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Aula 6 de Antropologia Cultural de Moc

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5
O parentesco
1. Generalidades
O estudo do parentesco ocupa um lugar importante na antropologia cultural. Muitos são os estudos de parentesco nas sociedades de pequena escala, mas poucos nas sociedades de larga escala. É comum afirmar que as relações de parentesco nas sociedades industriais passaram a assumir pouca importância.
Nas sociedades, os indivíduos pertencem a grupos de descendência comum. O conjunto de indivíduos que partilham esta qualidade formam o grupo de parentesco. A descendência é a consequência directa da procriação, e o parentesco é o seu reconhecimento social e cultural. Enquanto a natureza estabelece os consanguíneos, a cultura estabelece os parentes. Ser parente significa exercer mutuamente direitos e deveres específicos anexos ao “Status” que cada um tem no conjunto de descendência. É um exercício que consideramos natural por causa do processo da enculturação através do qual foi assimilado.
2. Termos técnicos
No campo do parentesco dá-se a maior elaboração de conceitos na antropologia. Os termos que apresentamos são indispensáveis para a compreensão de qualquer estudo nesta área.
a) O termo parentesco
- Uso em sentido amplo, significando tanto os laços de sangue (consanguinidade) e os laços de afinidade (casamento).
- Em sentido restrito: laços de sangue.
b) Laços de parentesco
Dão-se três tipos de laços de parentesco:
- Laços de sangue: descendência, consanguinidade; a relação entre estes parentes se deve a veículos de descendência ou fraternidade, tais como entre pais e filhos, entre irmãos, etc.
- Laços de afinidade: casamento, aprentes afines originados pelo matrimónio, isto é, entre esposos e suas respectivas famílias.
- laços fictícios, adopção: parentes fictícios, originados pela adopção, isto é, filhos adoptivos. 
b) Descendência
Relações do individuo com os seus parentes de sangue. Embora o critério dessa relação seja biológico, a descendência é cultural. A descendência ou linhagem é o grupo cujos membros se sentem unidos entre eles por descendência de um antepassado comum conhecido (a uma distancia de 4 ou 5 gerações). Cada um pode definir-se em relação a um filho, neto, bisneto, tetaraneto. Isto permite o conhecimento do próprio status no seio da família. Todos somos filhos de um pai e de uma mãe, mas em muitas sociedades tem-se em conta apenas a descendência unilateral (bem seja por parte do pai- patrilinear; ou por parte da mãe – matrilinear).
Nas sociedades modernas a descendência é bilateral. A descendência matrilinear é também conhecida como uterina. E a patrilinear com agnática. A descendência é também denominada linhagem patriarcal e matriarcal: os dois termos tem uma conotação política, referindo-se ao exercício do poder.
c) Esquema geral: Descendência ou linhagem
1. Descendência ou linhagem unilateral ou unilinear
a) Patrilinear: se transmite através dos varões; é reconhecida como descendência masculina ou agnática.
b) Matrilinear: se transmite através das mulheres; é reconhecida como descendência feminina ou uterina. Os termos patriarcal e matriarcal têm conotações políticas, referindo-se ao uso do poder político na sociedade em questão, por parte dos homens (patriarcal); ou por parte das mulheres (matriarcal).
2. Descendência ou linhagem bilinear ou bilateral
Na descendência bilateral ou linhagem bilateral se reconhecem os dois grupos contemporaneamente e misturam-se os aspectos de cada uma das descendências. Em certos casos faz-se a distinção entre genitor ou pai biológico, e a paternidade socialmente reconhecida, sem se concentrarem estas duas funções necessariamente na mesma pessoa.
3. Descendência unilinear dupla
