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Trauma - TCE

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Trauma – TCE
TRAUMA DE CRÂNIO 
Para entender o conceito de trauma cranioencefálico,
primeiro, é preciso compreender a questão da
distribuição do sistema nervoso central; anatomia e
fisiologia; e a relação da manutenção adequada da
pressão intracraniana para que se consiga ter uma
pressão de perfusão cerebral. Nesse sentido, o cérebro
deve conseguir receber o sangue adequadamente e,
dessa forma, receber, também, a oxigenação e a glicose
satisfatórias para manter o seu metabolismo funcional.
Além disso, é preciso pensar que, em relação ao TCE,
isso pode ocasionar lesões primárias e secundárias ao
próprio trauma, como afundamentos e lacerações do
tecido cerebral. Após o trauma primário, é possível que,
se forme um edema devido ao cérebro estar edemaciado,
o que gera lesões secundárias.
Dessa forma, quando se fala em TCE, é muito importante
fazer uma avaliação continuada, pois não se trata apenas
do momento após o acidente, mas também do
monitoramento do trauma. Isso porque o trauma
primário não é o único fator responsável pelo problema
do TCE, pois há a questão do aspecto secundário, o qual
será proveniente da diminuição do fluxo sanguíneo, de
um edema, de um sangramento ou do aumento de um
hematoma cerebral, que podem gerar lesão expansiva e,
inclusive, gerar herniações cerebrais. A depender dessas
ações, o TCE pode levar a óbito de forma mais rápida. 
Couro cabeludo; 
Ossos do crânio; e 
Meninges. 
Anatomia cerebral 
O tecido cerebral precisa ser protegido, sendo que a
proteção é feita por meio do couro cabeludo, dos ossos
do crânio e das meninges que revestem esses ossos,
protegendo internamente o tecido prioritário. No
contexto cerebral do sistema nervoso central, há uma
proteção craniana e, no contexto do sistema nervoso
central no sentido da medula, há uma proteção
relacionada às vértebras.
SNC
Cérebro: proteção do crânio. 
Medula: proteção das vértebras. 
Dura-máter: mais externa (formada de tecido mais
rígido); 
Aracnoide: intermediária; e 
Pia-máter: reveste externamente o cérebro dando
forma. 
Dentro do crânio há 3 meninges: 
Com relação às meninges, elas terão o papel de proteção
onde há a dura-máter – meninge rígida que reveste por
dentro o osso do crânio, além da questão das entradas
da dura-máter, formando a foice do cérebro, onde as
tendas vão separar o cerebelo do cérebro. As meninges
serão as responsáveis por dividir as regiões
infratentorial e supratentorial, enquanto a foice divide o
lado esquerdo do direito. 
Estruturas externas ao cérebro com a finalidade de
proteção cerebral.
Segundo o PHTLS, dentro do crânio possuímos o
cérebro dividido em telencéfalo, cerebelo e tronco
cerebral; 
– Telencéfalo: dividido em vários lobos que são
responsáveis por funções motoras, sensitivas e
intelectuais, como a inteligência e a memória; 
– Cerebelo: coordena o nosso movimento com equilíbrio; 
– Tronco cerebral: controla as funções vitais, como a
respiração e a frequência cardíaca. 
O Telencéfalo será dividido em vários lobos: frontal e
parietal e, cada lobo formará as área de Brodmann, que
serão responsáveis por uma função no corpo. Por outro
lado, o cérebro irá se comunicar com a medula por meio
do tronco cerebral. 
É importante destacar que o coração tem o poder de
autenticidade, ou seja, ele mesmo se estimula. Porém,
tal estimúlo se dará de forma coordenada ao batimento
do coração, que pode ser mais rápido ou mais lento, de
acordo com a frequência cardíaca que é controlada pelo
tronco. 
Obs.: O coração é o único órgão do corpo humano que
não depende de estímulo cerebral para funcionar.
Couro cabeludo → Crânio → Meninges → Líquor
Além das meninges, do tecido craniano ósseo e do couro
cabeludo, há também o tecido líquorico, onde o líquor
será produzido no primeiro, segundo e terceiro
ventrículos e circulará por todo o sistema nervoso
central, lubrificando-o e ajudando na manutenção da
pressão intracraniana adequada. 
