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Farmacologia do Sistema Reprodutor Visão terapêutica geral • Contracepção • Menopausa • Hipogonadismo primário – Síndrome de Turner • Amenorreia primária – induzem ciclo artificial • Infertilidade • Endometriose • SOP • Abortamento • Câncer de próstata e mama • Hiperplasia prostática benigna Farmacologia do Sistema Reprodutor ● Classes ✔ Hormônios e análogos hormonais: Estrógeno, progesterona, testosterona Estrogênios, progestinas e andrógenos ✔ Inibidores da síntese hormonal Agonistas e antagonistas do GnRH Inibidores da aromatase Inibidores da 5α-redutase ✔ Moduladores seletivos/antagonistas dos receptores Moduladores seletivos para receptores de estrógeno (MSRE) Moduladores seletivos para receptores de progesterona (MSRP) Antagonistas dos receptores de andrógenos Os hormonios esteróides são produzidos nas adrenais. O ciclo menstrual Estrógeno é proliferativo!!! Folículo que mantém desenvolvimento, favorece a produção de estradiol que atua na proliferação das células do endométrio e vascularização. O pico de estradiol no endométrio, ocasiona aumento da produção de muco com pH básico favorecendo penetração do espermatozoide. O pico de LH, procede o pico de estradiol, e favorece a ovulação com rompimento do folículo que se tornará o corpo lúteo. A seguir, ocorre o pico de progesterona, que no útero atua na fase secretora do endométrio. Se ocorrer a fe fecundação*, a placenta mantem elevados os níveis de progesterona. Se a gravidez não ocorrer, os níveis de estradiol e progesterona reduzem, ocorrendo a menstruação. básico favorecendo penetração do espermatozoide. O pico de LH, procede o pico de estradiol, e favorece a ovulação com rompimento do folículo que se tornará o corpo lúteo. A seguir, ocorre o pico de progesterona, que no útero atua na fase secretora do endométrio. Se ocorrer a fecundação, a placenta mantem elevados os níveis de progesterona. Se a gravidez não ocorrer, os níveis de estradiol e progesterona reduzem, ocorrendo a menstruação. Mecanismo de ação Globulina de ligação dos hormônios sexuais (SHBG) Albumina. Hormônios no plasma se ligam a proteínas – fração livre se difunde pela célula e liga a receptores intracelulares. Receptores nucleares de estrógeno ERα e ERβ – HE + proteínas receptoras nucleares específicas; síntese de RNA hormônio específico; Receptores de membrana acoplados à proteína G – Células endoteliais e hipotalâmicas. Nas endoteliais aumenta NO e PGI – dilatação de artérias coronarianas. ERα - útero, glândula mamária, hipotálamo, ossos, vasos Erβ - próstata, célula granulosa, intestino, pulmão, leucócitos Hormônios e análogos hormonais Estrogênios, progestágenos e andrógenos. Estrogênios Fisiológicos • Estradiol (17β-estradiol) – mais potente • Estrona - circulante após menopausa • Estriol - menos potente; produzido pela placenta na gestação - Transportados ligados à albumina sérica - Circulação entero-hepática – metabólitos ativos - Eliminados na urina Efeitos genitais • Desenvolvimento da puberdade, das mamas • Útero - proliferação celular e vascularização no endométrio Efeitos extragenitais • Fechamento das epífises • Ajudam a manter massa óssea • Efeito inotrópico positivo • Aumentam HDL e reduzem LDL e colesterol total Estrogênios naturais exógenos (sulfato de estrona, equilina, cipionato ou enantato de estradiol) à usados na reposição - Absorvidos pelo TGI, pele e mucosas - Biotransformado (e parcialmente inativado) pelas CYPs (transdérmico, intravaginal ou injetável reduz MPP) Estrogênios sintéticos – ação prolongada e maior potência à mais usados na contracepção com progestinas. ● Etinilestradiol ● Valerato de estradiol Progestinas Progesterona • Em mulheres - produzida pelo corpo lúteo (resposta ao LH) e pela placenta • Em homens – secretada pelos testículos • Em ambos – sintetizada pela suprarrenal • Efeitos no metabolismo de carboidratos ( insulina) e favorece deposição de gordura. 