Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
EBOOK MODELOS DE NEGÓCIOS DE SUCESSO 2 2 CENTRO UNIVERSITÁRIO LEONARDO DA VINCI Rodovia BR 470, Km 71, nº 1.040, Bairro Benedito 89130-000 - INDAIAL/SC www.uniasselvi.com.br Reitor: Prof. Hermínio Kloch Pró-reitora de ensino de graduação Ead: Profa. Msc. Francieli Stano Torres Organização NEMP: Leonardo Furtado da Silva - Coordenador do Núcleo Daniele Lourdes Curso da Costa - Representante Coordenação de Curso Luciana Fiomancini - Representante Coordenação de Curso Cleide Tirana Nunes Possamai - Representante Coordenação de Curso Rodrigo Borsatto Sommer da Silva - Representante Coordenação de Curso Lindamir Pozzo Aibigaus - Representante Coordenação de Curso Luciana Ronchi - Representante Docente Péricles Ewaldo Jader Pereira - Representante Docente Tiago Pedro Nicchellatti - Representante Docente Liliane de Souza Vieira da Silva - Representante Docente Valdinho Pellin - Representante Docente Simone Cristina Aléssio - Representante Docente Viviane D´Barsoles Gonçalves Werutsky - Representante Docente Anderson da Silva - Representante Técnico administrativo Gabriela Pedrotti - Representante Técnico administrativo Elizabete Ortiz Roeder - Representante Egressa Diagramação e Revisão Textual Equipe Conteúdos Ed-Tech 3 32 O que buscamos? Olá, seja bem-vindo! Acreditamos que o conhecimento pode mudar a trajetória das pessoas, de suas famílias, das empresas e da sociedade. Nosso objetivo com este e-book é compartilhar conhecimento para empreendedores na criação de seu Modelo de Negócio. Vamos utilizar como base o quadro (Canvas em inglês 😉) elaborado pelos professores Alexander Osterwalder e Yves Pignuer (2011). O quadro é muito prático, pois, em uma página, você vai conseguir visualizar as principais funções de um negócio, compreender as relações entre essas funções e alterar de forma muito ativa o Modelo de Negócio. É uma ferramenta que facilita a visualização do futuro negócio. Além de ser muito dinâmica e colaborativa, o que é muito importante nos dias de hoje, pois o mercado exige cada vez mais rapidez de resposta dos empreendedores. Para ajudá-lo nessa jornada, o e-book está dividido em quatro partes. Na Parte 1, Coloque suas ideias em prática, vamos compreender o que é um Modelo de Negócio e outros temas importantes como inovação e valor. Já na Parte 2, Mãos na massa, vamos colocar realmente a sua ideia em prática e apresentar o Canvas de Modelo de Negócio sugerido pelos professores Osterwalder e Pigneur (2011). Para ajudá-lo, na Parte 3, Inspire-se, apresentamos alguns modelos de negócio, quem sabe você não tem um insight de sucesso 😉 e, na Parte 4, Transforme seu projeto, vamos trazer algumas organizações que podem te apoiar e fazer com que o seu projeto saia do papel. Este material foi criado por um time de professores com experiências diferentes, o que o torna muito rico. Nós, do Núcleo de Empreendedorismo da UNIASSELVI (NEMP), temos certeza de que este pode ser o pontapé inicial para você criar e recriar Modelos de Negócios de sucesso! Aproveite e sucesso! Equipe NEMP da UNIASSELVI 4 4 Parte 1 – Coloque suas ideias em prática! Você deve estar se perguntando, afinal, o que é Modelo de Negócio? Não vamos começar nada sem que antes você saiba esse importante conceito. Vamos recorrer ao professor Osterwalder e ao professor Pigneur (2011) no livro Business Model Generation (no Brasil, o título do livro não foi traduzido). Para eles, “um Modelo de Negócio descreve a lógica de criação, entrega e captura de valor por parte de uma organização”. Ou seja, um modelo é a descrição de um sistema. Toda empresa é um sistema em que os elementos se combinam e são interconectados de forma que constituem o todo, a empresa. Um Modelo de Negócio é, então, a descrição do negócio e de todas as partes que o compõem e como essas partes se conectam. A grande sacada dos professores Osterwalder e Pigneur (2011) é que eles identificaram que, ao “desenhar” esse modelo em um quadro, fica muito mais fácil você entender o todo e, assim, conseguir visualizar as partes que o compõem e como elas interagem para criar, entregar e capturar valor. Pensar em um Modelo de Negócios na atualidade é pensar em inovar e se reinventar, e isso precisa ser muito rápido, dinâmico. Na verdade, é uma constante reinvenção, por isso que a ferramenta é um sucesso absoluto; com o quadro, o empreendedor consegue visualizar, avaliar e alterar Modelos de Negócios de forma dinâmica e colaborativa. Opa! Agora que já entendemos o que é um Modelo de Negócio, vamos para o próximo passo, afinal, os professores falam em criar, entregar e capturar valor, mas o que é valor? Calma! Osterwalder e Pigneur (2011) nos ajudam novamente e explicam que “valor é a razão ou o motivo pelo qual pessoas adquirem seus produtos e serviços. Você deve pensar se está atendendo a uma necessidade, resolvendo um problema ou melhorando alguma situação existente”. O valor é muito importante, pois é a partir da percepção do cliente sobre o valor que a sua empresa está criando, entregando e capturando que ela vai optar pela sua empresa e não pelo concorrente. Para os professores, “algumas propostas de valor podem representar uma oferta inovadora. Outras podem ser similares a outras já existentes no mercado, mas com características e atributos adicionais”. É um conceito um pouco abstrato, sabemos disso, mas na próxima etapa desse e-book, vamos detalhar melhor como os empreendedores podem criar proposta de valor inovadoras! 