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Introdução à Neuroanatomia

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SUMÁRIO
1. Alguns aspectos filogênicos do sistema nervoso .....................3
2. Planos anatômicos ................................................................................4
3. Divisões do sistema nervoso ............................................................5
Referências bibliográficas .................................................................... 19
3INTRODUÇÃO À NEUROANATOMIA
1. ALGUNS ASPECTOS 
FILOGÊNICOS DO 
SISTEMA NERVOSO
O sistema nervoso é um dos princi-
pais agentes responsáveis pelas ex-
traordinárias capacidades humanas, 
além dos processos de perceber, agir, 
aprender e lembrar. Tais atividades só 
foram possíveis através da atividade 
de bilhões de células componentes 
do tecido neuronal (neurônios e neu-
roglias), conferindo a nós a consciên-
cia, o pensamento e comportamento.
Dessa forma, a neuroanatomia en-
tra como o estudo de tal sistema, num 
parâmetro macroscópico, observando 
suas generalidades e particularidades. 
Além disso, é importante sabermos que 
o mesmo está intimamente relacionado 
com o processo evolutivo dos seres vi-
vos, de tal forma que a sua adaptação 
foi possível a partir do desenvolvimen-
tos de três propriedades básicas:
• Irritabilidade: É a propriedade de 
uma célula de ser sensível ao meio 
ambiente, dando origem a um im-
pulso;
• Condutibilidade: Consiste na con-
dução desse impulso pelo meio in-
terno;
• Contratilidade: É a resposta do 
ser vivo ao estímulo inicial.
É importante lembrarmos que essa 
propriedade está presente em todos 
os seres vivos. Até os seres menos 
complexos, como amebas, ao serem 
tocadas com micromanipulador, se 
afastam do ponto em que foi tocada. 
Para que isso ocorra, elas tiveram que 
sentir o estimulo, conduzir a informa-
ção no seu corpo unicelular, projetan-
do seus pseudópodes e reagir. En-
tenderam?
Figura 1: Frames de um vídeo de uma ameba emitindo 
seu pseudópodes com reação ao ser estimulada por um 
micromanipulador
Com o aparecimento de seres mais 
complexos, como os animais, suas 
células, que obedecem a essas pro-
priedades, se especializaram – as cé-
lulas da contratilidade se tornaram as 
musculares primitivas, passando a 
ocupar posições mais internas nesses 
organismo e, assim, perdendo conta-
to com o meio externo. No entanto, 
na superfície externa desses animais, 
surgiram células bem diferenciadas, 
sendo elas responsáveis pela cap-
tação de estímulos (irritabilidade), os 
redirecionando para as células mus-
culares (condutibilidade).
4INTRODUÇÃO À NEUROANATOMIA
Essas novas células, especializadas 
tanto na irritabilidade como na con-
dutibilidade, consistem nos primeiros 
neurônios. Esse tipo celular, sendo 
a unidade fundamental, com função 
básica de receber, processar e trans-
mitir informação, é responsável pela 
captação da informação, conduzi-la 
ao SNC (sistema nervosos central) e 
retransmiti-la para os órgãos alvos no 
corpo. Ademais, a depender de sua 
função, ela pode ser considerada:
Aferente: São aferentes ou sensi-
tivos os neurônios, fibras ou nervos 
que trazem impulsos a uma determi-
nada área do sistema nervoso;
Eferentes: São eferentes ou motores 
os que levam impulsos desta área.
FLUXOGRAMA DAS PROPRIEDADES BÁSICAS
Condutibilidade
Propriedades 
básicas dos 
seres vivos
ContratilidadeIrritabilidade
Primeiros neurônios
Irritabilidade
Células musculares 
primitivas
2. PLANOS ANATÔMICOS
Focando num parâmetro microscó-
pico, a visualização da divisão ana-
tômica do sistema nervoso é muito 
facilitada com o entendimento da tri-
dimensionalidade de suas estrutu-
ras em nosso organismo. Para isso, 
vamos voltar aos conceitos de plano 
anatômico, não sendo restrito ao es-
tudo da neuroanatomia, mas muito 
utilizado na interpretação da neuroi-
magem. Temos em número de 3 pla-
nos anatômicos principais:
5INTRODUÇÃO À NEUROANATOMIA
3. DIVISÕES DO SISTEMA 
NERVOSO
O sistema nervoso pode ser organi-
zado a partir de diferentes critérios: 
um anatômico, um filogenético e ou-
tro funcional, bem como segundo a 
segmentação ou metameria.