2 grupos: • Progesterona e seus derivados: Hidroxiprogesterona, medroxiprogesterona = i.m., s.c., via vaginal ou retal, v.o. (intenso MPP) • Derivados da testosterona: - noretisterona levonorgestrel, norgestrel, etonogestrel. à Alguma atividade androgênica; - drospirenona desogestrel gestodeno. à Muito usados na contracepção, principalmente de mulheres com acne, depressão ou sangramentos; menos efeitos sobre lipídeos, mais riscos tromboembolismo. CONTRACEPÇÃO HORMONAL Contraceptivos combinados à (Etinilestradiol; valerato de estradiol) + (Noretisterona; norgestrel; drospirenona; levonorgestrel; gestodeno; desogestrel) ∙ Impedem a ovulação ∙ Alteram o endométrio de forma a desencorajar a implantação; ∙ Alteram o muco (viscoso) e impede a penetrabilidade e motilidade dos espermatozóides; ∙ Aumentam contratilidade uterina e a motilidade e secreção das tubas uterinas. Orais Etinilestradiol, valerato de estradiol (20 a 30 μg) + Noretisterona; norgestrel; drospirenona; levonorgestrel; gestodeno; desogestrel (3 mg – 75 μg) 21 dias + 7 dias placebo 24 dias + 4 dias placebo 84 dias + 7 placebo Adesivos transdérmico Etinilestradiol + Norelgestromina – um adesivo por semana/3 semanas. Abdome, dorso superior, nádegas. Formulação: ➔ Monofásica (dose constante de E+P), ➔ Bifásica (doses crescentes de P) ➔ Trifásica (constante, E na metade e P na 2ª metade). Anéis vaginais Etinilestradiol + Etonogestrel – permanece na vagina por 3 semanas, 1 semana de pausa. Injetáveis Enantato de estradiol; cipionato de estradiol; valerato de estradiol Enantato de noretisterona; algestona acetofenida; acetato de medroxiprogesterona ● Aplicar (i.m.) 1 ampola entre o 7 e 10 dia após o início da menstruação. Contraceptivos combinados – vantagens · Reduz a incidência de amenorreia, ciclos irregulares e sangramento intermenstrual; · Reduz a incidência de anemia ferropriva e TPM; · Reduz a incidência de doenças benignas da mama, fibrose uterina e cistos funcionais ovarianos; · Menor risco de doenças da tireoide, câncer de ovário e endometrial. · Melhora da acne · Menor taxa de falha em mulheres sexualmente ativas. Contraceptivos combinados – desvantagens · Ganho de peso; · Alterações cutâneas como acne e/ou aumento de pigmentação são ocasionalmente relatados; · Náusea, cefaléia, retenção de líquido, rubor, vertigem, depressão ou irritabilidade; · Amenorréia e infertilidade temporária, hiperplasia endocervical e candidíase vaginal; · Tromboembolismo, tromboflebite, AVE, IAM Contraceptivos de progestinas ∙ Orais – “Minipílulas” com noretisterona, norgestrel, desogestrel ➢ Usadas por mulheres na amamentação, intolerantes ao estrogênio, fumantes. Injetáveis – medroxiprogesterona i.m. ou s.c. a cada 3 meses. Pode causar aumento da massa corporal, amenorréia, perda óssea e demora no retorno da fertilidade. Implantes – etonogestrel subcutâneo por 3 anos. Pode causar menstruação irregular e cefaléia. ∙ Intrauterino – levonorgestrel por 3 a 5 anos - para efeito prolongado ou quando estrogênios são contraindicados. Evitado em casos prévios de gravidez ectópica. CONTRACEPÇÃO PÓS-COITAL • Levonorgestrel à Deve ser usada logo que possível, preferencialmente antes de 72 h Ulipristal (antiprogestina) é alternativa dentro de 5 dias após o coito. REPOSIÇÃO HORMONAL Menopausa • Sintomas relacionados principalmente com redução de estrógeno – 12 meses em amenorréia • Média de idade 51.5 anos. Histórico familiar, obesidade, tabagismo, quimioterapia podem antecipar • Controle de sintomas vasomotores, atrofia genital, osteoporose, prevenção de infartos e AVE (produção de NO e PGI2). “O tratamento ideal da paciente na pós-menopausa exige uma cuidadosa avaliação dos sintomas, além de considerar a sua idade e a presença (ou riscos) de doença cardiovascular, osteoporose, câncer de mama e câncer endometrial. Tendo em vista os efeitos dos hormônios gonadais sobre cada um desses distúrbios, as