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ATLS - Trauma Cranioencefálico

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TCE 
 
O objetivo principal do tratamento dos doentes com suspeita de TCE é prevenir a lesão cerebral 
secundária. 
 
As lesões craniencefálicas encontram-se entre os tipos de trauma mais frequentemente vistos nos 
Serviços de Emergência. 
• Quase 90% das mortes pré-hospitalares relacionadas ao trauma envolvem lesão cerebral. 
• 75% TCE leve 
• 15% TCE moderado 
• 10% TCE grave 
• As vítimas sobreviventes de TCE frequentemente apresentam dano neurofisiológico que 
resulta em invalidez, comprometendo o trabalho e as atividades sociais 
 
• Como prevenir a lesão cerebral secundária: 
• Fornecer oxigenação adequada 
• Manutenção de pressão arterial suficiente para garantir a perfusão do cérebro 
• Qualquer paciente politraumatizdo merece oxigênio suplementar 
 
ANATOMIA 
 
 
 
Couro cabeludo 
• Em razão da sua irrigação abundante, lacerações podem levar a perdas sanguíneas 
significativas, choque hemorrágico e mesmo morte. 
 
Crânio 
• A base do crânio é irregular  provoca lesões quando o cérebro se desloca e desliza no 
interior do crânio, em decorrência de movimentos de aceleração e desaceleração. 
• Fossa anterior = lobos frontais 
• Fossa média = lobos temporais 
• Fossa posterior = porção inferior do tronco cerebral e o cerebelo. 
 
Meninges 
Três camadas que revestem o cérebro 
• Espaço epidural: entre o crânio e a dura-máter 
 
• Dura-máter 
• Membrana resistente e fibrosa que adere firmemente à superfície interna do crânio. 
• Em locais específicos, divide-se em duas superfícies que envolvem grandes seios venosos 
que permitem a maior parte da drenagem venosa cerebral. 
• As artérias meníngeas correm entre a dura-máter e a superfície interna do crânio = Espaço 
epidural 
• A artéria meníngea média, sobre a fossa temporal, é o vaso meníngeo lesado com 
maior frequência. 
• Aracnóide 
• Fina e transparente. 
• Não está aderida à dura-máter = Espaço subdural 
• Veias que vão da superfície do cérebro para o seios venosos podem romper-se 
levando à formação de hematoma subdural. 
• Pia-máter 
• Firmemente aderida à superfície do cérebro. 
• O líquido cefalorraquidiano (LCR) preenche o espaço entre a aracnóide impermeável e a 
pia-máter = Espaço subaracnóideo 
• Hemorragia por contusão cerebral ou trauma de grandes vasos na base do 
encéfalo. 
 
 
 
 
Encéfalo 
• Cérebro 
• Composto pelos hemisférios direito e esquerdo, separados pela foice. 
• Esquerdo = centros da linguagem 
• Frontal = controla as funções de execução, as emoções, as funções motoras e, no 
lado dominante, a expressão da fala (área motora da fala). 
• Parietal = dirige a função sensorial e a orientação espacial. 
• Temporal = regula funções da memória. 
• Occipital = visão 
• Cerebelo 
• Responsável principalmente pela coordenação e pelo equilíbrio 
• Projeta-se posteriormente, na fossa posterior, e forma conexões com a medula, o 
tronco cerebral e, em última análise, com os hemisférios cerebrais. 
• Tronco cerebral 
• Mesencéfalo 
• Parte superior da ponte 
• Contém o sistema ativador da formação reticular responsável pelo estado 
de alerta. 
• Ponte 
• Bulbo  centro cardiorrespiratório 
• Se continua para formar a medula espinhal 
 
• Sistema ventricular 
• Ventrículos = espaços preenchidos de LCR, localizados no interior do encéfalo. 
• O LCR é produzido constantemente nos ventrículos e é absorvido sobre a superfície do 
encéfalo. 
• A presença de sangue no LCR pode prejudicar sua reabsorção, produzindo 
aumento da pressão intracraniana. 
• O edema e as lesões de massa (por exemplo, hematomas), podem provocar 
obliteração ou desvio dos ventrículos que usualmente são simétricos. 
• Facilmente identificadas na TC de crânio. 
 