Divisão anatômica:
O sistema nervoso é dividido anato-
micamente num componente cen-
tral e num periférico.
O sistema nervoso central (SNC) 
consiste nas estruturas nervosas lo-
calizadas dentro do esqueleto axial, 
sendo elas: a cavidade craniana e o 
canal vertebral. Respectivamente a 
esses espaços, temos as seguintes 
estruturas que compõem o SNC: o 
encéfalo e a medula espinhal. Jun-
tos, eles formam o neuro-eixo.
A estrutura mais cranial, o encéfalo, 
corresponde a verdadeira maquina-
ria no funcionamento do nosso corpo, 
sendo a porção mais central dentro 
do crânio. Ela ainda é subdividida em:
• Cérebro: Formado pela união do 
telencéfalo com o diencéfalo;
• Cerebelo;
• Tronco encefálico
Figura 2:Temos, da esquerda para direita, respectivamente, imagens de uma TC de crânio e representações de 
planos anatômicos em cortes sagital, axial e coronal
6INTRODUÇÃO À NEUROANATOMIA
Figura 3: Um corte sagital, numa vista medial, onde é pos-
sível identificar os componentes do SNC em cores distintas 
SE LIGA! O nosso cérebro é organizado 
em giros, que são partes do córtex de 
substância cinzenta, delimitados pelas 
depressões que percorrem o córtex ce-
rebral, os sulcos, permitindo o aumento 
de sua superfície sem aumento consi-
derável do seu volume. Profundamente 
a esse córtex, temos as estruturas sub-
corticais, formadas tanto por substância 
branca (na qual encontramos as fibras 
das vias ascendentes e descendentes) 
e por substância cinzenta, sendo ela 
reunida nos núcleos da base (são eles: 
caudado, putâmen, globo pálido, etc.).
Nesse resumo, iremos apenas in-
troduzir e definir cada um desses 
componentes do SNC, para, quando 
formos estudar cada qual em seus 
respectivos resumos, teremos uma 
noção básica de sua definição, anato-
mia e função. Beleza?
Então, começando pelo cérebro, sa-
bemos que ele é composto pelo te-
lencéfalo e pelo diencéfalo. A primeira 
estrutura consiste em dois hemis-
férios corticais e na lâmina terminal. 
Cada hemisfério possui 3 polos (fron-
tal, temporal e occipital), 3 margens 
(superior, medial e inferior), 5 lobos 
(frontal, parietal, temporal, occipital e 
insular – sendo o último “escondido” 
pelo parênquima cortical) e 3 faces 
(dorsolateral, medial e inferior). E são 
nessas faces que encontramos os 
sulcos e giros, que serão melhor es-
tudados em próximos resumos.
Figura 4: Vista lateral de um hemisfério cerebral es-
querdo com seus polos e lobos em cores diferentes 
Já o outro componente do cérebro, o 
diencéfalo, diferente do telencéfalo, 
é uma estrutura ímpar localizada na 
porção cerebral mais inferior, sen-
do compreendida pelo: tálamo – um 
grande centro de retransmissão de fi-
bras entre o nosso córtex e estruturas 
subcorticais; hipotálamo – grande 
regulador da homeostase; subtála-
mo – que atua no circuito motor de 
forma subsidiária; e epitálamo – rela-
cionado com a sincronização do ritmo 
circadiano. 
