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Dor Torácica na Criança

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INTRODUÇÃO E ETIOLOGIA 
É uma causa frequente de encaminhamento ao 
cardiologista pediátrico, embora raramente esteja 
relacionado a problemas cardíacos nessa faixa etária. 
A maioria dos casos apresenta dor idiopática (10-45%). 
As causas mais comuns são: 
 Costocondrites e afecções músculo-
esqueléticas (10-40%); 
 Precipitadas por trauma ou estiramento 
muscular (15-20%); 
 Doenças respiratórias; 
 Gastrointestinais; 
 Psicogênicas (5-10%); 
 Cardíacas (1-4%); 
CLÍNICA 
A dor idiopática apresenta evolução crônica. 
Pacientes com costocondrite apresentam dor 
relacionada à atividade física prévia ou infecção 
respiratória, podendo ser de leve a moderada 
intensidade, geralmente unilateral e piora com a 
movimentação/respiração. A dor é autolimitada. 
A dor músculo-esquelética ocorre por contusão na 
musculatura do dorso, peitoral e ombro após exercício 
ou trauma e está relacionada à prática de esportes, 
lutas ou acidentes. 
A dor de origem respiratória é ocasionada pelo uso 
excessivo de musculatura respiratória, como asma e 
infecções respiratórias como tosse persistente. 
Também pode decorrer de irritação pleural com dor à 
inspiração profunda, bem como ser causada por 
pneumonia, derrame pleural e pneumotórax. A 
pneumonia, geralmente, é a infecção respiratória mais 
comum nesses casos. 
A dor de origem gastrointestinal pode ser ocasionada 
por esofagite com sensação de queimação e piora em 
decúbito. Pode estar relacionada também com 
aerofagia, constipação intestinal com distensão gasosa 
de alças intestinais e ingestão de corpo estranho. 
Solicitar exames complementares. 
A dor psicogênica é mais comum em adolescentes e 
ocasionada por estresse. 
As causas cardíacas são: cardiopatias congênitas com 
lesões obstrutivas graves, como estenose aórtica e 
estenose sub-aórtica, estenose pulmonar grave e 
doença obstrutiva vascular pulmonar. O paciente 
apresenta sopro cardíaco que pode estar associado a 
frêmito. O ECG revela hipertrofia ventricular e o 
ecocardiograma com Doppler elucida o diagnóstico. 
A dor do tipo anginosa ocorre em aperto, 
desencadeada por exercício, emoção, frio, excesso 
alimentar, localizada no précordio ou na área 
subesternal com irradiação para o pescoço, mandíbula, 
braços, dorso ou abdome. 
Prolapso da Valva Mitral: O paciente pode apresentar 
dor torácica discreta, mais localizada na ponta, sem 
relação com atividade física ou emoção. Pode haver 
associação com taquiarritmia. Pode não haver 
alterações no exame físico, mas o ECG e o Raio-X de 
tórax estão alterados e o ecocardiograma com Doppler 
define o diagnóstico. 
Doença Coronariana: Causa rara de dor precordial na 
infância. O exame físico pode ser normal ou apresentar 
sopro de regurgitação ou contínuo no caso de fístulas. 
O ECG pode evidenciar alterações de repolarização 
sugestivas de isquemia miocárdica. O ecocardiograma 
com Doppler pode ser esclarecedor, sendo a 
angioressonância melhor para definição diagnóstica. 
Uso de cocaína: Suspeitar em adolescentes com 
agitação psicomotora. Há vasoconstrição coronariana, 
causando aumento da frequência cardíaca, PA, 
consumo miocárdico de oxigênio e anormalidades 
elétricas miocárdicas. O usuário pode apresentar dor 
anginosa, arritmias, infarto ou morte súbita. 
Aneurisma ou Dissecção Aórtica: Causa rara de dor 
torácica em crianças. Pacientes com síndromes 
genéticas como Marfan, Turner e Noonan são de risco. 
Pericardite: Pode ocorrer por infecção viral, bacteriana 
ou doença reumatológicas. O paciente pode 
apresentar febre e sintomas associados. A dor é aguda, 
piora com a posição deitada, melhora com a posição 
sentada e reclinada para frente (“prece maometana”). 
O ECG mostra baixa voltagem e distúrbios de 
repolarização e Raio-X de tórax evidencia aumento da 
área cardíaca. O diagnóstico de derrame pericárdico 
pode ser feito pelo ecocardiograma. 
Arritmias: Crianças podem confundir a dor com 
palpitação. Solicitar Holter (ECG de 24 ou 48 horas) 
para melhor definição diagnóstica. 
INDICAÇÃO AO CARDIOLOGISTA 
 Dor anginosa com exame cardiológico anormal 
(exame físico, RX de tórax ou ECG); 
 História familiar de miocardiopatia hipertrófica, 
síndrome do QT longo ou outra doença 
cardíaca hereditária; 
 Família muito ansiosa e paciente com dor 
crônica e recorrente; 
TRATAMENTO 
Dependerá da etiologia. No caso da costocondrite e 
lesão músculo esquelética, utilizar analgésicos e AINEs. 
Para causas respiratórias, tratar o broncoespasmo e 
quadros infecciosos. O tratamento das causas cardíacas 
dependerá da doença de base, podendo ser 
medicamentoso (antiarrítmicos) ou cirúrgico.

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