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Disciplina: Design Thinking aplicado a educação Aula 4: Design thinking, exemplos de métodos, técnicas e ferramentas Apresentação Na aula anterior, comentamos com abrangência e profundidade os pilares do design e sua relação com as etapas das metodologias do design thinking, tratando da relação entre empatia/imersão, colaboração/cocriação e experiência/prototipagem. Nesta aula, o objetivo é introduzir os temas, métodos, técnicas e ferramentas utilizadas no design thinking. Descreveremos as metodologias D. Council e duplo diamante, em que as etapas se dividem, e, por �m, como você deve trabalhar com elas. Objetivos • Reconhecer métodos e técnicas utilizadas no design thinking; • Identi�car as similaridades e diferenças entre os vários métodos; • Selecionar o melhor método. Duplo diamante e D. Council Depois de uma aproximação inicial com as etapas de imersão, cocriação e prototipagem, podemos começar a experimentar como devemos implementar essa abordagem inovadora em nossos projetos. A abordagem do design thinking dentro das empresas acabou ocasionando a criação de várias metodologias para sua implementação. Esse foi um movimento natural, como podemos constatar, por exemplo, no caso da IDEO com seu design kit <//www.designkit.org/case- studies> (conjunto de ferramentas). Para entendermos as origens da IDEO, devemos conhecer o seu fundador, David Kelley, Mestre em Product Development pela Stanford University, que colaborou na criação do computador Lisa, precursor da Apple para o MAC, e participou do projeto do primeiro mouse. Ele foi uma grande in�uência na cultura de inovação da Apple e sempre transitou entre o laboratório e o escritório e trabalhou com funcionários de idades variadas, o que criava um ambiente fértil e inovador. David Kelley, fundador da IDEO | Fonte ideo.com Em 1991, ele articula a união de três empresas: Moggridge Assoc, de Londres, ID Two, de San Francisco, e Matrix, de Palo Alto, fundando a IDEO. Atualmente, a IDEO é a maior e mais prestigiada empresa de design e desenvolvimento de produtos dos EUA, com 350 funcionários, em dez escritórios de quatro países e um faturamento de US$ 100 milhões. Entre seus clientes, podemos citar: 3Com, Amtrak, Apple, ATT, BBC, Cisco, Eli Lilly, Handspring, HP, Kodak, Logitech, MIT, NCR, NEC, Nike, Palm, Pepsico, Polaroid, Procter&Gamble, Rubbermaid, Samsumg, Xerox etc. Atividade 1. Qual a importância de David Kelley na divulgação e utilização do design thinking? A IDEO baseia todo o seu processo de inovação em design thinking e trabalha esse processo de inovação através de etapas que são descritas como: 1 Compreender o mercado, cliente, tecnologias e restrições, que poderão depois ser desa�adas e transpostas; https://www.designkit.org/case-studies https://www.designkit.org/case-studies https://www.designkit.org/case-studies https://www.designkit.org/case-studies https://www.designkit.org/case-studies https://www.designkit.org/case-studies https://www.designkit.org/case-studies https://www.designkit.org/case-studies https://www.designkit.org/case-studies 2 Observar pessoas em situações reais, questionando o que as confunde, do que gostam/odeiam e quais são as necessidades não atendidas ou estão latentes; 3 Visualizar conceitos e clientes através de uma fase mais intensa de brainstorms, buscando entender de todas as formas a experiência do cliente e seu storytelling; 4 Prototipar, avaliando e re�nando protótipos em interações rápidas, sem se �xar nos primeiros resultados e aumentando a �delidade do protótipo em cada etapa; 5 Implementar o novo conceito para a comercialização e receber o feedback, com a �nalidade de corrigir possíveis erros não detectados durante o processo. É importante que você note como a fase de imersão, relativa à construção de empatia, é correspondente aos tópicos A (compreender) e B (observar). Nessa fase, fazemos uma coleta de dados, entendemos o conceito e construímos um primeiro estágio de empatia com o usuário. Já no tópico C (visualizar), passamos à fase de cocriação, que se relaciona com o pilar da colaboração, e por meio de um processo de ideação, no qual um grupo de pessoas, através de ferramentas como o brainstorming, por exemplo, divergem em propostas para depois convergir em soluções. Por �m, vêm as fases D (prototipar) e E (implementar). Comentário Assim você pode entender como a abordagem do design thinking se materializa através de algumas metodologias, às vezes criadas e testadas por empresas, como no caso da IDEO, e outras vezes fruto de pesquisa