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ENXERTOS E RETALHOS 
 
Fechamento da lesão: fechamento primário 
Indicação: quando não consegue fechar a ferida primariamente 
1. Enxerto 
2. Retalhos locais 
3. Retalhos regionais 
4. Retalhos a distância 
5. Retalho microcirúrgico 
 
ENXERTO 
DEFINIÇÃO: Retirada de um tecido de algum lugar e colocado em outro local sem 
conexão da área doadora e receptora. 
Área doadora: local onde foi tirado o enxerto 
Área receptora: local que recebe o enxerto 
 
FASES DE INTEGRAÇÃO: 
Embebição: primeiros dias / plasma do leito → irrigação + nutrição 
Revascularização: 
➔ Inicio 24-48 horas (inosculação) → redução do edema 
➔ Neovascularização + crescimento de células endoteliais → 7-10 dias 
Maturação: 
➔ Integração completa → remodelação e contração 
➔ Crescimento de folículos: varia com a profundidade do enxerto → 2-3 meses 
➔ Terminações nervosas: fenômeno desconhecido (hipersensibilidade) → 1 ano 
 
INDICAÇÃO: lesões sem possibilidade de fechamento primário 
 
CLASSIFICAÇÃO: 
1. Tipo de tecido transplantado 
Simples → pele, gordura, cartilagem, osso, nervo 
Composto → pele + cartilagem, osso + pele 
 
2. Área doadora 
Autógeno ou auto enxerto → doador é o próprio receptor 
Aloenxerto ou homo enxerto → doador e receptor são da mesma espécie 
Xenoenxerto ou hetero-enxerto → doador e receptor são de espécies diferentes 
Enxerto isogênico → doador e receptor com a mesma carga genética (gêmeos 
idênticos) 
 
3. Espessura 
Parcial → fino, médio e espesso → com parte da derme 
Total → toda derme 
Retração dos enxertos: 
Primaria → ocorre imediatamente após a retirada do enxerto (encolhe devido as fibras 
elásticas). Ocorre mais no enxerto de pele total (mais fibras elásticas) 
Secundaria → ocorre na ferida enxertada (o leito reage). Ocorre mais no enxerto de 
pele parcial (migração de miofibroblastos) 
 
4. Técnica 
Enxerto em laminas → melhor resultado estético, maior numero de 
complicações imediatas, áreas pequenas, menor contração secundaria 
Enxerto em malhas → aumento de 1,5 a 9 vezes, resultado estético inferior, 
menor porcentagem de perda, áreas grandes, maior contração secundaria 
Enxerto em estampilhas (sêlo) → 
 
RETIRADA DO ENXERTO: 
➔ Lamina de bisturi: pele total ou parcial 
➔ Faca de Blair: reepitelizacao 
➔ Dermótomo: manual ou elétrico 
 
LEITO RECEPTOR: 
Condições ideais: 
➔ Boa vascularização/ controle hemostático adequado 
➔ Ferida limpa e superfície nivelada 
➔ Sem infecção / controle das patologias de base 
Fixação: ponto nas bordas, grampeadores, adesivos, cola de fibrina 
 
Curativo a vácuo → ajuda a formação de tecido de granulação, aumenta o fluxo 
sanguíneo, protege o ambiente da ferida, promove ambiente úmido no leito da ferida 
auxiliando a cicatrização 
Curativo área doadora 
➔ Manter a umidade, facilitar a reepitelização, promover a qualidade de 
resultados cosméticos 
➔ Pele parcial: rayon em solução salina + gaze + algodão + faixa 
Retirada no 3° dia = manter o rayon aderido 
➔ Pele total: curativo oclusivo simples = gaze + micropore 
Curativo área receptora 
➔ Oclusivo compreensivo 
➔ Curativo de Brown: retirar a partir de 5 dias 
 
RETALHOS 
DEFINIÇÃO: retirada do tecido de um lugar para outro lugar. Ela tem conexão 
vascular entre a área doadora e receptora 
Tem sua nutrição própria ! 
 
