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1 Rafaela Pamplona Psicologia Médica Bandura - Perspectiva de Aprendizagem ▪ Aprendizagem social (social cognitiva) ▪ Sugere que o ímpeto para o desenvolvimento é bidirecional ▪ Conceito de determinismo recíproco - É determinismo porque vai acontecer a resposta e é recíproco porque ao tempo em que ensino também aprendo (ensinar-aprender) - Defende que a aprendizagem é uma via de mão dupla, ou seja, bidirecional, ao mesmo tempo em que se ensina se aprende - A pessoa age sobre o mundo na medida em que o mundo age sobre a pessoa “A aprendizagem é bidirecional: nós aprendemos com o ambiente e o ambiente aprende e se modifica graças as nossas ações” Bandura ▪ Bandura concentrou seu estudo na interação entre o aprendiz e o ambiente para explicar os processos de aprendizagem ▪ A aprendizagem se dá a partir da observação de modelos - Aprendizagem observacional ou Modelagem: nossas atitudes são feitas a partir da observação das pessoas que colocamos como modelo - Pessoas modelo: são os adultos mais significativos. Ex.: pai, mãe, professor, amigos, ídolos etc Experimento do João Bobo ▪ Experimento par analisar o comportamento das crianças ao ver modelos adultos mostrando comportamentos agressivos em relação a um boneco ▪ É a demonstração empírica da Teoria da Aprendizagem Social - Essa teoria defende que boa parte da aprendizagem humana é dada pelo contato com o ambiente social ▪ Estuda a agressividade em crianças – pioneiro na analise do comportamento de agressividade em crianças ▪ Base do experimento - Demonstrar quer certos comportamentos eram aprendidos pelas crianças ao imitar as ações de modelos adultos ▪ As crianças foram organizadas em 3 grupos: expostas ao modelo agressivo, expostas ao modelo não agressivo e o grupo controle ▪ De forma individual, cada criança era observadora da conduta de um adulto em relação ao boneco João Bobo ▪ Conclusões - As crianças expostas ao modelo agressivo eram mais propensas a agir com agressões físicas do que aquelas que não foram expostas - As crianças eram mais influenciadas por modelos de seu próprio gênero ▪ Outro experimento foi realizado para estabelecer os efeitos de recompensar ou castigar comportamentos errôneos e violentos - Conclusões validaram a teoria da aprendizagem por observação ▪ As crianças tendem a imitar aquilo que veem em seus modelos ou figuras de referência ▪ Experimento evidenciou a importância de prestar atenção nos comportamentos e atitudes tanto no ambiente familiar quando no educativo Conceito da Autoeficácia ▪ Crença que temos a respeito das nossas capacidades para realização pretendida ▪ É descrito como o senso de autoestima ou valor próprio, o sentimento de adequação, eficácia e competência para enfrentar os problemas “A autoeficácia percebida é relacionada com as crenças da pessoa em suas capacidades de exercer controle sobre seu próprio funcionamento e sobre os eventos que afetam suas vidas” ▪ A crença no nível de autoeficácia influencia vários aspectos da vida - Pessoas com grau elevado de autoeficiência acreditam ter capacidade de lidar com os variados acontecimentos da vida - Pessoas com autoeficiência baixo tem sentimentos de inutilidade, falta de segurança, crença de que não são capazes de lidar com as situações que enfrentam e acreditam que têm poucas chances de mudá-las 2 Rafaela Pamplona Relação Médico-Paciente na Infância ▪ A comunicação médico-paciente exige do profissional uma grande habilidade, que envolve técnica, conhecimento teórico, ética e sensibilidade ▪ A comunicação em pediatria possui características peculiares comparadas aos pacientes adultos, visto que a criança está em processo de desenvolvimento cognitivo, social e psicológico, além de possuir adultos responsáveis pela sua saúde Fatores que podem Dificultar a Relação ▪ A exclusão da criança na comunicação - Não saber como abordar - Proteção ▪ A falta de comunicação com pacientes pediátricos, na tentativa de minimizar o sofrimento, pode ser fonte maior de angústias e fantasias ▪ A comunicação efetiva com a criança torna-se imprescindível para a sua compreensão