no campo acadêmico. Esse é o caso de duas outras metodologias que apresentaremos a seguir. Atividade 2. Existe um modelo ideal para a resolução de um problema? Justi�que sua resposta. Duplo Diamante Primeiro, falaremos do modelo Duplo Diamante, criado pelo Design Council <https://www.designcouncil.org.uk/> (do inglês, “Conselho de Design”). Fundado em 1944 com o nome de Conselho de Desenho Industrial, esta é uma instituição do Reino Unido. Sua missão é "defender um ótimo design que melhore a vida e melhore os artefatos” e foi fundamental na promoção do conceito de design inclusivo. https://www.designcouncil.org.uk/ https://www.designcouncil.org.uk/ https://www.designcouncil.org.uk/ https://www.designcouncil.org.uk/ https://www.designcouncil.org.uk/ https://www.designcouncil.org.uk/ Nesse ponto, cabe ressaltar como nos países desenvolvidos o design sempre é utilizado como ferramenta estratégica para o desenvolvimento e industrialização. Design é considerado investimento, e não custo. Em 2005, o modelo duplo diamante foi criado no Design Council depois “de uma pesquisa interna como uma maneira grá�ca simples de descrever o processo de design”. Você verá que as imagens são autoexplicativas, e só vamos esclarecer alguns detalhes. Abaixo, você pode visualizar o esquema básico do modelo duplo diamante. O material aqui apresentado pode ser encontrado no site do Design Council e foi traduzido e adaptado a seguir: Duplo diamante | Fonte: Design Council Como você pode observar, o esquema de duplo diamante é “dividido em quatro fases distintas: descobrir, de�nir, desenvolver e entregar. Ele mapeia estágios convergentes e divergentes do processo de design ”, revelando estágios de pensamento comuns entre os designers em um processo de divergência e convergência, partindo do geral para o especí�co em duas fases. A seguir, podemos ver um diagrama no qual esmiuçamos um pouco mais o processo. Nele você pode encontrar as fases: Clique nos botões para ver as informações. “Descobrir: o primeiro quarto do modelo duplo diamante começa com uma inspiração ou ideia inicial, frequentemente originada por uma fase de descoberta em que as necessidades dos usuários são identi�cadas”. É hora de divergir e gerar opções. Nessa fase, podemos utilizar como instrumental de trabalho vários métodos como: “pesquisa de mercado, pesquisa de usuários, gestão de informações e grupos de pesquisa de design”. Descobrir “De�nir: o segundo quarto do modelo diamante duplo representa o estágio de de�nição, no qual a interpretação e o alinhamento dessas necessidades com os objetivos de mercados são alcançados. As atividades chave durante o estágio de de�nição são: desenvolvimento do projeto, gestão do projeto e fechamento do projeto”. De�nir “Desenvolver: o terceiro quarto marca o período de desenvolvimento em que soluções de design são desenvolvidas, repetidas e testadas juntamente com a empresa”. Novamente se apresentam alternativas divergentes, para depois convergir em uma ou mais soluções viáveis e desejáveis. “As atividades chave e objetivos durante a fase de desenvolvimento são: trabalho multidisciplinar, gestão visual, métodos de desenvolvimento e testes”. Desenvolver “Entregar: [por �m, ou não,] o quarto �nal do modelo diamante duplo representa a fase de entrega, em que o produto ou serviço resultante é �nalizado e lançado ao mercado relevante. As atividades chave e objetivos duranteesse estágio são: teste �nal, aprovação e lançamento”. Além disso, ele também atende à necessária busca de novos objetivos, avaliações e loops de feedback. Texto traduzido e adaptado de: https://www.designcouncil.org.uk/news-opinion/design-methods-step-1-discover <https://www.designcouncil.org.uk/news-opinion/design-methods-step-1-discover> . Entregar Duplo diamante | Fonte: Design Council A Entender o mercado https://estacio.webaula.com.br/cursos/go0423/aula4.html#collapse01-01 https://estacio.webaula.com.br/cursos/go0423/aula4.html#collapse01-01 https://estacio.webaula.com.br/cursos/go0423/aula4.html#collapse01-01 https://estacio.webaula.com.br/cursos/go0423/aula4.html#collapse01-02 https://estacio.webaula.com.br/cursos/go0423/aula4.html#collapse01-02 https://estacio.webaula.com.br/cursos/go0423/aula4.html#collapse01-02 https://estacio.webaula.com.br/cursos/go0423/aula4.html#collapse01-03 https://estacio.webaula.com.br/cursos/go0423/aula4.html#collapse01-03 https://estacio.webaula.com.br/cursos/go0423/aula4.html#collapse01-03 https://estacio.webaula.com.br/cursos/go0423/aula4.html#collapse01-04 https://www.designcouncil.org.uk/news-opinion/design-methods-step-1-discover