metas da terapia são então definidas, e os riscos do tratamento são avaliados e discutidos com a paciente” Tratamento só com estrogênios (CUIDADO COM O CÂNCER ENDOMETRIAL): • Cipionato ouenantato de estradiol, sulfato de estrona, equilina, estrógeno equino ou estrogênios associados – Mulheres histerectomizadas. Tratamento combinado: • Estrógeno e progestágeno – Mulheres com útero preservado. Efeitos adversos dos estrogênios e progestinas Mastalgia, náuseas, edema periférico, tromboembolismo, hipertensão e IAM. Interações medicamentosas com estrogênios e progestinas • Antibióticos, anticonvulsivantes, analgésicos, tranquilizantes - indutores enzimáticos podem diminuir a eficácia dos anticoncepcionais orais bem como aumentar a incidência de sangramento; • Medicamentos hepatotóxicos podem aumentar o risco de hepatotoxicidade dos estrogênios; • O hábito de fumar aumenta o risco de graves efeitos adversos cardiovasculares e trombóticos; • Diminuem as concentrações de ácido fólico, ácido ascórbico. Andrógenos Efeitos Na puberdade: maturação dos órgãos reprodutores; desenvolvimento dos caracteres sexuais; aumento da força muscular, ganho de altura. Adultos: ● Efeitos anabólicos – retenção de água e íons; ● Pele espessa e escura, glândulas sebáceas mais ativas (acne); ● Aumento de peso e massa muscular ● Bem estar, vigor físico; ● Aumento da libido e comportamento agressivo. Aplicações Terapêuticas Hipogonadismo devido a doenças hipofisárias ou testiculares Masculinização de indivíduos trans Osteoporose Perda muscular Andropausa Impotência Hipossexualidade em mulheres seguida de ovariectomia. contraceptivos masculinos - Enantato de testosterona i.m. + levonorgestrel v.o. - Undecanoato de testosterona i.m. + acetato de medroxiprogesterona - Enantato ou ciprionato de testosterona i.m. Esteróides Anabólicos ● Andrógenos modificados quimicamente para privilegiar efeito anabolizante ● Aumentam síntese proteica, desenvolvimento muscular ● Uso clínico não recomendado, usado em abuso por atletas ● Efeitos adversos = icterícia colestática, tumores hepáticos e renais, risco aumentado de doença coronarianas, acne, depressão e agressividade ● Homens - ginecomastia, inibição da espermatogênese, redução da fertilidade, atrofia testicular, alteração da libido, câncer de próstata. ● Mulheres – calvície, hirsutismo, voz grossa, diminuição do seio, aumento do clitóris. - Cipionato de testosterona – Depo-testosterone ® - Enantato de testosterona – Testenat depot ® - Propionato de testosterona - Testex® - Decanoato de nandrolona - Deca-Durabolin® - Metiltestosterona - Testred® - Oxandrolona – Anavar ® (cápsula) - Oximetolona – Anadrol (cápsula) - Estanozolol – Winstrol (cápsula) - Metandrostenolona – Dianabol (cápsula) Crescimento inapropriado em tecidos dependentes de hormônios ✔ Câncer de mama - Crescimento mamário depende de estrógeno, progesterona, andrógenos, prolactina, fatores de crescimento. Muitos cânceres expressam ER e tem crescimento estimulado por estrógeno. ✔ Hiperplasia prostática benigna e câncer de próstata – crescimento da próstata – testosterona em diidrotestosterona pela 5 α-redutase; antiandrógenos ✔ Endometriose – pílulas, agonistas e antagonistas de GnRH ✔ SOP - pílulas combinadas, antagonistas andrógenos e antagonistas de GnRH Testosterona Cipionato, decanoato de testosterona Testosterona: ● Rapidamente metabolizados pelo fígado por v.o. ● Usada geralmente injetada (IM), adesivos transdérmicos, pellets subcutâneos (nádegas), géis tópicos, spray nasal ● Metabólitos são mais lentamente metabolizados e alguns excretados inalterados na urina. Inibidores da Síntese de Hormônios Agonistas e antagonistas do GnRH • Administração contínua de agonistas (dessensibiliza os receptores) ou uso de antagonistas do receptor GnRH. · Agonistas – leuprorrelina, gosserrelina (i.m., s.c.), nafarrelina (intranasal). Contínuo: Uso – câncer de próstata e de