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1 FUNDAMENTOS DA GESTÃO ORGANIZACIONALUNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL – UNIJUÍ VICE-REITORIA DE GRADUAÇÃO – VRG COORDENADORIA DE EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA – CEaD Coleção Educação a Distância Série Livro-Texto Ijuí, Rio Grande do Sul, Brasil 2008 Lucinéia Felipin Woitchunas Marivane da Silva FUNDAMENTOS DA GESTÃO ORGANIZACIONAL FUNDAMENTOS DA GESTÃO ORGANIZACIONAL 2 2008, Editora Unijuí Rua do Comércio, 1364 98700-000 - Ijuí - RS - Brasil Fone: (0__55) 3332-0217 Fax: (0__55) 3332-0216 E-mail: editora@unijui.edu.br www.editoraunijui.com.br Editor: Gilmar Antonio Bedin Editor-adjunto: Joel Corso Capa: Elias Ricardo Schüssler Designer Educacional: Liane Dal Molin Wissmann Responsabilidade Editorial, Gráfica e Administrativa: Editora Unijuí da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (Unijuí; Ijuí, RS, Brasil) Catalogação na Publicação: Biblioteca Universitária Mario Osorio Marques – Unijuí S586f Silva, Marivane da.. Fundamentos da gestão organizacional / Marivane da Silva, Lucinéia Felipin Woitchunas. – Ijuí : Ed. Unijuí, 2008. – 128 p. – (Coleção educação a distância. Série li- vro-texto). ISBN 978-85-7429-662-3 1. Administração. 2. Processo administrativo. 3. Dinâ- mica de grupo. 4. Motivação. 5. Cultura organizacional. 6. Comunicação. I. Woitchunas, Lucinéia Felipin. II.Título. III. Série. CDU : 658 658.3 3 FUNDAMENTOS DA GESTÃO ORGANIZACIONAL SumárioSumárioSumárioSumário CONHECENDO AS PROFESSORAS ...........................................................................................5 UNIDADE 1 – CLÁSSICOS DA ADMINISTRAÇÃO: Os Pioneiros ........................................7 UNIDADE 2 – ADMINISTRAÇÃO, TEORIAS E ÁREAS FUNÇÕES ...................................15 Seção 1 – Administração: concepções ........................................................................................15 Seção 2 – Origens da Administração: diferentes teorias da administração ..........................23 Seção 3 – Áreas Funções da Organização ou Funções Organizacionais .............................23 UNIDADE 3 – PROCESSO ADMINISTRATIVO E SEUS ELEMENTOS ............................55 UNIDADE 4 – DINÂMICAS DE GRUPO ..................................................................................71 Seção 1 – Grupos: conceitos e dimensões ..................................................................................71 Seção 2 – Grupos: procedimentos individuais nos grupos sociais ..........................................73 Seção 3 – Comportamentos em Grupo Versus Metas Organizacionais .................................74 Seção 4 – Técnicas de Dinâmicas de Grupos: o que são e para que servem? .......................75 Seção 5 – Os Elementos de uma Dinâmica de Grupo: passo a passo ....................................77 UNIDADE 5 – MOTIVAÇÃO ........................................................................................................79 Seção 1 – O Que é Motivação? Conceitos e principais abordagens ......................................79 Seção 2 – Teorias da motivação humana ...................................................................................83 Seção 3 – Reconhecimento, Frustração e Mecanismos de Defesa .........................................87 FUNDAMENTOS DA GESTÃO ORGANIZACIONAL 4 UNIDADE 6 – COMUNICAÇÃO .................................................................................................91 Seção 1 – O Que é Comunicação – o subsistema de comunicação e seus componentes ...............................................91 Seção 2 – Integração do Subsistema de Comunicação Com os Demais Subsistemas de Gestão ...................................................................96 Seção 3 – Algumas Limitações na Prática da Comunicação nas Organizações .................97 Seção 4 – Melhorando a Comunicação Interpessoal e Organizacional ...............................99 UNIDADE 7 – CONFLITOS E PODER ................................................................................... 101 Seção 1 – Conflito: o que é? ...................................................................................................... 101 Seção 2 – Os Tipos Mais Comuns e as Fontes de Conflitos ................................................. 104 Seção 3 – Estratégias para Gerenciar os Conflitos Organizacionais .................................. 105 Seção 4 – O Uso do Poder na Solução dos Conflitos ............................................................ 107 UNIDADE 8 – OUTRAS TEORIAS DA ADMINISTRAÇÃO ................................................ 111 Seção 1 – Escola Estruturalista ................................................................................................ 111 Seção 2 – Desenvolvimento Organizacional (DO) ................................................................ 113 Seção 3 – Escola Sistêmica ....................................................................................................... 116 Seção 4 – Administração Por Objetivos (APO) ....................................................................... 119 Seção 5 – Abordagem Contingencial ....................................................................................... 120 UNIDADE 9 – NOVOS PARADIGMAS DA ADMINISTRAÇÃO ........................................ 123 Seção 1 – Aprendizagem Organizacional ............................................................................... 123 Seção 2 – Cultura Organizacional ........................................................................................... 125 Seção 3 – Outras Teorias Emergentes ...................................................................................... 127 5 FUNDAMENTOS DA GESTÃO ORGANIZACIONAL LUCINÉIA FELIPIN WOITCHUNAS Nasci em Ijuí e, nesta cidade, cursei o Ensino Fundamental (antigamente se dizia primeiro grau) em uma escola estadual. De- pois concluí o Ensino Médio profissionalizante em um colégio cenecista, no qual recebi o título de Técnica em Contabilidade. Graduei-me em Administração no ano de 2000, na Unijuí. Em 2003 concluí o curso de Pós-graduação em Marketing, também na Unijuí e em 2005 recebi o título de mestre em Desenvolvimento, Gestão e Cidadania, novamente pela Unijuí. Desde jovem sempre conciliei meus estudos à noite com o trabalho durante o dia. Assim, aprendi bastante e fui conquistan- do meus espaços, acumulando experiências como: gerente de re- cursos humanos, administradora hospitalar, consultora de empre- sas (em especial de redes empresariais) e professora universitária. Minha monografia de Pós-Graduação teve como título: Pla- nejamento Estratégico em redes de pequenas empresas: o processo participativo na Rede Agivest e, a dissertação de Mestrado levou um longo título: Fatores críticos de sucesso no processo de forma- ção, desenvolvimento e manutenção de redes horizontais de coope- ração: um estudo multicaso. Em 2003 comecei a atuar como professora universitária na Unijuï e em outras instituições. Atuo com maior freqüência nas áreas de teorias administrativas, planejamento, estratégias, marketing e administração rural. Mais informações sobre publica- ções, prêmio recebido e experiências acumuladas podem ser obti- das no meu curriculum lat tes , acessando a página www.lattes.cnpq.br Casada desde 1994, em 2006 reduzi um pouco meu ritmo em função do nascimento de meu primeiro filho, Carlos Arthur, mas não abri mão de ministrar aulas na Unijuí. Em 2007, então, reto- mando minhas atividades, criei também o meu próprio negócio. Conhecendo as professorasConhecendo as professorasConhecendo as professorasConhecendo as professoras FUNDAMENTOS DA GESTÃO ORGANIZACIONAL 6 Sempregostei muito de aprender, ler, investigar, escrever, mas também aprecio muito as atividades práticas de gestão, em especi- al consultoria empresarial. Embora não seja fácil, sempre que pos- sível tento conciliar as duas coisas (aulas e gestão). Espero que você goste do que preparamos para você e se sinta muito motivado(a) para iniciarmos logo esta etapa. Desejo que você seja um aluno(a) virtual e um profissional “nota 10”. Sucesso! MARIVANE DA SILVA Tenho 33 anos, moro em Ijuí desde 1989, quando conclui o primeiro grau e cursei o segundo grau na Escola Estadual de 2º Grau Ruy Barbosa, nesta cidade. Minha trajetória acadêmica na Unijuí iniciou-se em 1993, quando ingressei na Graduação em Ad- ministração de Empresas. Em 1994 fui contratada como técnico- administrativo e de apoio no Departamento de Estudos da Admi- nistração da Unijuí, com atuação na área administrativa. Em 1998 senti vontade de continuar meus estudos e conhecer uma propos- ta diferenciada de Pós-Graduação. Decidida a conhecer outro Es- tado do país, cursei uma especialização na modalidade a distân- cia na Universidade Federal de Lavras – UFLA/MG –, na qual obti- ve o título de especialista em Gerenciamento de Micro e Pequenas Empresas. Considero-me uma apaixonada pela profissão e pela academia. A partir de 2000, comecei a participar do Conselho Re- gional de Administração – CRA/RS –, como forma de integrar a academia ao mundo empresarial. Sou professora horista da Unijuí desde 2002, com atuação nas áreas de Estágios e Teorias da Administração. Obtive recente- mente o título de mestre em Desenvolvimento pela Unijuí (2007). Além da docência, exerço função administrativa na Secretaria dos Conselhos da Unijuí. Sou “prata da casa na casa”, ou seja, nesta instituição de ensi- no constituí minha formação acadêmica e profissional. Posso dizer que sou feliz e realizada nas minhas escolhas. Espero poder contri- buir para a construção do seu conhecimento nesta sua caminhada! 