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REDAÇÃO E EDIÇÃO
IMPRESSA
PROF. ME. JOSÉ ROGERIO SILVA
“A Faculdade Católica Paulista tem por missão exercer uma ação integrada de suas atividades educacionais, visando à 
geração, sistematização e disseminação do conhecimento, 
para formar profissionais empreendedores que promovam 
a transformação e o desenvolvimento social, econômico e 
cultural da comunidade em que está inserida.
Missão da Faculdade Católica Paulista
 A v. Cristo Rei, 305 - Banzato, CEP 17515-200 Marília - São Paulo.
 www.uca.edu.br
Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida por qualquer meio ou forma 
sem autorização. Todos os gráficos, tabelas e elementos são creditados à autoria, sal-
vo quando indicada a referência, sendo de inteira responsabilidade da autoria a emis-
são de conceitos.
Diretor Geral | Valdir Carrenho Junior
REDAÇÃO E EDIÇÃO IMPRESSA
PROF. ME. JOSÉ ROGERIO SILVA
SUMÁRIO
AULA 01
AULA 02
AULA 03
AULA 04
AULA 05
AULA 06
AULA 07
AULA 08
AULA 09
AULA 10
AULA 11
AULA 12
AULA 13
AULA 14
AULA 15
AULA 16
FUNÇÕES DA COMUNICAÇÃO
COMUNICAÇÃO TEXTUAL
ESTRUTURA DA NOTÍCIA JORNALÍSTICA
TEXTOS INFORMATIVOS
TEXTOS OPINATIVOS
TEXTOS – OUTROS FORMATOS
JORNALISMO E LITERATURA
CRÔNICA
REPORTAGEM – TÉCNICA, ESTILO E PRÁTICA
GRANDE REPORTAGEM
LIVRO REPORTAGEM
ROMANCE REPORTAGEM
ENTREVISTA – CLASSIFICAÇÃO E TIPOS
TÉCNICAS PARA UMA BOA ENTREVISTA
PAUTA NO JORNALISMO IMPRESSO
TUDO PRONTO, HORA DE ESCREVER
6
13
20
28
35
43
48
54
61
68
72
76
81
88
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FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 4
REDAÇÃO E EDIÇÃO IMPRESSA
PROF. ME. JOSÉ ROGERIO SILVA
INTRODUÇÃO
 Sejam todos muito bem-vindos a nossa disciplina de Redação e Edição Impressa. 
Abordaremos a partir de agora e durante as nossas aulas as técnicas necessárias e 
essenciais para a correta redação jornalística.
 Apresentaremos, também, sempre respaldados pela fundamentação teórica de 
grandes nomes da linguística, comunicação e jornalismo, o processo de produção da 
notícia que começa na pauta e vai até à edição e publicação dos textos. 
 Mostraremos por meio de exemplos reais do dia a dia das redações, como deve ser 
feito o trabalho de apuração e redação jornalística. Iremos conhecer o processo de 
comunicação textual, abordando a estrutura da notícia jornalística.
 Os vários gêneros e formatos de textos jornalísticos existentes serão apresentados 
e saberemos a finalidade e o momento certo de usar cada um, sejam os gêneros infor-
mativos, opinativos ou em outros formatos que existem.
 O papel da reportagem no trabalho jornalístico será devidamente abordado, mos-
trando as variações existentes, a abrangência e as possibilidades de aplicação. Técnica, 
estilo e prática de reportagem também serão apresentadas.
 A proximidade que existe entre jornalismo e literatura será valorizada, mostrando aos 
profissionais de comunicação que é extremamente importante o domínio da linguagem 
literária por parte dos jornalistas, na medida em que existem produções jornalísticas 
que utilizam com muito sucesso as técnicas literárias.
 Além disso, esta junção entre jornalismo e literatura, já comprovadamente exitosa 
cria para os profissionais de comunicação novos horizontes de atuação e inúmeras 
possibilidades para o desenvolvimento de suas profissões.
 Falaremos sobre a entrevista, uma das marcas do trabalho jornalístico e que envolve 
muita técnica na preparação, execução e edição. Os critérios de classificação e os 
principais tipos de entrevistas que são realizadas.
 A pauta, ponto de partida para o trabalho de qualquer jornalista, será apresentada. 
Iremos mostrar como se elabora uma pauta de maneira correta, contendo todos os 
elementos necessários para a produção de um bom texto, a realização de uma boa 
entrevista e a divulgação completa das notícias.
FACULDADE CATÓLICA PAULISTA | 5
REDAÇÃO E EDIÇÃO IMPRESSA
PROF. ME. JOSÉ ROGERIO SILVA
 Após conhecermos as mais variadas técnicas e gêneros existentes dentro da produ-
ção jornalística textual, destinado a jornais, revistas e livros, mostraremos que é hora 
de começar a escrever. 
 Traremos dicas importantes para que o repórter, após obter de maneira correta, 
organizada e completa todas as informações, depoimentos e entrevistas, saiba também 
saber redigir um bom texto, imprimir seu estilo a narrativa e conquistar o leitor.
 Enfim, caros alunos e alunas, buscaremos durante as próximas 16 aulas levar até 
vocês informações extremamente importantes e necessárias para que todos possam 
ter o domínio completo sobre a elaboração de uma notícia.
 Seja uma pequena nota, uma reportagem, uma entrevista ou ainda uma grande 
reportagem ou até mesmo um livro reportagem, você saberá quais são os caminhos 
técnicos e teóricos para se chegar a este formato.
 Desejo a todos bons estudos esforcem-se na absorção dos conteúdos, busquem 
novas referências e informações além das que iremos tratar aqui e coloquem em prática 
os ensinamentos adquiridos.
 O jornalista é ao mesmo tempo testemunha e redator dos acontecimentos históricos 
e tem como missão profissional e de vida, levar a toda sociedade estas informações, 
de maneira correta, clara, objetiva e completa, para que todos nós possamos entender 
melhor o mundo em que vivemos e contribuir para a construção de uma sociedade 
mais justa e solidária.
 Bons estudos!
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AULA 1
FUNÇÕES DA COMUNICAÇÃO
A comunicação foi o canal pelo qual os padrões de vida de sua cultura foram-
-lhe transmitidos, pelo qual aprendeu a ser “membro” de sua sociedade – de 
sua família, de seu grupo de amigos, de sua vizinhança, de sua nação (...) a 
comunicação confunde-se, assim, com a própria vida. Temos tanta consciên-
cia de que comunicamos como de que respiramos ou andamos. Comunicar é 
uma necessidade básica da pessoa humana, do homem social (BORDENAVE, 
2012, p, 19).
 Sejam todos bem-vindos a nossa primeira aula da disciplina de Redação e Edição 
Impressa. Trataremos nestas primeiras aulas sobre técnicas de redação jornalística, 
essencial para que qualquer pessoa, principalmente para que um jornalista tenha capa-
cidade teórica, técnica e prática de redigir bons textos.
 Para que um jornalista possa entender o processo de comunicação e oferecer aos 
seus leitores uma visão completa dos fatos apurados, com o emprego de palavras 
corretas e linguagem adequada, começaremos tratando sobre as funções da comuni-
cação e sua empregabilidade no dia a dia da sociedade. 
 No processo de comunicação entre duas ou mais pessoas a utilização da lingua-
gem para comunicar é oral e direta. Uma fala e a outra ouve, decodifica o que foi dito, 
interpreta os gestuais, a tonalidade de voz, o ritmo da fala e gera seu entendimento, de 
acordo com suas referências sociais e ideológicas. 
 Já o processo de comunicação jornalística é diferente. Primeiro porque é uma comu-
nicação referencial, na medida em que se fala sobre algo exterior tanto para o emissor 
como para o receptor da notícia. 
 O uso, portanto, de uma narração em terceira pessoa neste processo é necessário, 
pois o repórter está contando sobre algo externo, ou seja, um texto que será lido e 
interpretado por várias outras pessoas. Não cabe aqui, deste modo, a fala direta, em 
primeira pessoa, salvo algumas raras exceções. 
 No jornalismo impresso, existe ainda o suporte do papel e toda construção gráfica, 
que passa pela diagramação das páginas, escolha dos tipos e fontes (tamanho e modelo 
das letras utilizadas), proporcionando outra forma de interação. 
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 Para o professor Nilson Lage, para que este processo de comunicação feito por meio 
do jornalismo impresso obtenha êxito, surta o efeito desejado, torna-se necessário por 
parte de quem produz esta comunicação, no caso o jornalista, ter um bom domínio 
deste sistema referencial.
O domínio da referencialidade permite diferenciar a linguagem jornalística 
da linguagemdidática, ainda quando esta se propõe a divulgação do conhe-
cimento ou divulgação científica: nos textos didáticos, predomina a metalin-
guagem, isto é, explicação ou definição de um item léxico para outro (...) não 
é o que ocorre no jornalismo: aqui as proposições principais dão conta de 
transformações, deslocamentos ou enunciações (a notícia); ou se formulam a 
partir de acontecimentos (a reportagem interpretativa, o artigo). A explicação 
ou definição dos termos aparece como oposto, ou como períodos intercalados 
com o único objetivo de permitir a compreensão do conteúdo (LAGE, 2002, 
p, 39-40).
 No quadro a seguir, o professor Bordenave explica que a comunicação satisfaz uma 
série de funções do ser humano.
 Fonte: (BORDENAVE, 2012, p. 46-47)
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1.1 Funções da linguagem
 Com relação à linguagem, a chamada estrutura verbal de uma mensagem, seu fun-
cionamento irá depender da função que predomina em cada ato de comunicação, ou 
seja, a quem se destina a mensagem. 
 Quando se destaca, por exemplo, uma mensagem com foco ao próprio emissor, a 
função predominante torna-se emotiva. Já quando o destaque da mensagem é ende-
reçado ao receptor, a função se altera. Assim como para outros endereçamentos. 
Nascimento (2009) nos apresenta uma classificação de seis funções e destaques de 
endereçamento que se alteram a cada momento.
Fonte: (NASCIMENTO, 2009, p. 9)
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Fonte: (NASCIMENTO, Patrícia C. Técnicas de redação em jornalismo. São Paulo. Saraiva, 2009.p, 10-16).
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1.2 Competência comunicativa
 Para Medeiros (2017, p.156), esta questão de domínio das referencialidades passa, 
também, pelo que o autor denomina de “conceito de competência comunicativa”, que 
seria a capacidade não apenas de produção gramatical, mas também a capacidade 
de criar interação entre os seres sociais com o objetivo de comunicar, ou seja, uma 
comunicação específica com determinado fim. 
A produção textual, segundo as teorias sociointeracionistas, é vista como 
“atividade interacional de sujeitos sociais, tendo em vista a realização de 
determinados fins” (KOCH, 2003, p. 7). O sujeito organizador do texto, em 
interação com outro(s) sujeito (s), propõe construir um texto, que é resultado 
de uma complexa rede de fatores: especificidade da situação, crenças, convic-
ções, conhecimentos partilhados, expectativas mútuas, normas e convenções 
socioculturais. Assim é que a realização de um texto implica um conjunto 
de atividades cognitivo-discursivas, que espalharão pelo texto propriedades 
responsáveis pela criação do sentido. (MEDEIROS, 2017, p.156).
 O autor lembra ainda que o domínio das técnicas gramaticais, o bom uso das pala-
vras e sua aplicabilidade são elementos fundamentais, mas que apenas isso não é 
suficiente para sua aplicação, como na produção de textos jornalísticos, científicos ou 
de outras modalidades.
As regras gramaticais sozinhas não são suficientes para entender o funcio-
namento da língua, o qual reclama sempre regras de uso. Dispor apenas de 
conhecimentos de estrutura gramatical não é condição suficiente para apre-
sentar-se como pessoa capaz, no uso da língua, de construir sentidos, sobre-
tudo porque a construção de sentidos não depende apenas da enunciação; 
depende também do enunciatário. Daí Dell Hymes ter elaborado o conceito 
de competência comunicativa (MEDEIROS, 2017, p.157).
 Vimos, portanto, que a produção de um texto que pode ser escrito ou falado, não é uma 
atividade que envolva apenas a linguística ou o domínio do entendimento gramatical. 
Além do domínio destes conceitos e conhecimentos, que são realmente necessários, 
é preciso ainda criar uma boa visão de mundo. 
 A produção de um texto passa por ações linguísticas, gramaticais, mas também 
cognitivas, sociais e de interação, ou seja, tanto para a produção como a recepção de 
um texto, não basta somente o conhecimento da língua, mas o suporte de toda uma 
bagagem cultural que deve acompanhar quem se propõe a escrever. A visão cultural e 
social é, portanto, tão importante como o uso gramaticalmente correto das palavras.
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Não podemos escrever sobre algo que desconhecemos. Como escrever sobre 
economia se não temos conhecimento dessa área? Da mesma forma, se 
vamos escrever sobre filosofia, além de outros conhecimentos, temos de 
ter informação suficiente sobre essa área do saber humano. Para escrever, 
precisamos ter o que dizer (MEDEIROS, 2017, p.157).
 