do processo de adoecimento e tratamento Criança Diante da Hospitalização ▪ A criança diante da hospitalização pode apresentar sentimentos como medo, sensação de abandono, sensação de punição ▪ Isso ocorre em intensidades diferentes em cada criança, dependendo da idade, situação psicológica afetiva, rotinas hospitalares, motivo e duração da internação. Sendo essas condições determinam um maior ou menor comprometimento com o tratamento ▪ As reações das crianças são influenciadas por sua idade de desenvolvimento, experiências prévias com a doença, separação ou hospitalização, habilidades de enfrentamento inatas e adquiridas, a gravidade do diagnóstico e o sistema de suporte disponível ▪ Fases - Fase do protesto: reagem de maneira agressiva, choram e gritam por seus pais, recusam a atenção de outros - Fase do desespero: o choro para, a depressão fica evidente. Torna-se muito menos ativa, mostra-se desinteressada por brincadeiras ou por alimentos e isola-se - Fase do desligamento: parece que a criança finalmente ajustou-se à perda. Torna-se mais interessada nas visitas, brinca e até forma novos relacionamentos. Entretanto, este comportamento é o resultado da resignação, e não um sinal de contentamento ▪ Esta vivência pode levar a um amadurecimento e maior desenvolvimento psíquico ou resultar em prejuízo ao desenvolvimento físico e mental Importância do Brincar ▪ Simular o processo ajuda a minimizar as fantasias ▪ A utilização do brinquedo terapêutico significa uma sessão de preparo da criança para o que lhe irá acontecer (cirurgia, procedimentos técnicos, como punção venosa, curativos, inalação etc.) ▪ Possibilita melhor comunicação entre os profissionais da equipe de saúde e a criança-família, propiciando àqueles a compreensão das necessidades e sentimentos da criança; ▪ Contribui para o seu desenvolvimento físico, social, moral e psicológico, auxiliando-a a reconhecer o que lhe ocorre, a liberar seus temores e frustrações, sem raiva e ansiedade e a revelar seus sentimentos e pensamentos ▪ Propicia diversão e espontaneidade e uma forma de reorganizar sua vida diante da hospitalização; ▪ Ajuda a assimilar novas situações e esclarecer conceitos errôneos Classificação dos Jogos – Piaget ▪ Distingue três tipos de estruturas que caracterizam o jogo infantil e fundamentam a classificação proposta - Jogos de exercício (0 a 2 anos) Fase sensório-motora Primeiras manifestações lúdicas da criança Repete o ato de jogar inúmeras vezes 3 Rafaela Pamplona Grande prazer na repetição A ação exercida pela criança tem como principal característica a satisfação de suas necessidades Os gestos e as repetições dos movimentos oferta-lhes a condição de maturidade do movimento - Jogos de Símbolos (2 a 7 anos) Fase pré-operatória Jogo de faz de conta Importante no desenvolvimento cognitivo e afetivo Através do faz-de-conta existe a busca do prazer, do domínio da angustia e da resolução dos conflitos - Jogos de Regras (a partir de 7 anos) No inicio do estágio de operações concretas consolida-se no estágio de operações formais Importante no processo de pensar e construir conhecimentos Nestes jogos é possível dar vazão às pulsões agressivas, de modo mais ameno, pois estão de acordo com as regras do jogo Relação Médico-Paciente na Adolescência ▪ OMS – faixa etária entre 10 e 19 anos ▪ A adolescência está mais relacionada as vivencias, em como percebe o mundo do que as mudanças corporais da puberdade ▪ A adolescência é o período que se caracteriza pelo ajustamento sexual,social, ideológico, vocacional e de luta pela emancipação dos pais. E não somente uma fase terminal do crescimento biológico ▪ Após a adolescência o ser humano teria condições de ter - Definição da identidade sexual e a capacidade de estabelecer relações afetivas estáveis Não necessariamente amoroso, mas amizades, vínculos - Independência econômica - Consolidação do seu sistema de valores pessoais, o seu código de ética próprio Fases da adolescência 1ª fase – Desencadeada pelo aumento das forças instituais, iniciadas a partir da maturação dos órgãos reprodutores e as mudanças fisiológicas da puberdade Marcada