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SEMIOLOGIA | CAMILA MATOS PAIXÃO | MEDICINA Semiologia - ECG O eletrocardiograma (ECG) é o registro gráfico dos estímulos elétricos que se originam durante a atividade cardíaca. Seus achados devem ser correlacionados com o exame físico e a anamnese do paciente. O ECG é uma representação gráfica das correntes elétricas do coração. O ECG é obtido aplicando-se eletrodos descartáveis em posições padronizadas sobre a pele da parede torácica e dos membros. Os registros da corrente elétrica que fluem entre dois eletrodos são feitos em um papel gráfico ou exibidos em um monitor. Vários registros diferentes podem ser obtidos usando uma variedade de combinações de eletrodos denominadas derivações. Para simplificar, uma derivação é um ponto de referência específico da atividade elétrica do coração. O ECG padrão é composto de 12 derivações ou 12 diferentes pontos de referência, embora seja possível registrar 15 ou 18 derivações. O ECG com 12 derivações é usado para identificar arritmias, anormalidades da condução, dilatação dos compartimentos cardíacos e isquemia, lesão ou infarto do miocárdio. Ele também pode sugerir efeitos cardíacos dos distúrbios eletrolíticos (níveis elevados ou baixos de cálcio e potássio) e os efeitos dos medicamentos antiarrítmicos. O eletrocardiograma-padrão é composto por 12 derivações que funcionam como câmeras. • 6 periféricas (DI, DII, DIII, aVF, aVL, aVR) → D1, D2 e D3 são bipolares • 6 precordiais (V1, V2, V3, V4, V5 e V6) As derivações periféricas são obtidas: • No plano frontal; • Colocação de três eletrodos; • 1 em cada braço (direito/esquerdo) e um na perna esquerda. As derivações precordiais (unipolares), por sua vez, são obtidas: • No plano horizontal; • Colocação de eletrodos no tórax do paciente. Relembrar a atividade elétrica do coração. F – foot R – right L - left SEMIOLOGIA | CAMILA MATOS PAIXÃO | MEDICINA AS DERIVAÇÕES PERIFÉRICAS As derivações bipolares dos membros, designadas D1, D2 e D3, registram a diferença de potencial entre dois pontos no plano frontal do corpo. • Para D1: relaciona aVR e aVL • Para D2: relaciona AVR e aVF • Para D3: relaciona aVL e aVF As derivações unipolares dos membros são designadas aVR, aVL e aVF e obtidas conectando-se as três extremidades a uma central terminal, para que o galvanômetro registre um potencial de aproximadamente zero. Coloca-se o eletrodo explorador no braço direito (aVR), no braço esquerdo (aVL) e na perna esquerda (aVF). + A derivação aVR não funciona muito bem sozinha, pois os grandes vasos acabam atrapalhando a avaliação. + Para analisar com eficiência alguma causa do lado direito ou do lado posterior (como em uma suspeita de infarto ventricular direito ou suspeita de uma lesão posterior), é preciso utilizar mais derivações. AS DERIVAÇÕES PRECORDIAIS As derivações precordiais unipolares representam as diferenças de potencial das forças elétricas do coração no plano horizontal e são registradas colocando-se o eletrodo explorador em diferentes pontos da região precordial, designados V1, V2, V3, V4, V5 e V6. (DIálogo → BIpolar) SEMIOLOGIA | CAMILA MATOS PAIXÃO | MEDICINA As derivações precordiais e periféricas mostram os estímulos elétricos em cada fase do ciclo cardíaco. Cada uma das derivações representa, topograficamente, determinada parede do coração, sendo elas: O ECG com 12 derivações: • É usado para identificar arritmias, anormalidades da condução, dilatação dos compartimentos cardíacos e isquemia, lesão ou infarto do miocárdio. • Pode sugerir efeitos cardíacos dos distúrbios eletrolíticos (níveis elevados ou baixos de cálcio e potássio) e os efeitos dos antiarrítmicos. Um ECG com 15 derivações: • Acrescenta 3 derivações torácicas adicionais do infarto ventricular direito e ventricular esquerdo posterior. O ECG com 18 derivações: • Acrescenta 3 derivações posteriores ao ECG de 15 derivações. • Útil para detecção precoce da lesão e isquemia miocárdica. O ELETROCARDIOGRAMA – ELETRODOS SEMIOLOGIA | CAMILA MATOS PAIXÃO | MEDICINA Após colocar V1 e V2, pula e coloca o V4. O V3 só vai ser colocado depois do V4, respeitando o 5º