• Compartimentos intracranianos 
• O cérebro é dividido em regiões por divisórias de meninges. 
• A tenda do cerebelo divide a cabeça em compartimento supratentorial e infratentorial. 
• O nervo óculo motor passa ao longo da margem da tenda do cerebelo, podendo 
ser comprimido contra ela durante uma herniação do lobo temporal. 
• A região do cérebro que habitualmente hernia através da incisura tentorial é a 
parte medial do lobo temporal, conhecida como uncus 
• Herniação do uncus = compressão do trato córtico-espinhal (piramidal) do 
mesencéfalo 
• O trato motor cruza para o lado oposto do forame magno, e a sua 
compressão resulta em défice motor do lado oposto do corpo ( hemiplegia 
contralateral). 
 
 
• Síndrome clássica de herniação do uncus: dilatação da pupila 
ipsilateral associada à hemiplegia contralateral 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
FISIOLOGIA 
 
Pressão intracraniana 
• Se elevada pode reduzir a perfusão cerebral e causar ou exacerbar a isquemia. 
• Normal, em repouso, 10 mm Hg 
• PIC > 20 mm Hg (persistentes ou refratárias ao tratamento) = pior resultado. 
 
Doutrina de Monro-Kellie 
• O volume total do conteúdo intracraniano deve permanecer constante, já que o crânio é uma 
caixa rígida não expansível. 
• O sangue venoso e o LCR podem ser comprimidos para fora do recipiente dando algum grau 
de compensação à pressão 
• Na fase inicial após o trauma, uma massa (coágulo) pode aumentar e a PIC 
permanecer normal 
• Uma vez atingido o limite de deslocamento do LCR e do sangue intravascular, a PIC 
aumenta rapidamente 
 
 
Fluxo sanguíneo 
• Níveis baixos de FSC são inadequados para satisfazer a demanda metabólica 
• Se ocorrer redução nas primeiras horas do trauma, pode provocar uma lesão cerebral 
suficientemente grave e apresentar-se comatoso 
• Geralmente aumenta nos próximos 2 a 3 dias, mas nos doentes que permanecem em 
coma, o FSC permanece abaixo do normal por dias ou semanas após o trauma. 
 
Auto-regulação pressórica 
• Os vasos cerebrais pré-capilares têm capacidade de contrair ou dilatar em resposta a 
mudanças na pressão arterial média 
• Pressão de perfusão cerebral (PPC) = PAM – PIC 
• Se a PAM for muito baixa pode ocorrer isquemia e infarto e se a PAM for muito alta 
pode ocorrer inchaço com aumento da PIC. 
 
Auto-regulação química 
• Os vasos cerebrais se contraem ou dilatam em resposta a alterações na pressão parcial de 
oxigênio (PaO2) ou na pressão parcial de dióxido de carbono (PaCO2) do sangue 
 
 
 
 
• Lesão secundária por: hipotensão, hipóxia, hipercapnia ou por hipocapnia iatrogênica. 
• Aumentar perfusão e fluxo sanguíneo cerebrais pela redução da PIC, mantendo o volume 
intravascular normal, mantendo a PAM, restaurando a oxigenação normal e a normocapnia. 
 
• Hematomas e outras lesões que aumentam o volume intracraniano devem ser precocemente 
evacuados. 
• Para melhorar o FSC: manter a pressão de perfusão cerebral em níveis normais 
• Uma vez que os mecanismos de compensação encontram-se esgotados e existe um aumento 
exponencial da PIC, a perfusão cerebral fica comprometida. 
 
 
CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES 
 
Quanto a gravidade 
• Escala de coma de Glasgow  no Glasgow sempre conta a melhor resposta – TEM 
QUE SABER! 
• Se GCS igual ou < 8 = coma ou TCE grave. 
• Se GCS de 9 a 12 = TCE moderado 
• Se GCS entre 13 a 15 = TCE leve 
• Se houver assimetria direita/esquerda ou superior/inferior, é importante 
que se use a melhor resposta 
 
 
 
Quanto a morfologia 
• Pode incluir fraturas de crânio e lesões intracranianas, como contusões, hematomas, lesões 
difusas e inchaço resultante de edema/hiperemia. 
 