 O pesquisador entende, portanto, que “possuiria competência o indivíduo que sou-
besse quando falar, quando não falar e a quem falar, onde falar e de que forma falar” 
(MEDEIROS, 2017, p.157). Na tabela a seguir, apresentaremos o que a pesquisadora 
Vera Lúcia Teixeira da Silva, citada por Medeiros, classifica em sua obra “Competência 
comunicativa em língua estrangeira (que conceito é esse?)”, como sendo as quatro 
competências de que dispõe um usuário da língua:Fonte: (SILVA, 2004, p.7-17 apud 
MEDEIROS, 2017, p, 157).
Fonte: (SILVA, 2004, p.7-17 apud MEDEIROS, 2017, p, 157).
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Fonte: (MEDEIROS, 2017, p.157)
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AULA 2
COMUNICAÇÃO TEXTUAL
 Importante saber que quando escrevemos, mesmo ao utilizarmos técnicas e normas, 
estamos criando um texto próprio, autoral, que vai aos poucos ganhando caracterís-
ticas da nossa maneira de ver, sentir e interpretar os acontecimentos. São textos que 
se tornam próprios de quem os escreve e que dialogam tanto com os acontecimentos 
quanto com o ato de comunicar.
 Vocês acompanharam na disciplina que trata sobre Teorias da Comunicação/Jor-
nalismo, os elementos que compõem o processo de comunicação: emissor – receptor 
– mensagem – canal – código – referente. Temos ainda, nas teorias mais recentes a 
figura do feedback, ou seja, o retorno ou a troca de posições entre emissor e receptor 
para análise e interpretação da notícia. 
 Outros dois elementos que também foram incorporados em teorias mais recentes 
são os ruídos provocados pela mensagem ou em sua interpretação. Para minimizar os 
efeitos danosos do ruído em comunicação existe uma ação denominada redundância, 
ou seja, a repetição ou construção do mesmo texto de outra maneira para que venha 
a ser entendido por completo.
É redundante todo dado que não traz nenhuma informação nova à mensa-
gem. No entanto, a redundância não deve ser considerada um fator negativo 
na comunicação, pois avalia-se que as línguas em geral apresentam cerca 
de 50% de redundância, para que a mensagem seja entendida com clareza. 
A simples estratégia de “explicar de novo com outras palavras” o que já foi 
registrado anteriormente no texto configura-se um método eficaz de evitar 
desentendimentos acerca da informação transmitida. Por exemplo: “O Brasil 
é um país profundamente desigual quanto à distribuição de renda; em outras 
palavras, aqui a maior parte da população vive com baixa renda e apenas uma 
pequena parcela detém grande parte da riqueza” (NASCIMENTO, 2009, p, 5).
 Vamos conhecer um pouco mais sobre os elementos que compõe o processo de 
comunicação, acompanhando uma reportagem publicada em jornal.
Maiores bancos privados fazem iniciativa conjunta em defesa da Amazônia 
(reportagem publicada no jornal Folha de S. Paulo – 22/07/2020 pelos repór-
teres Thais Carrança e Gustavo Uribe)
Executivos dos três maiores bancos privados do Brasil reuniram-se nesta quar-
ta-feira (22) com o vice-presidente Hamilton Mourão e outros representantes 
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do governopara discutir uma agenda conjunta para a Amazônia....Com isso, os 
bancos se juntam a investidores internacionais e grandes empresas brasileiras, 
que têm buscado em Mourão uma interlocução com o governo para tratar das 
preocupações com o efeito da questão ambiental sobre a economia brasileira....
Mas, diferentemente dos investidores e das empresas, que lançaram duras 
cartas com críticas à ação do governo na área ambiental, os bancos preferiram 
adotar um tom conciliatório com a gestão Jair Bolsonaro (sem partido)....Do 
encontro, resultou uma carta de intenções, ainda sem muitos detalhes, para 
que as instituições financeiras apoiem o poder público em iniciativas de estí-
mulo à bioeconomia na região, ao desenvolvimento de infraestrutura básica 
para a população local e fomentem o mercado de títulos financeiros verdes.
 Analisando a reportagem, identificando como emissor os dois repórteres, como 
receptor o leitor do texto que poderá ser qualquer pessoa a qualquer tempo, temos 
como mensagem o formato reportagem, divulgado pelo canal jornal impresso, utili-
zando como código a língua portuguesa, e tendo como referência o assunto tratado, o 
tema da reportagem, que neste caso é o desmatamento na Amazônia e a preocupação 
dos bancos com os efeitos do desmatamento na economia brasileira. (Perceba que a 
preocupação dos bancos é com relação aos efeitos sobre a economia e não sobre o 
meio ambiente).
 Falando ainda sobre a elaboração do texto, recorremos novamente a Nascimento 
(2009) para analisarmos agora não o texto em si, o resultado material e palpável deste 
processo, mas o processo de elaboração, que nos traz algumas reflexões importantes.
 - Quem é esse “eu” que escreve? Qual o papel (ou papéis) que exerço na produção 
do texto? Aluno? Professor? Jornalista? Funcionário? Amigo?
 - Para quem eu escrevo? Qual é o perfil desse “outro” a quem se destina a escrita?
 - Eu escrevo sobre o quê? Qual assunto ou fato o texto vai abordar? Tenho conhe-
cimento suficiente sobre isso?
 - Qual o melhor veículo ou canal a ser utilizado para a “transmissão” da mensagem? 
Devo usar a Internet, o telefone?
 - Qual o formato adequado de texto? Que texto será esse? Um artigo? Uma carta? 
Um e-mail?
 - E qual o código a ser utilizado? Devo usar a língua portuguesa? Em um registro 
mais coloquial, mais informal ou mais formal? É interessante utilizar outros códigos, 
como o fotográfico e o gestual? (NASCIMENTO, 2009, p.7)
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Anote isso
Procure se colocar no lugar do leitor. KOTSCHO (2002), em seu livro “A Prática 
da Reportagem” (p.16), fala sobre isso ao comentar uma reportagem de jornal. 
Diz ele: uma matéria sobre trânsito vai descrevendo o que encontramos pela 
frente e, no final, um fato inesperado permitiu dar um toque mais pessoal no 
relato de viagem. O objetivo dessas matérias é fazer com que o leitor viaje junto, 
o repórter cumprindo sua função primeira: colocar-se no lugar das pessoas que 
não podem estar lá, e contar o que viu como se estivesse escrevendo uma carta 
a um amigo. O final da matéria:
As cenas vão-se repetindo monotonamente até a Ponte do Limão, 
quando o rebocador encalha de vez. “Daqui não dá para passar”, explica o 
capitão Ezequiel, depois de topar numa pedra que quase derruba o Gil na 
água. “O rio não tem calado, está muito baixo”. A pé, as margens do Tiete, 
só nos resta subir o barranco até a Marginal, em frente ao Play Center. 
A motorista do taxi que nos recolheu deve ter levado um susto, quem 
sabe achado que se tratava de quatro marcianos de coletes amarelos 
perdidos na metrópole paulista. (Folha de S. Paulo, 27 jul.1983, p.10). 
2.1 Variações Linguísticas 
 O Brasil é um país de dimensões continentais e formado por variações culturais as 
mais diversas. Em todas as regiões do país, mesmo que exista apenas um idioma oficial, 
a língua portuguesa, encontramos expressões diferentes para se escrever ou pronunciar 
a mesma palavra, além dos jeitos e sotaques de se falar também diferenciados. 
 O modo de se falar nos estados da Região Norte ou Nordeste, difere dos estados 
da Região Sul, assim como o Centro Oeste tem expressões próprias, ou seja, o Brasil 
possui expressões variadas na oralidade, que também acabam influenciando a gramá-
tica, na forma como certas palavras são, além de pronunciadas, também escritas em 
determinadas regiões. 
 A palavra semáforo, por exemplo, também pode ser farol ou ainda sinal, dependendo 
o Estado em que se está. Bolacha em São Paulo, no Rio de Janeiro recebe o nome de 
biscoito, que em são Paulo significa outra qualidade de alimento. Cacetinho é o nome 
no Sul para o conhecido pão francês, termo usado na maioria dos Estados. No estado 
do Paraná, criança é conhecida por piá, enquanto que no Rio Grande do Sul é tratado 
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por guri ou guria e na maioria dos estados, garoto, garota. No Ceará a palavra mangar 
significa tirar sarro de alguém.
 Percebemos como é rica e variada a cultura linguística brasileira, resultado da pre-
sença de vários países europeus na formação dos estados e regiões, além dos Estados 
que fazem divisa com outros países, onde no decorrer do tempo ocorre uma fusão de 
costumes e consequentemente das expressões.
 Na escrita encontramos três formatos que acabam se diferenciando entre si e mar-
cando posições, que são a linguagem formal, a linguagem mais comum e usual ou 
coloquial. Nascimento (2009) chama estes formatos de registros e nos fala um pouco 
mais sobre cada um.
O registro culto-representa a língua padrão escolarizada, pois implica conhe-
cimento gramatical-ortográfico e vocabulário diversificado. É propício ao 
discurso científico-acadêmico e à literatura. Observe: “A saída para o crônico 
estado de passividade em que se encontra grande parte da humanidade diante 
de intempéries climáticas é, indubitavelmente, a conscientização de que todos, 
sem exceção, são responsáveis pela implementação de medidas salutares em 
benefício desse complexo e magnífico sistema que é a vida no planeta Terra”. 
O registro comum ou coloquial-corresponde a uma variante menos formal, 
mas pressupõe conhecimento gramatical. É utilizado pela mídia para atingir 
um público amplo e, ao mesmo tempo, adequar-se a situações específicas de 
comunicação. Veja: “A Secretaria de Cultura de São Paulo promove, a partir da 
próxima segunda-feira, atividades de incentivo à leitura em todas as bibliote-
cas municipais da cidade. A programação inclui espetáculos teatrais, shows 
musicais e contação de histórias”. 
O registro informal ou popular–corresponde à língua não escolarizada (ou 
de pouca inferência normativa); é mais comum na oralidade e o vocabu-
lário apresenta-se mais restrito. A não obediência às regras gramaticais, por 
exemplo quanto à concordância verbal e à colocação pronominal, é comum 
nessa modalidade. Leia o exemplo: “Tava todo mundo chateado. Ninguém 
viu ela por ali. Num era possível que tantos dias se passasse sem ela voltar”. 
(NASCIMENTO, 2009, p.28).
2.1.1 Linguagem Jornalísticas
 Com relação aos registros especificamente voltados ao jornalismo em texto escrito 
e impresso, encontramos na obra do jornalista e professor Nilson Lage três definições 
sobre esta linguagem, que são: os registros de linguagem, o processo de comunicação 
e os compromissos ideológicos.
 Sobre “registros de linguagem”, o professor Lage comenta que não existe uma homo-
geneidade na língua falada no Brasil, pois abarca discursos especializados, regionalis-
mos e assim como em Nascimento (2009), existem os registros formais e o coloquial. 
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Segundo Lage (2002), a linguagem formal é mais tradicionalista, preservando usos do 
passado e tem a função também de demonstrar erudição, certa ascensão social por 
quem a utiliza. Ao contrário da linguagem coloquial, espontânea,que reflete as refe-
rências locais e regionais do interlocutor.
Do ponto de vista da eficiência, da comunicação, o registro coloquial seria 
sempre preferível. É mais acessível para as pessoas de pouca escolaridade e, 
mesmo para as que estudaram ou lidam constantemente com a linguagem 
formal, permite mais rápida fruição e maior expressividade. No entanto, o regis-
tro formal é uma imposição de ordem política, esteja ou não em lei. A pressão 
social valoriza seu emprego e qualifica de erro todo desvio (LAGE, 2002, p, 37).
 
