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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DO TRABALHO DA ____ª VARA DO TRABALHO DE ________
Fitzwilliam Darcy, brasileiro, motoboy, portador do RG nº ___ SSP/SP, inscrito no CPF sob nº ___ , nascido em ___ , filho de ___ , CTPS nº ___ – Série ___ -SP, residente e domiciliado na ___ , ___ / ___ , CEP ___ , através de sua advogada assinada abaixo (doc.01), vem mui respeitosamente perante a Vossa Excelência, propor:
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
em face de Charles Bingley LTDA. , pessoa jurídica de direito privado, com CNPJ de nº ___ , com endereço na ___ , CEP: ___ , ___ / ___ , pelas razões de fato e de direito que passa a aduzir:
I - DA GRATUIDADE JUDICIÁRIA
O reclamante é pessoa pobre na acepção jurídica do termo (doc.02), não possuindo condições de arcar com o pagamento das custas processuais sem prejuízo de seu sustento e de sua família, razão pela qual requer os benefícios da Justiça Gratuita, em conformidade com o Artigo 790, § 3º da CLT, art. 5º, LXXIV da Constituição Federal, Artigos 98 e 99 do Novo Código de Processo Civil e Lei n.º 1.060/50.
II – DO CONTRATO DE TRABALHO
 O reclamante foi admitido na empresa reclamada em ___ para exercer a função de motoboy. Foi demitido sem justa causa em ___ .
Não houve registro do vínculo empregatício em CTPS.
O Reclamante utilizava motocicleta como instrumento de trabalho, de forma exclusiva para o exercício de sua profissão, sem receber o adicional de periculosidade na porcentagem de 30% (trinta por cento) sob o valor do piso da categoria, conforme estabelecido em Convenção Coletiva e art. 193 da CLT.
Não recebeu nenhum valor a título de verbas rescisórias, nem teve sua CTPS assinada, de forma que teve seus direitos trabalhistas negados, motivo pelo qual vem em busca da tutela jurisdicional pela presente Reclamação trabalhista.
III - DO VÍNCULO EMPREGATÍCIO – ARTIGOS 2º E 3º DA CLT
Extrai-se do art. 3º da Consolidação das Leis do Trabalho que “considera-se empregado toda e qualquer pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e mediante salário”.
O reclamante recebia ordens de seus superiores ___.
Foi demitido sem justa causa.
Restará demonstrado no curso deste processo o vínculo trabalhista, eis que o reclamante trabalhava com habitualidade, cumpria jornada de trabalho delimitada pela reclamada e recebia ordens de seus superiores hierárquicos.
Dessa forma, restam configurados no presente contrato de trabalho os requisitos estabelecidos no artigo 3º da CLT, quais sejam: habitualidade, subordinação jurídica, onerosidade e pessoalidade, razão pela qual resta configurado o vínculo empregatício.
Resta, portanto, configurado a figura de empregado da Reclamada, mormente quando configurada a pessoalidade na prestação dos serviços e subordinação jurídica à empresa Reclamada.
No que tange aos pressupostos acima descritos, as circunstâncias fáticas em que se deu a relação havida entre as partes são incontroversas.
A pessoalidade da relação havida entre as partes é inquestionável.
Quanto à subordinação jurídica de igual forma, restou caracterizada a hipótese em análise.
Cumpre esclarecer que o trabalho autônomo, ao revés, só se configura quando há inteira liberdade de ação, ou seja: quando o trabalhador atua como patrão de si mesmo o que não ocorre no presente.
A corroborar o exposto acima, cumpre transcrever a lição de Mauricio Godinho Delgado:
“Duas grandes pesquisas sobrelevam-se nesse contexto: a pesquisa sobre a existência (ou não) da pessoalidade e a pesquisa sobre a existência (ou não) da subordinação.”
...
Tipifica a pessoalidade a circunstância de a prestação do trabalho concretizar-se através de atos e condutas estritamente individuais do trabalhador mesmo. O prestador laboral não pode, em síntese, cumprir contrato mediante interposta pessoa, devendo fazê-lo pessoalmente.
...