- Fraturas de Crânio 
• Podem ocorrer na calota ou na base do crânio 
• Para identificação das fraturas da base do crânio habitualmente é necessário o uso de 
TC com "janela" para osso. 
• Sinais clínicos: equimose periorbital (olhos de guaxinim), a equimose retroauricular 
(sinal de Battle), fístula liquórica através do nariz (rinorreia) ou do ouvido (otorreia) e 
disfunção dos sétimo e oitavo nervos cranianos (paralisia facial e perda de audição) 
• Esse tipo de fraturas podem lesar as artérias carótidas (dissecção, pseudo-aneurisma 
ou trombose) e deve-se considerar a realização de arteriografia cerebral (angio TC ou 
por cateterismo arterial).• Fraturas de crânio abertas: há comunicação direta entre a laceração do couro cabeludo e a 
superfície cerebral 
• Uma fratura linear da calota craniana em doentes conscientes aumenta em cerca de 
400 vezes a possibilidade de ocorrência de hematoma intracraniano. 
 
- Lesões intracranianas 
 
Classificadas como focais ou difusas 
• Lesões cerebrais difusas: variam de concussões leves (TC pode ser normal) até lesões 
hipóxicas isquêmicas graves. 
• Concussão: distúrbio neurológico não focal transitório que frequentemente inclui perda 
de consciência. 
• Lesões mais graves ocorrem devido agressão hipóxica/isquêmica por choque 
prolongado ou apneia que ocorrem imediatamente após o trauma. 
• TC pode ser inicialmente normal, ou o cérebro aparece com inchaço difuso com 
perda da distinção normal entre cinza e branco. 
• Outro padrão difuso: impactos de alta velocidade ou em lesões por desaceleração 
• Hemorragias pontilhadas por todos os hemisférios cerebrais = "lesões por 
cisalhamento” ou LAD (lesão axonal difusa)  lesão cerebral grave, com 
desfecho variável, mas geralmente reservado. 
 
• Lesões focais: hematomas epidurais, subdurais, contusões e hematomas intracerebrais 
• Hematomas epidurais: relativamente raros, ocorrendo em 0,5% 
• Forma biconvexa ou lenticular, pois empurram a dura 
• Mais na região temporal ou temporoparietal 
• Resultam da ruptura da artéria meníngea 
• Apresentação clássica: intervalo lúcido entre o momento da lesão e a 
deterioração neurológica 
• Hematomas subdurais: mais comuns, em torno de 30% dos TCE graves. 
• Ocorrem mais frequentemente por dilaceração de vasos superficiais pequenos 
ou vasos ponte do córtex cerebral. 
• Na TC assumem a forma do contorno do cérebro. 
• O comprometimento cerebral subjacente ao hematoma subdural costuma ser 
muito mais grave devido à presença de lesão parenquimatosa concomitante. 
• Contusões e hematomas intracerebrais: bastante comuns, cerca de 20% a 30% dos 
TCE graves 
• Maioria nos lobos frontal e temporal 
• As contusões podem, em um período de horas ou dias, evoluir para 
formar um hematoma intracerebral ou uma contusão coalescente com 
efeito de massa suficiente para exigir evacuação cirúrgica imediata 
• 20% dos doentes que apresentam contusão na TC de crânio inicial. 
• Repetir TC após 24 horas da TC de crânio inicial. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRATAMENTO 
 
TCE leve 
• História de desorientação, amnésia, ou perda transitória da consciência 
• Alterações do estado mental nunca devem ser atribuídas a fatores de confusão até que a lesão 
cerebral tenha sido definitivamente excluída. 
• A maioria evolui com recuperação sem intercorrências. 
• 3% apresentam piora inesperada que resulta em disfunção neurológica grave 
• Avaliação secundária e a documentação do escore na GCS é importante em todos os 
doentes com GSC< 15 – Fazer sempre o Glasgow antes de intubar! 
• A TC é o método de imagem preferido: 
• Suspeita de lesão cerebral que apresentem suspeita clínica de fratura exposta 
de crânio, qualquer sinal de fratura de base de crânio, mais do que dois 
episódios de vômito, idade superior a 65 anos, perda da consciência por mais 
de cinco minutos, amnésia retrógrada por mais de 30 minutos, mecanismo de 
trauma importante, cefaleia grave, ou défice neurológico focal 
 
TCE moderado (Glasgow de 9 a 13) 
• 15% TCE 
• São ainda capazes de obedecer ordens simples, mas em geral estão confusos ou sonolentos e 
podem apresentar défice neurológico focal como hemiparesia. 
• 10 a 20% apresentam piora e entram em coma. 
• Todos esses doentes necessitam de hospitalização para observação numa UTI ou unidade semi-
intensiva para observação rigorosa nas primeiras 12 a 24 
• Recomendado seguimento com TC em 12 a 24 horas se a TC inicial for anormal ou se há piora 
das condições neurológicas do doente. 
 