por intensos e repentinos impulsos eróticos e agressivos, que por sua vez acabam gerando muitos conflitos internos e a busca do equilíbrio e da manutenção do controle 2ª fase – Acontece depois dos 16 anos, caracteriza-se por uma maior estabilidade, no que diz respeito às terríveis oscilações hormonais A crença de que se é poderoso, que nada de mal pode lhe atingir, que a realidade é reversível e o imediatismo fazem com que o adolescente se envolva em situações sem pensar nas consequências Desenvolvimento na Adolescência ▪ Desenvolvimento psicossexual – Sigmund Freud - Fase genital Em que o prazer está centrado na região genital, em que já existe uma escolha pelo objeto/desejo sexual ▪ Desenvolvimento psicossocial – Eric Erikson - Estágio da identidade X confusão de papeis Principal tarefa da adolescência é confrontar a crise de identidade X confusão de identidade Tornar-se um adulto singular com uma percepção coerente do self e com um papel valorizado na sociedade ▪ Desenvolvimento cognitivo – Jean Piaget - Etapa operatório formal Alcançou o maior grau do desenvolvimento cognitivo, sendo capaz de aprender qualquer coisa Inteligência logica-abstrata, não limitada as experiencias concentras Capaz de pensamentos abstratos, especulação sobre situações, hipóteses, raciocínio dedutivo, planejamento, imaginação Lutos e Perdas Simbólicas ▪ Aberastury e Knobel (1992) relacionam os lutos e as perdas vividas pelo adolescente 4 Rafaela Pamplona - O luto pelo corpo infantil perdido através da mudança biológica que se impõe ao indivíduo - O luto pelo papel e identidade infantis, que o obriga a uma renúncia da dependência e a uma aceitação de responsabilidades que muitas vezes desconhece - O luto pelos pais da infância, os quais persistentemente tentam reter na sua personalidade, procurando o refúgio e a proteção que eles significam Relação Médico-Paciente na Adolescência ▪ Ao falar de relação médico-paciente, nos deparamos com um impasse que transcende esse saber epidemiológico, clínico e técnico ▪ Estar com o paciente faz parte da dimensão artesanal do fazer médico. Esta dimensão artesanal é tanto única, quanto irrepetível e demanda uma busca constante do médico por aperfeiçoar sua habilidade de atender - Cada médico tem sua forma de conduzir é diferente ▪ O médico deve ir além da técnica, sem prescindir dela ▪ Existe uma série de características epidemiológicas típicas desse grupo como - Maior exposição a comportamento sexual de risco, uso de drogas lícitas e ilícitas, maior exposição a situações que possam culminar em morte traumática, como afogamentos e acidentes de trânsito ▪ Durante a consulta, muitas vezes, o adolescente demonstra que pouco se apropria do conhecimento sobre si, ainda permanece relegando essa posição aos pais ▪ Ao ser indagado sobre a queixa principal, comumente há o desvio do olhar para a mãe, pai ou familiar em posição de autoridade ali presente ▪ O protagonista da conversa (o adolescente) pouco se expressa e, muitas vezes, se sente inibido ▪ O adolescente, frequentemente, se encontra em uma posição de recusa, em grande parte das vezes, ele é a terceira pessoa da consulta e que está sob responsabilidade de um outro sujeito – pouco se vê como responsável pelos seus cuidados médicos ▪ Pode surgir a recusa à terapêutica e a boa condução do caso pode ficar comprometida - Atitudes simples, como penetrar na esfera pessoal de gostos e hábitos de vida, demonstrando interesse pela pessoa - Introduzir a pergunta “você faz questão da presença da sua mãe/pai/acompanhante?” ▪ Para lhe oferecer a oportunidade de falar de si, confidencialmente, e necessário que o atendimento sempre ocorra em dois momentos - Primeiro acompanhado de seu responsável - Segundo só com o adolescente, pois ele pode não querer revelar algumas informações na presença de seus pais Lugar do Médico ▪ Poder - Poder de perceber o que é necessário fazer naquele momento, se há a necessidade de encaminhamento, exames ▪ Saber - Conhecimento científico e técnica ▪ Não saber - Não conhecimento a respeito do paciente ▪ De quem demanda - Quando o paciente está em posição de recusa Lugar