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Teoria das Organizações - AULA 1 (Un1)

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TEORIA DAS ORGANIZAÇÕES
Unidade 1 – Escola Clássica
 
Aula 1 – Administração científica
Iniciamos a nossa disciplina conhecendo a Teoria Clássica, mais especificamente a Administração Científica. 
É fundamental nesse momento inicial permitir que você observe de onde vem o interesse dos estudiosos em criar teorias sobre a realidade que acontece dentro das empresas. 
Você imagina por quê? 
Observe que as organizações, ou empresas, atuam transformando recursos para oferecer produtos e serviços que atendam às necessidades dos usuários. Se eles cumprem esse papel, utilizando de forma correta os recursos, a empresa é eficaz, os funcionários ficam satisfeitos, os fornecedores também, assim como os acionistas e a sociedade em geral. 
Ser eficaz é o que toda organização busca e, para isso, elas precisam criar modelos, processos, utilizar conhecimento, espaço, tempo, dinheiro e muitos outros recursos. Esse conjunto de ações é o que chamamos de “administração” e as organizações precisam fazer isso da melhor forma possível para serem rentáveis e viáveis economicamente de forma que sua existência seja a mais longa possível. 
Por isso, Maximiano, (2012, p.5), afirma que “a administração é o processo de tomar decisões sobre objetivos e utilização de recursos”. 
Exatamente por essa necessidade de ser eficiente e eficaz, em plena era da revolução industrial, é que Frederick Winslow Taylor, engenheiro chefe da usina siderúrgica Midvale Steel, nos EUA, atentou para graves problemas que diminuíam a produção da empresa em função da baixa eficiência no trabalho por parte dos funcionários. Alguns desses problemas observados eram: 
a. Não havia separação ou divisão de trabalho administrativo e operacional;
b. Não havia incentivo para melhorar o desempenho do trabalhador;
c. Muitos trabalhadores não cumpriam suas responsabilidades;
d. Não havia integração entre setores ou departamentos;
e. Não havia locação de trabalho por vocação ou habilidade;
f. Não havia consciência que a excelência no desempenho traria melhoria coletiva.
Como para Taylor o objetivo da administração deveria ser o de assegurar o máximo de prosperidade ao patrão e ao mesmo tempo ao empregado, ele entendeu que a única maneira dessa equação ser verdadeira seria através da oferta de altos salários aos empregados e baixos custos para os empregadores. 
Sendo assim, ele buscou resolver esses problemas através de pesquisas, que foi desenvolvendo no seu próprio ambiente de trabalho. Uma das principais ideias do movimento da administração científica e, na qual Taylor concentrou seus estudos, foi o conceito de Homo Economicus, que refletia um modelo de ser humano eminentemente racional movido pela necessidade de trabalhar apenas pela recompensa salarial, já que precisa do dinheiro para sobreviver. Para o Homo Economicus, as recompensas deveriam ser sempre econômicas (salariais e materiais). 
Nesse contexto, o início do movimento da Administração Científica é voltado para a questão salarial. Para isso, Taylor apresentou um trabalho, considerado o primeiro estudo da administração científica, no qual ele define que o ganho por peça produzida promoveria um maior esforço por parte dos operários e um consequente aumento da produção. O foco era no desenvolvimento e aprimoramento da tarefa. 
Esse princípio foi pautado na ideia de que o trabalhador era vadio por natureza. Que ele só produzia, de fato, um terço do que era capaz de produzir. Portanto, eliminar as causas do trabalho retardado diminuiriam os custos de produção a tal ponto que ampliaria o mercado interno e externo, aumentando a competitividade. 
The piece-rate system propôs, então, descobrir o tempo em que homem completava uma determinada tarefa dando o melhor de si. A partir daí, surgiu a necessidade do que chamaram de estudo dos tempos, no qual, a partir da divisão das tarefas em partes e cronometrando todas elas, era possível saber o tempo de produção de uma peça e, a partir daí, calcular o valor do salário a ser pago por unidade produzida. 
O estudo dos tempos e movimentos permitiu otimizar a divisão do trabalho, eliminando todos os esforços desnecessários e buscando uma sequência certa de atividades e tarefas que, por sua vez, poderia ser executada por trabalhadores pouco qualificados, que seriam facilmente treinados a custos baixos. 
Nessa primeira fase, portanto, observa-se que o foco de Fredick Taylor estava no ataque aos problemas salariais, no estudo sistemático do tempo das tarefas, na definição de tempo padrão para cada uma delas, e a implantação de um sistema de administração por tarefas (há uma única maneira correta de desempenhar uma tarefa). Tudo isso em busca de maior produtividade. 
Porém, os problemas em relação à produtividade não paravam. Taylor observou com o passar dos anos que o estudo dos movimentos para determinação de salários não se mostrava suficiente por si só, mas que ele mesmo poderia trazer novas informações e descobertas. Nessa segunda fase da Administração Científica (1903), desenvolveu-se o Shop Management, que se resume num processo de administração das operações da fábrica, no qual se identifica o operário ideal para a execução de cada tarefa, além de padronizar ferramentas e equipamentos. 