5 54 Você deve ter reparado que uma palavra aparece recorrentemente quando tratamos de Modelo de Negócios e empreendedorismo, inovação! A inovação pode ser considerada a base do empreendedorismo, além de ser considerada cada vez mais uma forma de manter as organizações competitivas em um mercado em constante transformação. A grande questão então é: precisamos compreender o que é inovação. São vários os autores e conceitos de inovação, mas vamos nos concentrar no Manual de Oslo, documento norteador das análises da inovação e desenvolvido pela Organização de Cooperação e de Desenvolvimento Econômico (OCDE). Inovação é a “implementação de um produto (bem ou serviço) novo ou significativamente melhorado, ou um processo, ou um novo método de marketing, ou um novo método organizacional nas práticas de negócios, na organização do local de trabalho ou nas relações externas” (MANUAL DE OSLO, 2005). Podemos inovar então: • No produto. • No processo. • No marketing. • No local de trabalho ou nas relações externas da empresa etc. A inovação surge como uma forma de esperança para transformar produtos, processos ou atividades cotidianas e minimizar custos, alavancando a economia. A inovação é a mola propulsora do crescimento econômico de uma nação. E dentro das empresas? Dentro das empresas a inovação tem como principais características gerar algum tipo de benefício para a organização ou para a sociedade e, ao mesmo tempo, se for um produto, pode ser comercializado, gerando divisas para a empresa e até mesmo para o país no qual a organização está sediada. Inovar é muito importante para o crescimento tanto dos países como das empresas. São essas inovações que irão ajudar a resolver muitos problemas da sociedade! Não podemos confundir inovação com: 1. Invenção: é a concepção da ideia. Já a inovação possui uma aplicação comercial e prática de uma ideia ou invenção. 2. Criatividade: é o processo mental que envolve a geração de novas ideias. Inovação não se trata somente de criatividade, uma inovação precisa ser colocada em prática, ou seja, a ideia precisa ser implementada e agregar valor para a empresa ou sociedade. 6 6 3. Tecnologia: nem sempre a inovação está ligada à tecnologia, é importante lembrar que a inovação pode ocorrer de diversas formas, é quando algo novo é implementado e vai agregar valor para a empresa e a tecnologia pode ou não estar envolvida. A inovação começa com uma ideia, certo? Isso mesmo, você está certo! Tudo começacom uma ideia, inovação, Modelo de Negócio etc., assim, precisamos deixar que nossas ideias fluam, mas nem sempre é fácil ter ideias! "A melhor forma de obter uma boa ideia é ter muitas ideias" (Linus Pauling ). Aí que entra a criatividade. Você está preocupado porque não é criativo? Vamos te dar uma mãozinha, saiba que é possível fomentar a criatividade e a geração de ideias. Vamos saber mais?! 😉 As ideias surgem de um processo. Para começarmos a entendermos melhor, vamos iniciar com os pontos relevantes deste processo: • Tudo começa com a existência de um problema ou recurso a ser explorado. • Uma equipe multidisciplinar ajuda na criação de ideias. • Uma técnica bem conhecida para geração de ideias é o brainstorm. Brainstorm O que é? É uma técnica para estimular a geração de um grande número de ideias em um curto espaço de tempo. Geralmente é realizado em grupo e conduzido por um moderador, responsável por deixar os participantes à vontade e estimular a criatividade sem deixar que o grupo perca o foco. Como aplicar? Para que um brainstorming tenha sucesso, é preciso estar atento: Qualidade pela quantidade: a qualidade e a assertividade das ideias geradas se atingem através da quantidade. Quanto maior a quantia de ideias geradas pela equipe, maior é a chance de produzir uma solução inovadora e funcional. 7 76 Evitar julgar as ideias: críticas não devem atrapalhar o processo criativo e a geração de ideias ousadas. O foco deve estar em aprimorar e produzir ideias, adiando a avaliação para um momento posterior. Ideias ousadas são bem-vindas: novas ideias ou diferentes ângulos de uma mesma ideia podem gerar soluções inovadoras. Combinar e aprimorar ideias: o brainstorming deve ser 100% colaborativo. Ideias podem ser combinadas, adaptadas, transformadas e desmembradas em muitas outras por qualquer um da equipe. Após o brainstorming, apresentar a síntese de todas as ideias geradas: listar as ideias geradas no projeto, podendo haver um agrupamento por semelhança ou, no caso de um volume muito grande, uma seleção prévia. Pode-se incluir comentários relativos às ideias, desdobramentos e oportunidades de negócios. Avaliar como cada ideia atende o problema: o objetivo é decidir a partir dos benefícios e desafios de cada solução, de modo que as ideias mais estratégicas sejam selecionadas. FONTE: Adaptado de Vianna et al. (2012) O brainstorming quando bem conduzido e com um foco bem definido pode trazer ótimas ideias sobre o problema que se precisa resolver. O que ocorre, muitas vezes, é que as organizações inventam produtos, no entanto, para que virem uma inovação, é necessário colocar a invenção no mercado com o objetivo de o consumidor usar e gostar e, assim, continuar usando. Um produto, serviço ou processo inovador pode mudar a vida de gerações inteiras, é o caso dos smartphones que mudaram a forma como interagimos e nos relacionamos com o mundo. 8 8 Como gerar ideias → Inovação → Modelo de Negócio Problema + Equipe Multidisciplinar ↓ Brainstorm ↓ Seleção das ideias É uma ideia ou invenção implementada. As inovações podem ser: • produto; • processo; • método de marketing; • método organizacional. Descreve a lógica de criação, entrega e captura de valor de uma empresa. Agora que já entendemos os conceitos principais, vamos para a próxima etapa? Vamos colocar a mão na massa? Na próxima etapa, explicaremos cada etapa do Canvas de Modelos de Negócios e como você vai construir o seu! Bem, já vimos muita coisa nesta primeira etapa. Ufa! Vamos dar uma recapitulada? 