TCE grave 
• 10% TCE 
• Não são capazes de obedecer ordens simples mesmo após estabilização cardiopulmonar. 
• Diagnóstico e o tratamento imediatos são de suma importância. 
• Não retardar a transferência do doente para realizar uma TC. 
 
 
AVALIAÇÃO PRIMÁRIA E REANIMAÇÃO 
 
• A lesão cerebral é frequentemente agravada por agressões secundárias. 
• Em doentes portadores de TCE grave, a hipotensão na admissão é acompanhada de taxa de 
mortalidade que é maior que o dobro da mortalidade de doentes sem hipotensão. 
• A presença de hipóxia somada à hipotensão está associada a um aumento relativo no 
risco de mortalidade de 75% 
• PAS não fica > 100 mmHg, a prioridade é estabelecer a causa da hipotensão 
• PAS mantida > 100 mmHg e o doente apresenta evidência clínica de uma possível 
massa intracraniana (pupilas desiguais, exame motor assimétrico), a primeira 
prioridade é realizar uma TC do crânio. 
 
VIA AÉREA E VENTILAÇÃO 
 
• A parada respiratória transitória e a hipóxia são comuns em doentes portadores de lesão 
cerebral grave e podem causar lesão cerebral secundária. 
• Portanto, intubação endotraqueal precoce deve ser realizada em doentes comatosos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CIRCULAÇÃO 
 
• A hipotensão não é consequência da lesão cerebral por si só 
• Exceto: estágios terminais, quando há insuficiência medular ou quando existe lesão de 
medula espinhal concomitante. 
• A hemorragia intracraniana não pode causar choque hemorrágico. 
• Se o doente está hipotenso, deve-se estabelecer a normovolemia logo que possível 
• O exame neurológico do doente hipotenso não é confiável. 
• Doentes hipotensos que não respondem a qualquer forma de estímulo podem recuperar-se e 
melhorar substancialmente tão logo a pressão seja restabelecida para níveis normais. 
• A fonte primária da hipotensão deve ser procurada e tratada imediatamente. 
 
EXAME NEUROLÓGICO 
 
• Avaliar: (antes de administrar sedativos ou relaxantes musculares ao doente) 
• O escore da Escala de Coma de Glasgow 
• A resposta pupilar ao estímulo luminoso 
• Ocorrência de défice neurológico localizado 
• Interfere: utilização de drogas, álcool, substâncias intoxicantes, outras lesões 
associadas. 
• O estado pós-ictal que se segue a uma convulsão traumática tipicamente piora a resposta do 
doente por minutos ou horas 
• Os movimentos de olho de boneca (óculo-cefálico), a resposta calórica (óculo-vestibular) e o 
reflexo corneal são realizados por um neurocirurgião. 
• Testar movimentos de olho de boneca nunca deve ser tentado antes de excluir lesão 
da coluna cervical. 
• A sedação deve ser evitada, exceto quando o estado de agitação do doente pode coloca-lo em 
risco. 
 
AVALIAÇÃO SECUNDÁRIA 
 
• Devem ser realizados exames seriados (escore GCS, lateralização, e resposta pupilar) para 
detectar piora neurológica logo que possível. 
• Sinal precoce de herniação do lobo temporal (do uncus) é a dilatação da pupila e perda 
de sua resposta à luz. 
• Trauma direto do olho também é causa potencial de resposta pupilar anormal e 
pode dificultar a avaliação pupilar. 
 