A subordinação, por sua vez, é elemento de mais difícil aferição no plano concreto desse tipo de relação entre as partes. Ela tipifica-se pela intensidade, repetição e continuidade de ordens do tomador de serviços com respeito ao obreiro. Se houver continuidade, repetição e intensidade de ordens do tomador de serviços com relação à maneira pela qual o trabalhador devem desempenhar suas funções, está-se diante da figura trabalhista do vendedor empregado (art. 2 e 3, caput, CLT; Lei n. 3207, de 1957)” (DELGADO, Maurício Godinho. Curso de Direito do Trabalho. 7ª Ed. São Paulo: LTr, 2008. Págs. 599-600)
Impende destacarmos que na relação jurídica em analise sempre existirão as figuras da onerosidade subjetiva e habitualidade.
Sobre tais aspectos, merece ser trazido a baila o magistério de Vólia Bomfim Cassar, quando leciona que:
“Onerosidade significa vantagens recíprocas. O patrão recebe serviços e, o empregado, o respectivo pagamento. A toda prestação de trabalho corresponde uma contraprestação pecuniária ou in natura. Não há contrato de emprego gratuito, isto é, efetuado apenas em virtude da fé, do altruísmo, da caridade, ideologia, reabilitação, finalidade social, sem qualquer vantagem para o trabalhador.
A onerosidade do contrato de trabalho é traduzida pelo pagamento de salário em pecúnia ou em utilidade.
...
A expressão não eventual referida no art. 3º da CLT deve ser interpretada sob a ótica do empregador, isto é, se a necessidade daquele tipo de serviço ou mão de obra para a empresa é permanente ou acidental. Não se deve empregar a interpretação literal do referido dispositivo legal, pois conduz à falsa ilação de que o que é episódico e fortuito é o trabalho daquele empregado em relação àquele tomador.
...
Nossa legislação preferiu o enquadramento do trabalho eventual de acordo com a atividade do empregador.
A necessidade daquele tipo de serviço pode ser permanente (de forma contínua ou intermitente) ou acidental, fortuita, rara. Assim, o vocábulo não eventual caracteriza-se quando o tipo de trabalho desenvolvido pelo obreiro, em relação ao seu tomador, é de necessidade permanente para o empreendimento”.
(CASSAR, Vólia Bomfim. Direito do Trabalho. 4ª Ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2010. Págs. 258-264)
A jurisprudência trabalhista pátria é assente neste sentido, da qual se depreende que:
VÍNCULO DE EMPREGO. CARACTERIZAÇÃO. O contrato do trabalho é um contrato realidade, no qual a ficção jurídica é desprezada, valorizando-se a efetiva situação em que se desenvolvia a prestação de serviços. Isto porque no direito do trabalho impera o princípio da primazia da realidade sobre a forma e assim deve ser analisada a situação evidenciada no feito. No caso, o reclamante trabalhava para a reclamada na função de montador, em típica atividade-fim desta, porquanto a firma ré atua no comércio de móveis e eletrodomésticos, necessitando diariamente dos serviços do autor para a montagem dos móveis vendidos, seja na época do suposto trabalho autônomo ou no período em que houve anotação da carteira de trabalho. Configurada a subordinação jurídica estrutural, encarada sob o aspecto objetivo, e presentes os demais elementos configuradores do liame empregatício (art. 3º, da CLT), e porque não se alteraram as condições de trabalho antes e após a assinatura da CTPS, é de se reconhecer o liame empregatício havido entre as partes no período sem o devido registro de empregado.
(TRT 3ª R. - RO 360-44.2011.5.03.0129; Relª Juíza Conv. Taísa Maria Macena de Lima; DJEMG 17/09/2012; Pág. 72)
VÍNCULO EMPREGATÍCIO. CARACTERIZAÇÃO. Admitida pela reclamada a prestação de serviços, porém a título de trabalho autônomo, gera em favor do reclamante presunção favorável da presença dos elementos caracterizadores do vínculo de emprego, atraindo para si, em consequência, o ônus da prova, por se tratar de fato impeditivo à pretensão autoral, à luz das regras de distribuição do ônus da prova insculpidas no art. 818 da CLT c/c o art. 333 do CPC. A prova testemunhal produzida nos autos não dá sustentáculo às assertivas perfilhadas na peça de resistência, não se prestando a demonstrar a inexistência do vínculo vindicado, encargo que incumbia à parte reclamada. Em verdade, o que defluida prova testemunhal é que o reclamante estava inserido na atividade da empresa e subordinado aos poderes de gestão desta. Manutenção do vínculo reconhecido na origem.