9 98 Parte 2 – Mãos na massa! Agora que já compreendemos os principais conceitos, vamos apresentar o Canvas de Modelo de Negócio sugerido pelos professores Osterwalder e Pigneur (2011). A partir de agora, você poderá entender melhor como funciona, para que você consiga realmente colocar a sua ideia no papel, deixando ela mais clara 😉. Primeiramente, precisamos apresentar o quadro ou Canvas de Modelo de Negócio. Escaneie o QR Code e baixe! Para os professores que criaram o Canvas, o quadro de Modelo de Negócios é uma linguagem comum para descrever, visualizar, avaliar e alterar Modelos de Negócios. Você pode observar que o quadro é composto por nove elementos: • Segmentos de clientes. • Proposta de valor. • Canais. • Relacionamento com clientes. • Fontes de receita. • Recursos principais. • Atividades-chave • Parcerias principais. • Estrutura de custos. Como já discutimos na primeira etapa, um modelo é a descrição de um sistema. À primeira vista, o Canvas parece até meio simples, mas é uma forma bem completa que permite a visualização geral do negócio, o que facilita muito no entendimento das necessidades de um novo negócio ou para inovar em um negócio que já existe. Agora, precisamos descrever esse sistema! Mãos na massa! 10 10 Primeiro, você vai precisar de uma folha com o desenho do quadro, imprima em um pôster, ou você pode usar a sua criatividade, por exemplo, uma parede ou o que você tiver disponível, o importante é que o quadro esteja desenhado e contemple todos os elementos. Deixe-o sempre a sua vista, pois, provavelmente, você não irá preenchê-lo de uma única vez! Além disso, a colaboração é importante, deixe o Canvas em um local onde outras pessoas possam vê-lo e, assim, poderão colaborar com sua ideia! Uma dica para quem prefere versões para trabalhar on-line é a ferramenta Sebrae Canvas, você pode acessar em: https://uniasselvi.me/3CofHbn. A ferramenta do Sebrae permite a interação entre vários usuários. Você pode, por exemplo, compartilhar via e-mail ou links com outros empreendedores ou pessoas da sua equipe, que podem avaliar e comentar, o que é muito bom, pois uma das características do Canvas é a colaboração, lembra?! Antes de começar a preencher o quadro, precisamos entender que a ideia do Canvas é não ser estático, por isso, quando você utilizar a versão impressa, iremos preenchê-lo sempre com adesivos autocolantes. Dessa forma, ficará mais fácil escrever, reescrever, trocar de lugar, enfim, você vai compreender que ele é muito dinâmico e isso vai ajudar bastante você a organizar suas ideias. Você pode usar cores de adesivos autocolantes diferentes para ideias de negócio diferentes e fazer uma comparação, fica a dica! Último lembrete, não existe opção errada, caso você tenha dúvida, coloque a sua ideia no Canvas, depois, você pode melhorá-la, ajustá-la ou se precisar, até mesmo eliminar a ideia ou transformar em outro Modelo de Negócio. Uma das formas para você ser criativo é deixar que as ideias fluam, sem bloqueios. Lembra?! Vamos começar! Por onde a gente começa? 😕 A grande dúvida é por onde começar a preencher o quadro? Fique calmo, nós e os professores Osterwalder e Pigneur (2011) iremos te ajudar. A sugestão é sempre começar com a segmentação de clientes e definindo a proposta de valor, afinal, valor é a razão ou o motivo pelo qual pessoas adquirem seus produtos e serviços. Então, é preciso, primeiro, identificar os clientes e como criar valor para eles! Vamos lá! 1. Segmentos de clientes: aqui, você vai definir os diferentes grupos de pessoas ou organizações que sua empresa irá atender. Se tiver mais de um, um em cada adesivo autocolante. 11 1110 2. Proposta de valor: o que a sua empresa vai oferecer e o que realmente tem valor para os clientes que você irá atender? Os professores Osterwalder e Pigneur (2011) sugerem que a proposta de valor irá resolver um problema ou satisfazer uma necessidade do consumidor, assim, é preciso que você entenda muito bem seu público e as suas necessidades. 3. Canais: aqui, você irá descrever quais serão os canais de comunicação, distribuição e venda, ou seja, como a sua empresa irá alcançar seus clientes para entregar a sua proposta de valor. Lembre-se, muitos empreendedores tem uma ideia genial e um produto fantástico, mas não comunicam isso ao seu público, por exemplo, quando as pessoas não conhecem e sequer sabem da existência do produto,elas não compram. Por isso, é tão importante definir os canais que farão com que a proposta de valor chegue até o cliente. 4. Relacionamento com clientes: é preciso que você descreva os tipos de relação que sua empresa terá com cada segmento de cliente. Osterwalder e Pigneur (2011) sugerem que essa relação possam ser desde pessoais até automatizadas. Você pode pensar nas seguintes motivações para se ter relacionamento com o cliente: conquista do cliente, retenção do cliente e ampliação de vendas. 5. Fontes de receita: é necessário, aqui, que você defina quais são as formas de obter receita por meio da proposta de valor. Como você vai ganhar dinheiro? Osterwalder e Pigneur (2011) dão algumas dicas, a receita pode vir da venda, de assinaturas, de aluguel, licenciamento, comissão, anúncios etc. Lembrando sempre que essas condições devem estar de acordo com que o cliente prefere! 6. Recursos principais: neste elemento, você irá descrever os recursos mais importantes para fazer o Modelo de Negócios funcionar. Os recursos principais podem ser físicos, financeiros, intelectuais ou humanos, estes podem ser possuídos ou alugados pela empresa ou adquiridos de parceiros-chave, explicam os professores Osterwalder e Pigneur (2011). 7. Atividades-chave: aqui, é necessário que você aponte as ações mais importantes que sua empresa deve executar para operar com sucesso, ou seja, quais são as atividades essenciais para que seja possível entregar a sua proposta de valor? 