7 FUNDAMENTOS DA GESTÃO ORGANIZACIONAL Unidade 1Unidade 1Unidade 1Unidade 1 Clássicos da Administração – Os Pioneiros Lucinéia Felipin Woitchunas Os objetivos desta Unidade são: – Conhecer os principais autores clássicos da teoria da Administração e suas contribuições mais importantes. Se perguntássemos a você sobre quando surgiu a Administração, o que você respon- deria? Provavelmente diria que a Administração é tão antiga quanto a humanidade. Pois é, mas a Administração é uma atividade antiga apenas na prática, pois na teoria, ou enquan- to ciência, ela é muito recente. Você sabe dizer quando surgiu a Administração enquanto ciência? Pesquise esse fato (em livros, na Internet, etc.) e, com certeza, terá mais subsídios para compreender o que vamos expor a você nesta Unidade. Bem, a Teoria Clássica da Administração surgiu, enquanto ciência, no início do século 20. É isso mesmo, muito recentemente. O seu precursor foi Frederick Taylor, seguido por Henry Ford, Henri Fayol, Max Weber, Elton Mayo e outros... Vamos conhecer um pouco mais sobre esses autores? Frederick W. Taylor Frederick W. Taylor Frederick W. Taylor Frederick W. Taylor (1856-1917)1 Principal contribuição: Administração Científica Principal Obra: Princípios de administração científica (The principles of scientific management). Frederick Taylor era um engenheiro mecânico e inventor norte-americano. Teve gran- de influência no mundo do trabalho no século 20 e marcou a sua época. Quer saber por quê? 1 Imagem disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Frederick_Winslow_Taylor>. Acesso em 18 jan. 2008. FUNDAMENTOS DA GESTÃO ORGANIZACIONAL 8 Conhecido como o inventor da Administração Científica, F. T. destacou-se como defensor da produção em grande escala e do comando, avaliação e controle. Segundo Crainer (1999, p. 248), “Taylor, enquanto traba- lhava e estudava, produziu uma série aparentemente interminá- vel de invenções e inovações. Ele mudou as regras do beisebol, alterando a forma de arremesso pelos jogadores, e obteve mais de cem patentes para suas múltiplas e variadas idéias. Foi também campeão de tênis”. Taylor era um homem de personalidade obsessiva pelo con- trole do ambiente, queria medir e avaliar tudo. Para ele, “o em- pregado humilde era encarado como um robô automático”, afir- ma Crainer (1999, p. 249). Não se importava com as iniciativas dos homens, pelo contrário, acreditava que o operário era pago para executar o trabalho da maneira ideal indicada para fazê-lo. Pensar seria perda de tempo, sua função era simplesmente exe- cutar o trabalho conforme exigido pelo gerente. Assim ele deli- neou um roteiro visando a um melhor desempenho dos trabalha- dores. Esse roteiro está no seu livro The principles of scientific management, escrito em 1911 e, de forma resumida, trata do se- guinte: 1. localizar os melhores homens especialmente aptos para reali- zar determinado trabalho (em torno de 15 homens de empre- sas e regiões diferentes); 2. estudar as séries de movimentos e operações de forma precisa e os instrumentos que cada um utiliza; 3. cronometrar o tempo necessário para cada atividade e a ma- neira mais rápida de realizá-las; 4. eliminar movimentos falsos, vagarosos e inúteis; 5. agrupar em uma série os movimentos mais rápidos e melhores e também os melhores instrumentos utilizados. Frederick Winslow Taylor cresceu na Filadélfia. Sua família possuía recursos. Quando adolescente, fez a tradicional viagem pela Europa. Não se tratava de uma mera viagem rápida pelo continente – sua permanência durou três anos. Aos 18 anos, após retornar aos Estados Unidos, trabalhou como aprendiz em uma indústria na Filadélfia que fabricava bombas a vapor, a Enterprise Hydraulic Works (ele não estudou em Harvard devido a problemas na vista, embora tenha sido aprovado no exame de admissão). O próximo passo em sua carreira ocorreu na Midvale Steel Company, onde se tornou engenheiro chefe. Depois, foi trabalhar nas fábricas de papel da Manufacturing Investiment Company, no Maine. Em 1893, mudou-se para Nova York e começou a atuar como engenheiro consultor (o cargo que antecedeu o de consultor gerencial). Taylor freqüentou o Stevens Institute of Technology, em Hoboken, nova Jersey (Crainer, 1999, p. 248). 9 FUNDAMENTOS DA GESTÃO ORGANIZACIONAL E assim surgiu o “estudo dos tempos e movimentos” que marcaria para sempre a teo- ria da Administração. Amado por uns e odiado por outros, Taylor desenvolveu uma visão mecanicista do trabalho, na qual considerava que a única motivação humana era o dinhei- ro, enfatizando a visão do homos economicus. O sistema viria em primeiro lugar e a atuação dos trabalhadores era negada. Não permitia qualquer idéia ou senso de responsabilidade por parte dos empregados. A racionalização era levada ao extremo. Henry Ford (1863-1947)Henry Ford (1863-1947)Henry Ford (1863-1947)Henry Ford (1863-1947) 2 Principal contribuição: Produção em grande escala Principal Obra: My life and my work Você já ouviu falar de Ford? Pois é, todo mundo conhece esta “marca” não é mesmo? Mas quem foi Ford, mesmo? Ford foi um fabricante de carros norte-americano e consagrou sua imagem como o primeiro a utilizar a produção em grande escala. Segundo Crainer (1999, p. 68): Ford fez de tudo. Após passar algum tempo como aprendiz de torneiro mecânico, relojoeiro e mecânico, construiu seu primeiro carro, em 1896. Convencido do potencial comercial desse veículo, fundou sua própria empresa em 1903 (não havia nada de diferente nisso – entre 1900 e 1908, mais de 500 empresas norte-americanas foram criadas para produzir carros). O primeiro automóvel de Ford foi o modelo A. Um ano depois, vendia 600 veículos por mês. Em 1908, nasceuo Modelo T da Ford. Pelo uso pioneiro de técnicas de produção em larga escala, ele produziu 15 milhões de carros Modelo T entre 1908 e 1927. A fábrica da Ford em Highland Park, Michigan, era então a maior do mundo – mais de 14 mil pessoas trabalhavam em uma área de 23 hectares. Ford havia almejado filiais internacionais – a primeira foi inaugurada na França, em 1908; em 1911, a empresa começou a produzir carros no Reino Unido. Em 1919, produzia um carro por minuto. Em 1923 vendeu 2.120.898 unidades e sua participação no mercado ultrapassava os 57%. Renunciou ao cargo de presidente em 1919, passando-o para o seu filho. Ford ainda desenvolveu a produção em larga escala e acredita- va na produção em massa. Por isso, defendia preço acessível e bons salários para que as pessoas pudessem adquiri-los. 2 Imagem disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Henry_Ford>. Acesso em: 18 jan. 2008. FUNDAMENTOS DA GESTÃO ORGANIZACIONAL 10 Ford pensava primeiro no consumidor e depois na produção. O modelo T3 con- sistia em um automóvel de cor preta, de linhas simples e preço razoável. O “preti- nho básico”, como diziam alguns, por algum tempo foi um sucesso, um produto altamente padronizado. Enquanto ou- tras empresas, no entanto, investiam em acessórios, Ford se recu- sava a fazê-lo para não encarecer seu produto. Como resultado do excesso de rigidez da empresa no padrão estabelecido para o automóvel Modelo T, a empresa quase foi à falência. Ford impedia a comunicação entre setores e não queria que ninguém tomasse decisões sem sua permissão. Dono de métodos inflexíveis e rígidos, dizia: “Por que quando necessito de mão-de- obra, vem junto um ser humano?” Também introduziu o salário de cinco dólares para seus empregados, o que, na época, era apro- ximadamente o dobro no setor industrial. Dizem as “más línguas” que ele só agiu assim para possibilitar que os seus funcionários pudessem também comprar o Modelo T. Segundo Witzel (2005, p. 128), Ford dava, de um lado, aten- ção à qualidade, ao produto e às necessidades do mercado. De outro, ignorava a concorrência e concentrava as responsabilida- des em apenas uma pessoa: o administrador. Henri FayolHenri FayolHenri FayolHenri Fayol (1841-1925)4 Principal contribuição: Estudo das fun- ções, dos processos e dos princípios de Admi- nistração. Principal obra: General and industrial management (Administração industrial e geral). Henry Ford foi o homem mais associado à aplicação da Administração Científica, embora essa seja uma interpretação simplista da contribuição de Ford (...). Ford forneceu, em seu livro My life and work, um discernimento frio sobre a lógica imperdoável da Administração Científica. Ele calculava que a produção de um modelo T exigia 7.882 operações diferentes. Dessas, 949 requeriam “homens fortes e em condições físicas praticamente perfeitas” e outras 3.338 requeriam “força física comum”. As demais, disse Ford, poderiam ser executadas por “mulheres ou crianças mais velhas” e “670 poderiam ser realizadas por homens com as duas pernas amputadas, 2.637 por homens que possuíam somente uma perna, duas por homens sem braços, 715 por homens com apenas um braço e dez por cegos”. Embora isso rebaixas- se o ser humano, era a conclusão lógica da Adminis- tração Científica (Crainer, 1999, p. 250). 3 Imagem disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Henry_Ford#Modelo_T>. Acesso em: 17 jan. 2008. 4 Imagem disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Henri_Fayol>. Acesso em: 17 jan. 2008. 