadro pode ser revertido com a interrupção do consumo.
Recomenda-se que cerca de 18 a 20g/dia de frutooligossacarídeos, todavia que o
consumo superiores de 20 a 30g/dia demonstrou causar desconforto intestinal
(RAZIEL et al., 2014).
Diversidade na aplicação
Quadro 01 - Artigo com abordagem específica na utilização do prebiótico.
Artigo Resultados e Discussões
Millani, Elisabete; Konstantyner, Tulio;
Taddei, José Augusto de A. C. Efeitos
da utilização de prebióticos
(oligossacarídeos) na saúde da criança
Revista Paulista de Pediatria, vol. 27,
núm. 4, diciembre, 2009, pp. 436-446
Sociedade de Pediatria de São Paulo
São Paulo, Brasil
O artigo se trata de uma revisão de
literatura que identificou resultados
benéficos em diversos estudos quanto
ao menor desenvolvimento de alergias,
infecções respiratórias, febre,
irritabilidade, flatulência, diarreia,
regurgitação, vômito, cólica e choro,
menor uso de antibióticos e melhora
nas características de fermentação de
ácidos graxos e pH fecal. Entretanto, o
número de artigos encontrados aponta
para a necessidade de realizar mais
investigações. Estudos sobre absorção
de cálcio foram contraditórios, não
permitindo conclusões definitivas.
Quanto à tolerância, foi evidenciado o
uso de quantidades diversas de
suplemento em crianças de diferentes
faixas etárias e características clínicas,
impossibilitando identificar a segurança
desses produtos.
Fonte: Próprio autor
SIMBIÓTICOS
Definição
Associação de probióticos e prebióticos que resulta em um produto com os
aspectos de ambos grupos que contribuem para a saúde de quem os consome
(RAIZEL et al., 2011). Essa relação pode ocorrer por um ou mais probiótico, com um
ou mais prebiótico (FLESCH et al., 2014), a interação resulta em uma vantagem ao
probiótico, que encontra substratos fornecidos pelos prebióticos, possibilitando a
continuidade da bactéria probiótica com o auxílio do alimento no meio gástrico, o
que contribui para cepas mais resistentes contra patógenos, a cooperação desses
elementos faz com que o efeito do simbiótico tenha a capacidade de ser direcionado
a diversas regiões do trato gastrointestinal, os intestinos delgado e o grosso
(OLIVEIRA, 2009;FLESCH et al., 2014), exemplo de produto simbiótico é a
combinação de Lactobacillus casei com a oligofrutose (RAIZEL et al., 2011).
Atuação no organismo
O uso de culturas simbióticas visa a exclusão de microrganismos
potencialmente patogênicos que têm o crescimento inibido por meio da produção de
ácidos orgânicos e bacteriocinas, o que reforça os mecanismos naturais de defesa
do organismo. A modulação da microbiota intestinal pelos microrganismos
probióticos é dada através do mecanismo denominado "exclusão competitiva"
(trata-se da competição por locais de ligação no epitélio e por nutrientes) e as cepas
que influenciam de forma benéfica nestes casos são Bifidobacterium bifidum,
Lactobacillus rhamnosus, Sacharomyces boulardii e Lactobacillus plantarum (GIL et
al., 2006).
A sua aplicação otimiza o sistema imunológico intestinal e favorece o controle da
microbiota, o que leva a diminuição da incidência de infecções, devido aos
probióticos aumentarem os linfócitos circulantes e citocinas, que estimulam a
fagocitose, os prebióticos por sua vez, atuam aumentando a secreção dos níveis de
ácido láctico e promovem consequente uma redução do pH do cólon (FOOKS,
2002).
Além disso, algumas estudos indicam que os simbióticos atuam também no
aumento da absorção do cálcio, esse estímulo ocorre quando substâncias
prebióticas são fermentadas no cólon pela microbiota local, especialmente
bifidobactérias, e produzem gases, ácidos orgânicos e ácidos graxos de cadeia
curta. Esses ácidos graxos de cadeia curta são responsáveis pela diminuição do pH
no lúmen do intestino, ocasionando um aumento significativo da concentração de
minerais ionizados e consequentemente o aumento da solubilidade do cálcio
(SAAD, 2006).
Benefícios e malefícios
Já existem situações emque os simbióticos são prescritos como forma a
auxiliar no tratamento como nos casos de diversos tipos de diarréias, em
complicações gástricas, síndrome do intestino irritável, constipação e câncer de
cólon. No entanto, os simbióticos também agem de forma preventiva, auxiliando na
absorção de nutrientes, na redução do colesterol e triacilglicerol plasmático, na
densidade e estabilidade óssea, redução de citocinas pró-inflamatórias e por
consequência melhora do sistema imune. (RAIZEL et al., 2011) Com sua ação na
regulação da microbiota intestinal e capacidade de auxiliar na correta absorção de
alguns minerais, estudos já lhe tem atribuído benefícios nunca antes imaginados
como sua capacidade de acelerar o ganho de massa muscular e reduzir os níveis
de gordura corporal. (LOBÃO, 2008)
O uso do simbiótico potencializa a ação do sistema imunológico intestinal
levando a um equilíbrio positivo da microbiota reduzindo os casos de infecções. A
ação de alguns microrganismos, em destaque os bifidobactérias no trato digestório
atuam de forma positiva a biodisponibilidade e digestibilidade de alguns nutrientes.
(FLESCH et al., 2014).
Nos casos de diarreia citados logo acima, os simbióticos separadamente, a sua
porção probiótica exclui os agentes patogênicos através da competição pelos sítios
de ligação na mucosa intestinal e não permite que novas bactérias se fixem na
parede do intestino; na sua parte prebiótica terá auxílio dos frutooligossacarídeos
(FOS) que por um mecanismo de seleção só vai permitir o crescimento de bactérias
que exerçam ação positiva como as bifidobactérias, promovendo o equilíbrio
funcional do intestino (FLESCH et al., 2014).
Diversidade na aplicação
Quadro 02 - Artigo com aplicação diversificada na utilização do simbiótico.
Artigos Resultados e Discussões
Rafter J, Bennett M, Caderni G, Clune
Y, Hughes R, Karlsson PC, Klinder A,
O’Riordan M, O’Sullivan GC, Pool-Zobel
B, Rechkemmer G, Roller M, Rowland I,
Salvadori M, Thijs H, Van Loo J, Watzl
B, Collins JK. Dietary synbiotics reduce
cancer risk factors in polypectomized
and colon cancer patients. Am J Clin
Nutr. 2007:85:488-96
Quanto ao uso de simbióticos, o estudo
conduzido em 2007 por Rafter et
al.(49), com 37 pacientes com câncer
de cólon e 43 pacientes
polipectomizados, teve como objetivo
verificar se o uso de simbióticos
(oligofrutose e inulina - SYN1 +
Lactobacillus rhamnosus GG – LGG +
Bifidobacterium lactis Bb12 – BB12)
reduziria o risco de câncer de cólon em
humanos. Os resultados mostraram que
os simbióticos alteraram a flora fecal,
aumentando as bifidobactérias e os
lactobacilos e reduzindo Clostridium
perfringens. A intervenção também
reduziu significantemente a proliferação
das células neoplásicas, a capacidade
de necrose e aumentou a produção de
interferon gama nos pacientes com
câncer, além de promover uma barreira
epitelial e prevenir a secreção de
interleucina 2 nos pacientes
polipectomizados.
Fonte: Próprio autor
REFERÊNCIAS
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cooperation in oral microbial communities during growth on mucin.
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DAMIÃO, A. O. M. C. Prebióticos, probióticos e simbióticos- aplicações
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