INDICAÇÕES: 
➔ Lesões sem possibilidade de fechamento primário 
➔ Quando táticas mais simples estão contra indicadas ou resultado 
 
CLASSIFICAÇÃO GERAL: 
1. Suprimento sanguíneo 
Retalho ao acaso: pequenos vasos inominados 
Retalho axial: uma ou mais vasos bem conhecidos 
 
2. Tecido transferido 
Retalhos simples: um tipo de tecido 
Retalho composto: mais de um tipo de tecido 
 
3. Localização da área doadora 
Retalho local: área doadora a área receptora 
Retalho a distância: área doadora distante a área receptora 
Retalho reginais, tubular ou a distância = microcirúrgico 
 
Retalho cutâneo: Pele e subcutâneo com suprimento vascular próprio, com a finalidade 
de preencher uma ferida cirúrgica. Para lesões pequenas 
Retalho fasciocutâneo: Defeitos maiores, sem possibilidade reparação por retalho 
cutâneo. Sem déficit funcional. Necessário conhecer a dimensão máxima, inervação, 
arco de rotação e vascularização da área doadora 
➔ Retalho de rotação: avançamento cervicofacial, com preservação nervosa 
motora 
Retalho musculo-cutâneo: Retalho grande dorsal. Vascularização - base deste 
retalho. Anatomia vascular muscular obedece padrão simples e pouco variável 
Retalhos microcirúrgico: 
➔ Retirada de retalho de tecido, juntamente com a sua vascularização conhecida 
e anastomose vascular na área receptora, com vascularização bem definida 
➔ Utilizado quando se esgotaram todos os recursos para fechamento 
➔ Possibilita ser levado para longas distâncias 
➔ Necessário preparo técnico e material especial para ser realizado 
➔ Comumente utilizado em lesões complexas 
 
CLASSIFICAÇÃO – QUANTO A MOBILIZAÇÃO: 
Retalho em rotação: transforma área doadora em formato triangular correspondendo 
a 1/3 do diâmetro da semicircunferência que com a rotação fecha a área receptora 
Retalho de avanço: consiste o avanço dos tecidos para corrigir a falta adiante deste. 
Exemplo: retalho em V-Y, quadrangular 
Retalho de transposição: Difícil diferenciação do retalho de rotação. Maior 
transposição é a 90° 
Retalho de interpolação: Zetaplastia - Transpõe o excesso de pele para compensar a 
falta longitudinal. Muito indicado em contraturas cicatriciais 
Retalho em ilha: Transferência do pedículo dessecado por debaixo da pele integra, 
criando um túnel de transposição 
Retalho romboide (losango): Limberg - Transforma a área receptora em losango, e 
transpõe retalho local losango para fechar a área. Usar ângulo de 120° de maior 
mobilidade 
Retalho bilobado: Possibilita o fechamento da área com transposição dupla de retalho, 
com fechamento primário da área mais remota 
W plastia: Incisões em zigue-zague 2 lados da cicatriz, interpola os retalhos. Para 
fechamento em W. Previne contraturas exageradas da cicatriz 
 
TÉCNICAS AUXILIARES DE CONFECÇÃO DO RETALHO: 
Autonomização: Estratégia com utilização de incisões e descolamento do retalho em 
seu sítio original para estimular a circulação. A liberação é realizada 2 a 3 sem depois. 
Indicação: condições desfavoráveis (tabagistas) e necessidade grande quantidade de 
pele 
É uma isquemia intencional e programada, provocando o aumento da vascularização 
interna e redução risco necrose 
 
Expansores: Inserção dispositivo inflável abaixo pele → expansão volume solução 
salina 
Vantagem: > disponibilidade pele de igual textura e cor 
Desvantagem: efeito antiestético → áreas expostas 
 
COMPLICAÇÕES: 
➔ Sangramento 
➔ Hematoma 
➔ Infecção 
➔ Baixa perfusão e perda de retalho (infecção ou torção do pedículo) 
➔ Deiscência de sutura 
➔ Seroma 
➔ Epiteliolise

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