8. Parcerias principais: você irá definir a rede de fornecedores e os parceiros que irão ajudar a fazer funcionar o Modelo de Negócios. Osterwalder e Pigneur (2011) distinguem quatro diferentes tipos de parcerias: 1) alianças estratégicas entre não competidores; 2) coopetição: parcerias estratégicas entre concorrentes; 3) joint venture para desenvolver novos negócios; e 4) relação comprador fornecedor para garantir suprimentos confiáveis. 9. Estrutura de custos: depois que você definiu os itens anteriores, é necessário descrever os custos mais importantes do Modelo de Negócios, afinal, criar e oferecer valor, manter o relacionamento com clientes e gerar receitas incorrem em custos, explicam Osterwalder e Pigneur (2011). 12 12 Bastante coisa né? Para te ajudar, o Sebrae, na cartilha O quadro de modelo de negócios: um caminho para criar, recriar e inovar em modelos de negócios, dá umas dicas e sugere que o Canvas de Modelo de Negócio pode ser agrupado em quatro grupos que responderão as seguintes perguntas: O QUE? O que vou fazer? Qual é o valor que ofereço? PRA QUEM? Para quem estou fazendo? QUANTO? Quanto vou ganhar? Quanto vou gastar? COMO? Como vou fazer? • Vou fazer o quê? A sua resposta será a sua proposta de valor. • Para quem vou fazer? São três blocos que serão respondidos: segmento do cliente, canais e relacionamento com clientes. • Como vou fazer? Aqui, você irá descobrir quais são os recursos principais, as atividades e os principais parceiros. • Quanto? Você deve avaliar quais e como serão obtidas as receitas e qual será a estrutura de custos para viabilizar o negócio. Você deve ter notado que a proposta de valor será elaborada com base no entendimento dos segmentos de clientes que serão atendidos e que todos os demais itens giram em torno da proposta de valor. São muitas coisas a serem pensadas, mas é preciso começar. Você não precisa ter presa de terminar, esse processo pode ser longo, o importante é deixar o quadro sempre à vista e quando tiver um insight, colocar a ideia no quadro, assim, ela não vai se perder! Vamos fazer um resumo de como você vai construir o seu Canvas de Modelo de Negócio? 13 1312 Elaborar um Modelo de Negócios não é simples e requer tempo e aprendizado, por isso, as sugestões colocadas antes de explicarmos o quadro, é preciso refletir e pensar em cada ideia, então, não tenha pressa e use os adesivos autocolante para anotar e colar no quadro. Ah, conte também com a colaboração de outras pessoas! Quando você tiver o quadro pronto, poderá refletir e visualizar possibilidade de mudanças, por exemplo, novos canais, pois é esse quadro que vai fazer com que você consiga validar o seu Modelo de Negócio. Lembrando que é importante após a elaboração do Plano de negócio, a validação do Modelo de Negócio, para detalhar o seu negócio e identificar a viabilidade e o retorno do investimento necessário. Para que esse processo de elaboração do seu Modelo de Negócios fique mais claro, na próxima etapa, apresentaremos alguns Modelos de Negócios que podem te ajudar na construção do seu modelo. Vamos lá? 14 14 Parte 3 – Inspire-se! Agora que você já sabe os conceitos básicos – o que é valor e como você vai elaborar o seu Canvas de Modelo de Negócio –, vamos apresentar alguns modelos de negócio, quem sabe você não tem um insight de sucesso. A proposta de valor vai ajudar o cliente com algum problema ou necessidade, já verificamos que é assim que se cria valor para o cliente. Devemos pensar em criar e entregar valor. A grande pergunta é: como criar valor em um mercado cada vez mais competitivo e que muda constantemente? É preciso entender o consumidor. Para nos ajudar, os professores Osterwalder e Pigneur (2011) identificaram cinco padrões de Modelos de Negócios e explicam que um único Modelo de Negócio pode incorporar diversos padrões. Os cinco modelos são: desagregados, cauda longa, plataformas multilateriais, grátis e Modelos de Negócios abertos, vamos entender mais sobre cada um deles? 1. Modelos de negócios desagregados Os teóricos que cunharam este termo sugerem que uma empresa é composta por três tipos distintos de negócios: relacionamento com o cliente, inovação de produto e infraestrutura. Como esses três negócios dentro de uma empresa são muito diferentes, a sugestão seria que as empresas separassem os negócios e se concentrassem em apenas um dos três internamente, para que não haja conflitos internos. Um exemplo são as empresas de telefonia móvel. Os professores Osterwalder e Pigneur (2011) explicam que, tradicionalmente, as empresas de telefonia móvel competiam em qualidade de rede, mas agora elas fecham acordos de compartilhamento com competidores e terceirizam operações conjuntas com fabricantes de equipamentos. Você deve estar se perguntando, por quê? A grande sacada dessas empresas é que elas perceberam que o recurso principal delas não é mais a rede (infraestrutura), mas a sua marca e o relacionamento com os clientes. Vamos ver como fica esse Modelo de Negócio? Esse é o Canvas do modelo tradicional. 15 1514 MANUTENÇÃO DA REDE MARKETING VOZ DADOS RECEITA DE SERVIÇOS VOZ DADOS CONTEÚDO BASE INSTALADA DE CLIENTES REVENDA RELACIONAMENTO COM O CLIENTE GERENCIAMENTO DE INFRAESTRUTURA INOVAÇÃO DE PRODUTO AQUISIÇÃO RETENÇÃO REDE MARCA BASE DE CLIENTES MANUTENÇÃO DE REDE FORNECEDORES DE SERVIÇOS MARKETING FORNECEDORES DE EQUIPAMENTOS DE TELECOMUNICAÇÃO ATIVIDADES- CHAVE PARCEIROS- CHAVE ESTRUTURA DE CUSTOS FONTE DE RECEITAS CANAISRECURSOS-CHAVE PROPOSTAS DE VALOR SEGMENTO DE CLIENTES RELACIONAMENTO COM CLIENTES O Modelo de Negócio de uma corporação desagregada sugere que dentro deste modelo existem três Modelos de Negócios diferentes, um com foco no gerenciamento de infraestrutura, outro com foco na inovação de produtos e outro com o foco no relacionamento com o cliente. Desse desmembramento, é necessário pensar em três quadros diferentes. Vamos ver como fica o quadro com o foco no relacionamento com o cliente? 