7INTRODUÇÃO À NEUROANATOMIA
Figura 5: Vista medial de um corte sagital de um encé-
falo, onde temos o diencéfalo e seus component
O cerebelo, por sua vez, segue uma 
topografia anatômica semelhante ao 
cérebro: possui dois hemisférios, uni-
dos agora por um vérmis, localizado 
na linha mediana; seu córtex cerebe-
lar é percorrido por sulcos, delimitan-
do folhas (e não giros!!). Diferente das 
demais estruturas já citadas, que es-
tão localizadas no compartimento su-
pratentorial da base do crânio, o ce-
rebelo se encontra no compartimento 
infratentorial. Ele é dividido em lobo 
flóculo-nodular, lobo anterior e lobo 
posterior. Na semiologia neurológica, 
testamos a funcionalidade do cerebe-
lo principalmente, durante os exames 
de coordenação e equilíbrio. Veremos 
melhor o porquê nos demais resumos.
Figura 6: Faces inferior e superior, da esquerda para direita, de um cerebelo com seus respectivos lobos. 
Já como estrutura mais caudal do en-
céfalo, temos o tronco encefálico, 
também sendo a porção mais primi-
tiva dentre as outras.O tronco está 
intimamente relacionado com o fun-
cionamento da homeostase do cor-
po, sendo de extrema importância 
para manutenção da vida. Podemos 
evidenciar isso, por exemplo, através 
dos exames feitos para diagnósticar 
morte encefálica, que testam se o 
tronco está funcionante ou não. Pro-
fundamente a ele, temos diversos 
núcleos de pares cranianos, além da 
formação reticular. Num ponto de vis-
ta anatômico, o tronco encefálico é di-
vidido em, no sentido crânio-caudal: 
mesencéfalo, ponte e bulbo.
8INTRODUÇÃO À NEUROANATOMIA
Figura 7: Vista medial de um corte sagital do encéfalo, onde 
foram destacados os componentes do tronco encefálico
É bom lembrarmos que internamente 
ao encéfalo, temo estruturas chamadas 
de ventrículos encefálicos, por onde 
circula o líquor, diminuindo o efeito do 
peso do encéfalo além de fornecer pro-
teção mecânica a seus componentes.
CONCEITO! Ventrículos encefálicos 
são cavidades localizadas internamente 
ao encéfalo, revestidas de epitélio epidi-
dimário, por onde percorrer o líquor ce-
falorraquidiano (LCR). São em número 
de quatro cavidades, duas pares (ventrí-
culos laterais) e duas ímpares (terceiro e 
quarto ventrículo), que são ligadas uma 
as outras por diversos canais, formando 
o sistema ventricular.
NA PRÁTICA! Sabemos que a análise 
clínica do líquor em ambiente hospitalar 
nos ajuda a identificarmos possíveis pato-
logias que possam afetar o funcionamen-
to homeostático de nosso SNC, como por 
exemplo, a meningite. Dessa forma, para 
ser analisado sua composição e/ou cultura, 
o LCR deve ser recolhido OU por punção 
occipital (referencial anatômico: abaixo 
do crânio, recolhendo o líquor da cisterna 
magna) OU por punção lombar (referen-
cial anatômico: entre L3-L4 ou L4-L5).
Figura 8: Representações dos exames de coleta de 
LCR por punção suboccipital e punção lombar
Como último componente do SNC, te-
mos o mais caudal e primitivo, que é a 
medula espinhal. Ela consiste numa 
massa cilindroide de tecido nervoso 
situado dentro do canal vertebral da 
coluna, limitada superiormente pelo 
bulbo, ao nível do forame magno, e 
inferiormente até a vértebra L2. 
Na prática!! O conhecimento da topo-
grafia medular na coluna é importan-
te para a investigação clínica de pa-
tologias que podem afetar tanto essa 
estrutura do SNC como suas raízes, 
9INTRODUÇÃO À NEUROANATOMIA
principalmente em pacientes com cer-
vicalgia ou lombalgia. Para isso, exa-
mes de ressonância magnética, que 
permitem analisar a medula e as par-
tes moles das articulações da coluna.
Figura 9: Exame de ressonância magnética T2 
Já o sistema nervoso periférico 
(SNP) é formado pelas as estrutu-
ras localizadas fora deste esqueleto. 