11 FUNDAMENTOS DA GESTÃO ORGANIZACIONAL Fayol foi um engenheiro e administrador francês. Afirma Crainer (1999, p. 60) que “...Ele estudou em Lyon, na França, e na Escola Nacional de Minas, em St. Etienne. Em 1860, formou-se engenheiro de minas e associou-se à empresa de mineração francesa Commentry-Fourchamboult-Décazeville. Desenvolveu ali toda sua carreira e foi CEO5 da empresa entre 1888 e 1918”. Paralelamente, Fayol (apud Crainer, 1999) desenvolveu sua carreira como teórico. Colocou a Administração no centro das atenções e dizia que essa ciência era crítica e uni- versal. Escreveu ele: “A administração desempenha uma parte muito importante no controle dos empreendimentos; de todos, sejam grandes, pequenos, industriais, comerciais, políticos, religiosos ou de qualquer outra natureza”. Outra contribuição de Fayol foi propor qual seria a melhor maneira de organizar uma empresa, e, então, indentificou seis funções necessárias a toda e qualquer organização: técnicas, comerciais, financeiras, contábeis, de segurança e administrativas. Criava-se as- sim, os primeiros elementos para formatar uma estrutura organizacional que, em boa medi- da, permanecem até hoje, sendo enriquecidas por outras funções, na medida em que outros estudos foram avançando. Para complementar a proposta, trabalhou também os processos e os princípios da Administração científica. Enquanto Taylor e Ford preocupavam-se com os processos de trabalho em âmbito operacional, buscando sucessivos aumentos de produção e produtividade, Fayol focalizou a estrutura organizacional, o papel da gerência e as aptidões necessárias para o desempenho da função. Max Weber Max Weber Max Weber Max Weber (1864-1920)6 Principal contribuição: Modelo burocrático de organização Principal obra: The theory of social and economic organization Max Weber foi um sociólogo alemão que descreveu a burocracia, defendendo uma estrutura e cultura corporativa rígida. Weber tornou-se “o rei da racionalidade científica”, segundo Crainer (1999, p. 284). Para Peters e Watermann (apud Crainer, 1999), “ele desprezava a liderança carismática e tinha uma idéia fixa pela burocracia; afirmava que sua forma impessoal, baseada em regras, constituía o único meio de assegurar a existência das organizações a longo prazo”. 5 CEO – Chief Executive Officer. É o cargo mais alto da empresa. É chamado também de presidente, principal executivo, diretor geral, entre outros... 6 Imagem disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Max_Weber>. Acesso em: 17 jan. 2008. FUNDAMENTOS DA GESTÃO ORGANIZACIONAL 12 Weber argumentava que a forma mais eficiente de organização parecia uma máquina, caracte- rizada por regras, controles e hierarquias rígidos e impulsionada pela burocracia. Denominou esse esquema “modelo racional-legal”. No extremo oposto, havia o modelo “carismático” e o “modelo tradicional”. No modelo carismático, uma única figura dominante dirigia a organiza- ção. Weber não aceitava esse esquema como solução de longo prazo – mais uma vez, ele foi o primeiro a discutir esse fenômeno e a examinar suas ramificações. Independente do que dizem Peters e Waterman, a História confirmou a visão de Weber – uma organização estruturada em torno de um único líder carismático é insustentável a longo prazo. (.. .) A última forma organizacional identificada por Weber era o modelo tradicional em que as coisas eram feitas sempre da mesma forma, do passado até hoje – tal como ocorre nas empresas familiares, onde o poder é transferido de uma geração à próxima (Crainer, 1999, p. 285). Para Weber, por meio de uma administração burocrática, em que o comando está centrado em uma única pessoa, obtém-se condições, de um ponto de vista técnico, de al- cançar um grau mais elevado de eficiência, constituindo o meio racional mais conhecido para exercitar o controle imperativo sobre os seres humanos. Ele escreveu: “Ela é superior a qualquer outra forma em termos de precisão, estabilidade, agilidade, rigor de sua disciplina e em sua confiabilidade”. Assim, era possível maior previsibilidade dos resultados, tanto para os dirigentes quanto para aqueles que possuíam relacionamento com ela. Elton Mayo Elton Mayo Elton Mayo EltonMayo (1880 – 1949)7 Principal contribuição: Motivação e trabalho em equipe. Principal obra: The human problems of na industrial civilization Mayo ficou conhecido por ter contribuído com os experimentos de Hawthorne sobre a motivação humana na empresa. Esses estudos foram realizados na fábrica de Chicago (cidade nos EUA) da Western Eletric, entre 1927 e 1932, e forneceram importantes explicações sobre a motivação dos operários. Mayo foi um médico australiano que teve uma carreira diversificada. Segundo Crainer: (...) Ele estudou medicina em Londres e Edimburgo, passou um tempo na África, trabalhou em uma gráfica em Adelaide e lecionou na Universidade de Queensland. Atuou também, após a Primeira Guerra Mundial, na psicanálise de vítimas de bombas e chegou aos Estados Unidos em 1923, tendo ainda lecionado na Universidade da Pensilvânia antes de ir para Harvard. Foi nessa universidade que Mayo consolidou sua contribuição de longo prazo para o pensamento empre- sarial (1999, p. 159). 7 Imagem disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Elton_Mayo>. Acesso em: 18 jan. 2008. 13 FUNDAMENTOS DA GESTÃO ORGANIZACIONAL O homem que até então era visto como máquina, passa a ser visto de outra forma, com emoções e sentimentos, embora existam críticas de que o estudo da motivação também ti- nha o fim de aumentar a produtividade e não o de apenas satisfazer os trabalhadores. A contribuição de Mayo, junto com outros pesquisadores, foi importante e traçou um novo rumo na teoria administrativa, ou seja, a visão de homos economicus dos tempos de Taylor, passa a ser questionada. Mayo defendeu também a importância do trabalho em grupo e da comunicação entre os níveis hierárquicos, especialmente entre a gerência e os operários. Agora que já foram apresentados os autores pioneiros da Teoria Clássica da Adminis- tração, vamos estudar um pouco mais sobre a trajetória da Administração clássica, na Uni- dade II? Vamos lá! Temos muito o que aprender e tantos outros autores para conhecer. REFERÊNCIAS CRAINER, Stuart. Os revolucionários da administração: um guia indispensável dos pensa- dores e suas idéias que criaram e revolucionaram a administração e o mundo dos negócios. São Paulo: Negócio Editora, 1999. WITZEL, Morgen. 50 grandes estrategistas de administração. São Paulo: Contexto, 2005. <www.wikipedia.org>. Clássicos da Administração. Acesso em: 17 jan. 2008. FUNDAMENTOS DA GESTÃO ORGANIZACIONAL 14 15 FUNDAMENTOS DA GESTÃO ORGANIZACIONAL Unidade 2Unidade 2Unidade 2Unidade 2 Administração, Teorias e Áreas Funções Marivane da Silva Na Unidade 1 conhecemos alguns autores clássicos da teoria da Administração e quais foram suas principais contribuições. Nesta Unidade nossos objetivos são: a) entender como surgiu e o que é Administração. b) compreender a importância da teoria e da prática na Administração. c) compreender a diferença entre teoria administrativa e teoria organizacional. d) conhecer as teorias da Administração de um modo geral e aprofundar especificamente, até o estudo da escola burocrática (1940). Para tanto, esta Unidade será subdividida em seções: Seção 1 – Administração: concepções Seção 2 – Origens da Administração: diferentes teorias da Administração Seção 3 – Áreas funções da organização ou funções organizacionais Em seguida vamos resgatar fatos que levam você a compreender as concepções de Administração, a serem discutida na seção 2.1. – Seção 1 – Administração: Concepções A Administração e as atividades organizadas existem há milhares de anos. Você concorda com esta afirmação? Vamos fornecer algumas informações que permiti- rão a reflexão sobre essa questão, bem como sobre a história da Administração. FUNDAMENTOS DA GESTÃO ORGANIZACIONAL 16 Apesar de termos vários exemplos que mostram a existên- cia da Administração desde a Antiguidade, “apenas nos últimos cem anos que a Administração passou a ser objeto de investiga- ção sistemática, adquirindo corpo comum de conhecimento que a tornou uma disciplina de estudo formal” (Robbins, 2005, p. 488). Você saberia dizer qual o fato histórico que influenciou na origem da Administração? Vamos ajudar você a realizar essa des- coberta! Ora, a Revolução Industrial foi o grande marco histórico do fim do século 18, que substituiu a força humana pela energia da máquina, e esta revolução tornou o trabalho artesanal quase que substituível pelo trabalho industrial. Sendo assim, percebe-se que houve uma mudança significativa na forma de organização do trabalho: a divisão do trabalho, a preocupação com a eficiência e as habilidades gerenciais. Foi esse fato que “lançou a base de um novo tempo, trans- formando profundamente não só o mundo das organizações, mas toda a sociedade” (Ferreira; Reis; Pereira, 2002, p. 13). As contribuições do advento da industrialização e da pro- dução em massa levaram ao desenvolvimento das grandes em- presas, que exigiam práticas de administração formalizada. Nes- te sentido, tornou-se necessário uma teoria formal para orientar os gerentes a administrar as organizações. – Afinal, o que é uma teoria? – Administração é arte, ciência ou profissão? O que a teoria tem a ver com os gestores, que supostamente são práticos, pragmáticos e voltados à ação? (Caravantes et al, 2005). Para descobrir as contribuições da teoria ao gestor, vamos ini- cialmente compreender o conceito de teoria, e posteriormente, por- que a administração é entendida como arte, ciência e profissão. Para quem deseja conhecer mais sobre o que é teoria, indicamos as seguintes obras: MOTTA, P. R. A Ciência e a arte de ser dirigente. In: ______. Gestão contemporânea: a ciência e a arte de ser dirigen- te. 12. ed. Rio de Janeiro: Record. CARAVANTES, G. R.; PANNO, C. C.; KLOECKNER, M. C. Administração: teorias e processo. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. 17 FUNDAMENTOS DA GESTÃO ORGANIZACIONAL A existência de dados isolados a respeito de um determina- do fato ou fenômeno é pouco significativo. Eles só começam a fazer sentido quando você estabelece relações e conexões entre eles. Nesse sentido, nos apoiamos em Caravantes et al (2005, p. 9) para conceituar teoria como “a tentativa de associar e inte- grar dados coletados através da experimentação e observação em um sistema explanatório compreensível”. Assim, a formulação de uma teoria inicia-se com observa- ções da realidade (prática), com graus diferentes de complexida- de. Quando fazemos essas observações adotamos uma postura científica; nós o fazemos de maneira ordenada, sistemática, com pesquisa e, possivelmente, mensurações. Além disso, também podemos utilizar as abordagens – indutivas e dedutivas – no cam- po da teoria administrativa. Sempre que decidimos ou agimos, lá no fundo existe uma teoria, muitas vezes precária, até sem fundamentação, mas exis- tem pressupostos de uma teoria presente. “Teoria e prática são sempre inseparáveis” (Caravantes et al, 2005, p. 40). Após entender o que é teoria, vamos estudar uma aborda- gem específica de teoria – a teoria organizacional. A teoria organizacional trata do estudo/observação de um objeto específico – as organizações. Bem, vários autores, por meio de seus pressupostos teóricos, valorizam a compreensão da orga- nização como um todo. É o que nós administradores também cha- mamos de uma visão sistêmica (você compreenderá melhor esta abordagem ao estudar a Unidade 8, na qual buscamos ter uma visão das partes de uma estrutura social mais ampla, que tem cau- sa, inter-relações e significados distintos, capazes de formar uma coerência sobre este objeto de análise – as organizações. Pergunto: Você tem uma concepção formada do que seja uma organização? Para poder conceituarorganização, precisamos delimitá-la a um adjetivo formal, complexo ou burocrático. Complexidade Pode ser compreendida como qualidade que abrange ou encerra muitos elementos ou partes; observável sob diferentes aspectos. Indutiva Começa com a análise de observações específicas e a seguir procura generalizar para situações mais amplas. Dedutiva Inicia com uma infinidade de conceitos inter-relacionados e só então procura chegar a conclusões específicas sobre a realidade observada. FUNDAMENTOS DA GESTÃO ORGANIZACIONAL 18 Os autores clássicos da Administração, que melhor explicam o conceito de organiza- ção, são: a) Max Weber (que você conheceu na Unidade 1 e mais adiante esse estudo será aprofundado com as contribuições de Weber à escola burocrática); e b) Chester Barnard (que também abordaremos mais adiante em detalhes). Para Weber, organização é: Uma relação social que, ou é fechada ou limita à admissão de forasteiros através de regras, na medida em que essas normas ou regras são colocadas em prática pela ação de determinadas pessoas que ocupam posições de mando ou de chefia ou por staff administrativo (Caravantes et al, 2005, p. 42). Neste conceito Weber não entende que uma família seja uma organização. Já Chester Barnard tem uma percepção diferente, dado que para ele as organizações são “subsistemas de atividades ou forças, de duas ou mais pessoas, conscientemente coordenadas” para um objetivo comum (Caravantes et al, 2005, p. 42). Uma das concepções mais conhecidas sobre organização, trazida por Caravantes (2005), argumenta que: Organizações são unidades sociais (ou grupos humanos) deliberadamente construídos e reconstruídos para atingir objetivos específicos. Corporações, exércitos, escolas, hospitais, igre- jas e prisões estão aí incluídas; tribos, classes, grupos étnicos, grupos de amizade e família estão excluídos (p. 43). Após uma revisão conceitual da expressão teoria organizacional é importante com- preender a distinção entre teoria da Administração, que abordaremos mais adiante, e teoria gerencial e teoria organizacional, posto que muitos autores tratam do tema com diferentes dimensões conceituais. É comum encontrar nos livros publicados na área de Administra- ção, que aprofundam o estudo das teorias referentes às organizações, as três expressões anteriormente citadas: Teoria Gerencial é uma teoria da prática; que prescreve o que fazer para chegar a um determina- do resultado ou para evitar que uma determinada condição indesejável venha a ocorrer. Teoria organizacional é descritiva e/ou preditiva. Ela se preocupa com aquilo que uma organiza- ção é e o que ocorrerá sob certas espécies de arranjos interpessoais ou estruturais-interpessoais. Ela nos diz o que é e o que será. Ela não nos diz o que fazer (p. 48). 19 FUNDAMENTOS DA GESTÃO ORGANIZACIONAL Existe, porém, um momento da história da Administração em que ocorreu a transição da teoria da Administração para a teoria organizacional. Esse fato é explicado por Motta (2001, p.11), dizendo que foi “a tentativa de estudar o sistema social em que a administração se exerce com vistas à sua maior eficiência em face das determinações estruturais e comportamentais”. Essa fase de transição foi marcada com a publicação do livro de March e Simon, em que a preocupação com a produtividade dá lugar à preocupação com a eficiência do sistema. Talvez você esteja se perguntando: mas no fundo, o que muda mesmo da teoria da Administração para a teoria das organizações? É o objeto de estudo que muda, passando de uma abordagem ampla para uma mais específica, das organizações, com a articulação de diversos fatores estruturais e comportamentais, do qual a teoria procura dar conta – o desenvolvimento do sistema social. Você ainda poderá encontrar na literatura uma distinção entre teoria da Administração e Teoria Geral da Administração. Para esclarecer esta diferenciação recorremos a Maximiano (2002, p. 29) para explicar: Teorias da administração são conhecimentos organizados, produzi- dos pela experiência prática das organizações. Teoria geral da admi- nistração é o conjunto dessas teorias, que são designadas por meio de diferentes termos – teorias, enfoque, escola, modelo de gestão, mode- lo de organização, doutrina, técnica, ou seja, a mesma idéia pode ser, e normalmente é, designada de diferentes maneiras, dependendo do seu contexto histórico e da própria situação da organização. Após entender as diferentes percepções sobre teorias, volta- mos ao foco central de estudo – a Administração. A concepção da Administração sempre foi analisada sob três perspectivas e que atualmente são agregadas às competências do gestor: a) um conjunto de funções; b) uma série de papéis, e c) a aplicação de certas habilidades específicas. Teorias –Teorias são explica- ções, interpretações ou proposi- ções sobre a realidade. Por exemplo: teoria da burocracia, teorias da motivação. A própria definição de administração como processo de planejar, organizar, executar e controlar é uma teoria. Enfoque – também chamado de pensamento, abordagem ou perspectiva, é um aspecto particular das organizações ou do processo administrativo, selecio- nado para o estudo e produção de conhecimentos. É uma forma de interpretar as organizações e o processo administrativo. Ex: enfoque comportamental e enfoque sistêmico. Escola –é uma linha de pensamento ou conjunto de autores que usaram o mesmo enfoque, escolheram o mesmo aspecto específico para analisar, ou adotaram o mesmo raciocí- nio: escola de relações huma- nas. A escola do processo administrativo, às vezes chamada de escola funcional, compreende os autores que adotam a definição de Fayol. Modelo de gestão – (ou de administração) é um conjunto de características que definem organizações e a forma como são administradas. Modelo de administração é o produto de utilização de determinadas doutrinas e técnicas: Por exemplo: modelo burocrático (ou mecanicista). Doutrina – (ou preceito) é um princípio de conduta que contém valores, implícitos e explícitos. As doutrinas recomendam como agir, orientando os julgamentos e as decisões dos administrado- res. Ex.: o movimento da administração científica tinha uma doutrina de eficiência dos recursos; o movimento da qualidade tem um doutrina de satisfação do cliente. Técnicas – são soluções para problemas. Exemplos: organogramas, metodologias de planejamento, estudos de tempos e movimentos e sistemas de controle. Princípios – são permanentes, ao passo que as técnicas tendem a serem transitórias (Maximiano, 2002, p. 29-30). MAXIMIANO, A. C. A. Teoria Geral da Administração: da revolução urbana à revolução industrial. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2002. FUNDAMENTOS DA GESTÃO ORGANIZACIONAL 20 Hoje, entretanto, é perceptível que as abordagens não são independentes uma das outras. Os profissionais empregam as teorias administrativas para as tomadas de decisão nos seus esforços diários de planejar, organizar, dirigir e controlar a produtividade organizacional. Estes profissionais adquirem conhecimento teórico e experiência prática ao mesmo tempo, talvez por meio de programas de trabalho-estudo-capacitação, conforme ilustra a Figura 1 sobre o processo de construção de conhecimentos para administrar as organi- zações. Figura 1: Processo de construção do conhecimento teórico e prático Fonte: Silva (2002, p. 5) Administrar uma organização requer ter conhecimentos (teoria), habilidades (prática) e atitudes, ou seja, Conhecimentos (C) + Habilidades (H) + Atitudes (A) resulta no que chamamos de CHA. Sendo assim, na Figura 1 explicamos o processo de como construir a teoria e a prática, entendendo que a integração de ambas permite administrar uma organi-zação. Ao evoluir no estudo da Administração, cabe entender a origem desta palavra. “Ad- ministração vem do latim ad (direção, tendência para) e minister (subordinação ou obediên- cia) e significa aquele que realiza uma função sob o comando de outrem, ou seja, aquele que presta um serviço a outro” (Chiavenato, 2003, p. 11). Enquanto campo de estudos, a Administração é entendida como ciência, arte também profissão. Sugerimos pesquisar na literatura específica a fundamentação de conceitos que busquem compreender a Administração como uma ciência, uma arte e uma profissão. • Experiência simulada • Casos para estudo • Participação em eventos específicos • Integração sistemática da teoria e prática nos meios significativos e úteis da administração • Definições • Fatos relevantes • Conceitos • Técnicas • Orientações • Palestras e seminários TEORIA Aquisição da habilidade de administrar PRÁTICA 21 FUNDAMENTOS DA GESTÃO ORGANIZACIONAL Segundo Motta (1998, p. 9), “para que um determinado campo de conhecimento seja considerado ciência, é necessário que tenha um objeto próprio e isso a Administração possui”. Ten- do como referência as fundamentações de Andrade e Amboni (2007, p. 7) vamos entender que: A administração é uma ciência pois lida com fenômenos comple- xos, sobre os quais o administrador tem pouco conhecimento. Por ser uma ciência inexata, o administrador toma decisões com base em informações incontroláveis, devido aos limites cognitivos de racionalidade e por serem os negócios altamente mutáveis e cir- cunstanciais. A Administração enquanto ciência recebe influências de diferentes ciências e vice-versa, como da Filosofia, da Psicologia, da Sociologia, da Economia, etc. Andrade e Amboni, no entanto, também argumentam que: Partindo do pressuposto de que arte é conseguir um resultado desejado por meio da aplicação de habilidades, pode-se dizer que a Administração é uma arte no sentido de proporcionar o desen- volvimento por meio do treinamento educativo das habilidades necessárias para que o administrador realize com desenvoltura as atividades nas organizações. Neste sentido, Administração é a arte de liderar pessoas e gerir recursos escassos e valiosos dentro e fora das organizações (Andrade; Amboni, 2007, p. 8). Nesse sentido, Administração enquanto arte significa en- tender que: (...) o profissional do campo de Administração tem de ter a capa- cidade/habilidade de saber fazer (arte) para traduzir todo o co- nhecimento (saber) em ações práticas que proporcionem resulta- dos significativos para as organizações e sociedade (p. 8). Para aprofundar seus estudos sobre a Administração como ciência, arte e profissão, nossas sugestões de leitura são: ANDRADE, R. O. B.; AMBONI, N. Teoria Geral da Aadministração: das origens às perspectivas contemporâne- as. São Paulo: M. Books do Brasil Editora, 2007. Cap. 1. FERREIRA, A. A.; REIS, A. C. F.; PEREIRA, M. I. Gestão empresarial: de Taylor aos nossos dias. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. p. 17. LACOMBE, F.; HEILBORN, G. Administração: princípios e tendências. São Paulo: Saraiva, 2003. Cap. 1. MOTTA, P. R. Gestão contempo- rânea: a ciência e a arte de ser dirigente. 12. ed. Rio de Janeiro: Editora Record, 2001. Cap. 2. SILVA, R. O. da. Teorias da Administração. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. Cap. 1. Essa discussão é polêmica entre os autores, mas por meio das leituras indicadas você poderá ter uma posição clara sobre a concepção de Administração. Outra dica de leitura para entender a Administração enquanto ciência é: GRÜN, A. A sabedoria dos monges na arte de liderar pessoas. Petrópolis, RJ: Vozes, 2006. Inexata Falta de exatidão; que não é precisa. Treinamento Particularmente a palavra Treinamento sugiro substituir por capacitação das habilida- des, para sermos mais coerentes com a concepção humanista. • • • • • • • • • ADMINISTRAÇÃO CIÊNCIA: ARTE: PROFISSÃO: FUNDAMENTOS DA GESTÃO ORGANIZACIONAL 22 Como salientamos no início desta discussão, para o(a) administrador(a) “praticar a arte (fazer), ele deve ter diferentes capacidades/habilidades” (Andrade; Amboni, 2007, p. 9), tais como: criatividade, senso de humor, persistência, visão/intuição, saber ouvir e falar; ter paixão pelo que faz; paciência; coragem para enfrentar os desafios. Isso, porém, não é tudo. Como afirmamos no início desta Unidade, Administração também é profissão: A administração enquanto profissão, iniciou-se, no Brasil, a ser disseminada em 1931, pelo Instituto de Organização Racional do Trabalho – Idort, em São Paulo. Em 1938, com a criação do De- partamento Administrativo do Serviço Público – Dasp, foram di- fundidos os métodos administrativos, visando principalmente à capacitação do servidor público (...). O processo de industrialização no Brasil ocorrido nos anos 30 e a necessidade de procedimentos administrativos no setor público moti- varam a criação da Fundação Getúlio Vargas, em 1844, e em seguida, a implantação da Escola Brasileira de Administração Pública – EBAP no Rio de Janeiro, em 1952, e da Escola de Administração de Empre- sas de São Paulo – Eaesp, em 1954. Todas essa evolução fomentou a criação da profissão do Administrador no Brasil, que se deu com a edição da Lei nº 4.769, de 09/09/1965 (Andrade; Amboni, 2007, p. 9). No entendimento de Maximiano (2002, p. 41), as mudanças em todos os tipos de ambientes – competitivo, tecnológico, econô- mico, social – levaram ao surgimento de novos conceitos e técnicas para administrar as organizações. Essas novidades atuais da teoria e na prática são chamadas de novos paradigmas de administração. Você sabe o que é um paradigma? Se você está interessado em conhecer os novos paradigmas da Administração, não deixe de ler: DRUCKER, P. F. Os novos paradigmas da administração. Exame, São Paulo, p. 34-53, 24 fev. 1999. Paradigma = modelo. Paradigmas são realizações reconhecidas durante algum tempo por uma comunidade científica específica, proporcionando os fundamentos para sua prática. Thomas Kuhn Thomas Kuhn (1992) 23 FUNDAMENTOS DA GESTÃO ORGANIZACIONAL Aproveito a explicação de Kuhn (1992) para mais uma vez lembrá-lo sobre a impor- tância da teoria para a vida das organizações e para a sociedade. Na seqüência vamos estudar as origens da administração. – Seção 2 – Origens da Administração: Diferentes Teorias da Administração Com base nas teorias da Administração é possível compreender as suas origens e a dimensão histórica das diferentes abordagens e contribuições dos pensadores da área, com suas respectivas contribuições. Repare o Quadro 1. Quadro 1: Escala hierárquica das abordagens da Administração Fonte: Adaptado de Andrade; Amboni (2007). O objetivo deste Quadro é orientar seus estudos sobre a seqüência das diferentes escolas da Administração e as abordagens correspondentes que focam especificamente as teorias. 2.1 – ABORDAGEM DA ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA O ano de 1911 foi marcado pela publicação da obra Os princípios da Administração Científica. Nela Frederick Winslow Taylor descreve a teoria da Administração científica, ou seja, o emprego do método científico para definir a melhor maneira de um trabalho ser rea- lizado. Taylor é considerado o pai da Administração Científica. Administração Científica Teoria Clássica Abordagem clássica Escola Burocrática Teoria Transitiva Escola de Relações Humanas Abordagem humana e comportamental Escola Comportamentalista Escola Estruturalista Abordagem estruturalista e do Desenvolvimentoorganizacional Escola do Desenvolvimento Organizacional (DO) Escola Sistêmica Administração por Objetivos (APO) Teorias Integrativas Abordagem contingencial Aprendizagem organizacional Cultura organizacional Perspectivas contemporâneas Outras FUNDAMENTOS DA GESTÃO ORGANIZACIONAL 24 Vocês já tiveram alguma informação sobre quem foi Taylor na Unidade anterior, certo? Então, vamos avançar na explicitação das suas contribuições para a Administração. Taylor baseou seu sistema no estudo de tempos e movimen- tos, cronometrando os tempos e movimentos de operários siderúr- gicos com o objetivo de desenvolver estudos a respeito de técni- cas de racionalização do trabalho. O foco da abordagem da Administração Clássica é interno e estrutural, ou seja, os principais teóricos focaram sua análise no aperfeiçoamento de regras e estruturas internas da organiza- ção. Os estudiosos da época consideravam que o aperfeiçoamen- to dos sistemas garantia por si só os resultados desejados. Seus pressupostos são caracterizados pela racionalidade absoluta, em que houve uma separação do trabalho intelectual do braçal. As idéias centrais do movimento são: a) homo economicus: o homem é um ser essencialmente racional, ao tomar uma decisão conhece todos os cursos de ação dispo- níveis, bem como as conseqüências de escolher sempre a me- lhor alternativa e maximizar os resultados de sua decisão. In- centivos financeiros adequados, constante vigilância e treina- mento eram ações consideradas suficientes para garantir uma boa produtividade. Em outras palavras, as emoções eram igno- radas no processo de gestão. b) enfoque mecanicista do ser humano: o homem é considerado uma mera engrenagem no corpo da empresa, tendo desrespei- tada sua condição de ser humano. A organização era compa- rada a uma máquina, por isso Morgan (1996) utilizou-se da metáfora da máquina para explicar a forma mecânica, com a tendência a operar de maneira rotineira, eficiente, confiável e previsível. c) abordagem fechada: a Administração não considera o ambien- te da organização, está desvinculada do mercado – público- alvo. Uma boa sugestão de leitura sobre o enfoque mecanicista que estamos estudando nesta Unidade é o livro Imagens da Organização, escrito pelo próprio Gareth Morgan (São Paulo: Atlas, 1996). 