Também se pode dar o caso da chamada “descendência unilinear dupla”: Aceitando a descendência fundamentalmente unilinear, em certos casos, pode-se aceitar alguns aspectos da descendência patrilinear e em outros, matrilinear. Misturam-se as descendências.
i. Terminologia de parentesco
a) Noção
O estudo da terminologia é importante na Antropologia Cultural. O estudioso Morgan foi o primeiro a apresentar a terminologia de parentesco. Podemos defini-la como o sistema simbólico de denominação das posições relativas aos laços de descendência e de afinidade. Trata-se do conjunto de termos que se usam para dirigir-se aos parentes. Indicam-se dois tipos de terminologia: descritivo e classificatório.
b) Sistemas
· Descritivo: se usa um termo diferente para designar cada parente.
· Classificatório: se usa um termo para designar uma classe ou grupo de pessoas. As sociedades de pequena escala usam preferivelmente os sistemas classificatórios, e as sociedades mais complexas (ou modernas) usam uma terminologia descritiva.
Na antropologia clássica apresentam-se seis sistemas básicos de terminologia que tem em conta os termos que se usam para designar os parentes (mãe, pai, irmão, irmã, primo, prima, etc), as oposições de gerações, de linhas, de género e de idade. Em consequência, temos:
1) O sistema sudanês: tem um termo diferente para cada um dos 16 parentes considerados;
2) O sistema esquimal: tem só sete termos e não faz referência de género nem da linha dos primos; é o mais semelhante aos sistemas comuns ocidentais, que se podem considerar como uma vertente do esquimal puro;
3) O sistema hawaiano: considera 4 termos para designar pós 16 parentes fundamentais : um termo para pai e tios; um termo para mãe e tias; um termo para irmãos e primos, e um termo para irmãs e primas;
4) O sistema iroquês: usa só seis termos: mãe, pai, irmão, irmã, primo cruzado e prima cruzada;
5) O sistema crow: dá-se em sociedades de linhagem matrilinear;
6) O sistema Omaha: segue a linha de linhagens patrilineares. 
c) Clã
Este termo se refere a um grupo de pessoas, dotado de um nome, de descendência unilinear, isto é, um grupo de descendência de um antepassado comum distante no tempo, pelo que não é possível conhecer o próprio posicionamento em relação a ele. Um clã é formado por varias linhagens e funciona com grupo exogámico. 
d) Fratria
Um conjunto de clãs (literalmente = conjunto de irmãos). Trata-se de um segmento de grupo social maior que exclui o casamento entre os seus membros, considerados irmãos entre si.
e) Tribo
Um conjunto de fratrias. Estes termos estão em desuso actualmente na Antropologia Cultural.
f) Primos paralelos e primos cruzados
Na Antropologia Cultural chamamos primos paralelos aos filhos de irmãos do mesmo sexo; e primos cruzados aos filhos de irmãos de sexo oposto. 
g) Apresentação gráfica dos laços de parentesco
Trata-se de conhecer os diagramas mais comuns, usados normalmente pelos etnólogos para apresentar as relações de parentesco. Salientamos a sua importância pedagógica na visualização e fácil compreensão dos significados. Quando se estuda este tema há necessidade de se tomar um ponto de referencia para, a partir dele, se estabelecer as relações quer de consanguinidade quer de afinidade. É o ponto, é a posição ocupada por um individuo a quem damos o nome de Ego.
Δ Homem Ο Mulher Homem ou Mulher
==== Casamento Δ==== Ο
I Filiação Δ==== Ο
Fraternidade 
ii. Sumário de abreviaturas
Abreviaturas utilizadas pelos antropólogos para representar as relações principais de parentesco.
 
	LATIM
	PORTUGUES
	INGLES
	PATER
	P
	PAI
	P
	FATHER
	F
	MATER
	M
	MAE
	M
	MOTHER
	M
	APONSUS
	SP
	ESPOSO
	E
	HUSBAND
	H
	UXOR
	U
	ESPOSA
	Ea
	WIFE
	W
	FRATER
	F
	IRMAO
	I
	BROTHER
	B
	SOROR
	S
	IRMA
	Ia
	SISTER
	Z
	FILIUS
	FU
	FILHO
	F
	SON
	S
	FILIA
	FA
	FILHA
	Fá
	DAUGTHER
	D

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