do Adolescente ▪ Do recusa - Não se sente confortável, não quer colaborar, pois não vê sentido na consulta ▪ Do objeto - Quando os pais agem como porta-voz ▪ Do sujeito - Quando ele participa da consulta, consegue tirar as dúvidas, estabelece uma relação de confiança ▪ De quem demanda - Relacionado as demandas de orientação e informação 5 Rafaela Pamplona Resumo da Relação Médico-Adolescente ▪ O médico deve estar sempre atento sobre o lugar que ele e o paciente ocupam ▪ As demandas do paciente, além do campo técnico, devem ser “escutadas”, mas não diretamente atendidas, precisam ser elaboradas com ele e devolvidas a ele Relação Médico-Paciente Adulto e Idoso ▪ A doença provoca sentimento de isolamento nos pacientes idosos, que desejam ter seus sentimentos, ideias e dilemas entendidos por outras pessoas ▪ No processo diagnóstico e terapêutico, a familiaridade, a confiança e a colaboração estão altamente implicadas no resultado da prática médica ▪ A empatia é essencial nesse momento ▪ Os pacientes idosos esperam que o médico seja amistoso, cordial, gentil, carinhoso e solidário no seu sofrimento, oferecendo-lhes o apoio emocional de que carecem ▪ Eles desejam ser acolhidos de forma cuidadosa e personalizada, chamados por seu nome próprio e/ou por um adjetivo carinhoso (principalmente entre as mulheres) ▪ Esta relação é baseada na confiança que o profissional inspira e na compreensão do idoso sobre a realidade do médico ▪ Cuidar de indivíduo idoso transcende a conduta terapêutica no sentido estrito, pois é necessário estar atento à qualidade de vida, aos níveis de autonomia e independência e ao meio ambiente social e físico, a fim de prevenir as enfermidades e tratar adequadamente quaisquer condições vigentes ▪ O médico que quiser desenvolver com o paciente idoso uma relação construtiva precisa escutá-lo com atenção, o que exige sensibilidade para conhecer a realidade do paciente, ouvir suas queixas e encontrar, junto com ele, estratégias que facilitem sua adaptação ao estilo de vida exigido pelo envelhecimento, doença e decrepitude ▪ O médico é estimulado a pensar o paciente idoso em sua inteireza, como um ser biopsicossocial, percebendo o significado do adoecer para o indivíduo ▪ Este profissional deve saber que a doença raramente é orgânica ou psíquica ou social ou familiar, mas, sim, concomitantemente todas elas ▪ Os médicos que trabalham com pacientes idosos também estão envelhecendo, de tal forma que também são tocados, direta ou indiretamente, por este processo que vai um dia levá-los à mesma situação dos idosos de quem cuidam Atributos Desejáveis ao Médico ▪ Empatia ▪ Continência ▪ Humildade ▪ Respeito para com as diferenças ▪ Curiosidade ▪ Capacidade de conotar positividade ▪ Capacidade de comunicação Aspectos Favoráveis para a Tarefa Terapêutica ▪ São aspectos consideradosimportantes para o estabelecimento de contextos favoráveis a uma relação médico-paciente idoso baseada na cooperação e no desenvolvimento conjunto da tarefa terapêutica - Atender com hora marcada e com menor tempo de espera - Oferecer espaço de atendimento confortável e que preserve a privacidade - Tratar o paciente pelo nome Pacientes idosos desejam ser chamados pelos seus nomes e/ou por um adjetivo carinhoso, principalmente as mulheres, gostam de ser tratadas de forma cuidadosa - Olhar o doente enquanto conversa com ele Demonstra atenção e respeito - Buscar ouvir mais do que falar Muitos idosos só precisam conversar - Comunicação em termos compreensíveis ao paciente Evitar termos técnicos que dificultam o entendimento - Manter o paciente idoso informado sobre seus problemas de saúde, tratamentos, retorno à consulta, procedimentos realizados, buscando esclarecer dúvidas 6 Rafaela Pamplona - Falar sobre o doente com outros profissionais de forma respeitosa e positiva - Os médicos devem privilegiar sentimentos e valores dos pacientes idosos e de seus familiares, estimulando a reflexão para tomada das decisões necessárias em conjunto, ou seja, democratizando a relação médico-paciente e resgatando, enfim, sua humanização
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