 Devido a estas duas questões e buscando conciliar uma comunicação eficiente, que 
ao mesmo tempo seja aceita socialmente, o jornalismo se constitui de expressões e 
palavras que buscam enquadrar-se nos dois sistemas e seja passível de aceitação 
tanto no registro formal quanto no coloquial.
 Sobre o processo de comunicação, o professor Lage lembra que a comunicação 
feita pelo jornalismo se torna referência, pois fala ao emissor, ao receptor e ao processo 
de comunicar em si, impondo o uso quase que totalmente de uma terceira pessoa nas 
reportagens, com raras exceções. Esta referência permite a diferenciação, por exemplo, 
da linguagem didática acadêmica, ou científica, onde predomina a chamada metalin-
guagem, ou seja, a explicação ou definição de itens, diferente do que ocorre no texto 
jornalístico.
A situação corrente em jornalismo é de um receptor falando a um grande 
número de receptores. [...], por isso, os adjetivos testemunhais e as aferições 
subjetivas devem ser eliminados. Comerciante próspero, bela mulher, grande 
salário, edifício alto, episódio chocante, são exemplos de locuções nas quais o 
sentido de próspero, bela, grande, alto ou chocante, depende, essencialmente, 
dos valores, padrões e sensibilidade de quem fala. Em texto não assinado [...] 
a significação destas palavras torna-se obscura. A norma é substituir tais 
expressões por dados que permitam ao leitor ou ouvinte fazer sua própria 
avaliação (LAGE, 2002, p, 40).
 Falando agora sobre registros ideológicos, o professor Nilson Lage confirma que 
sempre estarão presentes na linguagem jornalística as questões ideológicas, pois o 
jornalismo é feito em um tempo histórico e atual, e as pessoas, sejam jornalistas ou 
não, convivem em sociedade incorporando em graus maiores ou menores, discursos 
desta época histórica.
 Esta ideologia, transferida para a linguagem, oferece certa resistência à produção 
textual para que não se perca a identidade de um país na construção de sua linguagem. 
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Segundo Lage (2002), em certa medida esta resistência é positiva, no sentido de que 
se manterá uma linguagem muito mais próxima do que se utiliza no dia a dia, com 
exceção de construções muito subutilizadas, como – far-se-ia, dá-lo-ão, realizar-se-á. 
Este esforço é possível na linguagem jornalística, desde que não afete a comu-
nicabilidade. Não há perda – geralmente existe ganho – de exatidão quando 
se escreve, em lugar de: realizar um projeto (de to realize), conceber um pro-
jeto; de planta industrial (de plant), usina; de assumindo que (de to assume), 
admitindo que; de os donativos serão revertidos para a obra assistencial (em 
inglês, to revert, transitivo), os donativos reverterão para a obra assistencial 
(LAGE, 2002, p. 43). 
 Durante nossas aulas, abordaremos também questões relativas à escrita, levando 
em conta gramática e ortografia, que para um jornalista são fundamentais e essenciais 
o conhecimento e domínio, para a produção de bons textos, ao mesmo tempo, que 
sejam redigidos sempre de forma correta. 
 Usaremos para isso informações extraídas do Manual de Redação e Estilo do jornal 
O Estado de S. Paulo, quando trata dos cem erros mais comuns na escrita jornalística.
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Isto está na rede
- “Mal cheiro”, “mau-humorado”. Mal opõe-se à bem e mau, a bom. Assim: mau 
cheiro (bom cheiro), mal-humorado (bem-humorado). Igualmente: mau humor, 
mal-intencionado, mau jeito, mal-estar.
- “Fazem” cinco anos. Fazer, quando exprime tempo, é impessoal: Faz cinco 
anos. / Fazia dois séculos. / Fez 15 dias.
- “Houveram” muitos acidentes. Haver, como existir, também é invariável: Houve 
muitos acidentes. / Havia muitas pessoas. / Deve haver muitos casos iguais.
- “Existe” muitas esperanças. Existir, bastar, faltar, restar e sobrar admitem nor-
malmente o plural: Existem muitas esperanças. / Bastariam dois dias. / Faltavam 
poucas peças. / Restaram alguns objetos. / Sobravam ideias.
- Para “mim” fazer. Mim não faz, porque não pode ser sujeito. Assim: Para eu 
fazer, para eu dizer, para eu trazer.
- “Há” dez anos “atrás”. Há e atrás indicam passado na frase. Use apenas há 
dez anos ou dez anos atrás.
- “Venda à prazo”. Não existe crase antes de palavra masculina, a menos que 
esteja subentendida a palavra moda: Salto à (moda de) Luís XV. Nos demais 
casos: a salvo, a bordo, a pé, a esmo, a cavalo, a caráter.
- “Porque” você foi? Sempre que estiver clara ou implícita a palavra razão, use 
por que separado: Por que (razão) você foi? / Não sei por que (razão) ele faltou. 
/ Explique por que razão você se atrasou. Porque é usado nas respostas: Ele se 
atrasou porque o trânsito estava congestionado.
Fonte: Manual de Redação jornal O Estado de São Paulo (os cem erros mais 
comuns) – disponível em: https://www.estadao.com.br/manualredacao/erro
https://www.estadao.com.br/manualredacao/erro
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AULA 3
ESTRUTURA DA NOTÍCIA 
JORNALÍSTICA
 A estrutura convencional de uma notícia no jornalismo impresso atual é conhecida 
por pirâmide invertida, onde, na parte superior, estão os parágrafos com as informações 
mais importantes. Na sequência, aparecem ao longo do texto todas as informações 
necessárias, em ordem decrescente de importância.
 Desta maneira, além de tornar a notícia objetiva, também facilita a leitura, pois 
basta que se leia o título e os primeiros parágrafos para que se conheça os principais 
elementos dispostos no texto. 
 Caso o leitor interrompa a leitura no meio do texto, ou nos primeiros parágrafos, con-
seguirá entender a notícia, mesmo sem saber todos os detalhes. Isto não era possível 
quando a estrutura utilizada era o chamado “nariz de cera”, formato que perdeu força 
com o passar do tempo e hoje, conforme afirma Nascimento (2009), está praticamente 
eliminado e esquecido no chamado jornalismo contemporâneo.
A “pirâmide invertida” é o procedimento de organização textual mais usado 
em textos noticiosos, com o objetivo de oferecer de maneira direta o que se 
considera mais importante acerca do fato; combate o chamado “nariz de cera”, 
abertura tradicionalmente vetada para textos noticiosos por não trazer o fato 
de forma rápida e direta. O “nariz de cera” é identificado por uma introdução 
geralmente longa, que apenas “ronda” o elemento factual, mas não o apresenta 
diretamente (NASCIMENTO, 2009, p. 82).
 