25 FUNDAMENTOS DA GESTÃO ORGANIZACIONAL d) superespecialização do operário: a fragmentação das tarefas, interpretada no filme “Tempos Modernos” por Charles Chaplin, em que o operário passa a desenvolver cada vez mais tarefas repetitivas, monótonas e desarticuladas do processo como um todo. Como conseqüência da superespecialização tem-se a ali- enação do trabalhador. e) exploração dos empregados: além do estímulo a sua alienação (Ferreira; Reis; Pereira, 2002), a falta de consideração de seu aspecto humano e da precariedade das condições sociais da época legitima a exploração do trabalhador em prol dos inte- resses patronais. Embora tenhamos muitas críticas aos estudos minuciosos de Taylor em tempos e métodos do processo produtivo, é necessá- rio ressaltar que suas conclusões continuam sendo válidas e apli- cáveis em muitas organizações. Cabe destacar que outros autores e pesquisadores contri- buíram com as idéias de Taylor em seus estudos e práticas admi- nistrativas. Vamos estudar alguns deles. a) Henry Ford (1863 -1947) Ford foi um dos responsáveis pelo grande salto qualitativo no desenvolvimento da atual organização empresarial e também ficou conhecido como o “pai” do carro popular. Como você já estudou sobre Ford na Unidade 1, vamos tratar das suas contri- buições às funções gerenciais da época: – invenção da linha de montagem móvel e mecanizada na indús- tria; – impulsionou o consumo em massa, lançando os princípios para agilizar a produção nas fábricas automobilísticas, diminuindo custos e tempos de fabricação; – integração vertical e horizontal, respectivamente, que significa produção integrada, da matéria-prima ao produto final acaba- do; e uma rede de distribuição; Você já assistiu o filme “Tempos Modernos”, estrelado por Charles Chaplin? Assista-o e você vai entender as origens e as idéias centrais da Escola Clássica da Adminis- tração e do Movimento da Administração Científica. “Metrópolis” é outro filme indicado para o aprendizado da Administração Científica. É um filme alemão de ficção científica produzido em 1927, realizado pelo cineasta austríaco Fritz Lang. Ele foi, à época, a mais cara produção até então filmada na Europa, e é considerado por especialistas um dos grandes expoentes do expressionismo alemão. Lang escreveu também o roteiro, em parceria com Thea von Harbou, com base em romance desta última. Imagem disponível em: <www.filmesraros.com/loja/ images/temposmod02. jpeg>. Acesso em: 20 Jan. 2008. Para obter outras informações sobre o taylorismo você não pode deixar de ler: HELOANI, R. Tempos moder- nos: o contexto socioeconômico gerador do Taylorismo. In: ______. Gestão e organização no capitalismo globalizado. São Paulo: Atlas, 2003. p. 24-40. FUNDAMENTOS DA GESTÃO ORGANIZACIONAL 26 – padronização: propiciava agilidade e redução de custos; – controle altamente burocratizado; – origem da especialização gerou a discussão dos direitos dos tra- balhadores, tais como oito horas de trabalho diário e duplicou o valor do salário na época. – economicidade: redução dos estoques e agilização na produção. O movimento fordista foi importante para a indústria auto- mobilística, assim como o toyotismo e o volvismo. Se voltarmos à leitura da obra de Morgan (1996) vamos nos deparar com o pensamento da autora para compreender a organização e a administração. A partir de metáforas busca ex- plicar o caráter complexo e paradoxal da vida organizacional: a) Fordismo = máquina; b) Toyotismo = organismo; c) Volvismo = cérebro. A imagem das organizações vistas como máquinas colocam as pessoas nesta mesma metáfora e moldam o trabalho com prin- cípios mecânicos; horários rígidos; rotinas predeterminadas; ta- refas repetitivas; estreito controle e, findando, o processo de pro- dução manual. O toyotismo pode ser associado à metáfora do organismo, pois compreende as relações entre a organização e o meio, enfocando a sobrevivência, valorizando a inovação e a busca pela harmonia entre estrutura, tecnologia e dimensões humanas. Já o volvismo está mais vinculado à metáfora do cérebro, porque chama a atenção para o processamento de informações, aprendizagem e inteligência, caracterizando o contexto organizacional com alto grau de flexibilidade e inovação. Sendo assim, na verdade podemos a partir destes três “ismos” – Fordismo, Toyotismo e Volvismo – fornecer uma rápida visão do processo de transformação da indústria automobilística e da Administração, que marcou o período de 1950 a 1970. Toyotismo É um sistema japonês de gerenciamento do modelo da indústria automobilística do engenheiro japonês, dos anos 50, chamado Eiji Toyoda e de seu especialista em produção, Taichi Ohno, que devido aos nomes teve esta denominação. Neste sistema de produção as mercadorias deveriam ter um giro rápido, eliminando estoques e adotando o conceito de produção flexível. Foi assim que nasceu a mais eficiente empresa automobilística – Toyota. Volvismo Também se trata de um modelo de produção, que se assemelha a um cérebro e cria ao mesmo tempo: a) conectividade e redundância; b) especialização e generalização. A organização é vista como um sistema de processamento de informa- ções; um sistema holográfico (consiste na reconstrução de ondas, o que possibilita uma espécie de fotografia inteira e tridimensional – Crema, 1989) e com capacidadede auto- regulação. O objetivo do modelo é dotar a organização do máximo de flexibilidade e capacidade de inovação. Deste modelo surgiu a empresa automobilística Volvo. CREMA, R. Introdução à visão holística. São Paulo: Summus, 1989. Vamos sugerir a leitura de dois artigos que tratam do toyotismo e do volvismo para você aprofundar seus estudos, caso haja interesse. WOOD JR., Thomaz. Fordismo, toyotismo e volvismo. In: ______. Mudança organizacional. 4. ed. São Paulo: Atlas, 2004. WOOD JR., Thomaz. Fordismo, toyotismo e volvismo: os caminhos da indústria em busca do tempo perdido. Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 32, n. 4, set./out. 1992. 27 FUNDAMENTOS DA GESTÃO ORGANIZACIONAL b) Frank Gilbreth (1868 – 1924) e Lilian Gilbreth (1878 – 1972) Este casal fez grandes contribuições ao desenvolvimento dos sistemas administrati- vos. Também foram contemporâneos de Taylor. Frank seguiu uma trajetória semelhante, embora independente de Taylor. Tornou-se aprendiz de pedreiro e, dez anos depois, aos 27 anos, tornou-se superintendente-chefe da Whidden Company, uma empresa de construção. Defensor de grande parte dos princípios da Administração científica, como a divisão do trabalho, seu objetivo era descobrir a melhor forma de trabalhar e eliminar os desperdícios impulsionando a produtividade por meio do estudo dos movimentos. Lilian, após casar-se com Frank, em 1904, mudou seus interesses acadêmicos para a Psicologia e desenvolveu seus estudos acerca do homem na indústria para acompanhar o trabalho do marido. Sua preocupação era com o ambiente e as oportunidades oferecidas aos trabalhadores, essenciais para aprimorar a produtividade. O trabalho mais importante que desenvolveu por meio de suas pesquisas foi o estudo da fadiga humana, que buscou desco- brir uma maneira de realizar a atividade e aumentar a eficiência do operário. c) Henry Gantt (1861-1919) Gantt obteve reconhecimento por atuar como engenheiro mecânico. Trabalhou com Taylor (que na época era engenheiro-chefe de produção) na Midvale Steel Company, como assistente no Departamento de Engenharia e, posteriormente, ambos foram trabalhar na Bethlehem. Anos depois apresentou um trabalho no qual descreveu um método gráfico de acompanhar os fluxos de produção, que ficou conhecido no mundo todo como Gráfico de Gantt, a mais importante das técnicas de planejamento e controle. Também apresentou um sistema de tarefa/bonificação. Na Figura 2 vamos revelar as principais preocupações de Gantt para a realização do trabalho eficiente. Figura 2: As contribuições de Gantt ao trabalho TEMPO CUSTO PLANEJAMENTO REALIZAÇÃO DO TRABALHO GRÁFICO DE GANTT FUNDAMENTOS DA GESTÃO ORGANIZACIONAL 28 Na verdade a Figura 2 representa os elementos que controlam o desempenho atual de um sistema em relação ao planejado, assim como o tempo e o custo. Tem comprovado a sua validade enquanto controle das atividades e projetos, de forma gráfica, atualmente adapta- da para sistemas computacionais sofisticados. 2.2 – TEORIA CLÁSSICA Paralelamente aos estudos de Taylor, que apresentava nos Estados Unidos a Adminis- tração Científica, surgiu na França (1916) a Teoria Clássica, caracterizada pela ênfase na estrutura e na busca de eficiência. Seu fundador foi o engenheiro francês Henri Fayol (1841 – 1925), que publicou sua teoria no livro Administração Industrial e Geral, que tratava das seguintes idéias: – a organização deve ser visualizada como um todo; – deve-se enfocar a universalidade dos princípios, a serem aplicados às funções administra- tivas, em todas as formas de trabalho; – não existe nada rígido ou absoluto quando se trata de problemas de administração; – organizar significa arrumar a estrutura, material e humana, no empreendimento. Para Fayol, toda organização pode ser dividida em seis funções: técnicas, comerciais, financeiras, de segurança, contábeis e administrativas, que serão mais bem detalhadas na Unidade 3. Fayol relacionou 14 princípios sob a sua ótica empresarial (Ferreira; Reis; Pereira, 2002, p. 22-23): 1. divisão do trabalho: especialização de toda a hierarquia da organização; 2. autoridade e responsabilidade: dar ordens e verificar se serão cumpridas; 3. unidade de comando: receber ordens de apenas um superior, evitando contra-ordem; 4. unidade de direção: execução de plano para grupos de atividades com os mesmos objetivos; 5. disciplina: normas de conduta e de trabalho. Sua ausência leva ao caos. 6. prevalência de interesses gerais: estes devem prevalecer sobre os interesses pessoais. 