(TRT 2ª R. - RO 0161800-10.2009.5.02.0303; Ac. 2012/1012489; Quarta Turma; Relª Desª Fed. Maria Isabel Cueva Moraes; DJESP 06/09/2012)
VÍNCULO DE EMPREGO. Nas relações jurídicas que se cunham na prestação de serviços, a principal singularidade diferenciadora entre a relação autônoma e a de emprego se dá quanto à subordinação, pois os demais elementos informadores de contrato de trabalho também estão presentes: Onerosidade, não eventualidade e pessoalidade. A alegação de trabalho eventual ou autônomo atrai o onus probandi para o demandado, consoante a regra insculpida no art. 333, II, do CPC. Não se desincumbindo a reclamada do encargo probatório referido, há de se reconhecer a relação empregatícia alegada na inicial. Diferenças de salário. Segundo os arts. 457 e 458 da CLT, todos os valores e benefícios concedidos habitualmente ao empregado devem integrar o salário para todos os efeitos. Recurso da reclamada parcialmente conhecido e não provido.
(TRT 10ª R. - RO 0000158-59.2012.5.10.0801; Rel. Juiz Paulo Henrique Blair; DEJTDF 14/09/2012; Pág. 348)
 Portanto, resta caracterizado o vínculo de emprego, o que se requer desde já, bem como, requer a inversão do ônus da prova a favor do Reclamante, neste sentido.
IV - DA JORNADA DE TRABALHO
O Reclamante foi contratado para exercer jornada de sexta-feira a domingo, e feriados e vésperas de feriados, nos seguintes moldes: 
(adapte ao caso concreto)
- Sexta-feira das 11:00 às 15:30h;
- Sábado das 11:00 às 16:30h;
- Domingo das 11:00 às 16:30h.
V - DO SALÁRIO E REMUNERAÇÃO
Os pagamentos do Reclamante eram pagos por dia, e com base nas taxas que ganhava por entrega, a diária era valor fixo de R$ ___ , mais entregas variavam a cada 2km – R$ ___ , até 8km – R$ ___ , após, adicionava R$ ___ a cada 2 km, portanto, a estimativa era:
- Sexta-feira o valor de R$ ___ por dia (Diária de R$ ___ + Estimativa de taxa de R$ ___);
- Sábado o valor de R$ ___ por dia (Diária de R$ ___ + Estimativa de taxa de R$ ___);
- Domingo o valor de R$ ___ por dia (Diária de R$ ___ + Estimativa de taxa de R$ ___);
- Feriados o valor de R$ ___ por dia (Diária de R$ ___ + Estimativa de taxa de R$ ___);
- Vésperas de feriados o valor de R$ ___ por dia (Diária de R$ ___ + Estimativa de taxa de R$ ___);
Devemos considerar que no período trabalhado pelo Reclamante, houve ___ feriados e ___ vésperas de feriado:
(insira a quantidade de feriados e vésperas)
Os pagamentos do reclamante eram calculados da forma apresentada na tabela acima, tomamos como base a média diária de salário e levando-se em conta que o mês possui em média 4 semanas, e foram ___ meses trabalhados chegamos a estimativa de R$ ___ ao mês, sem o referido adicional de periculosidade.
Com valor do adicional de periculosidade:
R$ ___ + 30% do Piso (R$ ___) = R$ ___
Nos termos da cláusula décima terceira da CCT, para compor a remuneração dos funcionários, os empregadores utilizarão o valor estimado de R$ ___ , para o mensageiro motociclista:
R$ ___ + 30% do Piso (R$ ___) = R$ ___
+ R$ ___ = R$ ___
Referido valor deverá ser considerado para efeito de cálculos de encargos previdenciários, fundiários, férias, 13º, o que se requer desde já, requerendo ainda a incorporação ao salário do reclamante.
Para composição da remuneração, tomou-se como base o valor de R$ ___ , acrescido do adicional de periculosidade de R$ ___ , e estimativa de gorjeta de R$ ___ (valor este que servirá de base de cálculo para as verbas rescisórias com exceção do aviso prévio)= R$ ___ .
VI - DAS VERBAS RESCISÓRIAS
O Reclamante prestou serviços para a Reclamada, devendo ser reconhecida a dispensa sem justa causa.