Essas estruturas são os nervos, os 
gânglios e as terminações motoras 
e sensitivas.
Nervos consistem em cordões es-
branquiçados que atuam unindo o 
SNC aos órgãos periféricos. 
A depender da porção do SNC que 
estamos estudando, esse nervo pode 
ser dividido em: nervos cranianos, 
caso estejam ligados ao encéfalo; e 
nervos espinhais, se estiverem liga-
dos a medula espinhal;
No entanto, em relação a sua fun-
cionalidade, são divididos em: ner-
vos motores, sensitivos ou mistos 
(quando sua composição possui fi-
bras tanto sensitivas como nervosas).
Já os gânglios, correspondem ao 
aglomerado de corpos neuronais lo-
calizados fora do SNC. Da mesma 
forma que os nervos, os gânglios 
também são caracterizados como 
sensitivos ou motores (participam do 
sistema nervoso autônomo).
Por fim, as terminações nervosas, lo-
calizadas na extremidade das fibras 
constituintes dos nervos, também se-
gue a mesma divisão: uma motora, for-
mada pela placa motora; e uma sen-
sitiva, composta pelos exteroceptores 
(recebem estímulos do meio externo), 
visceroceptores (recebem estímulos 
dos órgãos internos) e propriocepto-
res (informam o SNC sobre a posição 
do corpo ou sobre a força necessária 
para a coordenação).
Figura 10: Estruturas nervosas periféricas por transpa-
rência no corpo humano
10INTRODUÇÃO À NEUROANATOMIA
Divisão embriológica
RELEMBRANDO: O sistema nervoso 
se desenvolve a partir do folheto em-
brionário mais externo, o ectoderma 
que, ao ser induzido pela notocorda, se 
espessando, forma a placa neural. Essa 
estrutura começa a sofrer invaginações 
sucessivas, formando a goteira neural. 
Por fim, ao se fechar, essa goteira se tor-
na o tubo neural, estrutura responsável 
pela origem do SNC.
CONCEITO: Notocorda consiste numa 
estrutura celular presente durante o 
desenvolvimento embriológico dos ani-
mais cordados, atuando como eixo de 
sustentação craniocaudal na região pos-
terior do embrião. Além de induzir a for-
mação do tubo neural, ela é substituída 
pela coluna vertebral, nos vertebrados, 
ou se persiste como sustentação em 
outros animais não vertebrados desse 
grupo.
DIVISÃO ANATÔMICA DO SISTEMA NERVOSO
Sistema 
nervoso 
central 
(SNC)
Encéfalo
Medula espinhal
Cérebro
Cerebelo
Tronco encefálico
Telencéfalo
Diencéfalo
Mesencéfalo
Ponte
Bulbo
Sistema 
nervoso 
periférico 
(SNP)
Nervos
Gânglios
Cranianos
Espinhais
Terminações 
nervosas
11INTRODUÇÃO À NEUROANATOMIA
Desde do início de sua formação, o 
tubo neural não possui calibre unifor-
me. Sendo assim, sua dilatação pos-
sui certa irregularidades, formando 
distintas estruturas do nosso SNC. A 
parte cranial, que formará o arquen-
céfalo ou encéfalo primitivo, se di-
lata à medida que ocorre seu desen-
volvimento, diferente da porção mais 
caudal, que dá origem a medula pri-
mitiva.
Vale ressaltar que não existe apenas 
um par de dilatações bilaterais no ar-
quencéfalo e sim três vesículas en-
cefálicas primitivas. De cranial para 
caudal, temos:
• Prosencéfalo: Com o desenvolvi-
mento do embrião, é formado des-
te duas vesículas, o telencéfalo e 
o diencéfalo;
◊ Durante o desenvolvimen-
to do prosencéfalo, as vesí-
culas telencefálicas laterais 
crescem muito mais que as 
diencefálicas, ao ponto que, 
ao completar a formação do 
SNC do embrião, os hemis-
férios cerebrais oriundos do 
telencéfalo escondem quase 
completamente a parte me-
diana dele mesmo, além do 
diencéfalo.