7. remuneração: suficiente para garantir o desempenho dos funcionários e da organização; 8. centralização: importante para a organização e autoridade; 29 FUNDAMENTOS DA GESTÃO ORGANIZACIONAL 9. hierarquia (cadeia escalar): respeito à autoridade fixa e estrutura hierárquica. 10. ordem: garantia da ordem material e social; 11. eqüidade: a justiça deve prevalecer no ambiente de trabalho, justificando a lealdade e a devoção dos funcionários à empresa; 12. estabilidade dos funcionários: permite controlar a alta rotatividade; 13. iniciativa: capacidade de estabelecer um plano e cumpri-lo; 14. espírito de equipe: deve ser um trabalho conjunto, com interação da comunicação. Além dos 14 princípios gerais expressos anteriormente, Fayol apresentou, na gestão, as funções administrativas que formam o processo administrativo. A idéia de processo inclui o aspecto dinâmico da relação entre os diferentes elementos do processo administrativo: planejamento, organização, comando, coordenação e controle. O estudo aprofundado deste tema “processo administrativo” também será realizado na Unidade 3. Enquanto isso, vamos instigar você a refletir sobre a seguinte questão: Você acha que existe diferença entre as funções administrativas e as funções organizacionais? Pense, reflita e pesquise (se necessário). São distinções importantes no campo da gestão, e como muitos autores empregam tais expressões vamos fornecer o conceito de função administrativa e função organizacional. As funções administrativas (planejar, organizar, dirigir e controlar) diferenciam-se das funções organizacionais (marketing, operações, finanças, recursos humanos). A soma de todas as fun- ções administrativas se constitui no processo de administração e infere-se que são aplicáveis a qualquer das funções organizacionais. (...) da mesma forma que os elementos básicos constituin- tes da organização estão intrinsecamente relacionados, naturalmente as funções administrati- vas também estão (Pereira; Santos, 2001, p. 41). Neste sentido, cabe destacar que as funções organizacionais e/ou áreas funções serão tratadas na seção 2.3. Contrapondo as funções gerenciais de Fayol aos princípios científicos de Taylor, va- mos apresentar um quadro síntese (Quadro 2) que mostra as distintas preocupações e enfoques dos seus precursores. FUNDAMENTOS DA GESTÃO ORGANIZACIONAL 30 Quadro 2: Comparativo entre a administração científica x clássica Fonte: Ferreira; Reis; Pereira (2002, p. 25) 2.3 – ESCOLA BUROCRÁTICA Max Weber (1864 – 1920) foi um dos fundadores da Sociologia moderna e estudou a organização como um contexto social, influenciado pelas mudanças sociais, econômicas e religiosas da época. É a partir dos estudos de Weber que o modelo burocrático surgiu como uma proposta de estrutura administrativa para organizações complexas, dotada de caracte- rísticas próprias, eficiente na sociedade industrial emergente do século 19. O que você deve estar se perguntando agora é: O que é a teoria da burocracia? Segundo Ferreira et al (2002, p. 65), “o advento da burocracia ocorreu com base na evolução da sociedade, com o esgotamento daforma tradicional de autoridade”, com carac- terísticas patriarcais e patrimonialistas e a necessidade do aspecto institucional. A esfera que primeiro necessitou e adotou o modelo foi a governamental, ou seja, teve influência fundamental no estudo da Administração Pública. No modelo em questão passam a ”predominar as normas impessoais e a racionalidade dos processos decisórios” (Ferreira et al, 2002, p. 65) e o poder está concentrado no cargo e não na pessoa que o ocupa. As decisões são fundamentadas em critérios racionais e objetivos. Com o passar do tempo e o surgimento das grandes corporações, no entanto, o modelo burocrático passou a ser adotado pelas organizações privadas. Na organização burocrática, “a ordem interna deve ser estabelecida de acordo com critérios técnicos, privilegiando a eficiência e a qualidade” (Ferreira et al, 2002, p. 65). ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA ADMINISTRAÇÃO CLÁSSICA PRECURSOR Frederick Taylor Henri Fayol ORIGEM Chão de fábrica Gerência administrativa ÊNFASE - adoção de métodos racionais e padronizados; - máxima divisão de tarefas. - estrutura formal da empresa, - adoção de princípios administrativos pelos altos escalões. ENFOQUE Produção Gerência 31 FUNDAMENTOS DA GESTÃO ORGANIZACIONAL Os pressupostos fundamentais da burocracia foram transpostos para o campo da Ad- ministração na forma de um modelo de gestão adotado pelas organizações em geral. O objetivo do modelo burocrático é organizar detalhadamente e dirigir rigidamente as atividades da organização, com maior eficiência. As características da escola burocrática, tendo como orientação Ferreira et al (2002) são: – separação entre propriedade e administração: existe a transferência de autoridade, possi- bilitando que as organizações possam ser geridas por profissionais especializados, desig- nados pelos proprietários; – instituição de normas para regulamentar cada procedimento administrativo ou operacional da organização; – obediência restrita à hierarquia, devendo cada empregado limitar-se ao relacionamento com seu chefe imediato no ambiente organizacional; – impessoalidade nas relações, excluindo a possibilidade de existirem privilégios para deter- minados grupos ou pessoas; – rotinas e procedimentos padronizados nas tarefas a serem executadas na esfera pública e privada; – competência técnica e meritocracia, ou, em outras palavras, o merecimento está vincula- do à qualificação técnica e capacidade, sendo a base para recompensas e promoção. Agora que você conheceu as características do modelo burocrático, você lembrou de alguma organização que segue este modelo? A partir do conceito de Muniz e Faria (2007, p. 56) é possível entender burocracia como “um sistema social organizado mediante normas escritas, visando à racionalidade e à igualdade no tratamento do seu público”. Cabe destacar que a instabilidade das emoções e os comportamentos aleatórios eram vistos como perniciosos ao bom desempenho organizacional. Aos poucos as práticas informais foram aparecendo no cenário das organizações, que adotavam um modelo burocrático e nitidamente revelavam uma distância enorme entre o mundo da organização formal (da racionalidade e do cálculo) e da organização informal (relacionado aos sentimentos e afetividade) que estavam constantemente produzindo disfunções, por não seguir a lógica da eficiência prescrita pela “melhor maneira”. FUNDAMENTOS DA GESTÃO ORGANIZACIONAL 32 Apesar de todas as ponderações e críticas da escola burocrática ou modelo weberiano, o mesmo “firmou-se como o modelo de gestão básico da maioria das organizações do século XX, pelo fato de atender às diversas necessidades das empresas” (Ferreira et al, 2002, p. 68) da era industrial. Como todas as escolas, o modelo weberiano é alvo de críticas e disfunções, identificadas pelos autores como sendo: a) inflexibilidade: excesso de normas e de padronização de rotinas, rigidez hierárquica; b) visão fragmentada: não permite a compreensão da organização como um todo, pela divi- são de tarefas; c) excessiva concentração das decisões na alta administração, gerando lentidão e, muitas vezes, inadequação do processo decisório; d) despersonalização do relacionamento: as relações limitam-se entre ocupantes de cargos e não entre indivíduos, desestimulando os relacionamentos interpessoais e intergrupais, que tendem a surgir no âmbito organizacional. Muito presente a falta de sensibilidade para os incidentes ou problemas pessoais; e) descomprometimento, pela falta de autonomia, e tendem a não se sentirem responsáveis pelo trabalho realizado; f) formalismo excessivo: só tem valor o que é instituído formalmente em normas e regula- mentos; g) substituição dos objetivos pelas normas estabelecidas, em vez de focar resultados; h) a proliferação de barreiras burocráticas favorece a disseminação da corrupção; i) formação de corporativismos, em função de se voltar para o cumprimento de sua missão, a organização passa a se preocupar basicamente com seus próprios interesses; da mesma forma protecionismo entre colegas faz com que os erros e as atitudes desonestas não sejam descobertos. Analisando a literatura, podemos orientá-lo no sentido de que o modelo burocrático é inadequado diante da realidade contemporânea, pois dificulta atingir os objetivos organizacionais exigidos no novo contexto da gestão, posto que considera o todo organizacional. As exigências da gestão por inovação, satisfação dos clientes, iniciativa própria e priorização do trabalho integrado e em equipe limitam a adoção do modelo buro- crático. 