Quando há uma lesão craniana, essa quantidade de
líquido vai diminuir dentro da caixa torácica como
mecanismo de compensação para conseguir reduzir a
pressão intracraniana. Primeiro, se reduz a quantidade
de líquido que será eliminada ou enviada para o tecido
medular. Se a pressão intracariana continuar
aumentando, deve-se tirar o máximo possível de sangue
do sistema venoso para diminuir o volume, pois a caixa
craniana rígida limita a expansão cerebral, logo, o edema
cerebral fica limitado, gerando um problema.
Retirado o sangue venoso e o líquor, mas mesmo assim
não conseguir segurar a causa da expansão do tecido
cerebral, a pressão intracraniana aumentará de forma
progressiva e rápida, resultando no que se chama de
herniação cerebral e, consequentemente, na morte do
paciente.
Telencéfalo: Lobos cerebrais e suas funções: 
Cerebelo: controle da coordenação e do equilíbrio. 
Tronco cerebral: respiração e controle da
frequência cardíaca. 
Líquor: fluido aquoso e incolor, com função
primordial e proteção mecânica do sistema nervoso
central.
Vale lembrar que a parte do telencéfalo estará se
relacionando com os lobos frontais, parentais, occipital
e temporal, além das áreas de Brodmann relacionadas às
atividades motoras e sensitivas. Por exemplo, na região
mais central, há uma área motora do corpo e cada área
de Brodmann terá uma funcionalidade em relação a esse
controle. Caso aconteça um edema cerebral ou uma
isquemia cerebral, será gerado um processo
inflamatório, o qual prejudicará aquela função
específica. 
No tronco encefálico, especificamente na parte da ponte
e do bulbo, que se comunica com o início da medula, se
terá o controle, por exemplo, das frequências cardíaca e
respiratória. O mesencéfalo é onde se origina diversos
pares dos nervos cranianos, que, por exemplo, vão
enervar o sistema facial. Além disso, o nervo vago é o
único nervo craniano que sai da caixa craniana para
enervar a parte, ajudando no sistema cardíaco. 
– Frontal: emoções, função motora. 
– Parietal: função sensorial e orientação espacial. 
– Temporal: memória, recepção da fala. 
– Occipital: visão.
PRESSÃO INTRACRANIANA (PIC) 
Sangue + Líquor + Tecido Cerebral = PIC 
A pressão intracraniana deve ser mantida dentro da
normalidade, porque quanto maior for, mais chances de
gerar uma hipertensão intracraniana, que pode gerar
uma herniação, ou seja, a saída do tecido cerebral para
uma parte em que não deveria estar. Por exemplo, pode-
se ter uma parte do cérebro do lado direito sendo
empurrado para o lado esquerdo comprimindo essa área.
Ademais, é possível ter uma parte do tecido cerebral
descendo onde há o contato com o tronco para formar
medula. Em razão disso, é muito importante que a
pressão intracraniana seja controlada, porque, caso
aumente, o paciente entrará em coma, podendo levar à
morte.
ANATOMIA E FISIOLOGIA DA PRESSÃO
INTRACRANIANA 
Crânio-Rígido; 
Encéfalo; 
Volume Sanguíneo; e 
LCR (líquor).
Componentes 
Supratentorial: acima da tenda do cerebelo. 
Infratentorial: abaixo da tenda do cerebelo.
Compartimentos Intracranianos Obs.: Vale lembrar que o cérebro é dependente de O2 e
glicose para gerar a energia (ATP) e produzir as suas
atividades. Logo, se faltar glicose e oxigênio, pode haver
lesão cerebral.
Tipos de trauma cranioencefálico 
TRAUMA DE CRÂNIO 
Trauma de crânio → Edema cerebral → lesão nos
vasos e aumento da PIC → Hipertensão intracraniana
→ Se não houver atendimento → Coma e morte.
TRÍADE DE CUSHING 
Hipertensão arterial, bradicardia e depressão
respiratória. 
LESÕES CEREBRAIS PRIMÁRIAS E SECUNDÁRIAS 
Lesões primárias: hemorragias, contusões; 
Lesões secundárias: aumento da PIC e edema
Intracraniana: são as lesões por herniação (saída
do tecido cerebral pelos forames), isquemia por
herniação tecidual, edema cerebral, hematomas
intracerebrais e a hipertensão intracraniana. 
Extracraniana, que são as causas de lesões
secundárias: hipotensão, hipóxia, anemia,
hipoglicemia, hiperglicemia e as convulsões.