• Mesencéfalo: Durante o desen-
volvimento embrionário, ele não se 
modifica;
• Rombencéfalo: Dará origem ao 
metencéfalo (formando a ponte e 
o cerebelo) e ao mielencéfalo (for-
mando o bulbo).
Figura 11: A – E.1) Corte axial de um embrião durante a neurulação; E.2) Corte longitudinal do 
último estágio da neurulação
12INTRODUÇÃO À NEUROANATOMIA
SE LIGA! Diante o exposto, fica eviden-
te a extrema importância do período fe-
tal para a formação e desenvolvimento 
do sistema nervoso central, ao ponto que 
fatores externos como substâncias tera-
togênicas, alguns medicamentos, álcool, 
irradiação, drogas e infecções congênitas 
podem interferir ativamente nas etapa 
desse processo. Caso ocorram no pri-
meiro trimestre da gestação, essas in-
terferências podem afetar o processo de 
proliferação neuronal, resultando numa 
diminuição do número de células nervo-
sas e/ou em microcefalia. Já se ocorrem no 
segundo ou terceiro, a interferência será 
na fase de organização neuronal, redução 
na quantidade de sinapses e ocasionar 
quadros de atraso no desenvolvimento 
neuropsicomotor e cognitivo do feto.
Mas não devemos nos restringir a esses 
substâncias nocivas: durante a desnutri-
ção materna ou nos primeiros anos de 
vida da criança, diante a interferências 
externas ao feto ou lactente, respecti-
vamente, o processo de mielinização 
do sistema nervoso será prejudicado, 
podendo resultar em atrasos na aquisi-
ção de habilidades e no desenvolvimen-
to neuropsicomotor normal da criança. 
Atrasos que podem, muitas vezes, se-
rem irreversíveis.
Figura 12: Desenvolvimento do arquencéfalo
Divisão fisiológica
O sistema nervoso, a partir de um viés fi-
siológico, pode ser dividido em sistema 
nervoso somático e sistema nervoso 
visceral. Enquanto o primeiro está rela-
cionado com a forma que o organismo 
interage com o meio ambiente externo 
a ele, o segundo está relacionadocom 
o controle das vísceras par a homeos-
tasia corpórea. Além dessas diferenças, 
tanto a divisão somático, como a divi-
são visceral, possuem um componente 
aferente e um outro eferente.
No caso do somático, seu componente 
aferente é responsável por conduzir ao 
SNC os impulsos originados nos recep-
tores periféricos, informando-os acerca 
do mecanismo externo que causou essa 
irritação. Já o eferente, atua levando as 
informações processadas nos centros 
nervosos até os nossos músculos es-
triado esqueléticos, realizando os movi-
mentos voluntários. Temos como exem-
plo de uma ação cooperativa entre esses 
dois componentes o arco reflexo.
13INTRODUÇÃO À NEUROANATOMIA
Em relação ao visceral, tanto o afe-
rente como eferente atuam na inte-
gração das diversas vísceras visando 
a manutenção da constância do nos-
so meio interno. Sendo assim, o com-
ponente aferente é responsável por 
conduzir os impulso nervosos origi-
nados em nossos visceroceptores até 
o nosso SNC. Já o eferente, atua le-
vando tais impulsos até nossas vísce-
ras, enviando a resposta processada 
em nosso centro nervoso até glându-
las, músculos lisos ou músculo estria-
do cardíaco. 
DIVISÃO EMBRIOLÓGICA DO SISTEMA NERVOSO
ARQUENCÉFALO
Prosencéfalo
Mesencéfalo
Telencéfalo
Diencéfalo
Rombencéfalo Metencéfalo
Mielencéfalo
Cérebro
Mesencéfalo
Cerebelo e ponte
Bulbo
Divisão embriológica Divisão anatômica
 
Figura 13: Representação gráfica do ato reflexo
14INTRODUÇÃO À NEUROANATOMIA
Figura 14: Representação gráfica do trajeto das fibras 
aferentes (em verde) e eferentes (em azul) do sistema 
nervoso visceral
Esse componente visceral motor é 
denominado de sistema nervoso 
autônomo (SNA) que pode ser divi-
dido em simpático, relacionado com 
os processos fisiológicos durante mo-
mentos de “luta ou fuga”, e em paras-
simpático, responsável por estimular 
ações que permitem ao organismo. 