mama, endometriose, SOP, fibrose uterina avançada. Adverso – inibe espermatogênese e ovulação. Em pulso: Uso – infertilidade. · Antagonistas – cetrorrelix, ganirrelix (s.c.) Uso - Endometriose, câncer de próstata (estrogênio dependente). - Infertilidade: suprimem o pico prematuro do LH prevenindo a ovulação prematura em protocolos de ovulação assistida. Inibidores da aromatase e 5 α-redutase • Inibidores da aromatase anastrozol letrozol, exemestano, formestano – inibem a formação de estradiol e estrona. Usado para tratar câncer de mama. • Inibidor seletivo da 5 α-redutase Finasterida, Dutasterida. Usado no tratamento da hiperplasia prostática benigna. CUIDADO OSTEOPOROSE! Estrógeno inibe a reabsorção óssea, por isso, tem sido utilizado no tratamento e prevenção da osteoporose. Moduladores e antagonistas dos receptores Moduladores seletivos dos receptores de estrógeno Agonistas parciais ou antagonistas seletivos dependendo do tipo de tecido • Tamoxifeno (v.o.) - antagonista mamário; agonista nos ossos, metabolismo lipídico e endométrio (pré-disposição ao câncer endometrial) • Raloxifeno (v.o.) - antagonista na mama e endométrio e agonista nos ossos, metabolismo lipídico e coagulação • Toremifeno (v.o.) - antagonista mamário • Fulvestranto (i.m.) - supressão dos receptores alfa de estrogênio • Clomifeno (v.o.) - antagonista do feedback negativo na adenohipófise – ↑ GnRH - ↑ estrógeno - induz ovulação USOS: • Tamoxifeno – Câncer de mama ou adjuvante após mastectomia ou radiação. Suprarregula TGF-β que retarda malignidade (uso não deve ultrapassar 5 anos) • Toremifeno, fulvestranto - Câncer de mama • Raloxifeno – Osteoporose pós-menopausa por diminuir reabsorção óssea • Clomifeno – Infertilidade associada a ciclos anovulatórios, ovulação para congelamento de óvulos Hormonioterapia para câncer de mama Efeitos adversos : Náuseas, Fogachos, Cãibras, Hiperplasia e malignidades no endométrio (Tamoxifeno). Trombose venosa (raloxifeno), Embolia pulmonar, Gravidez de múltiplos (clomifeno). Moduladores seletivos de receptores de progesterona Mifepristona - abortivo • Antagonista da progesterona com atividade agonista parcial • Interferência nos níveis de progesterona no início da gravidez resulta em aborto • Combinada com misoprostol para induzir contrações uterinas Ulipristal • Agonista/antagonista da progesterona • Inibe crescimento de tecido endometrial e do miométrio • Uso: mioma e contracepção pós-coital Antagonistas andrógenos • Flutamida, bicalutamida, enzalutamida, nilutamida - Usado com GnRH no tratamento de câncer de próstata - Tratamento da hiperplasia prostática benigna e hipersexualidade • Ciproterona – derivado de progesterona, agonista parcial de receptores andrógenos - Usado com GnRH no tratamento de câncer de próstata - Contracepção feminina, acne, hirsutismo (SOP), puberdade precoce, alopecia e tratamento da hipersexualidade • Espironolactona – antagonista de receptor de aldosterona com atividade em receptor de andrógenos – calvície, acne, hirsutismo, SOP. Endometriose • Afeta mulheres em idade reprodutiva, pós-menopausa e adolescentes com anormalidades uterinas • Causas genéticas, imunológicas, hormonais e fatores ambientais • Sintomas – dismenorréia, dispaneuria, dores crônicas associadas a menstruação, infertilidade • AINEs (dor) ou corticoides (para suprimir recrutamento de células inflamatórias e angiogênese). • Pílulas combinadas ou progestinas, DIU • Agonistas e antagonistas do GnRH Síndrome do ovário policístico Desenvolvimento folicular incompleto. Tratamento • Perda de peso e metformina – reduz resistência a insulina, aumenta ovulação • Clomifeno – ovulação • Pílulas combinadas - sintomas androgênicos = acne e hirsutismo • Anti-androgênicos: espironolactona, ciproterona, flutamida, finasterida - hirsutismo grave • Agonistas GnRH de ação prolongada (leuprorrelina) + estrogênio – hiperandrogenismo.
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