TCE 
Causas das lesões cerebrais 
A diminuição de hemoglobina a níveis que dificultam o
encaminhamento do oxigênio para o corpo e para o
cérebro também gerarepercussão. 
Quando há uma fratura na base de crânio, é possível
encontrar diversas características, sinais e sintomas
que indicam a sua ocorrência, como o "olho de guaxinim"
e a saída do líquor pelo nariz ou ouvido. Nesse caso, não
se pode fazer intubação pelo nariz, porque pode lesionar
o tecido cerebral, nem aspirar o nariz do paciente.
A contusão é mais grave do que a concussão. A
concussão chacoalha o cérebro causando uma perda
rápida de memória, mas logo se recompõe. Enquanto a
contusão é mais difusa. Ipsilateral é quando ocorre no
mesmo lado.
Avaliação primária no TCE 
X-hemorragia exsanguinante → Via aérea →
Respiração → Circulação, hemorragia → Avaliação
neurológica → Exposição/ambiente. 
Em relação ao sangramento cerebral, deve ser feita uma
compressão direta. 
Obs.: Só pode aplicar torniquete em membros
superiores e inferiores. No crânio é feita uma
compressão direta, de preferência, com material estéril.
Na abertura de via aérea, por conta do TCE, será feita
apenas a manobra Jaw-Thrust, colocando a mandíbula
para frente ou a manobra abaixo do queixo que, de
acordo com PTHLS de 2019, não se faz mais a abertura
da via aérea empurrando para baixo com o dedo dentro
da boca por conta do dedo do socorrista.
Deve-se promover a avaliação e a respiração artificial,
se necessário, e fazer a avaliação da circulação de
maneira mais detalhada. Já sobre a avaliação
neurológica, se pensa na escala de Glasgow, que envolve
avaliação ocular, verbal, motora e avaliação pupilar.
A respiração de Cheyne-Stokes ocorre quando o
paciente tem uma respiração que vai aumentando até
chegar ao limite máximo. Em seguida, a respiração
diminui, sendo superficial, até que o paciente para de
respirar. Nesse momento, o ciclo se repete, gerando
uma apneia. 
Existem outros tipos de respiração que podem ser
gerados por conta do TCE, como uma respiração de biot
– a qual não tem a regularidade como na Cheyne-Stokes
– por conta de uma lesão ainda mais grave. Quando se
tem correlação com cetoacidose diabética, há também a
respiração típica da cetoacidose diabética, que seria a
respiração Kussmaul.
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA NO TRAUMA
CRANIOENCEFÁLICO 
de 13 a 15: TCE leve; 
de 9 a 12: TCE moderado;
de 3 a 8: TCE grave. 
Avaliação Neurológica (Avaliação de Incapacidades) 
Para realização do nível de consciência, utiliza-se a
escala de coma de Glasgow (ECG-P). O PHTLS
classifica a gravidade do TCE pelo valor da ECG: 
Com relação a avaliação neurológica, a avaliação
primária vai consistir no XABCDE e, nesse caso
específico, está na fase do D.
É importante ter em vista as lesões secundárias, como
edema, isquemia, inflamação, que vão acontecendo de
forma progressiva. Por isso, a avaliação da escala de
Glasgow repetidamente pode mostrar uma queda do
nível de consciência.
SINAIS E SINTOMAS DO TRAUMATISMO
CRANIOENCEFÁLICO (TCE) 
Alteração do estado de consciência; 
Alterações da simetria e da reatividade à luz das
pupilas; 
Hemiplegia ou hemiparesia; 
Lesões cranianas evidentes (por exemplo,
lacerações, afundamentos, hematomas, fraturas,
escalpe); 
Perda de líquido cefalorraquidiano ou sangue pelos
orifícios da cabeça, nomeadamente, nariz e
ouvidos; 
Convulsões; 
Náuseas e/ou vômitos; 
Cefaleias, tonturas e perturbações da visão; 
Ventilação rápida e superficial ou lenta com
períodos de apneia quando existe compromisso do
Centro Respiratório; 
Hipertensão Arterial;
Hipertermia por desregulação do Centro
Termorregulador; 
Alterações da visão; 
Ferimento ou hematoma no couro cabeludo;
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA NO TRAUMA
CRANIOENCEFÁLICO 
O transporte do paciente vítima de TCE deve ser
imediato e após a avaliação primária; 
São palpados o crânio e a face em busca de
fraturas, depressões e crepitações; 
No TCE que demanda drenagem de líquor ou
sangue pelo nariz e ouvido; 
A avaliação da pupila e nível de consciência deve
ser feita em intervalos regulares para avaliação do
agravamento do quadro; 
A avaliação motora das extremidades pode ser
verificada, assimetrias na função motora ou
sensitiva dos membros superiores e inferiores
denotam lesão neurológica; 
A vítima de TCE pode ser encontrada com a
hemiparesia (diminuição da força ou fraqueza) ou
hemiplegia (ausência de movimentos, paralisia).