https://www.designcouncil.org.uk/news-opinion/design-methods-step-1-discover https://www.designcouncil.org.uk/news-opinion/design-methods-step-1-discover https://www.designcouncil.org.uk/news-opinion/design-methods-step-1-discover https://www.designcouncil.org.uk/news-opinion/design-methods-step-1-discover https://www.designcouncil.org.uk/news-opinion/design-methods-step-1-discover https://www.designcouncil.org.uk/news-opinion/design-methods-step-1-discover https://estacio.webaula.com.br/cursos/go0423/aula4.html#collapse01-04 https://estacio.webaula.com.br/cursos/go0423/aula4.html#collapse01-04 B Criar Empatia C Estratégia do produto D Explorar Soluções E Criar protótipo F Estratégia do humano G Opções de Sketch H Protótipo e soluções I Teste de protótipos J Liberar versões L Teste de usuário M Re�nar e reconstruir Atividade 3. No modelo duplo diamante, temos quatro etapas. Assinale a opção incorreta: a) Descobrir b) Desenvolver c) De�nir d) Entregar e) Prototipar Cabe nesse ponto mais uma vez apontar com esses modelos se relacionam com os pilares do design e, consequentemente, com as etapas primordiais do design thinking. Veja na imagem a seguir como relacionamos o modelo duplo diamante com empatia/imersão, cocriação/ideação e experiência/prototipagem. Modelo duplo diamante com empatia/imersão, cocriação/ideação e experiência/prototipagem| Fonte: Design Council Instituto de Design Hasso Plattner Outro modelo que se utiliza de diagramas autoexplicativos e muito didáticos é o desenvolvido pelo Instituto de Design Hasso Plattner, cuja sede é a universidade Stanford, a conhecida D. School, um espaço para exploradores e experimentadores da Universidade de Stanford. David Kelley, fundador do programa, a�rmou: "O que nós, como pensadores do design, temos é essa con�ança criativa que, quando é dado um problema difícil, temos uma metodologia que nos permite chegar a uma solução que ninguém tenha antes." David Kelley Já Bernard Roth, cofundador do programa, complementa a observação de Kelley dizendo que: Na escola de Stanford, tentamos trazer os alunos através de uma série de experiências que mudam sua autoimagem, de modo que eles pensam em si mesmos como sendo mais criativos. Nós chamamos isso de aumentar sua con�ança criativa. Bernard Roth Além disso, houve uma mudança de foco, deixando de projetar somente objetos e investindo nos processos organizacionais e nas experiências. Para os pesquisadores da D. School, os mesmos princípios podem ser aplicados ao design de um artefato, como uma cadeira de dentista ou um eletrodoméstico, e para, digamos, procedimentos de sala de emergência ou para uma exposição ou evento. O D. School é hoje um dos programas mais procurados em Stanford, principalmente devido aos seus cases de sucesso. Dentre eles, podemos destacar: 1 Cobertor Embrace uma alternativa de baixo custo para incubadoras neonatais; 2 Dlight uma marca de lâmpadas LED movidas a energia solar; 3 Pulse News Reader um aplicativo que se tornou um dos mais vendidos na App Store da Apple. O modelo, que foi utilizado no desenvolvimento desses e de outros produtos, se divide em cinco partes: empatizar, explorar, de�nir, prototipar e testar. Modelo de desenvolvimento de artfatos| Fonte: D. School A primeira tem a intenção de criar empatia e entender as necessidades das pessoas envolvidas no problema (consumidores, funcionários etc.), do que precisam, do que gostam, o que querem. Na segunda fase, de�nimos, a partir dessa pesquisa, os limites do problema, o que precisa ser resolvido e até mesmo o que temos de desenvolver e criar. Nesse ponto, partimos para a etapa da ideação; nessa fase de brainstorm, as ideias e sugestões devem �uir sem censura, sem medo de errar. Quanto mais alternativas ou ideias forem geradas, melhor para o processo. Nesta etapa, se inicia a prototipação do produto ou serviço. Nela selecionamos uma ou algumas alternativas ou ideias e criamos protótipos com diversos graus de �delidade. Esses protótipos podem ser um desenho, uma maquete feita com caixas velhas e �ta crepe, algo que simule o produto �nal, protótipos de aplicativos nos quais se pode testar a usabilidade etc. 1 Na etapa �nal, testamos o produto ou serviço. Agora é hora de experimentar os protótipos e escolher o que faça mais sentido, desperte mais desejo e seja mais viável. Neste diagrama a seguir, você pode visualizar gra�camente cada uma dessas etapas. Comentário Podemos fazer uma observação interessante para além da relação óbvia, e já comentada anteriormente, das etapas empatizar com imersão, de�nir