Logo, o Reclamante fará jus ao pagamento dos proporcionais de salário, férias e 13º, bem como, ao aviso prévio nos termos do art. 487 da CLT, FGTS sobre verbas rescisórias e multa de 40%, multa do art. 477 § 8º da CLT, e liberação das guias do seguro desemprego, sob pena de incidência da indenização substitutiva. Caso não seja pago o pagamento do valor incontroverso, deverá ser pago pela Reclamada a multa do art. 467 da CLT.
De acordo com o art. 840, § 1º da CLT, os pedidos são certos, determinados e possuem a indicação de seu valor.
São devidas as verbas rescisórias:
(Descrição das verbas - inserir as verbas liquidadas) 
Também fará jus caso a Reclamada não pague o valor incontroverso em audiência, nos termos do art. 467 da CLT, no valor de R$ ___ .
Pela não anotação na CTPS do Reclamante, a Reclamada deverá ser condenada conforme art. 47, § 1º da CLT em multa de R$ ___ .
A Reclamada deverá proceder com a devida anotação em CTPS e respectivos recolhimentos fiscais e previdenciários.
VII – DA CONVENÇÃO COLETIVA – DESCUMPRIMENTO
Utilizando como parâmetro a última Convenção Coletiva da categoria do obreiro, verifica-se que a Reclamada a descumpriu, ficando sujeita as seguintes multas a serem revertidas em favor do reclamante, prevista na cláusula 55ª da CCT de 5% do salário mínimo por infração e por cada vez que incorrer – exceto naquelas que possuem penalidade própria.
Exemplo:
VII.1 – CLÁUSULA 4ª
A cláusula 4ª, parágrafo terceiro da CCT determina o pagamento de adicional de 30% (trinta por cento) sob o valor do piso da categoria para o trabalhador que utiliza a motocicleta de forma exclusiva para o exercício de sua profissão.
A empresa nunca cumpriu esta obrigação, motivo pelo qual deve responder pela multa prevista na cláusula 55ª da CCT.
Salário mínimo R$ 1.045,00
5% do Salário mínimo – R$ 52,25
(Insira as demais Cláusulas da CCT que foram descumpridas)
VIII – DO VALE REFEIÇÃO
A Cláusula décima quinta da CCT estabelece sobre o auxilio-alimentação. A Reclamada deveria fornecer alimentação aos seus empregados, ou quando não houvesse o fornecimento, deveria fornecer vale refeição no valor de R$ ___ por dia de trabalho.
Por nunca ter fornecido alimentação ou o vale refeição, deverá proceder com o pagamento, nos seguintes moldes:
228 dias (estimativa de dias trabalhados) x R$ ___ = ___
IX – DO ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
O Reclamante exercia a função de motoboy, entregando as refeições nos endereços fornecidos pelos clientes.
Sendo assim, faz jus ao recebimento do adicional de periculosidade, nos termos dos §§ 1º e 4º do artigo 193 da CLT abaixo descrito:
Art. 193. São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, aquelas que, por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem risco acentuado em virtude de exposição permanente do trabalhador a
...
§ 1º - O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da empresa.
...
§ 4o São também consideradas perigosas as atividades de trabalhador em motocicleta.
O parágrafo terceiro da clausula quarta estabelece o pagamento do adicional de periculosidade ao trabalhador que utiliza motocicleta para o exercício de sua atividade o que não foi observado pela reclamada.
Assim, requer seja condenada a reclamada ao pagamento do adicional de periculosidade de 30% referente a todo o período trabalhado.
Considerando-se a CCT, esta estabeleceu que a periculosidade fosse calculada sobre o piso da categoria que corresponde a R$ ___ . Levando-se em conta que o reclamante trabalhou por ___ meses, requer o pagamento referente ao adicional de periculosidade de todo o período.
R$ ___ x ___ meses = R$ ___
X - DA INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA EM FAVOR DO TRABALHADOR
A regra do ‘in dubio pro operario’ também modernamente denominada de ‘in dubio pro misero’ constitui no desdobramento do princípio da proteção atinente a interpretação jurídica, o qual determina que entre várias interpretações que comporta uma norma, deve ser preferida a mais favorável ao trabalhador, ou como melhor definiu Montoya Melgar, ‘uma regra de hermenêutica jurídica-laboral.’Na mesma esteira de pensamento manifesta-se Ana Virginia Moreira Gomes:
“A regra in dubio pro operário constitui um critério de interpretação jurídica, conforme o qual, diante de mais de um sentido possível e razoável para a norma, o aplicador do Direito deve escolher o que seja condizente com o abrandamento da desigualdade material que caracteriza a relação de emprego”.