É importante chegar o mais rápido possível ao ambiente
de tratamento definitivo, para que possa ser feita
administração de medicações, a passagem de cateter, se
for necessário, para poder drenar o líquor, para poder
fazer uma descompressão craniana, uma cirurgia,
exames etc. No contexto do Atendimento Pré-
Hospitalar (APH), o foco é manter o paciente vivo,
mantendo a respiração e a circulação, controlando
hemorragia, fazendo o posicionamento adequado desse
paciente para evitar uma lesão medular, porque as
chances de ter um TRM associado são altas. Mas, no
geral, é a rapidez da remoção e do transporte que vão
gerar a resolução mais definitiva do caso.
Uma flexão anormal é quando o ângulo entre o braço e o
tronco está muito próximo, o antebraço rodado e polegar
cerrado. Nesse caso, há decorticação. Já a
descerebração é quando tem a extensão do membro
superior, que é mais grave, porque, inclusive na escala
de Glasgow, há apenas dois pontos em relação a parte
motora. 
Deformidade do crânio (depressão ou
abaulamento); 
Pupilas desiguais (anisocoria); 
Sangramento observado no nariz ou ouvidos; 
Líquido claro (líquor) que flui pelo nariz ou
ouvidos; 
Alteração dos sinais vitais; 
Postura de decorticação (flexão anormal dos
membros superiores) ou descerebração (extensão
anormal dos membros superiores); 
Olhos de Guaxinim.
Náuseas e vômitos podem remeter à ideia de aumento da
pressão intracraniana, bem como cefaleia, tontura e
perturbação da visão. Outro sintoma é a respiração
Cheyne Stokes, que vai aumentando, depois se torna
superficial, ocorre a apneia, aumenta novamente, depois
diminui e ocorre apneia de novo. 
A deformidade do crânio pode ocorrer por conta de um
edema ou osso fraturado. Outro fator são as pupilas
desiguais, ou seja, uma grande e outra pequena. Nesses
casos, é importante conhecer o histórico do paciente.
Por exemplo, um idoso havia tido uma queda e se
verificou que as pupilas estavam desiguais. Porém, não
foi uma consequência da queda, mas de uma cirurgia que
ele havia feito nos olhos anteriormente.
Outra situação é o sangramento observado no nariz ou
ouvidos. Não se pode conter a drenagem tanto do líquor
quanto do sangue. 
Ainda pode haver a alteração dos sinais vitais, como o
aumento da pressão arterial e a diminuição da
frequência cardíaca. 
CONCUSSÃO E CONTUSÃO CEREBRAL 
Concussão: menos grave. 
Contusão: mais grave. 
Na concussão, há uma rápida perda da memória e é
menos grave. Já a contusão tem uma lesão propriamente
dita e é mais grave.
TRATAMENTO DO TRAUMATISMO
CRANIOENCEFÁLICO 
No caso de TCE, é preciso focar o mais rápido possível
no transporte e na remoção do paciente, mas, no
momento do atendimento pré-hospitalar, é importante
manter o paciente vivo durante o transporte. Nessa
situação, a abertura da via aérea é essencial, lembrando
de conter o sangramento exsanguinante. Caso evolua
para um PCR após o trauma, é necessário estar
preparado para manter o paciente vivo por meio das
compressões torácicas e das ventilações. Outro ponto é
a avaliação neurológica continuada, porque a diminuição
de valores no Glasgow traz repercussão de uma piora do
nível de consciência. Vale lembrar que a imobilização
não pode retardar a remoção, podendo ser feita a
mobilização manual para que a remoção seja o mais
precoce. É importante frisar que o paciente de TCE tem
grande chance de também ter um TRM associado.