Num viés anatômico, podemos res-
saltar ainda algumas diferenças 
principais entre o sistema nervoso 
simpático do parassimpático, como 
podemos ver na tabela a seguir:
COMPONENTES DO SNA SIMPÁTICO PARASSIMPÁTICO
Origem
Toracolombar
(T1 à l2)
Craniossacral
(Tronco encefálico e s2 à s4)
Localização 
Do gânglio
Próximo
Ao SNC
Próxima à
Víscera
Fibras 
Pré-ganglionares
Curta Longa
Fibras 
Pós-ganglionares
Longa Curta
Neurotransmissores
(Sinapse com gânglio)
Acetilcolina Acetilcolina
Neurotransmissores
(Sinapse com viscera)
Noradrenalina* Acetilcolina
* ACETILCOLONA TAMBÉM ESTÁ NO SIMPÁTICO COMO NEUROTRANSMISSOR VISCERAL NAS GLÂNDU-
LAS SUDORÍPARAS E VASCULATURA DOS MÚSCULOS ESTRIADOS
Como já foi dito sistema nervoso sim-
pático, responde a situações de es-
tresse, estimulando ações como: ta-
quicardia e taquipneia, hipertensão, 
sudorese, hiperglicemia, diminuição 
da motilidade e digestão. Anatomi-
camente, ele é formado pelo tronco 
simpático, pelos nervos esplâncni-
cos e pelos gânglios pré-vertebrais.
• O tronco simpático corresponde 
a cadeia de gânglios paraverte-
brais unidos por ramos intergan-
glionares que se estende da base 
do crânio ao cóccix bilateralmen-
te. Por esse tronco, passam fibras 
simpáticas pré-ganglionares e 
pós-ganglionares.
15INTRODUÇÃO À NEUROANATOMIA
• Os nervo esplâncnicos são cor-
dões esbranquiçados formados 
pelas fibras pré-ganglionares que 
passam pelo tronco SEM realizar 
sinapse a nível paravertebral;
• Por fim, os gânglios pré-verte-
brais são o conjunto de corpos 
neuronais localizados anterior-
mente a coluna vertebral, onde as 
fibras pré-ganglionares dos ner-
vos esplâncnicos realizam sinapse.
Já o sistema nervoso parassimpáti-
co, permite o corpo responder a situ-
ações de calma, realizando as ações 
opostas ao simpático: bradicardia e 
bradipneia, anidríase, hipoglicemia, 
aumento da motilidade e digestão. 
Anatomicamente, ele é formado pelo 
núcleos de alguns pares cranianos, 
além dos nervos esplâncnicos pélvi-
cos. Dentre esses núcleos, nós temos:
• Núcleo de Edinger-Westphal - 
nervo oculomotor (III) que inerva 
os músculos intrínsecos da pupila;
• Núcleo salivatório superior - 
nervo facial (VII) que inerva as 
glândulas submandibulares e su-
blinguais;
• Núcleo lacrimal – nervo facial 
(VII) que inerva a glândula lacri-
mal;
• Núcleo salivatório inferior - ner-
vo glossofaríngeo (IX) que inerva 
as glândulas parótidas;
• Núcleo motor dorsal do vago - 
nervo vago (X), responsável pelas 
funções parassimpática do trato 
digestório e cardiorrespiratório;
• Núcleo ambíguo - nervo vago (X) 
que inerva a laringe e a faringe.