16 16 MARKETING RECEITA DE SERVIÇOS VOZ DADOS CONTEÚDO BASE INSTALADA DE CLIENTES VAREJO AQUISIÇÃO RETENÇÃO MARCA BASE DE CLIENTES REDE OPERADORES ATIVIDADES- CHAVE PARCEIROS- CHAVE ESTRUTURA DE CUSTOS FONTE DE RECEITAS CANAIS RECURSOS-CHAVE PROPOSTAS DE VALOR SEGMENTO DE CLIENTES RELACIONAMENTO COM CLIENTES Conseguiram observar as diferenças entre os dois modelos? No modelo que foca o relacionamento com o cliente, ele forma o recurso-chavee a base do novo negócio. Quando as empresas se concentram nos clientes, aumentando a fatia de assinaturas, elas podem alavancar investimentos feitos ao longo dos anos, adquirindo e mantendo clientes, explicam Osterwalder e Pigneur (2011). 2. A Cauda longa Este Modelo de Negócio trata de vender menos de mais produtos, os professores Osterwalder e Pigneur (2011) explicam que esse Modelo de Negócio oferece um grande número de produtos de nicho. Você deve estar se perguntando, o que é um produto de nicho? Calma, vamos te explicar. Um nicho é uma estratégia que utilizamos quando segmentamos um mercado, ou seja, a empresa irá escolher um pedaço de determinado segmento para atuar e será referência para os clientes. Por exemplo, um petshop que só trabalha com gatos! Modelos de negócio de cauda longa requerem baixo custo de estoque e plataformas robustas para disponibilizar prontamente conteúdo segmentado para os compradores interessados. 17 1716 Alguns exemplos desse Modelo de Negócios é o Netflix e o YouTube. Vamos ver como fica o Canvas? GERENCIAMENTO + DESENVOLVIMENTO DA PLATAFORMA VENDER MENOS DE MAIS FERRAMENTAS DE PRODUÇÃO DE CONTEÚDO GRANDE ESCOPO DE CONTEÚDO DE NICHO FORNECEDORES DE CONTEÚDO DE NICHO MUITOS SEGMENTOS DE NICHO SCRC CN R$CS PVAC RP PP INTERNETPLATAFORMA CONTEÚDO GERADO PELO USUÁRIO FORNECEDORES DE CONTEÚDO DE NICHO GERENCIAMENTO DA PLATAFORMA PROVISÃO DO SERVIÇO PROMOÇÃO DA PLATAFORMA No Modelo de Negócio da cauda longa, a proposta de valor é caracterizada pela oferta de uma vasta gama de itens que não são “de sucesso” e que podem coexistir com produtos de sucesso. Isso fica bem nítido no YouTube, você encontra muita informação e para todos os públicos. Os modelos de negócio de cauda longa podem facilitar a construção de conteúdo gerado pelo usuário, assim, a plataforma para disponibilizar esse material é o recurso principal, esse tipo de Modelo de Negócio foi potencializado pela internet, que é o principal canal. Dica! Você quer saber mais sobre a teoria da cauda longa? A dica é a leitura do livro de Chris Anderson, A cauda longa: do mercado de massa para o mercado de nicho. O autor defende o surgimento do mercado de nichos, em oposição ao mercado de massas, que caracterizou os grandes sucessos comerciais do passado. A leitura é ótima, vale muito a pena! 3. Plataformas multilaterais A primeira coisa que precisamos deixar claro é o que são Plataformas Multilaterais? Os professores Osterwalder e Pigneur (2011) explicam que são plataformas que unem dois ou mais grupos distintos e interdependentes de consumidores. As plataformas criam valor, como intermediários, conectando esses grupos. Cartões de crédito, por exemplo, ligam comerciantes 18 18 aos portadores do cartão ou consoles de videogames que ligam desenvolvedores de jogos a jogadores. Os professores alertam que a plataforma precisa atrair e atender a todos os grupos simultaneamente para criar valor. Veja um Canvas de Modelo de Negócio de Plataforma Multilateral. GERENCIAMENTO + DESENVOLVIMENTO DA PLATAFORMA FONTE DE RECEITA 1 FONTE DE RECEITA 2 ETC... ETC... ETC... SUGESTÃO DE VALOR 1 POSSÍVEL FLUXO DE RENDA SUBSIDIADO SEGMENTO DE CLIENTE 1 SUGESTÃO DE VALOR 2 SEGMENTO DE CLIENTE 2 SCRC CN R$CS PVAC RP PP PLATAFORMA GERENCIAMENTO DA PLATAFORMA PROVISÃO DO SERVIÇO PROMOÇÃO DA PLATAFORMA Nesse Modelo de Negócios, a proposta de valor deve criar valor em três áreas principais: • atraindo grupos de usuários (segmentos de clientes); • combinando esses grupos; • reduzindo custos canalizando as transações através de plataforma. Lembrando que nesse Modelo de Negócio existem dois ou mais segmentos de cliente e o recurso principal é a plataforma, assim, as três atividades-chaves serão: o gerenciamento da plataforma, o fornecimento do serviço e a promoção da plataforma, explicam Osterwalder e Pigneur (2011). 4. Grátis como modelo de negócio Você deve estar se perguntando, como vou sobreviver com um Modelo de Negócios que oferece um produto grátis? Calma! Você vai ver que existem muitos modelos de negócio e que pode ser uma alternativa muito viável. 19 1918 Osterwalder e Pigneur (2011) explicam que, no Modelo de Negócios grátis, pelo menos um segmento de clientes substancial é capaz de se beneficiar continuamente de uma oferta livre de custos. Para que isso seja possível, clientes não pagantes são financiados por outra parte do Modelo de Negócios ou por outro segmento de clientes. O Google é um ótimo exemplo, a maioria das pessoas não paga para utilizá-lo, você já parou para pensar como o Google gera lucro, qual a sua fonte de receita? Existem três padrões para tornar o grátis uma opção de Modelos de Negócios: 1) oferta gratuita baseada em plataformas multilaterais, com base em anúncios; 2) serviços básicos gratuitos com serviços premium opcionais (freemium); e 3) o modelo “isca e anzol”, em que uma oferta inicial gratuita ou barata atrai o usuário para compras recorrentes. Vamos detalhar um modelo bastante utilizado, o freemium (junção dos termos free, ou gratuito, e premium, que carrega um significado de exclusividade). Essas empresas fornecem serviços básicos sem custos e serviços premium por uma taxa, são vários os exemplos, o Spotify é um deles. Você pode acessar a versão free do Spotify e terá acesso a milhares de músicas e podcasts da plataforma, no entanto, será interrompido por propaganda, que é uma forma do Spotify conseguir recursos