TRAUMATISMO CRANIOENCEFÁLICO – SUPORTE
AVANÇADO DE VIDA 2016 
Na avaliação da cinemática do trauma, há suspeita
de acometimento direto da região craniofacial;
Na avaliação da cinemática do trauma, há
acometimento indireto da região craniofacial por
mecanismos de aceleração e desaceleração; 
Em todos os pacientes traumatizados com
alteração do nível de consciência. 
Quando Suspeitar ou Critérios de Inclusão 
A suspeita deacometimento direto da região craniofacial
pode se apresentar por sangramento, edema ou com
lesão, afundamento, entre outras. O mecanismo de
aceleração e desaceleração é o movimento em que a
cabeça do paciente vai para a frente e volta, chamado de
movimento chicote, podendo gerar tanto o TCE quanto o
TRM.
Conduta 
1. Realizar avaliação primária com ênfase para: 
– Garantir a estabilização manual da coluna cervical; 
– Garantir permeabilidade de via aérea; 
– Administrar O2 em alto fluxo para manter SatO2 ≥
94%; 
– Monitorizar a oximetria de pulso; e 
– Avaliar precocemente a Escala de Coma de Glasgow.
A avaliação primária segue o XABCDE. Como se trata de
um trauma, deve ser feita a manobra de abertura de Jaw
Thrust ou a manobra de abrir o queixo. 
2. Considerar ventilação sob pressão positiva com BVM
com reservatório, caso não mantenha ventilação ou
oxigenação adequadas. 
3. Considerar uma via aérea avançada, caso os métodos
descritos anteriormente não tenham sucesso em manter
uma ventilação ou oxigenação adequadas ou se Escala de
Coma Glasgow < 8. 
4. Controlar sangramentos externos. 
5. Instalar acesso venoso. 
6. Realizar a reposição volêmica, se necessária,
conforme protocolo do Choque com ênfase para a
manutenção da pressão sistólica > 90 mmHg.
A via aérea avançada pode ser feita por meio da máscara
laríngea, que é menos invasiva e o enfermeiro, inclusive,
é habilitado para o uso dela. Outra opção é fazer por
meio da intubação, que é um ato realizado pelo médico.
Lembrando que se o sangramento for exsanguinante,
deve-se voltar ao “X”, de acordo com PHTLS de 2019,
para a parte mais inicial do atendimento.
7. Realizar a avaliação secundária se a gravidade do
quadro permitir. Deve ser dada ênfase para: 
– Avaliação das pupilas (se assimetria >1 Minm,
pesquisar sinais focais); 
– Repetição seriada da Escala de Coma de Glasgow; 
– Avaliação da motricidade (déficits motores); 
– Avaliação dos sinais vitais; 
– Avaliação da glicemia capilar;
– Exame da cabeça e coluna; e 
– História SAMPLA (ênfase para histórico de
convulsões, diabetes, AVC, uso de drogas ilícitas e/ou
álcool); 
– Prevenção da perda de calor corporal (E).
Considerar a cinemática do trauma e sempre
buscar possíveis lesões associadas em outros
segmentos que possam concorrer para a presença
de hemorragia externa ou interna, aumentando o
risco de lesão cerebral secundária. 
No exame da cabeça e pescoço, manter atenção
para a ocorrência de outros: 
8. Realizar a mobilização cuidadosa e a imobilização
adequada da coluna cervical, tronco e membros, em
prancha longa com alinhamento anatômico, sem atraso
para o transporte. 
9. Realizar contato com a Regulação Médica para
definição do encaminhamento e/ou unidade de saúde de
destino. 
Observações 
– Considerar a necessidade de sequência rápida para a
intubação; 
– Não hiperventilar de forma profilática. 
– Sinais de gravidade do TCE: 
– Sinais de perda liquórica; 
– Presença de fraturas abertas;
– Exposição de tecido cerebral; 
– Ferimentos extensos de couro cabeludo; e 
– Sinais de fratura de base de crânio.
Sobre o controle de sangramentos: 
No trauma, umas das preocupações são as lesões
ocultas, porque, na lesão vista e detectada, é possível
intervir, principalmente de extremidade, com torniquete
ou pressão direta. Porém, nas lesões abdominais, por
exemplo, com sangramento interno importante, pode-se
gerar uma hipoxemia, gerando um hipóxia cerebral por
conta do choque circulatório. Por isso, é importante
também fazer uma análise mais global do paciente,
lembrando que um paciente de trauma pode ter diversos
traumas ao mesmo tempo, chamado de politraumatizado.