e explorar com cocriação e prototipar e testar com prototipagem. Observe na imagem a seguir como podemos estabelecer uma outra relação entre o modelo D. School e suas respectivas etapas com as perguntas: https://estacio.webaula.com.br/cursos/go0423/aula4.html https://estacio.webaula.com.br/cursos/go0423/aula4.html https://estacio.webaula.com.br/cursos/go0423/aula4.html https://estacio.webaula.com.br/cursos/go0423/aula4.html • Who? (quem?); • What? (o quê?); • How? (como?); • Why? (por quê?). Essas perguntas devem estar em nossa mente durante todo o processo de design thinking e devem ser pontos focais desse processo. Modelo de desenvlvimento de artfatos| Fonte: D. School Atenção É fundamental que exista uma preocupação constante com a funcionalidade e aplicabilidade de uma inovação e que não atendamos apenas demandas estéticas. Só assim podemos obter, como resultado do processo, uma inovação real, e não apenas uma novidade que não se originou em demandas, problemas ou necessidades. Sem ter isso em mente, não seremos capazes de gerar um produto ou serviço que seja uma solução inovadora. Atividade 4. Relacione as metodologias de design thinking com as etapas básicas de empatia, cocriação e prototipagem. Conclusão Alguns desses métodos são utilizados há muito na área da Administração e do Marketing, outros são adaptações e temos ainda métodos que foram pensados exclusivamente para a abordagem do design thinking. Aqui, listamos alguns, relacionando cada um deles com uma ou mais etapas projetuais, mas você deve ter autonomia para adaptar cada método ao seu projeto. Em última análise, cada projeto de um produto ou serviço pode ter um método exclusivamente adequado às suas necessidades. Um bom modo de pensar sobre como de�nir o modelo a ser utilizado é você estabelecer um escopo bem de�nido para o projeto. Fonte: Shutterstock | Por Beer5020 Prazos, custos e recursos necessários são um bom ponto de partida. Re�ita sobre as entregas principais, premissas e restrições. Quanto mais informações, melhor você poderá de�nir um escopo o que lhe proporcionará um resumo do �uxo básico e das interações necessárias dentro do processo. No �m, é importanteque a de�nição do escopo seja validada com todos os interessados. Os objetivos do projeto, resultados esperados e o trabalho a ser realizado são importantes indicativos que você pode usar ao escolher a melhor metodologia para um projeto. Também é importante lembrar que a prática leva à perfeição. Quanto mais praticamos as metodologias, mais seguros nos sentimos e melhor elas atendem a nossas expectativas. Quanto melhor trabalhamos com os recursos e com o material humano que estará a nossa disposição, melhor a metodologia nos parece. Esse deve ser um processo contínuo de aprimoramento que devemos buscar. Notas alternativas ou ideias1 Aqui é que costumam entrar os post-its, que ajudam o grupo a organizar e selecionar as ideias mais recorrentes ou mais interessantes Referências BROWN, Tim. Design Thinking: Uma metodologia poderosa para decretar o �m das velhas ideias. Rio de Janeiro: Elsevier, Campus, 2010. DESIGN COUNCIL. Design Methods Step 1: Discover. Disponível em: https://www.designcouncil.org.uk/news-opinion/design- methods-step-1-discover. Acesso em: 20 mar. 2019. NORMAN, Donald A. The Psychology of Everyday Things. New York: Basic Books, 2015. Próxima aula • De�nição e elaboração de um projeto cultural; • Importância do projeto cultural para a sociedade. Explore mais Sugestões de vídeo • Design Thinking: uma nova abordagem na solução dos desa�os mais complexos. Disponível em: https://www.youtube.com /watch?v=7fcqb2a5_ok&t=2s <https://www.youtube.com/watch?v=7fcqb2a5_ok&t=2s> . Acesso em: 20 mar. 2019. Sugestões de leitura • NORMAN, D.; EUCHNER, J. Design for use. In: Research Technology Management, v. 59, n. 1, p. 15-19, 2016. • PINHEIRO, T.; ALT, L. Design Thinking Brasil: empatia, colaboração, experimentação. Rio de Janeiro: Campus, 2011. • STICKDORN, M. Isto é design thinking de serviços: fundamentos, ferramentas e casos. Porto Alegre: Bookman, 2014. • VIANNA, M. et al. Design Thinking: inovação em negócios. Rio de Janeiro: MJV Technology & Innovation, 2011. https://www.youtube.com/watch?v=7fcqb2a5_ok&t=2s https://www.youtube.com/watch?v=7fcqb2a5_ok&t=2s https://www.youtube.com/watch?v=7fcqb2a5_ok&t=2s https://www.youtube.com/watch?v=7fcqb2a5_ok&t=2s https://www.youtube.com/watch?v=7fcqb2a5_ok&t=2s https://www.youtube.com/watch?v=7fcqb2a5_ok&t=2s https://www.youtube.com/watch?v=7fcqb2a5_ok&t=2s https://www.youtube.com/watch?v=7fcqb2a5_ok&t=2s