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Victoria K. L. Cardoso Cuidados pós-PCR ………………Introdução………………… Passos importantes: 1. Determinação da causa da PCR e seu correto tratamento. 2. Minimização da lesão cerebral. 3. Manejo da disfunção cardiovascular. 4. Manejo das lesões induzidas pela isquemia-reperfusão. Outros objetivos durante as primeiras 6 horas pós-PCR: ● Adequação da oxigenação e da ventilação. ● Correção de anormalidades hidroeletrolíticas. ● Controle de temperatura para minimizar a lesão cerebral. ……Determinação da causa e da….. .….….… extensão da lesão….….…… História e exame físico ● Avaliação clínica inicial. ○ Vias aéreas, respiração e circulação. ● Avaliação da hemodinâmica. ○ Sinais vitais: frequência cardíaca e pressão arterial. ○ Verificar sinais sugestivos de má perfusão (para evitar lesão tecidual e hipoperfusão sistêmica). ● Exame neurológico. ○ Reflexos de tronco: incluem fotomotor, consensual corneopalpebral, oculocefálico, drive respiratório e tosse. ○ Escala de coma de Glasgow, principalmente avaliando a resposta motora. ○ Obs: achados neurológicos assimétricos sugerem lesões intracranianas. Diagnóstico complementar: ● Principalmente quando a história clínica e o exame físico não são suficientes para determinar a causa da PCR. ● Principais exames: ○ Eletrocardiograma. ○ Cineangiocoronariografia - se não houver supra-ST no ECG. Victoria K. L. Cardoso ○ Exames de imagem - radiografia de tórax, ultrassonografia, TC de crânio sem contraste e TC de abdome. ○ Provas laboratoriais - gasometria arterial (avaliação do equilíbrio ácido-básico e das metas da ventilação mecânica), eletrólitos (sódio, potássio, cloro, magnésio e bicarbonato), hemograma e coagulograma, troponina, lactato, função renal e hepática. ○ Estudos toxicológicos específicos. .Manejo do sistema respiratório. Primeiro passo: assegurar a via aérea. ● Se durante a PCR tenha sido colocado um dispositivo temporário (como a máscara laríngea), coloca-se um dispositivo de via aérea definitiva. ● Deve-se evitar a hipóxia e a hiperóxia (PaO2 > 300 mmHg), no pós-parada. ○ Deve-se manter a saturação periférica de oxigênio maior que 94% e a PaO2 próxima de 100 mmHg. …..……Manejo hemodinâmico……..… É muito comum se ter instabilidade hemodinâmica após uma PCR, nesse caso administra-se drogas vasoativas em doses variadas. ● Droga preferencial: noradrenalina. Alvos pressóricos: PAM > 65 mmHg para reverter o quadro de choque e, quando possível, de 80 a 100 mmHg, para otimizar a perfusão cerebral. Outros alvos: ● Diurese > 0,5 mL/kg/h. ● Pressão venosa central (PVC) entre 8 e 12 mmHg. Nos casos de necessidade de reposição volêmica: ● Uso de soluções cristalóides com soro fisiológico a 0,9% e Ringer lactato. ○ Ringer lactato: evita acidose hiperclorêmica iatrogênica. ..Controle ativo de temperatura.. Principal risco: lesão neurológica - principal causa de óbito em PCR extra-hospitalar. ● O risco de morte aumenta com cada grau acima de 37°C nas primeiras 48 horas pós-PCR. Alvo de temperatura: entre 32 e 36°C. ● O controle ativo de temperatura começa assim que possível e é mantido por no mínimo 24-48h. ● Lembrando que é comum o achado de hipotermia leve (+ 35°C) imediatamente após a PCR, por conta da mistura do sangue da periferia, mais frio, com o da perfusão central, mais quente. Victoria K. L. Cardoso Obs: deve haver cuidado redobrado em pacientes com insuficiência cardíaca ou renal, pois pode haver congestão pulmonar com maior facilidade. ..Manutenção do cuidado crítico.. Principais pontos: ● Manter cabeceira elevada ao mínimo de 30°. ● Profilaxia de tromboembolismo venoso e de úlcera de estresse. ● Fisioterapias motora e respiratória. ● Controle dos níveis glicêmicos. ○ A hiperglicemia se associa a piores desfechos em pacientes pós-PCR, entretanto não se recomenda o controle intensivo de glicemia (alvos entre 70 e 108 mg/dL), pois a hipoglicemia também não é interessante. ○ Ou seja, a orientação é de manter a glicemia entre 140 e 180 mg/dL. Obs: não há indicação de profilaxia primária de crise epiléptica. ….……Prognóstico pós-PCR…….… As circunstâncias da ressuscitação cardiopulmonar afetam o prognóstico pós-PCR tanto em termos de sobrevida quanto de qualidade de vida. Fatores que indicam pior prognóstico: ● Idade acima de 70 anos. ● Doença cerebrovascular. ● Doença renal crônica. ● Insuficiência cardíaca prévia. ● Escala de coma de Glasgow < 4 nas primeiras 48h. ● Ausência de reflexos corneopalpebral e pupilares em 24h. ● Ausência de resposta motora em 24-72h. ● O status epiléptico mioclônico (mioclonias bilaterais sincrônicas em face). ● Padrões malignos fora do período de hipotermia no eletroencefalograma: ○ Supressão completa ou surtossupressão. ○ Complexos periódicos generalizados. ○ Padrão de baixa voltagem (< 10 uV). ○ Crises epilépticas intermitentes ou contínuas. ○ Não reação a estímulo. ○ Padrão alfa-theta. ● Edema cerebral visto na TC de crânio após o terceiro dia de PCR. Obs: a TC de crânio costuma ser normal imediatamente após a PCR. Fatores que indicam melhor prognóstico: ● PCR testemunhada. Victoria K. L. Cardoso ● Presença de ritmos chocáveis. Condições que impactam na acurácia das avaliações: ● Uso de sedativos e bloqueadores neuromusculares. ● Desequilíbrios metabólicos importantes (injúria renal aguda, insuficiência hepática e choque). ● Hipotermia terapêutica.
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