PROCEDIMENTO DIAGNÓSTICO 
 
• TC de urgência deve ser realizada logo que possível após a normalização hemodinâmica. 
• Repetida sempre que houver mudança no estado clínico do doente ou 24h após o 
trauma naqueles com contusão ou hematoma à TC inicial 
• Achados cruciais: hematoma intracraniano, contusões e desvio da linha média (efeito 
de massa) e obliteração das cisternas da base 
• Desvio de 5 mm ou mais = indicativo da necessidade de cirurgia para evacuar o 
coágulo ou contusão causadores do desvio 
• Cuidado com a avaliação de doentes que se encontram anticoagulados ou fazendo uso de 
antiagregante plaquetário. Deve-se reverter a anticoagulação 
 
TRATAMENTO CLÍNICO 
 
• Se ao tecido nervoso lesado for oferecido um ambiente ótimo para a recuperação, esta pode ser 
alcançada e o neurônio pode recuperar sua função normal. 
• Envolve: líquidos intravenosos, hiperventilação temporária, manitol, solução salina hipertônica, 
barbitúricose anticonvulsivantes 
 
Fluidos intravenosos 
 
• Sangue e produtos de sangue devem ser administrados conforme a necessidade, para reanimar 
o doente e para manter a normovolemia. 
• Hipovolemia nestes doentes é prejudicial 
• Não se devem usar líquidos hipotônicos. 
• Soluções que contém glicose pode produzir hiperglicemia, que se mostrou prejudicial ao cérebro 
lesado 
• Usar solução salina isotônica ou de Ringer lactato. 
• Níveis séricos de sódio devem ser monitorados 
• A hiponatremia está associada ao edema cerebral e deve ser prevenida. 
 
Hiperventilação 
 
• A normocapnia é preferida na maioria dos casos. 
• A hiperventilação age reduzindo a PaC02 e produzindo vasoconstricção cerebral. 
• A hipercapnia (PaC02 > 45 mm Hg) promove vasodilatação e aumento de pressão 
intracraniana e portanto deve ser evitada. 
• Deve ser usada somente com moderação e por período de tempo limitado. 
• Em geral é preferível manter a PaC02 em 35 mm Hg 
• A hiperventilação reduz a PIC em doentes que estão deteriorando com 
hematoma intracraniano em expansão até que a craniotomia de emergência seja 
realizada. 
Manitol 
 
• Para reduzir a PIC elevada. 
• Solução a 20% (20g de manitol/100mL de solução ) 
• Não deve ser administrado a doentes hipotensos porque manitol não abaixa a PIC em 
situação de hipotensão além de ser um diurético osmótico potente. 
• Isso pode exacerbar a hipotensão e a isquemia cerebral. 
• Para paciente normovolêmico e déficit neurológico agudo 
• Pupila dilatada, hemiparesia, ou perda de consciência enquanto o doente está sendo 
observado. 
• 1 g/kg deve ser rapidamente (por 5 minutos) em bolus e o doente deve ser 
transportado imediatamente para a realização de TC ou diretamente para a 
sala de cirurgia no caso da lesão causadora já ter sido identificada 
 
Solução salina hipertônica 
 
• Também é usada para reduzir a PIC elevada. 
• Concentrações de 3% a 23,4% e pode ser usado em doentes hipotensos, pois ela não age como 
diurético. 
 
Barbitúricos 
 
• Eficientes na redução da PIC refratária a outras medidas. 
• Não devem ser usadas na presença de hipotensão ou hipovolemia. 
• Não está indicado na fase aguda de reanimação do trauma. 
• A vida média longa da maioria dos barbitúricos também prolonga o tempo para a determinação 
da morte encefálica 
 
Anticonvulsivantes 
 
• A epilepsia pós-traumática ocorre em cerca de 5% dos doentes com TCE fechados e em 15% 
daqueles com TCE graves. 
• As convulsões agudas podem ser controladas com anticonvulsivantes, porém o uso precoce de 
anticonvulsivantes não muda a evolução das convulsões pós traumáticas de longo prazo. 
• Podem inibir a recuperação do cérebro, portanto eles só devem ser usados quando 
absolutamente necessários. 
• A fenitoína ou fosfenitoína são os agentes habitualmente empregados na fase aguda. 
• Dose de ataque para adultos é 1g EV com velocidade não superior a 50 mg/minuto 
• Dose de manutenção é 100 mg/8 horas, com titulação da dose para obter níveis 
séricos terapêuticos. 
• O diazepam ou lorazepam são usados em doentes com convulsões prolongadas, até a parada 
da convulsão. 
• A convulsão deve ser controlada tão logo possível porque convulsões prolongadas (30 a 60 
minutos) provavelmente causam lesão cerebral secundária. 
 
