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Paralisia braquial obstétrica - Lesão de uma parte ou da totalidade das estruturas nervosas que compõem o plexo braquial - A deformidade é evidente ao nascimento - O nível e a gravidade da lesão nervosa determinam a perda motora e sensorial Etiologia - Estiramento forçado por tração de um ou mais componentes do plexo braquial Incidência - 1 – 3:1000 RN Mecanismo de lesão - Flexão lateral forçada da cabeça e pescoço - Flexão lateral do pescoço com retração do tronco - Tração sobre a cabeça e pescoço Classificação de acordo com a lesão - Leve – neuropraxia Fibras nervosas estão apenas estiradas, com edema perineural e hemorragia Bom prognostico com a completa absorção do edema e da hemorragia Recuperação primaria acontece dentro de três meses - Moderada – axoniotmese Estiramento de algumas fibras e rupturas de outras Recuperação lenta e incompleta, com retorno máximo da função do membro ocorrendo ate os dois anos de idade - Grave – neurotmese Ruptura completa dos troncos do plexo ou ate mesmo das raízes cervicais Prognostico é ruim, quase sem possibilidade de recuperar a função Classificação de acordo com a localização Erb-Duchenne - Paralisia alta (C5 e C7) - Mais comum – 80-90% - Melhor prognostico - Músculos atingidos Deltoide – abdução, flexão e extensão de ombro Braquial – flexão de ombro Bíceps – flexão de ombro e cotovelo Braquiorradial – flexão de cotovelo Rotadores externos e supinadores Romboide e serrátil anterior – escápula alada - Braço acometido sem movimento, ao lado do corpo - Ombro rodado internamente - Cotovelo estendido - Punho ligeiramente fletido - Perda de abdução e rotação externa do braço - Flexão do cotovelo e supinação do antebraço ausentes - Reflexo bicipital e de Moro lado acometido ausentes - Preservação da força do antebraço - Capacidade de preensão da mão – reage ao estimulo doloroso na mão - Possibilidade de deficiência sensorial na face externa do braço, antebraço, polegar e indicador Klumpke - Rara (5% ou menos) - Raízes C7, C8 e T1 - Músculos do antebraço, punho e mão - Paralisia dos extensores do punho e dedos e da mm intrínseca da mão - Alteração sensitiva da face medial do braço, antebraço e mão - Reflexo de preensão palmar (-) - Reflexo bicipital e radial (+) - Síndrome de Horner: paralisia óculo-simpática causada pela lesão ao SNP Ptose parcial – queda parcial da pálpebra superior Miose – constrição Enoftalmia – afundamento do olho Anidrose – transpiração diminuída em um dos lados da face Heterocromia Completa - Todo plexo braquial - Geralmente alterações sensitivas - Paralisia de todo MMSS Fatores de risco - Peso excessivo do feto – mãe diabética - Desproporção cefalopélvica - Posição de nádegas – apresentação pélvica - Distocia de ombros - Trabalho de parto prolongado - Uso de fórceps – contusão direta do PB Diagnóstico clínico - Exame clínico - Avaliar mobilidade articular - Força mm - Reflexos Preensão palmar – Klumpke Moro – Erb-Duchenne Tendinosos - Sensibilidade Prognóstico - De um edema das raízes até avulsão completa do plexo - Não havendo ruptura grave de raízes, espera-se melhora dentro dos 3 primeiros meses e recuperação em ate 1 ano de vida - Contração do bíceps antes dos seis meses sinal de um bom prognóstico - Em algumas crianças sem melhora nos primeiros 6 meses - Podem evoluir para paralisia persistente, atrofia mm e contraturas articulares com prejuízo da função dificuldade com incapacidade para realizar algumas atividades. Diagnóstico diferencial - Pseudo paralisia por fratura - Osteomielite do úmero ou clavícula - Artrite séptica - Sífilis congênita - Tumor ou lesão da medula espinhal Exames complementares - RX: afastar a possibilidade de fraturas de clavícula e extremidade proximal do úmero - Eletroneuromiografia: estuda as atividades elétricas dos mm e nervos - Indicada após duas ou três semanas, auxilia na localização da lesão, define o grau de envolvimento dos nervos, contribuindo para diagnostico e prognostico Tratamento - Posicionamento - Mobilização passiva suave - Estimulação ativa dos movimentos - Proteção para evitar maiores estiramentos - Estimulação sensorial e do desenvolvimento motor - Hidroterapia - Órteses Cirúrgico - Deformidade fixa de adução-rotação medial do ombro: osteotomia de rotação lateral do úmero melhora a postura e a função do braço, aumentando a amplitude de rotação lateral, abdução do ombro - Contratura simples de rotação medial do ombro a ressecção do mm supra escapular em sua origem é o suficiente para corrigir a deformidade - Ombro balante tratado por meio de artrodese próximo à época de maturidade do esqueleto Torcicolo Muscular Congênito - Encurtamento ou diminuição da elasticidade do ECM - Inclinação ipsilateral e rotação contralateral ao mm acometido Incidência - 1:250 - Maior parte dos casos é do lado direito Músculo Esternocleidomastóideo Origem: manúbrio do esterno (porção esternal) e clavícula – terço médio (porção clavicular) Inserção: porção mastoideo Ação: flexão anterior e lateral da cabeça e rotação da cabeça Etiologia - Duvidosa - Déficit circulatório, reduzindo a elasticidade do mm - Não decorre de traumatismo de parto - Provavelmente advém de oclusão venosa, decorrente do mau posicionamento intrauterino e síndrome compartimental (complicação mm quando sua perfusão sg não é adequada). - Apesar das varias teorias propostas, não existe um consenso a respeito da etiopatogenia - Alguns autores descrevem como “torcicolo idiopático” Quadro clínico - Idade do pct - TC unilateral/bilateral Recém-nascido - Exame clínico - Após 2/3 semanas (tumor) - Pode passar despercebida ou deformidade intensa - Avaliação do quadril - Metatarso varo Crianças maiores de um ano - Cabeça inclinada ipsilateral - Mandíbula e a face rodadas contralateral - achatamento e assimetria facial - Plagiocefalia ocasional - Ombro do lado afetado elevado - Escoliose cervicodorsal - Rotação e inclinação lateral do pescoço diminuídas - Flexão e a extensão normais - Torcicolo bilateral pescoço em extensão e mandíbula elevada na linha media - Avaliação oftalmológica Diagnóstico - Clínico - Nódulo porção media do ECM - Elaborar a historia de uma criança com torcicolo - Exame metódico e completo - NÃO TORCER OU ESTICAR O PESCOÇO NO EXAME – REGRA FUNDAMENAL - Avaliar possível escoliose cervicotorácica - Examinar a postura da cabeça e do pescoço - Exames subsidiários (RM) como diagnostico diferencial não tem sido efetivo - US condições das fibras mm Tratamento Conservador - Primeira opção: fisioterapia - Melhora antes do primeiro ano: melhora de 90 a 95%, e de 97% antes dos 6 meses - Tardio complicações Procedimento - Exercícios de estiramento mm em duas etapas - Realizado 2 ou mais sessões diárias e repetidos pelo menos 5 vezes por sessão Cirúrgico - Radical: extirpação completa do mm - Alongamento em “Z” da porção esternal do ECM - Liberação do ECM em sua porção distal ou proximal - Obs: não é indicado gesso ou aparelho de imobilização externa no PO e sim fisioterapia intensiva o mais precoce possível.
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