Bem como, fundamenta-se o pedido na Súmula nº 212 do C. TST, que dispõe que o ônus de provar, é do empregador. E ainda, nos termos do art. 818 da CLT, o ônus da prova incube ao Reclamante, quanto ao fato constitutivo do seu direito, e:
§ 1o Nos casos previstos em lei ou diante de peculiaridades da causa relacionadas à impossibilidade ou à excessiva dificuldade de cumprir o encargo nos termos deste artigo ou à maior facilidade de obtenção da prova do fato contrário, poderá o juízo atribuir o ônus da prova de modo diverso, desde que o faça por decisão fundamentada, caso em que deverá dar à parte a oportunidade de se desincumbir do ônus que lhe foi atribuído.
Logo, diante do nítido desequilíbrio na obtenção das provas necessárias, tem-se a necessária inversão do ônus da prova. Tal inversão é consubstanciada na impossibilidade obtenção de prova indispensável por parte do Reclamante, sendo amparada pelo principio da distribuição dinâmica do ônus da prova, presente no art. 373 do CPC.
Buscando a equidade processual, e diante da situação hipossuficiente do Reclamante, requer a inversão do ônus da prova, com base no art. 818, § 1º da CLT e art. 373, § 1º do CPC. Sendo assim, requer-se a aplicação do princípio ‘in dúbio pro operário’ e do interesse da continuidade da relação de emprego, além dos fundamentos jurídicos citados, na presente Reclamatória.
XI – DANOS MORAIS
Conforme relatado nos autos, trata-se de inequívoco abalo à dignidade do trabalhador. A conduta da Reclamada fora arbitrária, abusiva e inconveniente que submeteu o Reclamante a situação insustentável, gerando o dever de indenizar.
O caso se amolda perfeitamente a redação da CLT:
Art. 223-B. Causa dano de natureza extrapatrimonial a ação ou omissão que ofenda a esfera moral ou existencial da pessoa física ou jurídica, as quais são as titulares exclusivas do direito à reparação.
Art. 223-C. A honra, a imagem, a intimidade, a liberdade de ação, a autoestima, a sexualidade, a saúde, o lazer e a integridade física são os bens juridicamente tutelados inerentes à pessoa física.
Afinal, diante da conduta lesiva à honra objetiva do Reclamante, perfeitamente caracterizado o dano extrapatrimonial indenizável.
Não há de se falar, portanto, em obrigação da parte autora de comprovar o efetivo dano moral que se lhe causou, pois tratar-se-ia de tarefa inalcançável a necessidade de demonstração de um dano psíquico.
A Reclamada jamais procedeu com a anotação em CTPS, sonegando os direitos trabalhistas do Reclamante, que sequer recebeu suas verbas rescisórias, como não possuiu Fundo de Garantia e ficou impedido de se habilitar no programa de seguro-desemprego.
Neste sentido:
DANO MORAL. VERBAS RESCISÓRIAS. INADIMPLÊNCIA. A sonegação, pelo empregador, dos valores rescisórios incontroversos, configura dano moral passível de indenização. (TRT-1 – RO: 00104055220145010002 RJ, Relator: CARLOS ALBERTO ARAUJO DRUMMOND, Data de Julgamento: 09/09/2015, Sexta Turma, Data de Publicação: 15/09/2015)
Ainda a Reclamada não possuía banheiro, nem refeitório, muito menos abrigo para a chuva.
A conduta da Reclamada foi cruel e desumana, jogando o Reclamante a própria sorte, sem se importar em como o obreiro iria conseguir manter seu sustento até se reinserir no mercado de trabalho.
A exposição do Reclamante a situações constrangedoras por parte do Reclamante, que extrapolou no exercício do poder diretivo caracteriza abuso de direito do qual resulta em dano à honra e a integridade psíquica do autor, com violação aos direitos básicos da personalidade tutelados pela lei.