para oferecer o serviço gratuito. Caso você não queira ser interrompido por propaganda, pode pagar uma assinatura e, além disso, ter outras vantagens. Veja o Canvas padrão de um modelo freemium. CUSTOS FIXOS SERVIÇOS BÁSICOS GRATUITOS SERVIÇOS PREMIUM PAGOS SERVIÇO BÁSICO GRATUITO CUSTO DE SERVIÇOS PARA USUÁRIOS CUSTO DE SERVIÇOS PARA USUÁRIOS PREMIUM GRANDE BASE DE USUÁRIOS GRATUITOS SERVIÇO PREMIUM PEQUENA BASE DE USUÁRIOS PAGANTES SCRC CN R$CS PVPA RP PP PLATAFORMA DESENVOLVIMENTO + MANUTENÇÃO DA INFRAESTRUTURA PERSONALIZAÇÃO AUTOMATIZADA + DE MASSA 20 20 No modelo freemium, é necessária uma grande base de clientes que se beneficiarão da oferta gratuita, a porção de clientes que se torna pagante é pequena, em torno de 10%. Geralmente, essa pequena base de pagantes consegue subsidiar os não pagantes, isso é possível, pois os custos para os serviços gratuitos precisam ser muito baixos. Assim, Osterwalder e Pigneur (2011) explicam que é preciso pensar nas seguintes métricas: 1) o custo médio do serviço para um usuário gratuito e 2) a taxa de conversão de clientes gratuitos e clientes pagantes. Você deve ter percebido que aqui também a plataforma é o recurso padrão mais importante, pois é ela que permitirá a oferta de serviço básico gratuito com baixo custo. 5. Modelos de negócios abertos Modelos de negócios abertos e inovações abertas tratam do mesmo conceito, ou seja, é o processo de abertura do processo de pesquisa de uma empresa para grupos externos. Os Modelos de Negócios abertos podem ser utilizados por companhias para criar e capturar valor sistematicamente colaborando com parceiros externo. Esse conceito é do pesquisador e professor Henry Chesbrough. Para ele, em um mundo caracterizado pela distribuição do conhecimento, as empresas podem criar mais valor e explorar melhor suas próprias pesquisas ao integrar conhecimento, propriedade intelectual e produtos externos aos seus processos de inovação. Chesbrough também sugere que os produtos, tecnologias, conhecimentos e propriedade intelectual internos podem ser monetizadas ao serem disponibilizadas para grupos externos através de licenciamento, empreendimentos conjuntos ou ramificações. Assim, os professores Osterwalder e Pigneur (2011) explicam que os Modelos de Negócios abertos podem acontecer de fora para dentro, ou seja, quando a empresa explora uma ideia externa dentro da empresa, ou de dentro para fora, fornecendoa grupos externos ideias ou recursos internos. "A inovação aberta é, fundamentalmente, reconhecer que se opera em um mundo de conhecimento abundante e que nem todas as pessoas espertas trabalham pra você, então é melhor você encontrá-las, se conectar com elas e se inspirar naquilo que sabem fazer" (Henry Chesbrough) . Vamos ver como ficam os Canvas de Modelos de Negócios abertos? Começar com o padrão “de fora para dentro” da empresa. 21 2120 EXTERNALIZAÇÃO CUSTOS DE DESENVOLVIMENTO SCRC CN R$CS PVAP RP PP PROJEÇÃO GERENCIAMENTO DE REDE EXPLORAR MERCADO SECUNDÁRIO CAPACIDADES DE PROJEÇÃO ACESSO A REDE DE INOVAÇÃO PARCEIROS DE INOVAÇÃO COMUNIDADE DE PESQUISA NÃO IN VENTAD O AQUI NÃO IN VENTAD O AQUI NÃO IN VENTAD O AQUI Como você pode observar, o Canvas, nesse caso, é preenchido primeiramente pelo lado esquerdo, assim, é como se o Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento de novos produtos fosse “terceirizado”. Essas fontes externas geralmente são menos caras e mais ágeis, o que pode resultar em produtos lançados no mercado de forma mais rápida e com um melhor retorno. Nesse modelo, a empresa trabalha com a curadoria das oportunidades identifi cadas e depois internaliza os projetos selecionados. É importante ressaltar que nesse Modelo de Negócios as empresas precisam ter uma forte relação com os clientes e todos os stakeholders, pois eles serão a base para novas oportunidades. Quer conhecer um exemplo? A Tecnisa é uma construtora brasileira que trabalha com o que eles chamam de Fast Dating Tecnisa, um encontro em que as empresas têm dez minutos para apresentar suas ideias inovadoras e explicar como elas podem agregar valor à Tecnisa em qualquer área. Acesse https://www.tecnisa.com.br/lp/fastdating e saiba mais! Agora, vamos entender mais do padrão de “dentro para fora”. 22 22 TRANSFERÊNCIA DE VENDAS RESULTADOS DE PAD MERCADO SECUNDÁRIO PROPRIEDADE INTELECTUAL NÃO UTILIZADA SCRC CN R$CS PVAP RP PP PLATAFORMAS DE INTERNET LICENÇAS CLIENTES DE INOVAÇÃO TAXAS DE LICENCIAMENTO RAMIFICAÇÃO NÃO VENDIDO AQUI NÃO VENDIDO AQUI NÃO VENDIDO AQUI O foco aqui é bem diferente, você consegue observar que o lado direito do Canvas é quem foi preenchido. Aqui, o Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento de novos produtos é interno e “vende” os seus resultados para outras empresas. Esses “produtos que serão vendidos” geralmente não fazem parte do negócio da empresa, por motivos estratégicos ou até mesmo operacionais, no entanto, o Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento é tão robusto que existe muito conhecimento, tecnologia e propriedades intelectuais que não são utilizadas, então, podem ser utilizados como proposta de valor e serem utilizados para outras empresas. Nesse Modelo de Negócio, a “venda dessas inovações”, que não são utilizadas internamente, são uma fonte de renda para a organização, explicam os professores Osterwalder e Pigneur (2011). Um exemplo é a empresa Procter e Gamble (P&G), uma multinacional que detém uma série de marcas como Pantene, Gillette e Ariel. A P&G trabalha tanto a inovação de “fora para dentro” quanto de “dentro para fora”, acesse https://br.pg.com/inovacao/ e descubra todos os projetos de inovação que a empresa fomenta. E aí, já conseguiu um insight para o seu Modelo de Negócio? Certamente, as possibilidades se abriram em um leque maior de opções. Vamos fazer um resumo desses principais modelos de negócio que Osterwalder e Pigneur (2011) nos apresentam. 