 Veja na ilustração abaixo o formato da pirâmide invertida com a disposição do texto 
e as informações na construção de uma notícia.
 
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Fonte: https://platzi.com.br/blog/piramide-invertida-jornalismo-digital/
 
 Confira na notícia a seguir, que no início do texto, nos dois primeiros parágrafos, já 
são passadas as informações mais importantes. Caso o leitor não queira continuar, 
ele terá elementos para entender do que se trata o texto. Caso decida continuar terá 
informações adicionais sobre o desdobramento dos fatos e acontecimentos. 
Metrô de São Paulo terá greve nesta terça-feira: Justiça determina que 95% 
da operação funcione no horário de pico (manchete)
 
O Sindicato dos Metroviários de São Paulo decidiu entrar em greve nesta 
terça-feira (28). A decisão foi tomada em assembleia online na noite desta 
segunda (27).A paralisação deve afetar as linhas 1-azul, 2-verde, 3-vermelha 
e 15-prata do Metrô, administradas pelo estado. Os operadores das linhas 
4-amarela e 5-lilás não costumam parar.
Com a greve, a expectativa é que as linhas de ônibus da região metropolitana 
de São Paulo sejam afetadas, com grande aglomeração de passageiros - 
situação contraindicada por especialistas em meio à pandemia da Covid-19, 
que requer distanciamento para evitar a disseminação do novo coronavírus.
A Justiça do Trabalho concedeu liminar ao Metrô determinando que haja 95% 
de funcionamento do serviço no horário de pico, entre as 6h e as 9h e entre 
às 16h30 e às 19h30. Nos demais horários, deve funcionar 65% da operação 
em todas as estações.
Além disso, decidiu que “deverão ainda ser observadas, durante o período de 
greve, as atribuições de cada funcionário, inclusive dos engenheiros, não se 
admitindo alterações objetivas do contrato.”
Caso as determinações sejam descumpridas, multa diária de R$ 150 mil para 
o sindicato e R$ 500 mil para o Metrô (Folha de S. Paulo, 27 de julho de 2020).
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 Neste formato, caso seja necessário diminuir o tamanho de um texto, o corte é feito 
de baixo para cima, mantendo as informações essenciais, sem a necessidade de se 
resumir a matéria. 
 O segundo parágrafo apresenta informações que complementam o fato principal 
(com a greve, a expectativa é que as linhas de ônibus na região metropolitana de 
São Paulo sejam afetadas), já com explicações sobre os impactos da medida para a 
população. 
 
3.1 lide (lead), começo de tudo 
 Vamos nos dedicar agora a falar sobre o lide, certamente um elemento fundamen-
tal e decisivo na produção textual jornalística. Por meio do lide é possível despertar a 
atenção do leitor, apontar os elementos mais importantes de um texto jornalístico e 
começar com o pé direito uma notícia.
 Lide vem do inglês “lead”, que significa “conduzir”, ou seja, o lide é o primeiro parágrafo 
de um texto jornalístico e deve ser elaborado com muito critério, oferecendo ao leitor 
informações essenciais para que ele tenha interesse em continuar lendo o restante do 
texto, ou seja, seja conduzido ao restante das informações.
 Segundo Nascimento (2009, p. 80), “o lide é considerado a principal estratégia textual 
no relato noticioso e se pauta pela objetividade, simplicidade e pela hierarquia de infor-
mações, a partir dos critérios de atualidade e interesse público”. Um bom lide precisa 
responder a seis perguntas básicas.
Quem?
O quê?
Quando?
Onde?
Como?
Por quê?
 Para o jornalista e professor LAGE (2005, p. 74), “a origem do lead não está relacio-
nada à tradição literária [...] mas ao uso oral, isto é, a maneira como, numa conversação, 
alguém relata algo que assistiu”, mas com as devidas adaptações textuais, retirando o 
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texto da primeira pessoa e tornando-o impessoal, utilizando para isso a narração em 
terceira pessoa.
 Observe o lide abaixo e perceba que em poucas palavras a notícia já passa ao leitor 
as informações mais importantes. Caso ele se interesse pelo assunto ou queira saber 
mais informações deverá continuar a leitura: 
Brasil registrou 556 mortes pela Covid-19 neste domingo (26). Desde março, 
o país acumulou 87.052 óbitos durante a pandemia do novo coronavírus. 
Atualmente, são 2.419.901 casos; 23.467 deles nas últimas 24 horas. (Folha 
de S. Paulo, 26 de julho de 2020).
 Na notícia utilizada como exemplo são respondidas as seis perguntas básicas:
Quem? O Brasil
O que? Registrou 556 mortes
Quando? Neste domingo
Onde? Em todo país
Como? Pela Covid-19
Por quê? Devido a pandemia
 Assim como os formatos textuais em jornalismo impresso, os lides também são 
passíveis de classificação e várias definições por parte dos jornalistas e pesquisado-
res que se debruçam sobre o assunto, lembrando que todos os formatos de lide que 
veremos, devem responder as perguntas básicas de uma notícia.
 Apresentaremos aqui dois estudos sobre lide elaborados por dois dos mais renoma-
dos pesquisadores em comunicação. O jornalista e professor Nilson Lage que utiliza a 
palavra lead, em inglês, ao invés lide, nos apresenta o lead clássico, lead resumo, lead 
flash e lead narrativo. O também jornalista e professor Mário Erbolato irá nos apresentar 
também alguns dos seus doze tipos de leads classificados.
 
3.1.1 Tipos de lide– Nilson Lage
 1. Lead clássico – ordena os elementos da proposição – quem / o que, fez o que, 
quando, onde, como por que / para que – a partir da notação mais importante, excluído 
o verbo. 
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A) Quando o mais importante é o sujeito da oração principal, começa-se pelo sujeito: 
 O presidente Pacífico Viscoso manifestou-se, ontem, “como cidadão”, indignado com 
a sentença que absolveu os comandantes da operação militar em que morreram 13 
lavradores sem-terra [...]
B) Quando o mais importante é o verbo (a ação), começa-se pelo sujeito ou pelo com-
plemento do verbo:
 João Silva, bancário de 32 anos, matou, ontem de madrugada, com dois tiros de 
revolver, sua mulher, Maria das Dores Silva, enfermeira, de 34 anos, de quem estava 
separado há dois meses. O crime [...]
C) Quando o mais importante é o objeto direto, constrói-se o período na voz passiva: 
 Dez casais de pássaros em extinção foram furtados durante o final de semana do 
centro de pesquisas do Ibama em Humaitá, no Amazonas, onde especialistas vinham 
tentando obter o acasalamento [...] 
D) Se o mais importante é o objeto indireto, usa-se um verbo com a mesma informação, 
mas sentido oposto (por exemplo: “recebeu” em lugar de “deu / entregou”):
 O arquiteto José Praxedes, de 92 anos, recebeu ontem, no auditório da Eletrobrás, 
no Rio de Janeiro, o título de doutor honoris causa que lhe foi concedido pelo Conselho 
Universitário da Universidade Federal de Pelotas [...] 
E) Quando o mais importante é alguma das circunstâncias, começa-se pela circuns-
tância, utilizando na construção verbos relacionados, tais como “causou” ou “resultou”, 
ou ainda preposições, tais como “quando “ ou “depois de”:
 Dez pessoas morreram quando um avião militar turco caiu logo após decolar, no 
aeroporto de Pristina, no território de Kosovo, antiga Iugoslávia, atualmente sob ocupa-
ção de forças da OTAN. As vítimas eram oficiais que voltavam para suas casas depois 
de terem servidos na região.
 2. Lead resumo – utiliza-se eventualmente na cobertura em geral, continuação (ou 
suítes) de eventos em que há várias informações de destaque, mais ou menos equiva-
lentes e que devem ser condensadas em uma única matéria. Exemplo:
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 Dois dias depois do terremoto que atingiu 20 cidades turcas, o número de mortos 
elevou-se a sete mil, o de feridos a 30 mil, uma grande refinaria estava ainda em cha-
mas e crescia o temor de que o caos dos transportes e serviços públicos cause fome 
e epidemias. Há dez mil desaparecidos e cem mil desabrigados.
3. Lead flash – uma frase curta inicia o texto:
 Um homem foi crucificado na Arábia Saudita. Acusado de matar a mãe, Ahmed 
Mustafá sofreu a pena imposta a Cristo em algum lugar do moderno reino do Saud, 
sem testemunhas. A pena foi [...] 
A) Utiliza-se, às vezes, como recurso para estabelecer uma relação retórica – geralmente 
uma antítese – entre eventos distintos. Exemplo:
 Bill Gates ficou dez bilhões de dólares mais rico desde a crise cambial russa, que 
tornou o Brasil mais pobre. De outubro de 1998 a julho deste ano, a fortuna do maior 
bilionário de todos os tempos elevou-se de 80 a 90 bilhões de dólares, algo acima da 
renda nacional de dois terços dos países do mundo – e mais da metade da dívida 
externa brasileira. 
 4. lead narrativo– ao contrário do lead clássico, que começa pela notação mais 
importante, aqui se alinham fatos sucessivos que conduzem ao clímax. É como um 
pequeno conto, de poucas linhas:
 Lucas Malasuerte, de 47 anos, era, a despeito do nome, um sujeito feliz: casado, 
com dois filhos, casa própria e um bom emprego como ferramenteiro em São José 
dos Campos, São Paulo. Em janeiro passado, perdeu o emprego; em março, a mulher 
o deixou, levando os filhos; vendeu a casa em maio, para pagar dívidas. Ontem, Lucas 
escreveu um bilhete de despedida, enfiou um revólver na boca e se matou, em frente 
ao [...]
 