NA PRÁTICA!! Lesões, que afetam o 
gânglio cervicotorácico (estrelado) ou 
os plexos autônomas situados ao longo 
das artérias da cabeça e pescoço, re-
percutem numa tríade clínica ipsilateral 
caracterizada por miose pupilar, pto-
se palpebral e anidrose (supressão da 
transpiração). Essa tríade consiste na 
síndrome de Horner. Esses achados 
decorrem de uma disfunção simpática 
ipsilateral a lesão, tendo como pato-
logias de bases principais o tumor de 
Pancoast (carcinoma brônquico no ápi-
ce pulmonar que comprime o gânglio do 
tronco simpático) e a dissecção aguda 
da artéria carótida interna. 
Figura 14: Essa foto mostra ptose (queda da pálpebra) 
e miose (constrição da pupila) do olho esquerdo de um 
paciente com síndrome de Horner.
16INTRODUÇÃO À NEUROANATOMIA
Divisão com base na 
segmentação ou metameria
RELEMBRANDO: Galera, se lembram 
do conceito de “metameria”? Então, me-
tameria ou segmentação corporal con-
siste na organização do corpo animal 
em segmentos semelhantes ao longo de 
seu comprimento. 
A segmentação no sistema nervoso é 
feita a partir da correlação dentre as 
suas estruturas e de suas conexões 
com os nervos. Portanto, o sistema 
nervoso segmentar consiste nas 
porções do SNC que estão relacio-
nadas diretamente com os nervos, 
como tronco encefálico e medula, 
bem como todas as estruturas do sis-
DIVISÃO FUNCIONAL DO SISTEMA NERVOSO
Sistema 
nervoso 
somático
Aferente
Eferente
Sistema 
nervoso 
visceral
Aferente
Eferente (SNA)
Simpático
Parassimpático
tema nervoso periférico. Já o sistema 
nervoso suprassegmentar, é com-
posto pelas estruturas superiores ao 
segmentar que não possui tal meta-
meria, sendo formado pelo cérebro e 
cerebelo.
No entanto, sabemos que do cérebro 
são enviadas fibras que compõem o 
nervos olfatórios e ópticos, respecti-
vamente no telencéfalo e no diencé-
falo. No entanto, por eles não serem 
nervos típicos, eles estão excluídos 
dos critérios necessários para o siste-
ma segmentar.
Diante o que foi estudado, podemos 
observar que nas estruturas do su-
prassegmentar podemos encontrar 
córtex de substância cinzenta exter-
namente a substância branca, en-
17INTRODUÇÃO À NEUROANATOMIA
quanto as do segmentar não possui 
córtex, tendo sua substância cinzenta 
localizadas interiormente a substân-
cia branca, formando núcleos. Essa 
organização de núcleos neuronais 
dentro de substância branca não é 
restrita ao segmentar, já que profun-
damente no cérebro, encontramos os 
famosos núcleos da base, já citados 
anteriormente.
Por fim, em relação a sua evolução, 
o segmentar surgiu antes do supras-
segmentar e, de modo funcional, está 
subordinado a ele.
DIVISÃO COM BASE NA SEGMENTAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO
Sistema nervoso 
suprassegmentar
Cérebro
Cerebelo
Sistema nervoso 
segmentar
Tronco encefálico
Medula espinhal
SNP
18INTRODUÇÃO À NEUROANATOMIA
MAPA MENTAL RESUMO
Organiza a partir 
de 4 critérios
UNIDADE 
FUNCIONAL 
DO SISTEMA 
NERVOSO
Divisão funcionalDivisão embriológica
Divisão metameriaDivisão anatômica
Primeiros neurônios
CondutibilidadeIrritabilidade
Propriedades básicas
ContratilidadeCélulas musculares primitivas
19INTRODUÇÃO À NEUROANATOMIA
REFERÊNCIAS 
BIBLIOGRÁFICAS
MACHADO, A.B.M. Neuroanatomia Funcional, 3ª ed., 2014. 
MENESES, M.S. Neuroanatomia Aplicada, 3ª ed., 2011. 
GRAY, H. Gray’s Anatomy, 41st, 2016. 
BAEHR, M. Duus’ Diagnóstico Topográfico em Neurologia, 5ª ed., 2015. 
6KANDEL, E. R. Princípiosde neurociências, 5ª ed. 2014
 
20INTRODUÇÃO À NEUROANATOMIA

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