23 2322 Modelos de negócios desagregados A cauda longa Plataformas multilaterais Grátis Modelos de negócios abertos O negócio é desagregado em modelos separados, porém complementares. A proposta de valor visa um número maior de segmentos de clientes historicamente menos lucrativos e de nicho, que quando agregados são lucrativos. Uma proposta de valor que dê acesso a um segmento de clientes existente da empresa é adicionada (ex.: um fabricante de consoles para jogos fornece aos desenvolvedores de software acesso aos seus usuários). Diversas propostas de valor são oferecidas a diferentes segmentos de clientes com diferentes fontes de receitas, sendo um deles livre de custo. Recursos e atividades de pesquisa e desenvolvimento são alavancados pela utilização de parceiros externos. Resultado de pesquisa e desenvolvimento internos são transformados em proposta de valor oferecidos para segmentos de clientes interessados. Ex.: Telefonia celular Ex.: Google Ex.: Cartão de crédito Ex.: Spotify Ex.: Procter & Gamble Agora que você já sabe o que é proposta de valor, que já conhece o Canvas de Modelo de Negócio e como elaborar um e também já viu alguns exemplos de Modelos de Negócios conectados com o mercado, na próxima parte deste e-book, vamos te dar algumas dicas de organizações que podem te apoiar e fazer com que o seu projeto saia do papel. Preparados? 24 24 Parte 4 – Transforme seu projeto! É de conhecimento de todos que o empreendedorismo é fonte de renda e desenvolvimento social e econômico para as nações, assim, cada vez mais ecossistemas de empreendedorismo e inovação estão ganhando forma e força em muitos países. O conceito de ecossistema vem da biologia e apresenta um conjunto formado pelas interações entre todos os seus elementos, são conjuntos complexos de relacionamentos. Assim, usamos o termo ecossistema de empreendedorismo e inovação como uma metáfora. Ecossistema de negócios é uma comunidade econômica que se apoia na interação entre organizações e indivíduos, considerados os organismos do mundo dos negócios (TEIXEIRA; TRZECIAK; VARVAKIS, 2017, p. 5). Um ecossistema de empreendedorismo e inovação é o termo utilizado para descrever um conjunto de organizações, por exemplo, empresas, universidades, governo, institutos de pesquisa, entidades sem fins lucrativos que promovam relações e interações entre si e fomentem um ambiente propício ao empreendedorismo e a inovação. O Sebrae, em seu material sobre ecossistemas de alto impacto, explica que, para o bom funcionamento do ecossistema, é necessário a presença de múltiplos atores, entre eles: Um pool de talentos com indivíduos com alto nível de capital humano, o que inclui tanto habilidades técnicas quanto empreendedoras. Mercado interno e externo composto por consumidores e empresas que atuam como clientes. Capital financeiro fornecido por investidores privados ou agências públicas de fomento, permitindo que os empreendedores obtenham os recursos necessários para a formação e o crescimento de seus negócios. Serviços de suporte que ajudem os empreendedores a obter conhecimento especializado. Universidades que desempenham um papel catalisador. 25 2524 Infraestrutura física do ecossistema (para a qual, tanto atores públicos quanto privados podem contribuir), que fornece às empresas iniciantes os recursos tangíveis necessários, incluindo espaço para escritórios, instalações de telecomunicações e infraestrutura de transporte. Esses atores precisam estar conectados por meio de redes formais e informais que permitam facilitar o fluxo de recursos e informações entre eles (SEBRAE, 2020). Vamos discutir sobre alguns atores do ecossistema de empreendedorismo e inovação que podem ajudar na sua jornada empreendedora. Começaremos com as incubadoras de empresas. 1) Incubadoras As incubadoras são entidades que estimulam empreendimentos que estejam nascendo ou há algum tempo no mercado. São entidades sem fins lucrativos e costumam ser mantidas por instituições públicas, por isso, geralmente estão ligadas ao ambiente acadêmico ou governamental. Acompanhar um negócio desde seu início, auxiliando no desenvolvimento do empreendimento e visando sua abertura para atuação no mercado, é a base do processo de incubação de empresas (SEBRAE, 2020). Além de toda a estrutura física que contempla escritórios, laboratórios, salas de reunião,auditórios e outros recursos, os empreendedores podem usufruir de ferramentas e serviços que dificilmente conseguiriam obter por conta própria em um estágio inicial do negócio. Não é só isso, o mais importante é que as incubadoras também oferecem suporte para o desenvolvimento do negócio orientando, conectando com mentores ou prestando consultoria aos empreendedores em diferentes áreas, como gestão empresarial, gestão tecnológica, captação de investimentos, marketing, assistência jurídica, entre outros. Muito importante também enfatizar que a maioria das incubadoras atuam como “curadoras” da relação entre empreendedores e seus pares, bem como entre empreendedores e outros ecossistemas. 