Sobre o tema:
“São invioláveis a honra, a dignidade e a integridade física e psíquica da pessoa, por força de expressa disposição de lei, garantias que têm destacada importância também no contexto do pacto laboral, fonte de dignidade do trabalhador. Daí porque a violação a qualquer desses bens jurídicos, no âmbito do contrato de trabalho, importará a indenização pelos danos dela decorrentes, tendo em conta que a igualdade preconizada no artigo 5º da Magna Carta deve ser considerada também na relação de respeito que deve nortear o contrato de trabalho. A indenização por dano moral sofrido pelo empregado, no âmbito do contrato de trabalho, pressupõe, portanto, um ato ilícito, consubstanciado em erro de conduta ou abuso de direito, praticado pelo empregador ou por preposto seu, um prejuízo suportado pelo ofendido, com a subversão dos seus valores subjetivos da honra, dignidade, intimidade ou imagem, um nexo de causalidade entre a conduta injurídica do primeiro e o dano experimentado pelo último. (...) O exercício abusivo do direito e o consequente ato ilícito em questão caracterizam o assédio contra a dignidade ou integridade psíquica ou física do trabalhador, objetivando a sua exposição a situações incomodas e humilhantes caracterizados pela repetição de um comportamento hostil de um superior hierárquico ou colega, ameaçando o emprego da vítima ou degradando o seu ambiente de trabalho moral, também denominado mobbing ou bullying, tema que já vem merecendo destacada importância na sociologia e medicina do trabalho, assim como no meio jurídico. Essa conduta injurídica vem sendo conceituada, no âmbito do contrato de trabalho, como a manipulação perversa e insidiosa que atenta sistematicamente.” (Relator o Dr. Emerson José Alves Lage. 01245-2005-012-03-00-0-RO TRT3)
Qualquer tratamento discriminatório deve ser indenizado e punido, para fins de que não se perpetue no ambiente de trabalho. No presente caso, por ser enganado a redigir uma carta de demissão, incide o art. 223-E da CLT, que diz que “são responsáveis pelo dano extrapatrimonial todos os que tenham colaborado para a ofensa ao bem jurídico tutelado, na proporção da ação ou da omissão”.
E ainda, para valorar a indenização por danos morais devida ao Reclamante, deverá ser observado os parâmetros dispostos no art. 223-G da CLT.
Bem como, considerando o valor do salário do Reclamante, o valor dos danos morais deverá corresponder a ___ salário (com exceção da estimativa de gorjeta). Por tal motivo, é que se requer que a Reclamada seja compelida a reparar o Reclamante pelos danos morais.
XII - DA ANOTAÇÃO CORRETA DA DATA DE ENTRADA E SAÍDA DO RECLAMANTE
Requer a anotação na CTPS para constar a data de admissão para ___ .
Considerando-se os 33 (trinta e três dias de aviso prévio) e a demissão sem justa causa para o dia ___ , requer seja inserido na CTPS do reclamante o ultimo dia trabalhado o dia ___ , sob pena de multa diária a ser fixada por esse Juízo.
XIII - DO PEDIDO DE EXPEDIÇÃO DE OFÍCIOS
Requer a expedição de ofícios a Delegacia Regional do Trabalho, a Caixa Econômica Federal, ao Ministério Público do Trabalho e ao INSS, denunciando as irregularidades apontadas e apuradas no presente feito, para as sanções administrativas e criminais cabíveis a espécie.
XIV - DO SEGURO DESEMPREGO
O Reclamante não recebeu o seguro desemprego, razão pela qual requer seja a Reclamada condenada a entregar as guias referentes a habilitação no programa, ou, alternativamente, seja expedido alvará para tanto, em momento oportuno.
XV - DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS
 A Reclamante pleiteia a condenação da Reclamada ao ônus de sucumbência de honorários advocatícios, nos termos do artigo 791- A da CLT no percentual de 15% sobre o valor da condenação.
