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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO PIAUÍ-UESPI CAMPUS POETA TORQUATO NETO CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS-CCA CURSO: BACHARELADO EM ZOOTECNIA DISCIPLINA: FISIOLOGIA DOS ANIMAIS DOMÉSTICOS DOCENTE: NIELYSON BATISTA FISIOLOGIA DO SISTEMA ÓSSEO JÉSSICA EMANUELLY VIEIRA DE SOUZA JYSLAINE PEREIRA SILVA KARYNE NUNES FERREIRA MARIA JÂMILA AIRES AMARANTE TERESINA / PIAUÍ ABRIL / 2021 INTRODUÇÃO: ➢ COMPONENTES DO SISTEMA ÓSSEO: O sistema ósseo é formado por uma grande quantidade de ossos perfeitamente interligados que recebe o nome de esqueleto. Além do esqueleto, cartilagens, tendões e ligamentos fazem parte desse sistema: ossos e cartilagens. ➢ ESTRUTURA: O osso é um tecido vivo, complexo e dinâmico; uma forma sólida de tecido conjuntivo, altamente especializado que forma a maior parte do esqueleto. Ossos são órgãos esbranquiçados, muito duros, que unidos por intermédio das articulações constituem o esqueleto. É uma forma especializada de tecido conjuntivo cuja a principal característica é a mineralização (cálcio) de sua matriz óssea (fibras colágenas e proteoglicanas). A cartilagem é uma forma elástica de tecido conectivo semi-rígido - forma partes do esqueleto nas quais ocorre movimento. A cartilagem não possui suprimento sanguíneo próprio; consequentemente, suas células obtêm oxigênio e nutrientes por difusão de longo alcance. ➢ FUNÇÕES: 1) Sustentação do organismo (apoio para o corpo) 2) Proteção de estruturas vitais (coração, pulmões, cérebro) 3) Base mecânica para o movimento 4) Armazenamento de sais cálcio, por exemplo) 5) Hematopoiética (suprimento contínuo de células sanguíneas novas) COMPOSIÇÃO E ESTRUTURA: Os ossos são estruturas vivas que compõem o sistema ósseo do corpo humano, sendo formados principalmente pelo tecido conjuntivo ósseo. Existem dois tipos de ossos: compacto, parte rígida, e esponjoso, que é uma camada menos densa. A anatomia dos ossos longos, por exemplo, é formada por: I. Diáfise: corpo do osso; II. Epífases: extremidades do osso; III. Metáfises: região intermediária localizada entre diáfise e epífase; IV. Cartilagem: localiza-se sobre a epífase e é responsável por reduzir o atrito; V. Periósteo: membrana fina que reveste o osso; VI. Cavidade medular: espaço interior do osso; VII. Endósteo: fino revestimento que envolve a cavidade medular. ➢ CÉLULAS ÓSSEAS: O tecido ósseo apresenta três tipos de células especializadas: os osteócitos, osteoblastos e osteoclastos. I. Osteoblastos: são células cubóides ou ligeiramente alongadas relacionadas com a síntese da porção orgânica da matriz óssea. Além disso, são responsáveis por produzir osteonecitina e osteocalcina, duas proteínas não colágenas. A osteonectina atua facilitando a deposição do cálcio, enquanto a osteocalcina está envolvida com o controle do processo de mineralização do osso, sendo responsável por estimular a atividade dos osteoblastos. Quando o osteoblasto fica preso na lacuna após a síntese de matriz óssea, passa a ser chamado de osteócito. II. Osteócitos: são células achatadas com vários prolongamentos citoplasmáticos e que se destacam por serem o tipo celular mais abundante nesse tecido. Essas células estão no interior da matriz óssea, mais precisamente no interior das lacunas, estando presente apenas uma célula por lacuna. Dessas lacunas partem os canalículos, pelos quais os osteócitos podem estabelecer contato com outros através de seus prolongamentos, sendo possível a transferência de algumas moléculas. Além disso, esses canalículos garantem trocas de substâncias entre os osteócitos e os capilares sanguíneos. Eles são, portanto, essenciais para a nutrição dos osteócitos, uma vez que a matriz calcificada impede a difusão de substâncias. Os osteócitos estão relacionados com a manutenção da matriz óssea, apesar de não serem responsáveis por uma produção rápida de matriz. III. Osteoclastos: destacam-se por serem grandes, apresentarem vários núcleos, serem muito ramificados e móveis. Essas células estão associadas à reabsorção óssea. Essa função é possível devido à liberação, por essas células, de enzimas que garantem a quebra dos sais minerais e da porção proteica. https://brasilescola.uol.com.br/biologia/proteinas.htm https://brasilescola.uol.com.br/biologia/sais-minerais.htm ➢ CLASSIFICAÇÃO DOS OSSOS Os ossos são classificados quanto ao seu formato e segundo a predominância de umas de suas dimensões (comprimento, largura ou espessura) sobre as outras duas. Assim temos as seguintes classificações: I. Ossos longos: São ossos cujo comprimento, apesar de ser variável, é maior que a largura e a espessura. Além disso, são resistentes à sua estrutura ligeiramente curvada para absorver o estresse gerado pelo peso corporal. Esses ossos são constituídos de uma diáfise, um corpo formado por tecido ósseo compacto, e epífises, que são as extremidades em tecido ósseo esponjoso. Exemplos: fêmur, úmero, rádio, ulna, fíbula e falanges. II. Ossos curtos: São ossos formados por tecido esponjoso, cuja superfície possui um fino revestimento de tecido compacto. O formato desses ossos é parecido com um cubo, já que comprimento, altura e largura são praticamente iguais. Exemplos: Ossos do punho (carpo) e ossos do tornozelo (tarso). III. Ossos irregulares: São ossos de estrutura complexa e com composição variável de tecido ósseo esponjoso e tecido ósseo compacto. Exemplos: Vértebras e calcâneo. IV. Ossos pneumáticos: Os ossos pneumáticos apresentam características distintas dos demais grupos e, por isso, são classificados de maneira específica. Eles apresentam cavidades, chamadas de seios, e são revestidos de mucosas cheias de ar. Exemplos: Ossos que fazem parte do crânio, como maxilar e temporal. V. Ossos sesamóides: São ossos cujo diâmetro pode variar de milímetros a centímetros quando se desenvolvem em determinados tendões do corpo, conferindo proteção às regiões que suportam atritos, tensão e estresse físico. Exemplos: Patelas localizadas no tendão do músculo quadríceps femoral. VI. Ossos suturais: Também chamados de ossos wormianos, são assim classificados por estarem localizados entre as articulações, também chamadas de suturas, dos ossos cranianos. Tratam-se dos ossos supranumerários ou acessórios, que podem crescer em umas pessoas e em outras não. ➢ TIPOS DE TECIDOS ÓSSEOS Osso é formado por partes compactas e esponjosas (com muitas cavidades intercomunicantes) I. Osso longo: a epífise apresenta osso esponjoso com uma camada de osso compacto; e a diáfise é quase toda compacta, com parte profunda esponjosa, delimitando o canal medular. II. As cavidades do osso esponjoso e o canal medular são ocupadas pela medula óssea. No recém-nascido tem cor vermelha (pois tem alto teor de hemácia, ela produz células do sangue – medula óssea hematógena). Com a idade, o tecido adiposo invade e fica amarela – medula óssea amarela. III. Temos dois tecidos ósseos, o primário e o secundário. Os dois tecidos possuem as mesmas células e matéria orgânica. ● TECIDO ÓSSEO PRIMÁRIO OU IMATURO: I. Aparece primeiro no desenvolvimento embrionário. II. Na reparação de fraturas III. Temporário, é substituído pelo secundário IV. Nos adultos, está na sutura do crânio, alvéolos dentais e algumas inserções do tendão V. Tem fibras colágenas em várias direções VI. Pouco mineralizado VII. Mais osteócitos do que o secundário. ● TECIDO ÓSSEO SECUNDÁRIO, LAMELAR OU MADURO: I. Fibras colágenas organizadas de forma paralela ou concêntrica (ao redor de um vaso, originando o sistema de Havers) II. Os osteócitos estão entre as lamelas ou dentro delas III. Para separar lamelas tem as substâncias cimentantes (matriz extracelular mineralizada com baixo colágeno) ● Sistema de Havers: Canais de Havers são uma série de tubos estreitos dentro dos ossos por onde passam vasos sanguíneos e células nervosas. São formados por lamelas concêntricas de fibras colágenas. São encontrados na região mais compacta do osso da diáfise óssea (meio de ossos longos). Formado por 4 a 20 lamelas ósseas concêntricas. Quanto mais o canal é jovem, mais largoele é. Sistema circunferencial interno e externo: lamelas paralelas que envolve o canal medular e o osso (próximo ao periósteo), a que envolve o canal medular é o sistema circunferencial interno e o que envolve o osso é o externo. Entre eles estão os canais de Havers e as lamelas intersticiais (ou sistemas intermediários, localizados entre os sistemas de Havers). ➢ OSSIFICAÇÃO INTRAMEMBRANOSA: Forma-se no interior da membrana conjuntiva, é essa ossificação forma o osso frontal, parietal e parte do osso occipital, temporal e maxilares. Nos ossos curtos essa ossificação faz eles crescerem e nos longos fazem esses alargar. O local da membrana conjuntiva, onde a ossificação começa chama-se centro de ossificação primária: crescem radialmente. Como ocorrem: Células mesenquimais se diferenciam → formam os osteoblastos → sintetizam os osteóides que mineraliza e englobam os osteoblastos → formando os osteócitos. ● As superfícies internas e externas são formadas por reabsorção, formando o osso compacto. ● Ao parar de diferenciar a membrana conjuntiva interna e externa, estas ganham o nome de endósteo e periósteo respectivamente. ➢ OSSIFICAÇÃO ENDOCONDRAL: Ocorre através da cartilagem hialina, forma ossos curtos e longos. 