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Caso 2 – fase 1 @study.sakata CASO CLÍNICO IDENTIFICAÇÃO Marcelo, 63 anos, masculino e procedente de São Paulo, marceneiro, casado Retorna ao ambulatório de clínica médica HISTÓRIA PATOLÓGICA PREGRESSA Na primeira consulta, queixou-se de dor nas penas e pés- dor em aperto, nos pés e panturrilhas, de moderada a forte intensidade, que aparecia ao andar. Relata que o inicio da dor foi cerca de um ano antes, mas que inicialmente sentia a dor apenas ao subir ladeiras longas. A dor foi se intensificando e aos poucos surgindo com distancias menores – na época da consulta, relatava dor ao andar cerca de 50 metros no plano. A dor só melhorava se parasse de andar, desaparecendo em um a dois minutos com o repouso. Ambas as pernas doem, mas à esquerda tem sintomas mais importantes. Notou ainda piora da dor no frio (e que os pés estão sempre gelados) A dor também piora se mantiver os pés elevados – eles ficam um pouco arroxeados e doloridos, precisando abaixar os pés até o chão, para melhora. CONSIDERAÇÕES INICIAIS Paciente indica problemas de circulação CONDUTA MÉDIA O medico que fez o atendimento inicial suspeitou de um problema na circulação Solicitação de exames Iniciou com alguns medicamentos Orientação: parar de fumar e realizar pequenas caminhadas – andando com alguns metros ainda depois que a dor iniciasse Fumar: diminui o fluxo sanguíneo, por modificação do aumenta a espessura dos vasos sanguíneos, a diminuição da concentração de O2 no sangue e a elevação da PA Historia da moléstia atual Nesse intervalo, o sr. Marcelo conseguiu parar de fumar- foi reduzindo aos poucos o numero de cigarros diários, de um maço (20unidades) ate cinco cigarros por dia, e conseguiu parar por completo há 20 dias Iniciou as caminhadas. No inicio conseguia andar distancias muito curtas (entre 50 e 60 metros), sentindo muita dor – mas insistindo em andar mais alguns metros, como foi orientado. Aos poucos, a dor tem se iniciado após andar distancias um pouco maiores – atualmente consegue andar quase cem metros até que precise parar Entretanto, tem notado falta de ar para completar essa distância, mesmo andando devagar. Relata que não sentia falta de ar antigamente. Nega dor torácica. Tem tosse frequente, pior pela manhã, há cerca de 3 anos, sem piora recente. Presença de expectoração amarelo escura, principalmente nas crises de tosse matinais. Não notou chiados ao respirar Não tem queixas neurológicas, cardiovasculares, digestivas ou geniturinárias INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES Antecedentes pessoais: nega hipertensão, diabetes ou outras doenças crônicas. Nega cirurgias ou internações prévias. Fumou dos 13 aos 63 anos. Entre os 13 e os 21 anos, fumava meio maço/dia. Dos 22 aos 50 anos, dois maços/dia. E desde os 50, fumaça um maço/dia, até iniciar o processo de cessação, há três meses Sempre foi sedentário Vem em uso de aspirina 100mg/dia e sinvastatina 40mg/dia desde a ultima consulta, pela suspeita de aterosclerose Antecedentes familiares: mãe teve diabetes mellitus e sofreu infarto aos 85 anos. Pai faleceu por meningite aos 50 anos, não conhecia doenças crônicas EXAME FÍSICO Bom estado geral, corado, hidratado, eupnéico, afebril, acianótico, anictérico @study.sakata FC = 88bpm. PA = 114/70 mmHg. FR = 18 ipm. T = 36°C. SatO2 = 90%. Peso = 70kg. Altura = 1,70. IMC = 24,2 Ausculta pulmonar abafada, sem ruídos anormais, com expiração um pouco prolongada. Ausculta cardíaca sem alterações. Exame abdominal sem alterações AUSCULTA PULMONAR Se trata de um método básico para exame físico nos pulmões Exige silencio absoluto Necessário um bom posicionamento terapeuta e paciente Murmúrio vesicular – som originado na entrada e saída de ar dos pulmões (normal) Ruídos adventícios – ruídos respiratórios não audíveis em condições normais, decorrentes de várias causas. Situação anormal Ordem de ausculta – do ápice à base Segue mais ou menos o padrão da divisão dos pulmões EXAME FÍSICO – MEMBROS INFERIORES Sem edema, articulações sem particularidades. Redução dos pelos, pele fina Extremidades frias, tempo de perfusão periférica alargado (até 6 segundos à esquerda e 5 à direita). Cianose do terceiro pododáctilo esquerdo Pulsos femorais presentes. Pulso poplíteo presente à direita e ausente à esquerda. Pulsos tibiais posteriores e pediosos ausentes bilateralmente Palidez e intensificação da cianose ao elevar MMIII, que melhoram (passando a hiperemia leve) ao retornar à posição anatômica POSSÍVEIS DIAGNÓSTICOS ATÉ O MOMENTO? Trombose venosa profunda Definição: obstrução de uma ou mais veias nos membros inferiores por coágulo sanguíneo Doença arterial obstrutiva periférica Definição: obstrução das vias arteriais periféricas, podendo ser causada por aterosclerose, aneurisma da via poplítea, síndromes compressíveis e arterites EXAMES LABORATORIAIS Valores alterados: Lactato (venoso) elevado pH abaixo – acidose po2 abaixo do valor normal pco2 acima do valor hco3 elevado sato2 abaixo do valor normal GASOMETRIA ARTERIAL O pH é diretamente proporcional ao HCO3 que é base, ajuda a deixar o meio mais alcalino e @study.sakata inversamente proporcional ao PaCO2 que ajuda a deixar o meio mais ácido O equilíbrio entre eles que mantém o pH entre 7,35 a 7,45. As compensações ocorrerão tanto no HCO3 quanto na PaCO2 para ajustar o pH para estes valores de normalidade Equação de Handerson-Hasselbach simplificada RADIOGRAFIA DO TÓRAX Radiografia de tórax – PA Partes moles sem alterações Gradeado costal e vértebras sem alterações Área cardíaca normal, coração verticalizado Moderada hiperinsuflação pulmonar. Sem lesões focais. Recessos costofrênicos livres Hiperinsuflação pumonar: aumento da capacidade de ar armazenada nos pulmões – aumento de todos os volumes respiratórios, representando uma possível doença obstrutiva ULTRASSOM DOPPLER E ARTERIOGRAFIA Ultrassom doppler arterial de membros inferiores: MID: Lentificação moderado do fluxo a partir da artéria poplítea MIE: Fluxo lenificado desde o terço médio da artéria femoral, com importante redução da perfusão do território poplíteo em diante HIPÓTESE DIADNÓSTICA Insuficiência arterial periférica e DPOC Condutas 1. Orientações: manter sem cigarros, iniciar broncodiladores, manter doses de aspirina – anti-inflamatório e sinvastatina – redução de colesterol 2. Encaminhamento para serviço de cirurgia vascular