XVI - DOS PEDIDOS
 Pelo exposto, requer sejam JULGADOS PROCEDENTES os pedidos abaixo formulados:
1. Que seja deferido o benefício da assistência judiciária gratuita, devido à difícil situação econômica do reclamante, que não possui condições de custear o processo, sem prejuízo próprio, conforme Declaração de Hipossuficiência anexada aos autos e CTPS anexa demonstrando estar desempregado;2. Julgar ao final TOTALMENTE PROCEDENTE a presente Reclamação, reconhecendo o vínculo de emprego e, por consequência, seja procedida a notação e atualização da CTPS e o pagamento/fornecimento dos direitos trabalhistas abaixo:
a. Saldo de salário................................................R$ ___ ;
b. Aviso prévio indenizado....................................R$ ___ ;
c. 13º Salário sobre aviso.....................................R$ ___ ;
d. Férias sobre aviso.............................................R$ ___ ;
e. 1/3 de Férias sobre aviso...................................R$ ___ ;
f. Férias proporcionais (3/12 avos) .....................R$ ___ ;
g. 1/3 de Férias proporcionais.................................R$ ___ ;
h. 13º salário proporcional (8/12 avos).....................R$ ___ ;
i. Multa do art. 477................................................R$ ___ ;
j. FGTS sobre verbas rescisórias............................R$ ___ ;
k. FGTS do período trabalhado..............................R$ ___ ;
l. Multa de 40% do FGTS........................................R$ ___ .
Total.........................................................................R$ ___ .
3. Condenar a Reclamada no pagamento de indenização por danos morais.......................................................................................R$ ___ ;
4. Condenar a Reclamada no pagamento de multa pela não anotação da CTPS do Reclamante.................................................................R$ ___ ;
5. Seja determinado o pagamento imediato das verbas incontroversas, sob pena de multa do art. 467 da CLT........................................... R$ ___ ;
6. Requer o pagamento de multa pelo descumprimento da Cláusula 4ª da Convenção Coletiva...................................................................R$ ___ ;
7. Requer o pagamento de multa pelo descumprimento da Cláusula 6ª da Convenção Coletiva........................................................................R$ ___ ;
8. Requer o pagamento de multa pelo descumprimento da Cláusula 15ª da Convenção Coletiva.........................................................................R$ ___ ;
9. Requer o pagamento de multa pelo descumprimento da Cláusula 16ª da Convenção Coletiva......................................................................R$ ___ ;
10. Requer o pagamento de multa pelo descumprimento da Cláusula 18ª da Convenção Coletiva........................................................................R$ ___ ;
11. Requer o pagamento de multa pelo descumprimento da Cláusula 21/22ª da Convenção Coletiva....................................................................R$ ___ ;
12. Requer o pagamento de multa pelo descumprimento da Cláusula 23ª da Convenção Coletiva..........................................................................R$ ___ ;
13. Requer o pagamento de multa pelo descumprimento da Cláusula 32ª da Convenção Coletiva....................................................................R$ ___ ;
14. Requer o pagamento do adicional de periculosidade..................R$ ___ ;
15. Requer o pagamento do vale-refeição.......................................R$ ___ ;
16. Seja a Reclamada condenada a entregar ao Reclamante as guias correspondentes para habilitação no programa de seguro-desemprego, ou que seja expedido Alvará para tanto em momento oportuno;
17. Seja a Reclamada condenada a entregar ao Reclamante os documentos necessários para a movimentação e saque de conta vinculada do FGTS, ou que seja expedido Alvará para tanto em momento oportuno;
18. Requer a inversão do ônus da prova em favor do Reclamante;
19. Requer a anotação em CTPS, com a devida projeção do aviso prévio de 33 dias;
20. Expedição de ofícios aos órgãos DRT, CEF e INSS para que tomem conhecimento das irregularidades existentes na reclamada;
21. Requer à Vossa Excelência, digne-se, determinar a notificação da reclamada no endereço acima indicado para responder aos termos da presente reclamatória, contestá-la, querendo, sob pena de confissão e revelia, comparecer a audiência de conciliação, instrução e julgamento, sendo ao final julgada procedente para condenar a reclamada ao pagamento das verbas descritas nos Pedidos acima, acrescidas de juros, correção monetária, custas processuais e demais cominações legais, devendo ser abatido os valores creditados ao reclamante de forma antecipada;
22. Pagar honorários advocatícios no patamar de 15%, conforme art. 791-A da CLT........................................................................................R$ ___ .
Pretende provar o alegado por todos os meios admitidos em direito, inclusive com os documentos que instruem a presente, depoimento pessoal do representante legal da reclamada e do Reclamante, oitiva de testemunhas e documentos novos.
Dá-se a causa o valor de R$ ___
Termos em que,
Pede deferimento.
Local, data
Assinatura
OAB/ ___

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