1. A cartilagem sofre modificações: hipertrofia dos condrócitos até sua morte por apoptose, redução da matriz cartilaginosa em finos tabiques, mineralização (onde ocorre a morte celular) 2. Onde existiam os condrócitos, surgem vasos e células osteogênicas, vindo do tecido conjuntivo adjacente, diferenciando-se em osteoblastos, que depositam a matriz óssea. Nos ossos longos: no início temos um molde de cartilagem, o pericôndrio da diáfise forma um colar ósseo, que é feito através da ossificação intramembranosa, após isso, as células cartilaginosas envolvidas pelo colar (parte média da diáfise), hipertrofiam, morrem e mineralizam-se, ocorre a invasão de vasos do periósteo e por células osteogênicas também, formando osteoblastos. Estes fazem a matriz óssea, que logo se mineraliza e forma tecido ósseo primário. É um crescimento longitudinal, rápido e ocupa toda a diáfise. Esse alastramento do centro primário é acompanhado pelo crescimento do cilindro ósseo, que se formou a partir do pericôndrio e que cresce em direção a epífise. Desde o início do centro primário, o canal medular, onde irão se encontrar células sanguíneas (originadas pelas células tronco), originando a medula óssea. Mais tarde... formam centros secundários de ossificação em cada epífise através do tecido conjuntivo na cartilagem articular e disco epifisário (o primeiro persiste por toda a vida e não contribui para formar osso, já o segundo citado é responsável pelo crescimento longitudinal do osso). ➢ FRATURAS, O QUE SÃO? O conceito de fratura é a perda da continuidade óssea. Ou seja, qualquer perda de continuidade óssea, mesmo que não seja completa, é uma fratura. As fraturas geralmente resultam de traumas de alta energia, mas podem ser relacionadas a traumas de baixa energia quando houver doença subjacente, como osteoporose ou câncer ósseo. ➢ TIPOS DE FRATURAS ÓSSEAS: As fraturas possuem basicamente dois tipos: I. Completa – A linha da fratura estende-se inteiramente através da substância óssea. II. Incompleta – A linha da fratura estende-se parcialmente a substância óssea ➢ CLASSIFICAÇÃO DAS FRATURAS: A classificação mais comum é a que delimita as fraturas expostas e fechadas: I. Fratura exposta: o osso quebrado lesionou a pele e está exposto ao ambiente; II. Fratura fechada: a pele fica intacta, ou seja, o osso não fica exposto ao ambiente. Esse tipo de fratura não é identificado tão facilmente, uma vez que não há a exposição do osso. Entretanto, alguns sinais podem indicar sua ocorrência, tais como grande dor no osso ou nas articulações, dificuldade ou até mesmo incapacidade de movimentar a área afetada, inchaço e pele arroxeada, formigamento e adormecimento da região. III. Fraturas traumáticas: ocorrem por causa da aplicação de uma força maior que a resistência do osso. Elas ocorrem como consequência de grandes impactos, como uma queda; IV. Fraturas por estresse: são ocasionadas por uma sobrecarga constante sobre os ossos em virtude de atividades de grande intensidade. É comum em atletas, dançarinos e militares; V. Fraturas em osso patológico: ocorrem como consequência de uma alteração na estrutura do osso. Normalmente esse problema está relacionado com neoplasias (tumores), mas pode ter outras causas ➢ EFEITOS HORMONAIS NO TECIDO ÓSSEO: I. Paratormônio: - Estimula os osteoclastos – reabsorção óssea – liberação de cálcio do osso; II. Calcitonina: - Inibe os osteoclastos – inibe a reabsorção óssea e a liberação de cálcio do osso; III. GH e T3 – Disco epifisário – crescimento ósseo: • Gigantismo – aumento de GH – crianças • Acromegalia – aumento de GH – adultos • Nanismo – falta de GH IV. Hormônios sexuais – estimulam a formação óssea V. • Osteoporose – diminuição da síntese da matriz orgânica; aumenta a atividade dos osteoclastos. ➢ EFEITOS NUTRICIONAIS NO TECIDO ÓSSEO: https://brasilescola.uol.com.br/doencas/tumores.htm https://brasilescola.uol.com.br/doencas/tumores.htm I. Deficiência de aminoácidos e cálcio – altera o crescimento normal do osso: síntese de colágeno e a mineralização; II. Falta de Vitamina D – impede a absorção de Ca - altera a ossificação: raquitismo (crianças) e osteomalácia (adultos); III. Falta de Vitamina A - altera a atividade dos osteoblastos e osteoclastos; IV. Falta de Vitamina C – altera a síntese de colágeno – retardo do crescimento.
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