 Fonte: Teoria e técnica do texto jornalístico – LAGE (2005, p. 75-77)
3.1.2 Tipos de lide – Mário Herbolato
 Segundo Herbolato (2008, p. 70), “existem vários tipos de leads – tantos quantos 
permitir a imaginação do jornalista que os redigir – e conforme o enunciado de cada 
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um deles”. Usaremos como exemplo, para entendimento, alguns dos doze tipos apre-
sentados em sua obra.
1. Lead simples – refere-se apenas ao fato principal:
 Uma descompressão explosiva maciça a 7.000 metros de a altura provocou a queda, 
ontem, nas proximidades de Saigon, do avião C-5A Galaxy, o maior do mundo [...]
2. Lead composto – anuncia vários fatos importantes, abrindo a notícia:
 Inauguração da Biblioteca Pública Municipal com 20 andares, sessão solene na 
Câmara Municipal para a entrega de pergaminhos aos novos cidadãos paulistanos [...]
3. Lead integral – (3Q + O + P + C) dá noção perfeita e completa do fato):
 Estudantes paulistas prometem para a tarde de amanhã novos atos de protesto 
pelas ruas centrais da capital e, além dessa passeata, pretendem realizar comícios 
para denunciar a indiscriminada criação de [...]
4. Lead suspense ou dramático - provoca emoção em quem o lê:
 Enquanto os bombeiros de Belo Horizonte acreditam que poderão salvar o menino 
Joaquim da Silva, de dois anos, que caiu ontem, às 23 horas, em um poço, no quintal da 
sua casa [...] os médicos do pronto-socorro afirmam que o menor dificilmente suportará 
as dores [...]
5. Lead direto - vai direto ao assunto:
 Um terremoto, com a duração de 15 segundos, destruiu hoje parcialmente a capital 
da Nicarágua, provocando 500 mortes e ferindo 10 mil pessoas.
 Fonte: Técnicas de codificação em jornalismo. ERBOLATO (2008, p. 70-71)
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Isto está na rede
O portal Observatório da Imprensa (observatoriodaimprensa.com.br) é uma inicia-
tiva do Projor – Instituto para o Desenvolvimento do Jornalismo e projeto original 
do Laboratório de Estudos Avançados em Jornalismo (Labjor), da Universidade 
Estadual de Campinas (Unicamp). 
É um veículo jornalístico focado na crítica da mídia, com presença regular na 
internet desde abril de 1996 e foi criado primeiro como revista impressa, antes 
de se transformar em um portal, pelo jornalista Alberto Dines, um dos nomes 
mais importantes do jornalismo impresso brasileiro. 
Todo estudante de jornalismo deve conhecer e visitar regularmente o portal, que 
fala sobre jornalismo para jornalistas, com dicas extremamente importantes para 
os profissionais de imprensa. Não deixe de conhecer e acompanhar. 
 