Quando se faz a hiperventilação no paciente com o TCE,
é preciso alterar os valores de gás carbônico no sangue,
gerando uma alcalose respiratória. A alcalose
respiratória pode diminuir a pressão intracraniana, mas
só deve ser feita de acordo com PHTLS e com o SAMU
de forma controlada, para permitir a monitorização e não
agravar o quadro. Quando há sinais de fratura de base de
crânio, há demanda específica de não entubar pelo nariz
ou aspirar o nariz, para evitar uma lesão cerebral. 
– No couro cabeludo, aplicar pressão direta nas bordas
do ferimento seguida de curativo compressivo (os
sangramentos nessa região podem ser muito intensos).
Em caso de deformidade óssea ou fratura aberta, não
aplicar pressão sobre a lesão, somente na região
adjacente, com cobertura e sem compressão excessiva; 
– Na orelha ou nariz, tamponar com material de
curativo, permitindo vazamento leve para evitar elevação
da PIC;
- Impedir o agravamento da lesão primária e evitar as
lesões secundárias por meio do controle e correção da
hipoxemia, glicemia, temperatura corpórea e pressão
arterial;
– A avaliação seriada da Escala de Coma de Glasgow
permite a avaliação da evolução do quadro e deve ser
informada ao hospital de origem e anotada na ficha de
atendimento.
Se está saindo sangue e líquor pelo nariz ou ouvido, é
uma forma de o organismo tentar gerar uma diminuição
da pressão intracraniana. Caso se retenha totalmente
aquela saída, pode agravar o quadro do paciente.
Lembrando que a hipotensão vai gerar diminuição do
fluxo de sangue cerebral.
DETALHES IMPORTANTES DO PACIENTE COM
TRAUMA CRANIENCEFÁLICO 
Abordar a vítima, imobilizando a cabeça desta em
posição neutra e assumindo sempre a possibilidade
de coexistir trauma na coluna; 
No caso particular dos TCE, deve ser rapidamente
verificada a existência de feridas cranianas,
hematomas peri-orbitários e perdas de líquor
(LCR), massa encefálica ou hemorragias pelos
ouvidos e/ou nariz; 
Permeabilizar a via aérea, com estabilização
cervical (por meio da subluxação ou elevação do
mandíbula na vítima inconsciente); 
Não colocar tubos pelo nariz (como sondas nasais
de O2 , tubo nasofaríngeo);
Fraturas com afundamento e hemorragia associada
requer cuidado extremo no controlo da hemorragia,
não devendo ser exercida pressão na zona do
afundamento;
Todas as lesões em que se verifique exposição de
massa encefálica devem ser suavemente cobertas
(sem comprimir) com compressas secas. Os
objetos penetrantes não devem ser removidos;
Estar preparado para a eventualidade de vômitos;
A perda de líquor demonstra lesão de base de crânio. Em
um paciente de trauma, é preciso fazer a abertura de via
aérea pela elevação da mandíbula e abaixamento do
queixo. É importante frisar que a forma de abertura de
via aérea com o dedo na boca do paciente está proibida
para evitar lesão no dedo do socorrista, de acordo com
PHTLS de 2019 e, inclusive, está no desenho do Manual
do SAMU. 
Se o paciente tem TCE e, principalmente, se tem sinais
de lesão de base de crânio (olho de guaxinim, perda de
líquor pelo ouvido ou nariz), demonstra o risco de lesão
cerebral ao introduzir uma intubação nasal ou aspiração
nasal. Por isso, é proibido usar qualquer tipo de cateter
pelo nariz desse paciente com suspeita de lesão de base
de crânio. 
Administrar oxigênio: Garantir oximetria ≥ 95%
(se grávida ≥ 97%; se DPOC entre 88-92 %); 
Se a vítima apresentar compromisso ventilatório
(frequência respiratória inferior a 8 ou superior a
35) iniciar ventilação assistida, com insuflador
manual; 
Identificar e controlar hemorragias externas
importantes. Avaliar a possibilidade de
hemorragias internas ou ocultas;
É importante lembrar que, muitas vezes, o agressor
coloca o objeto penetrante e remove. Nesse caso, é
preciso comprimir e evitar o sangramento. Contudo, às
vezes, esse objeto penetrante pode ser colocado e não
retirado. Nessa situação, não é o socorrista que vai
fazer a retirada. O paciente vai para o centro cirúrgico,
onde o neurocirurgião, diante dos exames de imagem e
todo o sistema de contenção de sangramento de
hemostasia, irá retirar o objeto de forma cirúrgica. O
único local que tem exceção de objeto penetrante que
deve ser desencravado é na bochecha, porque há o risco
de fechamento de via aérea. Lembre-se que o aumento
da pressão intracraniana pode gerar vômito, por isso,
deve-se estar preparado para lateralizar o paciente com
mudançade decúbito em bloco.