26 26 2) Aceleradoras Diferentemente das incubadoras, as aceleradoras são organizações privadas, que tem por objetivo apoiar e investir no desenvolvimento e rápido crescimento de empreendimentos, auxiliando no alcance do ponto de equilíbrio do negócio (SEBRAE, 2020). As aceleradoras focam em elevar empreendimentos para um patamar que permita a atração de investimentos por meio de capital de risco. Vamos ver quais as principais características apontadas pelo Sebrae (2020) que caracterizam os programas de aceleradoras: • O processo de candidatura ao programa de aceleração é aberto a todos, mas altamente competitivo. • Programa estruturado, com duração que varia entre três a seis meses e possui como foco ensinar, aos participantes, habilidades de negócio e de gerenciamento de produtos, incluindo eventos programados e orientação/mentoria intensiva. • Oferece espaço de trabalho, oportunidades de networking e mentoria com empresários, advogados, pessoal técnico, investidores anjo, capital de risco, fundos de investimento ou mesmo executivos de empresas. • Provisão de investimento, geralmente, em troca por parte do capital da empresa (equity). • A maioria dos programas termina com um grande evento, denominado Demo Day, cujos empreendimentos são apresentados para um público normalmente composto por investidores, como um pitch. Uma característica que distingue muito as incubadoras das aceleradoras é que as aceleradoras normalmente são lideradas e geridas por empreendedores e empresários com experiência, capacidade de investimento próprio ou financiadas por capital de risco. 3) Coworkings Os coworkings são espaços de trabalho compartilhado. Trata-se da união de pessoas, startups e outros tipos de organizações que trabalham de forma independente, mas compartilham o mesmo espaço (SEBRAE, 2020). 27 2726 Além da comodidade de oferecer espaço, a conveniência e a economia de custos, com a terceirização de tarefas administrativas básicas, a proposta desses espaços é reunir em um mesmo espaço pessoas com necessidades e objetivos profissionais específicos. Esses profissionais irão formar uma comunidade colaborativa, por isso, há uma tendência de espaços de coworking que atenda nichos, ou seja, projetados para um propósito específico, por exemplo, um coworking que reúne profissionais da indústria criativa. 4) Hubs de inovação São espaços físicos criados para propiciar o encontro de pessoas e, por meio dessa interação, gerar oportunidades para que essas pessoas criem, empreendam, trabalhem juntas e inovem (SEBRAE, 2020). Esses espaços reúnem startups, médias e grandes empresas e também potenciais investidores, tudo voltado para a geração de negócios. Oferecem um ecossistema com uma infraestrutura propícia (auditórios, salas de reunião, cafés etc.) para diversas atividades que propiciem a integração das pessoas. Diversos bancos e empresas estão criando e participando desses Hubs, pois, ao fazerem isso, conseguem ter um bom posicionamento no ecossistema. O Sebrae explica que, com isso, ficam mais antenadas e por dentro de diversas possibilidades de negócios para financiar, estabelecer parcerias, investir ou fornecer serviços. Além de ampliar as oportunidades de negócio, essa proximidade com um ambiente de inovação e com a mentalidade empreendedora pode trazer como benefício a renovação da cultura da empresa e de seus empregados. Alguns Hubs no Brasil são: • Cubo Itaú (https://cubo.network/). • Google Campus (https://www.campus.co/intl/pt_ALL/sao-paulo/). • Habitat Bradesco – Inovabra (https://www.inovabra.com.br/). Acesse e veja quantas oportunidades de se conectar com o universo empreendedor existem. Ufa! É muita ideia sensacional, é muita gente querendo ajudar e fazer parte deste mundo desafiador do empreendedorismo e da inovação. Vamos fazer um resumo de todas essas possibilidades? 28 28 Incubadora de empresas São destinadas a estimular empresas nas fases iniciais de seu projeto, auxiliando a encontrar clientes, planejar o negócio e na prototipagem e desenvolvimento dos produtos. Aceleradoras Concentram-se em orientar empresas visando ganhos de escala, ou seja, são empreendimentos que já possuem uma base sólida e que buscam maior tração nos negócios, bem como um investimento inicial. As aceleradoras oferecem uma orientação personalizada que ajuda os empreendimentos a crescer. Coworking União de pessoas, startups e outros tipos de organizações que trabalham de forma independente, mas compartilham o mesmo espaço, com o objetivo de colaboração. Hubs de inovação São espaços físicos criados para propiciar o encontro de pessoas e, por meio dessa interação, gerar oportunidades para que essas pessoas criem, empreendam, trabalhem juntas e inovem Existem muitas possibilidades para ajudar empreendedores a melhorarem as suas ideias e a tirarem elas do papel! A Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendedorismo Inovador (Anprotec) reúne mais de 300 associados, entre incubadoras de empresas, aceleradoras, órgão públicos e entidades ligadas ao empreendedorismo e à inovação, acesse o QR Code abaixo e descubra uma organização próxima de você que poderá te ajudar! Chegamos ao fim dessa nossa jornada, esperamos que esse seja o começo de um futuro empreendedor! Lembre-se de que estaremos sempre aqui para ajudar a fomentar o empreendedorismo e as ideias inovadoras de milhares de brasileiros que sonham com um futuro melhor para si e para a sociedade onde vivem. Sucesso! 29 2928 REFERÊNCIAS CHESBROUGH, Henry; VANHAVERBEKE, Wim Co-autor; WEST, Joel Co-autor. Novas fronteiras em inovação aberta. São Paulo : Blucher, 2017. E-book. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788521211211. Acesso em: 9 ago. 2021. OCDE. Manual de Oslo: diretrizes para a coleta e interpretação de dados sobre inovação tecnológica. Publicado pela FINEP (Financiadora de Estudos e Projetos), 3. ed., 2006. OSTERWALDER, Alexander; PIGNEUR, Yves. Business model Generation: inovação em modelos de negócios – um manual para visionários, inovadores e revolucionários. Rio de Janeiro: Alta Books, 2011. SEBRAE. Ecossistemas de empreendedorismo inovadores e inspiradores. Brasília: Sebrae, 2020. SEBRAE. Cartilha O quadro de Modelo de negócios: um caminho para criar, recriar e inovar em modelos de negócios. Brasília, DF, 2013. TEIXEIRA; Clarissa Stefani; TRZECIAK; Dorzeli Salete; VARVAKIS; Gregório. Ecossistema de inovação: alinhamento conceitual. Florianópolis: Perse, 2017. VIANNA, M. et al. Design Thinking: inovação em negócios. Rio de Janeiro, RJ. MJV Press, 2012.
Compartilhar