Já em 1911, Taylor lança seu livro Princípios da Administração Científica e sintetiza os principais objetivos da teoria já aplicados, como também disperta a percepção sobre a necessidade preeminente de separar as equipes de gestão das equipes de produção, ou seja, operáros não deviam pensar, apenas executar o que lhes foi ensinado. Toda atividade cerebral deveria ser retirada do operariado e centralizada no departamento de planejamento. 
Assim, Taylor demostra que alguns elementos são essenciais na condução da administração das empresas que, por sua vez, são a base da administração científica. São eles: 
a. Desenvolver, para cada elemento do trabalho individual, uma ciência, com normas rígidas para o movimento de cada homem, e o aperfeiçoamento e a padronização de todas as ferramentas e condições de trabalho.
b. Selecinar, cuidadosamente, depois treinar, ensinar e aperfeiçoar o trabalhador (com a eliminação de todos que se recusam a adotar os novos métodos ou são incapazes de segui-los).
c. Cooperar sinceramente com os trabalhadores, remunerando-os diariamente e articulando todo o trabalho com os princípios da ciência desenvolvida.
d. Manter divisão equitativa de trabalho e de responsabilidade entre direção e operário.
Esse modelo ou essa base para alcançar a tão almejada máxima eficiência com melhores salários fundamentou-se numa padronização dos processos operacionais chamada de organização racional do trabalho- ORT. Esse sistema seguiu um fluxo de ações que pode ser observado na Figura 1. 
Todo esse esforço, vale lembrar, buscava modificar o sistema de administração a fim de que os interesses dos trabalhadores e da direção, se tornasse o mesmo, em vez de serem objetivos distintos e até antagônicos. 
Taylor não foi o único colaborador da Administração Científica. Na verdade, outros estudiosos também influenciaram e contribuíram com estudos sobre maior produtividade, diminuição de desperdício, como foi o caso do empresário americano da construção civil, Frank Gilbreth que desenvolveu um estudo criterioso sobre a fadiga, junto com sua esposa Lilian Moller Gilbreth. 
O trabalho do casal complementa os princípios publicados por Taylor, quando descreve que, através de pesquisas e estudos, identificaram que a redução da fadiga contribui para melhor desempenho e que a fadiga desnecessária pode ser eliminada através de um ambiente de trabalho adequado e com períodos regulares de descanso. Eles chegaram a sugerir menores jornadas diárias como também mais dias de descanso semanal. 
Apesar de o governo, na sua essência, assim como os industriais, serem entusiastas da administração científica, é claro que todo esse movimento obteve alguns pontos de resistência principalmente por parte dos próprios trabalhadores, assim como da imprensa e de alguns ramos políticos. Suas maiores críticas eram:a. Aumentar a eficiência traria desemprego;
b. A administração científica fazia o operário trabalhar mais e ganhar menos.
Porém, durante a guerra, esse movimento se expandiu de forma vertiginosa e consistente, pois permitiu aos americanos aplicarem em larga escalas os princípios propostos, gerando alta eficiência em termos de velocidade na construção de cais, estradas e linhas de comunicação que deixarmos europeus encantados. Em 1917, a edição francesa do livro de Taylor chega a 9.000 exemplares. 
Outro seguidor, colaborador e entusiasta da administração científica foi Henry Ford. Engenheiro e fundador da Ford Motor Company, ele uniu os princípios descritos por Taylor a uma inovação revolucionária do início do século XX, que foi a linha de montagem, fruto da produção em massa. 
Os princípios da produção em massa eram: peças padronizadas e trabalho especializado. Ou seja, ele seguiu os princípios da administração científica. Peças padronizadas e intercambiáveis permitiam o uso das mesmas em qualquer sistema, ou em qualquer produto final.Trabalho especializado permitia que a montagem de uma peça fosse feita em etapas e cada etapa feita pela mesma equipe. Essa equipe se tornava expert naquela atividade pela repetição e dedicação. 
E o que viria a ser a linha de montagem? Um sistema no qual o produto em processo se desloca ao longo de um percurso, enquanto os operários ficam parados. Esse sistema foi se ampliando não só para montagem do produto final como também na produção de peças. Ele permitiu maior velocidade de produção, menores custos de estoque de peças à espera da montagem e principalmente o ganho em escala, ou seja, quanto mais carros são produzidos, mais baratos eles ficavam. 
Ford foi um visionário focado no mercado. Ele implantou a jornada de oito horas de trabalho assim como duplicou o salário dos seus operários. Como as funções eram altamente especializadas, surgiram muitas outras funções, que permitiram um trabalho sequenciado e de excelente qualidade. O Fordismo foi o modelo dominante de sistema fabril até antes da segunda guerra, sendo copiado por indústrias como Renault, Volkswagem, Fiat e Mercedez-Benz. 
Ford relutou em sindicalizar os seus funcionários. Essa atitude foi vista como uma forma de fixar e fortalecer seu poder paternalista sobre aqueles que dele dependiam para sobreviver. 
Portanto a administração científica trouxe o que de novo? 
Necessariamente, nenhuma descoberta de fatos novos ou invenção, mas uma certa combinação de elementos que não existiam no passado, isto é, “ conhecimentos antigos coletados, analisados, agrupados e classificados em leis e normas que constituem uma ciência, acompanhada de completa mudança na atitude metal dos trabalhadores e da direção(...)”. 
Observe na Tabela 1 um pequeno resumo do movimento da administração científica. 
Movimento da administração científica

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