Fonte: observatoriodaimprensa.com.br (portal dedicado ao jornalismo)
http://observatoriodaimprensa.com.br 
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AULA 4
TEXTOS INFORMATIVOS
 Trataremos nestas próximas aulas sobre os tipos textuais utilizados no jornalismo 
impresso. Importante ressaltar que não existe apenas uma classificação, mas inúmeras 
maneiras de alocar os vários formatos empregados na produção de textos no impresso. 
Nascimento (2009), por exemplo, classifica em dois tipos, os Narrativos – nota, notícia 
e reportagem/grande reportagem e os tipos Argumentativos – editorial, artigo, resenha 
crítica, deixando de fora nesta tipologia alguns elementos como crônica, caricatura e 
outros.
 Para que possamos abarcar um número maior de tipos e compreender o texto no 
impresso como um todo, usaremos a classificação elaborada pelo jornalista, professor 
e pesquisador José Marques de Melo, por englobar em suas análises um número maior 
de tipos de produção textual e gráfica em jornalismo impresso. Mas destacamos que 
tanto os apontamentos de MELO (2010) quanto de Nascimento (2009) serão apresen-
tados, pois em muitos aspectos, se completam.
 Na classificação de Melo (2010), falaremos primeiros sobre os chamados formatos 
de Jornalismo Informativo, que são nota, notícia, reportagem e entrevista. Na aula 
seguinte, apresentaremos os chamados formatos de Jornalismo Opinativo, classifi-
cados em editorial, comentário, artigo, resenha, coluna, crônica, caricatura e carta.
4.1 Nota
 Segundo o autor, nota jornalística é o relato de um acontecimento que está em 
processo, ou seja, o nascimento de uma notícia que ainda não está completamente 
finalizada, mas a informação já apresenta indícios para que seja divulgada. Trata-se, 
segundo Melo (2010, p.55), de um furo, “antecipação de um fato que pode gerar notícia. 
Nutre-se dos boletins informativos difundidos pelas fontes”. 
 Sobre nota jornalística, Nascimento (2009, p.83) define como uma notícia curta, 
mais enxuta, que “restringe-se ao lide e, frequentemente, ocupa apenas um parágrafo 
[...] costuma ser utilizada para informar sobre acontecimentos que, embora dignos 
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de “interesse público”, não são considerados de grande relevância”. Vejamos a seguir, 
exemplos de nota jornalística em jornal impresso. 
WASHINGTON e SÃO PAULO | REUTERS - O presidente americano, Donald 
Trump, anunciou nesta quinta-feira (23) o cancelamento de parte da convenção 
nacional do Partido Republicano devido à pandemia do novo coronavírus. O 
evento estava marcado para 27 de agosto em Jacksonville, na Flórida, onde 
as infecções estão em alta (FOLHA DE S. PAULO, 25 de julho de 2020).
Com 1.178 novas mortes por Covid-19, Brasil ultrapassa 85 mil óbitos - O 
Brasil registrou 1.178 novas mortes pela Covid-19 e continua com elevado 
número de casos novos diários, 57.209, nesta sexta (24). Dessa forma, o país 
chegou às 85.385 mortes e aos 2.347.160 casos (FOLHA DE S. PAULO, 25 de 
julho de 2020).
4.2 Notícia
 Falaremos agora sobre notícia que tem como principais características ser atual e 
inédita e mostrar a capacidade do repórter em encontrar e relatar informações impor-
tantes para seus leitores. Em um discurso de uma autoridade, por exemplo, encontrar 
nesta fala elementos que tragam informações novas, relevantes, passíveis de se trans-
formarem em uma notícia. 
 Na classificação de José Marques de Melo, notícia possui todos os elementos - ação, 
agente, tempo, lugar, modo e motivo - que o autor considera fundamentais para um 
texto ser classificado de notícia. O texto responde também a consagrada forma jorna-
lística (3Q + OPC), como bem descreve Melo (2010, p,55), “relato integral de um fato 
que já eclodiu no organismo social. Contem necessariamente respostas às perguntas 
[...] (QUE+ QUEM+QUANDO+ONDE+POR QUE+ COMO)”.
A notícia é considerada a matéria-prima do jornalismo, especialmente em 
mídia jornal, pois é o texto que carrega a identidade da narrativa jornalística 
e, muitas vezes, é a partir dela que as outras modalidades textuais em jorna-
lismo se constroem, ora aprofundando seus dados (como na reportagem, por 
exemplo), ora avaliando seus efeitos e dimensionando sua importância (como 
nos artigos) (NASCIMENTO, 2009, p. 84).
 Os dois autores afirmam ainda que a estrutura da notícia é a narração no formato 
“pirâmide invertida” oferecendo primeiro o “lead”, que são as informações centrais para 
na sequência vir com o corpo da matéria. Melo (2010) lembra ainda que a notícia “pri-
vilegia o “clímax” (sensação) evitando a cronologia (nariz de cera). Confirano exemplo. 
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Shoppings e comércio de rua reabrem com grandes filas em Salvador
Após quatro meses fechados devido à pandemia do novo coronavírus, os 
shoppings centers e as lojas de grandes redes varejistas do comércio de rua 
de Salvador foram reabertos nesta sexta-feira (24).
No primeiro dia de retomada, os consumidores formaram grandes filas. O 
movimento foi intenso durante todo o dia. Os estabelecimentos estavam 
proibidos de funcionar desde o dia 21 de março.
Em um dos centros comerciais, localizado na avenida Antônio Carlos Maga-
lhães, os clientes começaram a chegar duas horas antes da abertura.
Na Avenida Sete, as lojas do comércio de rua ficaram cheias. As filas chega-
vam até a calçada. Funcionários mediam a temperatura dos clientes antes 
de autorizar a entrada.
Nesta sexta-feira (24), foram confirmados 52 novos óbitos em decorrência 
da doença na Bahia. Também houve o registro de 4.409 novos casos do novo 
coronavírus.
A Bahia totaliza 3.069 mortes e 142.767 testes positivos. Os leitos de UTI des-
tinados a pacientes com sintomas da Covid-19 estão com taxa de ocupação 
de 74%. (João Valadares) (FOLHA DE S. PAULO, 24 de julho de 2020).
4.3 Reportagem
 Chegamos agora à reportagem, um formato que exige do repórter ou repórteres 
mais tempo para elaboração, mais detalhes e informações do que na notícia, visto 
que acaba sendo o desdobramento de uma notícia, ou do que poderia ser apenas 
uma notícia Segundo Melo (2010, p,55), é um “relato ampliado do acontecimento que 
produziu impacto no organismo social [..] trata-se do aprofundamento dos fatos de 
maior interesse público que exigem descrições sobre o ‘modo’, ‘lugar’ e ‘tempo’, além 
das ‘versões’ dos agentes”. Segundo Nascimento (2009), a reportagem também pode 
surgir de uma notícia.
Muitas vezes, a reportagem parte de assuntos já recorrentes e conhecidos e, 
a partir de determinado “gancho” factual (o novo), que lhe garante atualidade, 
“torna-se” texto jornalístico (por exemplo, o “gancho” Dia Mundial do Combate 
à Aids, comemorado em 1 de dezembro, para composição de uma reportagem 
sobre o assunto: número de infectados, novos tratamentos, expectativas da 
ciência, a vida dos portadores do vírus, o preconceito, a Aids no Brasil etc.) 
(NASCIMENTO, 2009, p. 85).
 A reportagem pode surgir também da perspicácia do repórter em desdobrar um 
assunto já conhecido da população e dos leitores, mas que ganha novas e importantes 
informações, que criam o potencial para se tornar reportagem, como define Lage (2001, 
p.51), ao afirmar que “a reportagem aborda assuntos, enquanto a notícia trata de fatos. 
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Para a reportagem, interessa mais as relações que reatualizam os fatos, instaurando 
dado conhecimento do mundo”. 
 Sobre a reportagem é importante dizer também que não existe necessariamente, em 
todas as reportagens, o lide previamente definido, que responda a fórmula destacada 
por Melo (2010), (QUE+ QUEM+QUANDO+ONDE+POR QUE+COMO). Estas questões 
podem ser respondidas no corpo da reportagem. Vejamos no exemplo.
Concentração de motoboys em segundo ‘Breque dos Apps’ é fraca em São 
Paulo - Ato de entregadores começa tímido; organizadores ainda esperam 
reunir manifestantes à tarde – (Paula Soprana – FOLHA DE S. PAULO, 25 de 
julho de 2020)
A concentração de entregadores de aplicativo prevista para a manhã deste 
sábado (25) em shoppings foi fraca e dispersa em São Paulo. Os organizado-
res alimentam a esperança de que o encontro de motoboys possa ser maior 
na concentração prevista para ocorrer no Pacaembu, zona oeste da capital, 
à tarde.
Chamado de ‘Breque dos Apps’, o segundo ato de entregadores reivindica das 
empresas de delivery melhores condições de trabalho. No Twitter, o assunto 
é o mais comentado neste sábado.
Em São Paulo, a proposta do movimento era que motoristas organizassem 
piquetes em shoppings, mas poucos compareceram. Nas redes sociais, a 
hashtag ‘Breque dos Apps’ mantém a campanha para que as pessoas não 
peçam comida por aplicativo neste sábado. Alguns motoristas preferiram 
não aderir ao movimento fisicamente, ficando off-line no aplicativo, mas sem 
fazer protestos nas ruas.
[...]
Os manifestantes alegam que a remuneração caiu drasticamente com a pan-
demia do novo coronavírus. Até mesmo ciclistas relatam que precisam fazer 
jornadas mais longas para atingir a renda pré-Covid.
As empresas afirmam que não reduziram as taxas. O iFood, por exemplo, diz 
que, inclusive, não aumentou a base de motoristas para manter a renda dos 
já cadastrados.
Gabriel Alves, 20, cadastrado na Rappi, afirma que a renda caiu pela metade 
na pandemia, embora sua jornada permaneça a mesma.
“Trabalho 12 horas, simplesmente não toca. Antes fazia R$ 200, agora a 
metade. Os aplicativos dizem que a taxa não caiu, mas a gente vê todos os 
dias. Caiu, sim”, afirma.
REIVINDICAÇÕES DOS ENTREGADORES
•Melhores taxas nas corridas (alegam que com a entrada de novos entrega-
dores o preço caiu em todos os aplicativos)
•Preço mínimo por corrida unificado a todas as plataformas
•Seguro contra acidente
•Fim dos bloqueios chamados de injustificados
José Mariano, 38, também conta que o valor pago por entrega está menor, 
além de destacar a diluição de entregas com a entrada de novos entregadores 
durante a pandemia e os problemas do sistema de pontuação.
“Fiquei uma hora esperando para realizar uma entrega na sexta. Era um pedido 
de R$ 8,60, numa corrida de menos de 2 quilômetros para pegar pão na Galeria 
dos Pães, na rua dos Escalda Unidos. E para conseguir pontos, ainda tem que 
ficar logado todo fim de semana”, disse.
[...]
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A ABO2O (Associação Brasileira Online to Offline), que reúne as empresas de 
delivery e outras startups, diz que desde o início da pandemia os aplicativos de 
entregas implementaram formas para garantir a segurança dos profissionais, 
com seguro contra possíveis acidentes durante a realização de entregas e 
distribuição de kits de proteção (com máscaras e álcool em gel).
“As plataformas reiteram que não houve redução de valores e disponibilizam 
de forma transparente as taxas e valores destinados para os entregadores”, 
afirma a associação, acrescentando que a crise pandemia gerou o fechamento 
de quase 5 milhões de postos de trabalho.
O QUE DIZEM AS EMPRESAS
•Dispõem de medidas de segurança, como orientação e distribuição de álcool 
em gel e máscaras (ou verba para adquirir os itens)
•Oferecem seguro contra acidentes e parceria para atendimento médico
•Não reduziram taxas durante a pandemia
•Não excluem da plataforma de modo deliberado
•A Rappi diz que revisou parte de seu sistema de pontuação
Os entregadores alegam que a pauta da mobilização não tem cunho político, 
apenas trabalhistas. No entanto, o movimento tem atraído a atenção de 
partidos.
Entre sexta-feira (24) e sábado, políticos de esquerda, como Ciro Gomes (PDT), 
Guilherme Boulos (PSOL), Sâmia Bomfim (PSOL) e Manuela D’Ávila (PCdoB), 
demonstram apoio à manifestação em seus perfis no Twitter (SOPRANA, 
FOLHA DE S. PAULO, 25 de julho de 2020)
.
4.4 Entrevista
 Fazer uma entrevista para jornal requer muito preparo do repórter para que consiga 
extrair do entrevistado o maior número de informações possíveis acerca dos assuntos 
programados. 
 Não se trata apenas de cumprir uma pauta, mas de promover um diálogo, uma 
interação humana que irá lhe propiciar a oportunidade de fazer, além das perguntas 
planejadas, outros questionamentos e até adentrar em temas aos quais o entrevistado 
evita falar. Para Melo (2010, p.55), a entrevista é “um relato que privilegia a versão de 
um ou mais protagonistas [...] não se confunda com a técnica de apuração [...], na 
entrevista o repórter assume o papel de ‘mediador’”. 
 Para a jornalista Thais Oyama (2011, p.8), em seu livro a “Arte de EntrevistarBem”, 
existem diferentes formatos para a realização de uma entrevista, “entrevistas em pé” 
não têm nada a ver com entrevistas “sentadas” - abordar o presidente da República na 
saída de um evento, ao lado de um batalhão de colegas, requer perguntas, táticas e 
postura diferente das exigidas em uma “conversa agendada”.
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O jornalista Nilson Lage, professor da Universidade Federal de Santa Catarina, 
em seu livro A reportagem: teoria e técnica de entrevista e pesquisa jornalística, 
classifica a entrevista, do ponto de vista do objetivo, em quatro categorias: 
“ritual” (brevíssima, feita “em pé” e que, embora possa resultar em declarações 
surpreendentes, quase sempre não passa de mera formalidade), “temática” 
(em que o entrevistado fala sobre um assunto que, supostamente, domina), 
“testemunhal” (quando ele discorre sobre algo de que participou ou assistiu) 
e “em profundidade” (aquela em que o foco está na figura do entrevistado, na 
atividade que desenvolve ou na sua personalidade). (OYAMA, 2011, p.8).
 Sobre entrevista ainda voltaremos ao assunto, abordando em uma aula específica o 
tema, com importantes dicas sobre como realizar uma boa entrevista, desde a pauta 
até o antes, durante e depois da entrevista realizada. 
Para encerrar esta aula, seguem mais dez importantes dicas do Manual de Redação 
do jornal O Estado de S. Paulo, apontando os cem erros mais comuns cometidos por 
jornalistas em seus textos. 
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Isto está na rede
- Vai assistir “o” jogo hoje. Assistir como presenciar exige a: Vai assistir ao jogo, 
à missa, à sessão. Outros verbos com a: A medida não agradou (desagradou) à 
população. / Eles obedeceram (desobedeceram) aos avisos. / Aspirava ao cargo 
de diretor. / Pagou ao amigo. / Respondeu à carta. / Sucedeu ao pai. / Visava 
aos estudantes.
- Preferia ir “do que” ficar. Prefere-se sempre uma coisa a outra: Preferia ir a 
ficar. É preferível segue a mesma norma: É preferível lutar a morrer sem glória.
- O resultado do jogo, não o abateu. Não se separa com vírgula o sujeito do 
predicado. Assim: O resultado do jogo não o abateu. Outro erro: O prefeito pro-
meteu, novas denúncias. Não existe o sinal entre o predicado e o complemento: 
O prefeito prometeu novas denúncias.
- Não há regra sem “excessão”. O certo é exceção. Veja outras grafias erradas 
e, entre parênteses, a forma correta: “paralizar” (paralisar), “beneficiente” (bene-
ficente), “xuxu” (chuchu), “previlégio” (privilégio), “vultuoso” (vultoso), “cincoenta” 
(cinquenta), “zuar” (zoar), “frustado” (frustrado), “calcáreo” (calcário), “advinhar” 
(adivinhar), “benvindo” (bem-vindo), “ascenção” (ascensão), “pixar” (pichar), “impe-
cilho” (empecilho), “envólucro” (invólucro).
- Quebrou “o” óculos. Concordância no plural: os óculos, meus óculos. Da 
mesma forma: Meus parabéns, meus pêsames, seus ciúmes, nossas férias, 
felizes núpcias.
- Comprei “ele” para você. Eu, tu, ele, nós, vós e eles não podem ser objeto direto. 
Assim: Comprei-o para você. Também: Deixe-os sair, mandou-nos entrar, viu-a, 
mandou-me.
- Nunca “lhe” vi. Lhe substitui a ele, a eles, a você e a vocês e por isso não pode 
ser usado com objeto direto: Nunca o vi. / Não o convidei. / A mulher o deixou. 
/ Ela o ama.
- “Aluga-se” casas. O verbo concorda com o sujeito: Alugam-se casas. / Fazem-
-se consertos. / É assim que se evitam acidentes. / Compram-se terrenos. / 
Procuram-se empregados.
- “Tratam-se” de. O verbo seguido de preposição não varia nesses casos: Trata-se 
dos melhores profissionais. / Precisa-se de empregados. / Apela-se para todos. 
/ Conta-se com os amigos.
- Chegou “em” São Paulo. Verbos de movimento exigem a, e não em: Chegou a 
São Paulo. / Vai amanhã ao cinema. / Levou os filhos ao circo.
Fonte: Manual de Redação jornal O Estado de São Paulo (os cem erros mais 
comuns) – disponível em: https://www.estadao.com.br/manualredacao/erro
https://www.estadao.com.br/manualredacao/erro
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AULA 5
TEXTOS OPINATIVOS 
 