espaço intercostal. Na imagem, o posicionamento dos eletrodos em descida está errado. SEMIOLOGIA | CAMILA MATOS PAIXÃO | MEDICINA Para definir o quarto espaço intercostal e a posição de V1, localize o ângulo esternal e, em seguida, a incisura esternal, que está a aproximadamente 2,5 a 5 cm abaixo do ângulo esternal. Quando os dedos são movidos imediatamente para a direita do paciente, a segunda costela pode ser palpada. O segundo espaço intercostal é a indentação sentida imediatamente abaixo da segunda costela. ➢ Obtenção de um Eletrocardiograma • Os eletrodos são acoplados a cabos, que são conectados a um aparelho de ECG colocado ao lado do paciente para o registro imediato (ECG padrão de 12 derivações). • Um monitor cardíaco na cabeceira do leito do paciente para a leitura contínua. • Livrar o paciente de todas as coisas metálicas que possam estar tocando nele → relógio, pulseira, anel, grade da maca etc. • Nunca colocar condutores em excesso → pode gerar artefatos na leitura • Afastar aparelhos condutores e/ou indutores → podem gerar artefatos na leitura POSICIONAMENTO CORRETO → LEMBRAR DE COLOCAR V3 DEPOIS DE V4 O ELETROCARDIOGRAMA – INTERPRETAÇÃO Por fim, deve-se saber como laudar a avaliar o resultado do eletrocardiograma. Existe um mnemônico capaz de te ajudar a lembrar de todos os itens que devem ser observados e estar presentes no laudo, que é a palavra “FREIOS”, sendo: • F: Frequência cardíaca SEMIOLOGIA | CAMILA MATOS PAIXÃO | MEDICINA • R: Ritmo cardíaco • E: Eixo cardíaco • I: Intervalos (PR e QT, principalmente) • O: Ondas (P e T, principalmente) • S: Sobrecargas e outras variações, como isquemias O traçado do ECG reflete a função do sistema de condução do coração que, normalmente, inicia e conduz a atividade elétrica em relação à derivação. O ECG oferece importantes informações acerca da atividade elétrica do coração. Os traçados do ECG são impressos em papel gráfico que é dividido por linhas verticais e horizontais claras e escuras em intervalos padronizados. O tempo e a velocidade são medidos no eixo horizontal do gráfico, e a amplitude ou voltagem é medida no eixo vertical. Quando um traçado do ECG move-se na direção da borda superior do papel, é denominado de flexão positiva. Quando se movimenta no sentido da parte inferior do papel, ele é chamado de flexão negativa. Quando se revê um ECG, cada traçado deve ser examinado e comparado com os outros. É possível observar na imagem abaixo que há um quadrado iniciando o ECG. Isso significa que o ECG está respeitando uma padronização que é de 25mm/s. podemos dizer que são 5 quadradinhos de largura e 10 quadradinhos de altura. Se essa velocidade não for respeitada, pode ocorrer uma falha na interpretação do eletrocardiograma. Ecg padrão normal: 25mm/s SEMIOLOGIA | CAMILA MATOS PAIXÃO | MEDICINA CONSIDERAÇÕES GERAIS • Um ECG padrão com 12 derivações reflete a atividade elétrica principalmente no ventrículo esquerdo. → porque, com o posicionamento dos eletrodos, o ventrículo esquerdo acaba sendo privilegiado. • A aplicação de eletrodos adicionais para outras derivações pode ser necessária para obter informações mais completas. Por exemplo, nos pacientes com suspeita de lesão cardíaca direita, as derivações precordiais direitas são necessárias para avaliar o ventrículo direito (v3r, v4r) → são versões espelhadas do V3 e do V4 no lado direito. • A colocação errada do eletrodo pode levar a uma interpretação errada do ECG. • Excesso de gel pode gerar um artefato, chamado de grande eletrodo precordial, em que o complexo QRS ficado mesmo tamanho de V1 a V6. • Por exemplo, nos pacientes com suspeita de lesão cardíaca direita, as derivações precordiais direitas são necessárias para avaliar o ventrículo direito (v3r, v4r) • A derivação DII está no eixo elétrico cardíaco, por isso é muito utilizada para avaliação de arritmias, através da verificação do DII longo. • Para avaliar a parte posterior do coração (V7, V8, V9) → linha axilar posterior, linha hemi-escapular e esquerda do corpo vertebral na mesma linha da V7. SEMIOLOGIA | CAMILA MATOS PAIXÃO | MEDICINA
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