O paciente que tem como doença de base bronquite ou
enfisema não pode receber oxigênio de forma a alterar o
sistema de start, gerando a hipercalemia ou hipoxemia,
caso ele tenha um DPOC.
Controlar hemorragias externas e identificar sinais
de choque. As hemorragias resultantes da lesão do
couro cabeludo devem ser cuidadosamente
comprimidas, evitando pressão sobre fraturas; 
Estar preparado para a existência de convulsões; 
Avaliar, caracterizar e registar os Sinais Vitais; 
Não dar nada a beber; 
Manter a temperatura corporal;
Avaliar e registar o estado neurológico através da
escala Glasgow, avaliação pupilar; 
Expor a vítima, mantendo a temperatura corporal,
tendo em atenção a privacidade da vítima, de modo
a proceder à observação sistematizada na busca de
traumatismos associados; 
Efetuar a observação sistematizada de modo a
detectar eventuais lesões associadas; 
Transportar ao hospital com a vítima imobilizada
(em plano rígido com imobilizadores laterais de
cabeça);
A imobilização consiste no colar cervical, no colete do
KED para imobilizar a parte torácica e lombar. Há
também a estabilização cervical e, envolvem todo o
paciente, a prancha rígida. 
HIPERTENSÃO INTRACRANIANA 
A Hipertensão IC é uma complicação devastadora
da injúria neurológica primária. 
Ela pode estar associada a várias etiologias
diferentes e pode complicar o trauma
cranioencefálico, tumores do sistema nervoso
central, hidrocefalia, encefalopatia hepática,
hemorragia ou infarto cerebral. 
Sintomas gerais: cefaleia, vômitos e diminuição
global do nível de consciência; 
Sinais: papiledema, paralisia de nervos cranianos
(principalmente do VI par: diplopia e estrabismo
convergente); 
Tríade de Cushing (hipertensão arterial,
bradicardia e depressão respiratória); 
Sinais e Sintomas decorrentes de Hérnias
Cerebrais Internas
Com relação ao TCE, o paciente pode ter associado,
como consequência do trauma, um aumento da pressão
intracraniana que é chamada de hipertensão
intracraniana. Será uma complicação bem importante,
porque pode gerar a herniação, que é o tecido cerebral
sendo deslocado dentro da caixa craniana, gerando coma
e óbito.
Sintomas e Sinais 
Herniação supratentorial 
1. Uncal (transtentorial) 
2. Central 
3. Cíngulo (subfalcina) 
4. Transcalvarial
Herniação infratentorial 
5. Transtetorial ascendente 
6. Tonsilar
Por exemplo, há hematoma no tecido cerebral que está
gerando o efeito de compressão do tecido cerebral. Com
essa compressão, gera-se um processo inflamatório ou
edema. Com a foice do cérebro e a foice e tenda do
cerebelo, toda vez que se fala de herniação abaixo da
tenda do cerebelo, está se referindo à herniação
infratentorial. Já quando for acima da tenda, será
herniação supratentorial. As herniações podem
acontecer em várias partes do tecido cerebral.
Repouso: Cabeceira elevada 30º facilitar o
retorno do sangue do segmento cefálico, a
completa desobstrução das vias aéreas; 
Evitar compressão das veias jugulares; 
Hiperventilação controlada – intermitente de uso
restrito → alcalose → diminuição do volume
sanguíneo intracraniano → queda da PIC; 
Controlar PAM; 
Tratar Hipertemia; 
Controle gasometria; 
Evitar os esforços de Valsalva (respiração
profunda, virar no leito sozinho, prender a
respiração, erguer-se do leito, elevar os MMII ou
o quadril, tossir e evacuar). 
Nessa situação, a imagem mostra a foice do cérebro,
onde há tecido cerebral do lado direito indo para o
esquerdo, podendo ser ocasionado por um tumor ou uma
massa secundária que gerou um aumento do volume
craniano. 
Tratamento da Hipertensão Intracraniana Clínica

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