 Dando sequência aos estudos sobre os formatos de texto no jornalismo impresso, 
nesta aula abordaremos os tipos textuais classificados pelo jornalista, professor e pes-
quisador José Marques de Melo de Opinativos, que são o editorial, comentário, artigo, 
resenha, coluna, crônica, caricatura e carta (espaço do leitor).
 Lembramos que outros autores e pesquisadores utilizam classificações variadas, 
como Nascimento (2009), por exemplo, que classifica os tipos que aqui chamaremos 
de Opinativos em Argumentativos – editorial, artigo e resenha crítica.
5.1 editorial 
 O editorial pode ser entendido como o ponto de vista ou a opinião do jornal ou de uma 
revista sobre determinado assunto. O editorial quase sempre é escrito por um jornalista 
experiente ou pelos próprios diretores do jornal. No impresso, a primeira página interna 
tem um espaço fixo, de destaque, onde, a cada dia o jornal publica o seu editorial. Para 
Melo (2010), o editorial expressa a opinião oficial da empresa diante dos fatos de maior 
repercussão no momento e tornou-se:
O porta-voz da instituição jornalística. Espaço de contradições. Opinião das 
forças que mantem a instituição jornalística. (proprietários, acionistas, jor-
nalistas, anunciantes, leitores). Sinaliza à opinião pública, pretendendo nela 
influir. (MELO, 2010, p. 64).
 O espaço destinado aos editoriais, na versão on-line dos jornais fica no segmento 
denominado “Opinião” e não são assinados. 
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Fonte: https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/editoriais/: acesso 23 julho 2020
5.2 Comentário
 Este é um formato trazido do jornalismo norte-americano e incorporado às reda-
ções brasileiras. É produzido pelos jornalistas mais experientes e trata de forma mais 
detalhada e nas entrelinhas sobre temas de relevância nacional. O profissional não 
emite uma opinião diretamente, mas oferece ao leitor os elementos para que ele possa, 
baseado nos argumentos apresentados pelo comentarista, tirar suas conclusões.
 Para Melo (2010, p.64), “o julgamento dos fatos é percebido pelo raciocínio do 
comentarista, pelos rumos da sua argumentação. Sua característica inerente é a conti-
nuidade”, ou seja, os assuntos tratados são comentados diariamente, numa sequência 
de raciocínio e construção de um pensamento.
 Importante ainda atentar ao que diz Melo (2010, p.58), sobre o comentário, que por 
ser um texto opinativo é confundido com o artigo, visto que “o comentário é um texto, e 
nesse sentido, mais próximo do artigo (analítico, temático, argumentativo e que encerra 
uma valoração de um fato, evento ou assunto)”, lembrando que existem diferenças 
entre os dois formatos como veremos mais à frente. 
 
 
https://www1.folha.uol.com.br/opiniao/editoriais/
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5.3 Artigo
 O artigo é um formato muito popular, pois é um texto assinado pelo autor que emite 
opinião sobre determinado tema. Pode ser produzido tanto por um jornalista, como por 
alguém externo ao jornal, com conhecimento do assunto, como advogados, professo-
res, economistas e pessoas que tenham um ponto de vista sobre o assunto e sólida 
argumentação para opinar.
 Para Nascimento (2009, p.92), textualmente o artigo apresenta-se “geralmente em 
terceira pessoa e defende uma perspectiva vinculada à percepção e ao conhecimento 
demonstrado pelo articulista [...] exibe, de forma mais direta, marcas pessoais-estilís-
ticas de quem o redige”, tendo como características textuais a introdução do tema, 
discussão ou argumentação e apresentação de uma conclusão.
 Melo (2010, p. 64) complementa a classificação ao afirmar que o artigo contém “jul-
gamentos mais ou menos provisórios porque é escrito enquantoos fatos ainda estão 
se configurando. Democratiza a opinião no jornalismo, possibilitando o seu acesso às 
lideranças emergentes na sociedade”.
 No exemplo a seguir, percebemos claramente as características apresentadas em 
um artigo. O tema tratado é atual no debate da sociedade e veio à tona por fatos ocor-
ridos recentemente, os autores são representantes da sociedade, como uma atriz, um 
professor universitário e um empresário que juntos emitem um ponto de vista sobre 
uma questão específica, com introdução, argumentação e conclusão. O artigo é apre-
sentado na seção Opinião/Tendências e Debates do jornal. 
 
Não há cidadãos plenos se todos não o são - Vitimando mais negros, letalidade 
policial é o sintoma mais agudo do racismo. Autores: Patricia Pillar – Atriz; 
Paulo Saldiva - Professor da Faculdade de Medicina da USP; Guilherme Leal 
– Empresário (FOLHA DE S. PAULO, 23 de julho de 2020).
A violência e a letalidade contra cidadãos pela polícia do estado de São Paulo 
têm aumentado vertiginosamente. Aumento que atinge, sobretudo, cidadãos 
negros.
Nesse sentido, várias organizações da sociedade civil pediram ao governador 
João Doria (PSDB) uma audiência em junho. Sem sucesso, solicitaram nova-
mente em julho com o apoio de vários cidadãos entre os quais nos encontra-
mos. No momento em que escrevemos, a solicitação ainda não resultou na 
pretendida audiência.
A proposta dos signatários é que seja uma reunião propositiva, com o intuito 
de discutir medidas a serem tomadas para combater esse estado de coisas 
inconstitucional. 
[...]
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Num país racista, em que todos somos racistas em certo grau —pois o racismo 
nos caracteriza e nada tem de acidental ou casual—, não surpreende que se 
queira explicar a violência policial de natureza racista como ação de um ou 
outro policial que acidentalmente mata e comete violência mais contra negros 
do que contra os demais cidadãos.
[...]
Alguns, ou muitos, dirão que essa é a vida como ela é. Mas a vida como ela é 
provém de onde ela deve ser. Devemos continuar com a vida social como ela 
é mesmo sendo ela racista? Não há cidadãos plenos se todos não o são. Não 
há cidadãos plenos se uma cidadania democrática não é praticada e não é 
incentivada pelo Estado.
Enquanto houver racismo não haverá democracia (FOLHA DE S. PAULO, 23 
de julho de 2020).
5.4 Resenha
 Chegamos à resenha, um formato textual do jornalismo impresso que dialoga com 
a cultura, as artes, literatura, música e diversas outras manifestações artísticas e cul-
turais. Iremos nos deparar rotineiramente com duas terminologias quando se trata do 
formato, a própria classificação de resenha, ou resenha crítica.
 Alguns autores consideram resenha comentários sucintos sobre o tema e somente 
métodos e critérios aprofundados de arumentação classificam um texto como resenha 
crítica. Para Melo (2010), existe diferença entre os dois formatos que foi se modificando 
com o passar do tempo.
Em relação a resenha, ficou convencionado como uma “apreciação das obras-
-de-arte ou dos produtos culturais com a finalidade de orientara ação dos 
fruidores ou consumidores.[...] é comum o emprego da palavra crítica para 
desiginar o texto que cumpre esta função [...] mutações no jornalismo afasta-
ram intelectuais que cumpriam o papel de críticos de artes consideradas tradi-
cionais (literatura, música, artes plásticas, etc) e a prática foi sendo assumida 
por jornalistas que agregaram ao trabalho a apreciação dos lançamentos em 
textos batizados de “resenhas”, numa tradução da palavra norte-americana 
review (MELO, 2010, p. 60) 
 Enquanto o professor Marques de Melo (2010) considera a resenha em jornais 
uma função eminentemente utilitária, Patrícia Nascimento (2009, p,93) discorre sobre 
resenha crítica, ou somente a terminologia crítica, dizendo que trata-se de um texto 
assinado que “fornece julgamento a respeito de produtos culturais diversos (livros, 
filmes, peças de teatro, exposições de artes plásticas etc.) [...] é um texto que se faz a 
partir da ‘leitura’ de outra produção, considerada objeto de análise/avaliação”. 
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Na resenha crítica, as capacidades de síntese, avaliação e crítica se aliam 
para a produção de um texto que tem a dupla função de apresentar ao leitor 
a obra em questão e fornecer a ele um julgamento válido (apoiado em argu-
mentos) [...]resenhar significa detalhar, apresentar minuciosamente. Assim, 
o resenhista pode compor sua apreciação considerando tanto a obra como 
um todo quanto aspectos que julgar relevantes. O texto é escrito em terceira 
pessoa e se constitui de: 
•introdução (identificação da obra e da tese do resenhista sobre a obra); 
•apresentação (do material a ser julgado – do que trata, qual assunto é 
abordado); 
•apreciação (espaço argumentativo, análise e julgamento da obra); 
•conclusão (finalização do caminho argumentativo traçado antes, às vezes 
recomendando – ou não – a obra avaliada) (NASCIMENTO, 2009, p. 94).
5.5 Coluna
 Encontramos em Marques de Melo outro formato textual muito utilizado, que para 
alguns autores se enquadra no segmento opinião, mas em formatos já existentes, 
como artigo e editorial. A coluna, para o pesquisador, tem características próprias que 
a tornam um formato único, passível de classificação. Para o autor, coluna trabalha 
os furos jornalísticos e as informações de bastidores, buscando informações inéditas 
sobre acontecimentos importantes para a sociedade, que posteriormente se tornam 
notícias ou reportagens.
 
