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MODELO DE PEÇA- QUEIXA CRIME EXCELENTÍSSIMO JUIZ, DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL DA COMARCA DE BELO HORIZONTE- MG. Teobaldo Vidigal, brasileiro, casado, empresário, portador do Documento de Identidade de n° (…), e do CPF de n°(...), residente e domiciliado na Rua Pombal, nº 24, Bairro Netuno, Belo Horizonte/MG, por seu procurador infra-assinado (procuração em anexo) vem, à presença de Vossa Excelência, com fundamento legal no artigo 100, §2º do Código Penal oferecer QUEIXA-CRIME Contra Carmo Lara, brasileiro, solteiro, empresário, pessoa física portador do Documento de Identidade de n° (…), e do CPF de n°(...), residente na Rua Ourives, nº 90, bairro Trabuco, Belo Horizonte/MG, pelas razões de fato e de direito expostas a seguir: I. DA TEMPESTIVIDADE Em consonância com o disposto no artigo 38 do Código de Processo Penal, os fatos ora apresentados ocorreram no dia 02/03/2020 iniciando-se, portanto, o prazo para oferecimento da presente queixa-crime qual se findará em 01/09/2020. II. DOS FATOS No dia 02 de março de 2020 ás 14h00minhrs, o Querelante se encontrava no Centro Comercial próximo a clinica de estética qual é sócio e o estabelecimento “Lara Acabamentos”, onde o Querelado labora. Ocorre que na data mencionada o Querelante ao adentrar no estacionamento percebeu que o Querelado havia estacionado seu veículo em uma vaga destinada a por portadores de necessidades especiais. Ao sair do estacionamento o Querelante avistou o Querelado na porta de sua loja e informou do equivoco ao estacionar eu veículo e solicitou o veiculo fosse estacionado em outra vaga vez que havia outras disponíveis. Ao ouvir tal solicitação, o Querelado, de forma agressiva e olhando na direção do Querelante, bradou em alto e bom som: “eu quero saber quem é o filho de uma cadela que vai me fazer tirar meu carro do lugar”. Surpreso, o Querelante reforçou que o local se destinava ao estacionamento de veículos conduzidos por portadores de necessidades especiais momento qual o Querelado correu em direção ao veiculo do Querelante e se jogou sobre ele danificando o capo e o para-lama dianteiro do referido veículo. Por fim, os fatos aqui apresentados foram presenciados por Maria José e Pedro João, que estavam chegando ao centro comercial. São os fatos. III. DO DIREITO III.I – DO CRIME DE INJÚRIA Mediante os fatos narrados a conduta praticada pelo Querelado ao pronunciar de forma clara, em alto e bom som: “Eu quero saber quem é o filho de uma cadela que vai me fazer tirar meu carro do lugar” teve como dolo ofender a honra subjetiva do Querelante. Neste sentido verifica-se que esta conduta se enquadra de forma inequívoca na descrita no tipo penal no crime de Injúria, vejamos: “Art. 140 - Injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. ” Diferentemente dos crimes de Calúnia e Difamação o crime de injuria não precisa ser exposto ou de conhecimento de terceiros bastando, portanto que o ofendido tome conhecimento da ação. Sendo assim, ainda que a fala do Querelado não seja direcionada de forma direta ao Querelante, denota-se o dolo em ofender vez que a solicitação para que o veículo fosse retirado foi realizada pelo Querelante. Dessa forma, requer a condenação do Querelado na forma do artigo 140, caput, do Código Penal, em razão da prática de crime de injúria, conforme preceitua a norma tipificada. III.II- DO CRIME DE DANO De acordo com o contexto fático, após o Querelante solicitar que o veículo do Querelado fosse retirado da vaga reservada os Portadores de Necessidades Especiais houve uma negativa qual gerou uma sequência de condutas. Conforma supracitado uma dessas condutas foi a pratica do crime de injuria presente na expressão utilizada pelo Querelado com a intenção de ofender a honra subjetiva do Querelante. Posteriormente o Querelado que se encontrava na porta do estabelecimento comercial onde labora saiu correndo e com o intuito de atingir o autor pulou em cima do veículo do Querelante causando danos no capô e no para-lama dianteiro do veículo. Após essa situação o Querelante levou seu veículo a uma oficina para fazer um orçamento para providenciar o concerto. Conforme demonstrado tal fato encontra-se em contrariedade com a legislação vigente, vejamos: Art. 163 - Destruir, inutilizar ou deteriorar coisa alheia: Pena - detenção, de um a seis meses, ou multa. Desta forma, requer, de igual modo, a condenação do Querelado na forma do artigo 163, caput, do Código Penal, em razão da prática de crime de dano, conforme estabelece a norma tipificada. IV-DO CONCURSO MATERIAL Diante o caso narrado, o Querelado praticou, mediante uma pluralidade de condutas, uma pluralidade de crimes: injúria e dano. Assim, sendo os crimes praticados de diferentes espécies, estamos diante de um concurso material, conforme previsto no artigo 69 do Código Penal, que estabelece a somatória de penas dos delitos praticados. Veja-se: Art. 69 - Quando o agente, mediante mais de uma ação ou omissão, pratica dois ou mais crimes, idênticos ou não, aplicam-se cumulativamente as penas privativas de liberdade em que haja incorrido. No caso de aplicação cumulativa de penas de reclusão e de detenção, executa-se primeiro aquela. Desta forma, requer seja, na condenação, as penas somadas, em conformidade ao dispositivo supracitado. V- DOS PEDIDOS Ante o exposto, tendo o Querelado infringido os artigos 140, caput e (...) do Código Penal, requer que seja recebida a presente queixa-crime, sendo a Querelada citada para defender-se da presente ação penal, e, ao final, seja condenada às penas previstas no precitado dispositivo legal, sem prejuízo à devida reparação do dano causado ao bem alheio. Ademais, requer provar todo o alegado por todos os meios de provas admitidos em direito, em especial, das provas testemunhais e documentais. Por fim, requer a fixação de valor mínimo de indenização pelos prejuízos causados à vítima, nos termos do artigo 387, inciso IV do Código de Processo Penal. Nestes termos, pede e espera deferimento. Belo Horizonte, x/x/x. ADVOGADO/ OAB
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