33 FUNDAMENTOS DA GESTÃO ORGANIZACIONAL Cabe destacar, porém, que apesar de todos os problemas e críticas relacionados à burocracia, esta permanece imperando em muitas organizações de trabalho formal, em especial as organi- zações de grande porte. E, justamente pelo fato de que as orga- nizações crescem em tamanho e complexidade, foi necessário des- cobrir um modelo de organização racional que abrangesse mui- tas variáveis. Apesar de terem se desenvolvido de maneira independente, o enfoque proposto pela administração científica, a teoria admi- nistrativa (clássica) e a burocrática são três abordagens da pers- pectiva clássica; e nessas escolas as organizações têm sido vistas como estruturas mecanicistas. Embora tenhamos trazido informações gerais sobre a teoria da burocracia, podemos afirmar que o estudo não se esgotou por aqui, temos vários outros modelos complementares ao de Weber para serem explorados e que trouxeram contribuições importan- tes à Administração, tais como: de Merton (que identificou as anomalias de funcionamento do processo de Weber), de Selzinck (estudou a delegação de autoridade), e de Gouldner (defende que existem diferentes graus de burocratização). Na próxima seção passaremos ao estudo de outra abordagem, a Humana e Comportamental (reveja o Quadro 1, na página 23). 2.4 TEORIA TRANSITIVA OU DE TRANSIÇÃO A Teoria Transitiva integra, junto com a Escola de Relações Humanas e a Escola Comportamentalista, a abordagem Huma- na e Comportamental, posterior à abordagem Clássica. Levando em conta que vários autores apresentam a teoria transitiva, Andrade e Amboni (2007, p. 87) explicam que a ex- pressão teorias transitivas “designa um conjunto de autores (cujos nomes mais expressivos são Mary Parker Follett e Chester Barnard) que fizeram a transição entre a Administração Científica e a Teo- ria Clássica e a Escola de Relações Humanas”. Se você quer saber mais sobre a Teoria Burocrática, leia: SILVA, R. O. da. Teoria da Administração. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002. p. 158-180. Além disso, os filmes “O processo” e “Brazil” permitemaprender sobre os conceitos da teoria sobre a burocracia. O Processo Joseph K. (Anthony Perkins) é um homem reservado, que vive na pensão da senhora Grubach (Madeleine Robinson) e se dá bem com todos os demais moradores do local. Um dia ele é acordado por um inspetor de polícia (Arnoldo Foà), que lhe informa que está preso, mas não o leva sob custódia. Durante o processo Joseph segue com suas atividades normais, tendo apenas que ficar à disposição das autoridades a qualquer hora do dia. Incomodado por não saber do que está sendo acusado, ele decide investigar em busca de uma resposta. Disponível em: <http://www.interfilmes.com/ filme_14253_O.Processo- (Le.Proces).html>. Acesso em: 20 jan. 2008. Brazil Em um futuro caótico e perturbador, uma cidade inteira é monitorada por meio de computadores e leis burocráti- cas ao extremo. É nesse infeliz mundo que Sam Lowry se apaixona por Jill, uma terroris- ta local. Disponível em: <http://cineplayers.com/ filme.php?id=99>. Acesso em: 20 jan. 2008. FUNDAMENTOS DA GESTÃO ORGANIZACIONAL 34 Na verdade, Follett (1868 -1933) e Barnard (1886 – 1961) apresentaram contribuições importantes ao pensamento administrativo, “antecipando a compreensão de como a orga- nização formal e as relações humanas poderiam ser integradas, introduzindo novos elemen- tos no campo das relações humanas e da estrutura organizacional” (Silva, 2002, p. 187). Objetivamente, ambos mostram que a organização é um sistema social e que a produ- ção é um sistema cooperativo, que depende da participação de todos os envolvidos no pro- cesso. Follett chamou a atenção para o papel da Psicologia Administrativa (reconciliar os indivíduos e a organização) e da Administração (compreender as pessoas, os grupos e a comunidade em que está inserida a organização, o que significa dizer que foi a primeira estudiosa a analisar a motivação humana, partindo dos valores individuais e sociais). É atribuído a ela a modificação do conceito tradicional de liderança. Defendia que a ênfase maior deve ser dada aos fatos e não às pessoas. “Incentivou os contatos diretos nas relações interpessoais entre o superior e o subordinado, modificando o princípio de coordenação” (Andrade; Amboni, 2007, p. 88), afirmando que essa coordena- ção poderia ser obtida por meio do inter-relacionamento vertical e horizontal das pessoas que compõem a estrutura organizacional. Mary Follett mostrava preocupação com o modo como as organizações resolviam os conflitos. Ela entendia que o “conflito é um fato da vida, e, em vez de ser escondido ou ignorado, deve ser reconhecido e usado a nosso favor; deve ser visto como a legítima expres- são das diferenças”, e que se deveria usá-lo de forma construtiva (Andrade; Amboni, 2007, p. 89). Você conseguiu compreender o conceito de conflito como algo construtivo?! Perceba que o conflito não é visto como algo sempre negativo. Existe a possibilidade de ser visualizado como algo que possibilita aprendizado e construção. Outro elemento atribuído a Follett foi a antecipação em “mais de um século, da gestão participativa, os círculos de qualidade, as estruturas hierárquicas horizontais, as noções de equipe como esforços sinérgicos e as soluções adaptativas às situações” (Andrade; Amboni, 2007, p. 89). Apesar das contribuições positivas que apresentou, suas idéias foram tão originais que levaram tempo para se popularizarem entre os estudiosos de Administração e serem reconhecidas como mereciam. Também foi uma das três mulheres (juntamente com Lilian Gilbreth e Joan Woodward) que abraçaram a causa da Administração nos anos 60. 35 FUNDAMENTOS DA GESTÃO ORGANIZACIONAL Já Barnard inspirou-se nos estudiosos da época e desenvolveu estudos sobre a análise lógica da estrutura da organização e aplicação de conceitos sociológicos na Administração, ou seja, estudo das organizações como sistema social cooperativo, que exigem objetivos construídos no coletivo. Outra questão levantada pelos estudos de Barnard e que se antecipa à Escola de Rela- ções Humanas é a “concepção de que não são apenas os incentivos monetários que movem o homem no trabalho” (Andrade; Amboni, 2007, p. 90). Você consegue imaginar como os indivíduos se sentiam e se colocavam no espaço organizacional dessa época? Cabe destacar que quando Barnard menciona cooperação, está supondo não unica- mente a ocorrência da cooperação entre as pessoas, mas a interação com outras variáveis relacionadas com o ambiente da organização. Da mesma forma, Barnard desenvolveu o conceito de autoridade, bem como definiu os conceitos de estrutura (o indivíduo, o sistema cooperativo, a organização formal e informal) e dinâmica (a vontade, a cooperação, a comunicação, a autoridade e o processo decisório) da organização. Em sua obra “As funções do executivo”, postulou três funções que o executivo deveria realizar (Silva, 2002, p. 194): a) criar um sistema de comunicação; b) promover a garantia dos esforços pessoais; c) formular e definir os objetivos da organização. É com a Escola de Recursos Humanos, no entanto, que é enfatizado o estudo da abordagem humanística, em que a teoria administrativa passa por uma revolução conceitual – a transferência da ênfase na tarefa e na estrutura para a ênfase nas pessoas que trabalham ou participam das organizações (Chiavenato, 2006). A preocupação com os aspectos técni- cos e formais cede lugar para os aspectos psicológicos e sociológicos. FUNDAMENTOS DA GESTÃO ORGANIZACIONAL 36 2.5 – ESCOLA DE RELAÇÕES HUMANAS A abordagem humanística ocorre, de fato, com o apareci- mento da Teoria de Relações Humanas (ou Escola Humanística da Administração), nos Estados Unidos, a partir da década de 30 do século 20, em decorrência da onda de desemprego resultante da crise de 29, e foi impulsionada pelos resultados da pesquisa desenvolvida na Western Electric, uma fábrica de equipamentos telefônicos, no bairro de Hawthorne de Chicago. É importante ressaltar que A escola nasceu da necessidade de corrigir a forte tendência à desumanização no trabalho, pela aplicação de métodos excessi- vamente rigorosos, pautados em estudos científicos precisos pe- los quais os funcionários eram submetidos, sendo impedidos de dar a sua contribuição (Oliveira; Silva, 2006, p. 80). A experiência foi realizada por George Elton Mayo (1880 – 1949) e seus colaboradores, entre 1927 e 1932, em uma fábrica de Chicago, com o objetivo inicial de conduzir experimentos re- lacionados à luminosidade no ambiente de trabalho com a efici- ência dos operários medida pela produção. Andrade e Amboni (2007, p. 95), que recuperaram os fatos ocorridos nesse período, afirmam que “a partir dos primeiros re- sultados, a pesquisa se estendeu ao estudo da fadiga, dos aci- dentes de trabalho, à rotação de pessoal e ao efeito das condições físicas de trabalho sobre a produtividade dos operários”. A experiência de Hawthorne teve quatro fase: a) os estudos da iluminação; b) os estudos da sala de teste de montagem de relés; c) o programa de entrevistas; d) os estudos da sala de observação de montagem de terminais. Maiores detalhes sobre a Escola de Relações Humanas você pode pesquisar nas referências bibliográficas fornecidas no item 2.2.5. Da mesma forma, pode assistir ao filme A classe operária vai ao paraíso, que permite aprender sobre conceitos da teoria das relações humanas. A Classe Operária vai ao Paraíso Adorado por seus superiores por ser um trabalhador extremamente dedicado, e odiado pelo mesmo motivo por seus colegas de trabalho, Lulu vive entregue aos sonhos de consumo da classe média, alienado em meio aos movi- mentos de protesto de sua classe, até que um aconteci- mento põe em xeque suas opiniões. Disponível
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