Fonte:https://acervo.folha.com.br/digital/leitor.do?numero=49231&anchor=6416384&pd=b72fe1001ab2adee5724c627ee7085bb
https://acervo.folha.com.br/digital/leitor.do?numero=49231&anchor=6416384&pd=b72fe1001ab2adee5724c62
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5.6 Crônica
 A crônica é um formato de texto jornalístico incorporado às redações brasileiras. 
Veio da literatura para o impresso pelas mãos de escritores que passaram a ocupar 
as páginas de jornais diários por todo país, relatando suas histórias de vida e suas 
observações sobre os acontecimentos cotidianos. 
 Ganhou destaque e interesse dos leitores, pois trata de uma maneira diferenciada 
a opinião sobre temas importantes do país, usando do lirismo para produzir a crítica 
social direta, principalmente sobre temas políticos. 
 A crônica apresenta pitadas de humor e ironia e não precisa necessariamente tratar 
sobre assuntos atuais. Abaixo, trecho de uma crônica do escritor e jornalista Carlos 
Heitor Cony, um dos mais famosos cronistas brasileiros.
Baderneiros de ontem e de hoje 
Caíram em cima dos deputados que tentaram impedir uma ilegalidade do 
presidente da Câmara. Tentaram não: conseguiram impedir, ao menos na pri-
meira batalha da guerra perdida. Não foi espetáculo edificante, mas não havia 
alternativa. São Tomás de Aquino diria que os deputados baderneiros estavam 
possuídos da “ira bona”, necessária para garantir o direito e a lei feridas.
Aprecio a expressão “baderneiro”. Os mesmos jornais que dão esse nome 
aos deputados foram os mesmos que, em 1965, chamaram de baderneiros 
alguns intelectuais que protestavam contra a ditadura, em frente ao Hotel 
Glória, no Rio.
[...]
Foram chamados de baderneiros, com grande destaque nas primeiras páginas, 
os cineastas Glauber Rocha, Joaquim Pedro e Mário Carneiro, o teatrólogo 
Flávio Rangel, o embaixador Jaime Azevedo Rodrigues, os escritores Antônio 
Callado, Thiago de Mello, Márcio Moreira Alves e o escriba dessas mal traçadas. 
Com exceção deste último, gente fina.
Os mesmos jornais agora repetem a dose em cima dos deputados que ten-
taram impedir a baderna promovida pela mesa da Câmara. Seria eu o último 
apologista da violência, mas há um tipo de baderna localizada que pode 
retardar a baderna do arbítrio total. (2 de outubro de 1993 https://www1.
folha.uol.com.br/ilustrada/2018/01/1948520-leia-dez-colunas-marcantes-de--carlos-heitor-cony-na-folha.shtml#um) 
 Pela importância e destaque que a crônica ocupa tanto no jornalismo como na litera-
tura brasileira, falaremos mais detalhadamente sobre o tema em uma aula específica, 
abordando o papel da crônica no jornalismo brasileiro. 
https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2018/01/1948520-leia-dez-colunas-marcantes-de-carlos-heitor-cony-na-folha.shtml#um
https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2018/01/1948520-leia-dez-colunas-marcantes-de-carlos-heitor-cony-na-folha.shtml#um
https://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2018/01/1948520-leia-dez-colunas-marcantes-de-carlos-heitor-cony-na-folha.shtml#um
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5.7 Caricatura (charge/ilustrações/quadrinhos)
 Formato cada vez mais ausente no jornalismo impresso, a caricatura se junta a 
outros formatos como a charge, os quadrinhos e as ilustrações que ocupam com mais 
frequência as páginas impressas dos periódicos para oferecer ao leitor uma crítica 
social em um formato mais lúdico. Segundo Melo (2010), os formatos ilustrativos na 
imprensa possuem sentidos nitidamente opinativos.
Sua origem semântica corresponde a ridicularizar, satirizar, criticar. Pode ser 
exercitada também sob a forma de texto humorístico. Os caricaturistas atuam 
como a consciência crítica da sociedade, revelando uma tendência nitidamente 
oposicionista. Predomina na imprensa, mas floresce também na televisão, 
expandindo-se na Internet (MELO, 2010, p. 65).
 
 
Charge de Claudio Mor, publicada em 17 de julho de 2020
Fonte: https://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/1670976419682252-charges-julho-2020
5.8 Carta (painel do leitor)
 Hoje praticamente ninguém mais escreve cartas, principalmente para revistas ou 
jornais. O espaço dedicado aos leitores continua nas edições, tanto impressa como 
on-line, mas recebem outra nomenclatura. No jornal Folha de S. Paulo, por exemplo, 
https://fotografia.folha.uol.com.br/galerias/1670976419682252-charges-julho-2020 
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chama-se Painel do Leitor, fica na página 3, juntamente com todos os formatos dedi-
cados a opinião. 
 Este espaço dedicado aos leitores recebe, claro, cartas, caso sejam enviadas, além 
de e-mails ou outras formas de interação dedicadas a este formato de participação 
e opinião. Aos finais de semana também publica um índice com os assuntos mais 
comentados pelos leitores durante a semana.
 Um dos objetivos deste espaço é aproximar o leitor do jornal, permitindo que a opi-
nião da população possa ser apresentada, assim como seus pontos de vista e suas 
reivindicações. 
 O autor da carta precisa se identificar. O painel do leitor é considerado um espaço 
democrático e aberto à participação de todos os cidadãos que queiram expressar suas 
opiniões tanto sobre o que foi veiculado pelo jornal em forma de notícias ou reportagens, 
como sobre os temas em debate na sociedade. 
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AULA 6
TEXTOS: OUTROS FORMATOS
 Nas aulas anteriores vimos os formatos de textos jornalísticos para impresso mais 
conhecidos. Nesta aula apresentaremos demais classificações textuais que também 
fazem parte do impresso e muitos são utilizados no dia a dia dos grandes jornais.
 Torna-se importante para o estudante de jornalismo conhecer os formatos e classi-
ficações textuais, pois a cada dia com a informatização das redações e o surgimento 
das edições on-line de publicações como jornais e revistas, a função de um repórter 
extrapola simplesmente a confecção de notícias ou reportagens, podendo abarcar 
outras funções que exigirão, senão um conhecimento aprofundando, um contato mínimo 
com a estrutura.
 Na classificação do professor José Marques de Melo, além dos formatos Informativo 
e Opinativo, temos ainda três outros formatos, o Interpretativo, o Utilitário e o Diversional. 
Na classificação de Patrícia Nascimento, além dos formatos Narrativo e Argumentativo, 
temos ainda o que classificou como: Suíte, Perfil e Entrevista.
6.1 formatos do jornalismo interpretativo
 Segundo Melo (2010, p.66), o jornalismo interpretativo pode ser entendido como um 
modo de aprofundar a informação, buscando “relacionar a informação da atualidade 
com seu contexto temporal e espacial [...] e não se limitando a dar conta do que acon-
tece, já que o jornalista interpreta o sentido dos acontecimentos”. Vamos conhecer. 
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Fonte: (MELO, 2010, p.66)
6.2 formatos do jornalismo utilitário
 Neste formato estão contempladas as ações destinadas a prestar serviços ao cida-
dão/consumidor, informando sobre preços, variações, cotações, que podem auxiliar o 
leitor na hora de tomar suas decisões. 
 Para alguns autores trata-se de um jornalismo especializado, uma simbiose entre 
jornalismo e publicidade que visa, além de atender o consumidor, valorizar o jornal junto 
aos anunciantes, complementar as informações de cadernos específicos, por exemplo, 
os cadernos agrícolas, de economia, veículos e imobiliário. 
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Fonte: (MELO, 2010, p.68)
6.3 Formato de jornalismo diversional
 Tem relação direta com o jornalismo literário ou uma corrente do chamado New 
Journalism, segmento surgido nos Estados Unidos que trabalha as pautas de reporta-
gens jornalísticas, mas enriquecendo a narrativa com recursos da ficção. 
 Uma ótima definição para este formato foi apresentada por Werneck (2004), lem-
brando que mesmo com os artifícios literários de narração, prevalece em primeiro lugar 
o jornalismo e a apuração criteriosa dos fatos.
Pois não basta que a informação seja bem apurada: é preciso que ela – e, por-
tanto, o leitor – seja bem tratada. Não como atitude de alguém que, no fundo, 
preferisse estar fazendo literatura. Nada disso. Ao se valer de instrumentos 
da narrativa de ficção, o bom jornalista, longe de querer “embonitar” seu texto, 
está empenhado numa indispensável empreitada de sedução – sem a qual 
corre o risco de simplesmente não ser lido (WERNECK, 2004, p. 525). 
Fonte: (MELO, 2010, p.75)
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6.4 Formatos: suíte, perfil e entrevista
 Na classificação de Patrícia Nascimento, além dos tipos Narrativos – nota, notícia 
e reportagem e os tipos Argumentativos – editorial, artigo, resenha crítica, foi dado 
destaque especial para outros três tipos de formatos textuais, Suíte, Perfil e Entrevista 
que abordaremos a seguir para complementar a apresentação dos formatos e tipos 
de textos jornalísticos em jornal impresso.
Fonte: Nascimento (2009, p. 97)
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do jornal O Estado de S. Paulo, apontando os cem erros mais comuns cometidos por 
jornalistas em seus textos. 
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Isto está na rede
- Atraso implicará “em” punição. Implicar é direto no sentido de acarretar, pres-
supor: Atraso implicará punição. / Promoção implica responsabilidade.
- Vive “às custas” do pai. O certo: Vive à custa do pai. Use também em via de, 
e não “em vias de”: Espécie em via de extinção. / Trabalho em via de conclusão.
- Todos somos “cidadões”. O plural de cidadão é cidadãos. Veja outros: caracteres 
(de caráter), juniores, seniores, escrivães, tabeliães, gângsteres.
- O ingresso é “gratuíto”. A pronúncia correta é gratúito, assim como circúito, 
intúito e fortúito (o acento não existe e só indica a letra tônica). Da mesma forma: 
flúido, condôr, recórde, aváro, ibéro, pólipo.
- A última “seção” de cinema. Seção significa divisão, repartição e sessão equi-
vale a tempo de uma reunião, função: Seção Eleitoral, Seção de Esportes, seção 
de brinquedos; sessão de

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