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Ação Penal: requisitos da acusação (denúncia e queixa) Part 4 Denúncia e Queixa Peças acusatórias que iniciam a ação penal. ➔Consistem na exposição por escrito dos fatos que, em tese, constituem o ilícito penal. ➔Devem conter, de forma manifesta, o interesse de que seja aplicada a lei penal ao presumido autor da infração, bem como a indicação das provas em que se fundamenta a pretensão punitiva. ✓ Denúncia ➔ Peça inaugural da AÇÃO PENAL PÚBLICA (condicionada ou incondicionada) ✓ Queixa ➔Peça inaugural da AÇÃO PENAL PRIVADA Requisitos (art. 41, CPP) 1º) ENDEREÇAMENTO Deve a inicial ser endereçada ao Juiz competente para apreciar o caso. O endereçamento errôneo, porém, não invalida a peça acusatória: “O endereçamento equivocado não impede o recebimento da vestibular acusatória, sanando-se, a irregularidade com a remessa ou recebimento dos autos pelo Juízo realmente competente” (STF, RHC 60.126). 2°) QUALIFICAÇÃO DO ACUSADO (OU FORNECIMENTO DE DADOS QUE POSSIBILITEM SUA IDENTIFICAÇÃO) É necessário apontar o conjunto de qualidades pelas quais se possa identificar o denunciado, distinguindo-o das demais pessoas (Nome, sobrenome, endereço, filiação etc); Impossibilidade de qualificação direta ➔ nesses casos, a identificação poderá ser através do fornecimento de traços físicos característicos do autor (marcas no corpo, características físicas diversas, etc.), conforme estabeece o art. 259 do CPP. Requisitos (art. 44, CPP) 3º) DESCRIÇÃO DOS FATOS EM TODAS AS SUAS CIRCUNSTÂNCIAS Deve a inicial acusatória (denúncia ou queixa) expor de forma detalhada o fato criminoso; A descrição dos fatos deve ser precisa, não podendo haver acusação vaga, pois tem por objetivo permitir a ampla defesa e viabilizar a aplicação da lei penal Devem ser incluídas todas as circunstâncias que cercam o fato, principalmente as elementares. Concurso de agentes: quando não for o caso de ações uniformes, a denúncia deve precisar a conduta de cada um dos co-autores ou partícipes, afinal o art. 29 do CP prevê que a pena seja aplicada na medida da culpabilidade de cada agente (menor participação). Requisitos (art. 41, CPP) DENÚNCIA ALTERNATIVA: não é possível, pois torna a acusação incerta, além de dificultar ou até mesmo inviabilizar o exercício da defesa. Importante! Crimes de autoria coletiva ➔ STF e STJ não mais admitem a denúncia genérica. “Mudança de orientação jurisprudencial, que, no caso de crimes societários, entendia ser apta a denúncia que não individualizasse as condutas de cada indiciado, bastando a indicação de que os acusados fossem de algum modo responsáveis pela condução da sociedade comercial sob a qual foram supostamente praticados os delitos. (...) Necessidade de individualização das respectivas condutas dos indiciados. 5) Observância dos princípios do devido processo legal (CF, art. 5o, LIV), da ampla defesa, contraditório (CF, art. 5º, LV) e da dignidade da pessoa humana (CF, art. 1º, III)”. [HC 86879 ― Rel. Min. JOAQUIM BARBOSA ― Rel. p/ Acórdão: Min. GILMAR MENDES ― Julgamento: 21/02/2006 ― 2ª Turma ― DJU 16/06/2006, p.28] Requisitos (art. 44, CPP) 4º) CLASSIFICAÇÃO JURÍDICA DO FATO É a simples indicação do dispositivo legal violado pelo acusado (art. 155, no crime de furto, por exemplo), que necessariamente deverá restar expresso na peça acusatória. A correta classificação não é requisito essencial da denúncia, já que o juiz, consoante o art. 383 e 384 do CPP, só está adstrito aos fatos narrados na exordial. Ademais, entende-se que o acusado se defende dos fatos narrados, e não dos dispositivos imputados. Importante! Caso se faça necessário, o Juiz poderá corrigir o equívoco, dando classificação jurídica diversa ao fato. Assim, se a inicial narrar um roubo mas indicar o dispositivo do furto (indicar o art. 155, erroneamente), o magistrado poderá ajustar a indicação do dispositivo legal. 5º) ROL DE TESTEMUNHAS A apresentação do rol de testemunhas é facultativo, mas o momento de apresentá-lo, caso o acusador considere necessário, é por ocasião do oferecimento da denúncia. Preclusão: caso não seja apresentado, há preclusão; Verdade Real: havendo esquecimento, o máximo que se pode fazer, é indicar ao juiz as testemunhas relevantes ao deslinde da causa e esperar que ele as escute como suas testemunhas (209 do CPP). Requisitos (art. 41, CPP) 6º) PEDIDO DE CONDENAÇÃO Denúncia ➔não precisa estar expresso, apenas implícito na peça acusatória. Queixa ➔ Se não houver pedido de condenação na queixa, ocorre a perempção. 7º) NOME, CARGO E POSIÇÃO FUNCIONAL DO DENUNCIANTE 8º) ASSINATURA A falta de assinatura não invalida a peça, se não houver dúvidas quanto a autenticidade Requisitos específicos da queixa APRESENTAÇÃO DA QUEIXA ➔ o ofendido poderá exercer o direito de queixa pessoalmente, desde que seja advogado. Se o ofendido não for advogado, deverá outorgar poderes expressos e específicos a um advogado e esse deverá propor a queixa. PROCURAÇÃO ➔ A procuração deverá conter os requisitos exigidos pelo art. 44 do CPP: “Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador com poderes especiais, devendo constar do instrumento do mandato o nome do querelante e a menção do fato criminoso, salvo quando tais esclarecimentos dependerem de diligências que devem ser previamente requeridas no juízo criminal”. Atenção! Se o ofendido assinar a queixa juntamente com o advogado, não será obrigatória, na procuração, a qualificação do querelado e a menção ao fato criminoso.
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