 
TRATAMENTO CIRÚRGICO 
 
• Pode ser necessário para lesões de couro cabeludo, fraturas com afundamento de crânio, lesões 
intracranianas de massa e ferimentos cerebrais penetrantes 
 
Lesões de couro cabeludo 
• Limpar e inspecionar a ferida cuidadosamente antes da sutura. 
• As perdas sanguíneas oriundas de ferimentos de couro cabeludo podem ser abundantes, 
especialmente em crianças 
• Pode ser controlado com compressão direta, cauterizando ou ligando os vasos maiores. 
• A presença de vazamento de LCR indica que existe laceração da dura-máter associada. 
• Coleção de sangue subgaleal pode ser interpretada como uma fratura de crânio. Em tais 
casos, a presença de fratura pode ser confirmada ou excluída por uma radiografia simples 
da região e/ou uma TC. 
 
Fraturas com afundamento de crânio 
• Geralmente deve ser reduzida cirurgicamente se o grau de depressão for maior do que a 
espessura da calota adjacente, ou se estiver exposta e grosseiramente contaminada. 
• A TC é útil para a identificação do grau de afundamento, mas, principalmente, para excluir a 
presença de hematoma ou contusão intracranianos. 
 
Lesões intracranianas de massa 
• Tratadas por um neurocirurgião. 
• Somente em circunstâncias extremas e no 
doente que apresenta deterioração rápida, 
pode-se considerar a realização de 
trepanação feita por um médico que não é 
neurocirurgião. 
• Manobra heróica, não é recomendado 
nem recebe o apoio do Comitê de 
Trauma, justificado somente quando 
não houver possibilidade de se 
conseguir o tratamento definitivo por 
um neurocirurgião. 
 
 
Ferimentos encefálicos penetrantes 
• Recomendado realização de TC 
• Radiografias simples de crânio podem ser úteis na avaliação da trajetória do projétil e 
na presença de grandes corpos estranhos e de ar intracraniano. 
• Se a TC estiver disponível, as radiografias simples não são 
essenciais. 
• Hemorragia subaracnoideia importante ou hematoma tardio devem induzir a realização de 
exame vascular por imagem. 
• Nas regiões orbitofascial ou pterional devem ser submetidos a angiografia para a 
identificação de aneurisma ou fístula arteriovenosa (A V) intracraniana traumática. 
• A presença de grandes contusões, hematomas ou hemorragia intraventricular identificadas 
pela TC, está associada a aumento da mortalidade, especialmente quando estão envolvidos 
ambos hemisférios. 
• Antibioticoterapia profilática de amplo espectro 
• A monitoração precoce da PIC é recomendada quando o clínico não é capaz de avaliar o 
exame neurológico de forma acurada; quando não está clara a necessidade de evacuar uma 
lesão em massa; ou quando os exames de imagem sugerem uma PIC elevada. 
• Objetos que penetram o compartimento intracraniano ou a fossa infra-temporal e estão 
exteriorizados (flechas, facas ou chaves de fenda) não devem ser retirados até que sejam 
excluídas possíveis lesões vasculares e que o tratamento neurocirúrgico tenha sido 
estabelecido. 
• A mobilização ou a remoção precoce de objetos penetrantes pode levar a lesão 
vascular fatal ou a hemorragia intracraniana. 
 
PROGNÓSTICO 
 
• Todos os doentes devem ser tratados agressivamente enquanto se aguarda consulta com o 
neurocirurgião. 
• Isto é particularmente verdadeiro para crianças que geralmente possuem capacidade 
considerável de recuperar-se de traumatismos que parecem devastadores. 
 
MORTE CEREBRAL 
 
• Não há possibilidade de recuperação da função cerebral. 
• Para estabelecer o diagnóstico de morte cerebral: 
• Escore na Escala de Coma de Glasgow = 3 
• Pupilas não reativas 
• Reflexos de tronco cerebral ausentes (por exemplo, óculo-cefálico, corneal, olhos de 
boneca e ausência de reflexo faríngeo) 
• Ausência de esforço ventilatório espontâneo no teste formal de apnéia 
• Estudos complementares, que podem ser utilizados para confirmar o diagnóstico de morte 
cerebral 
• Eletroencefalografia: Ausência de atividade em EEG com ondas de grande amplitude 
• Estudos de FSC: Ausência de FSC (por exemplo, estudos com isótopos, estudos com 
Doppler, estudos de FSC com xenônio) 
• Angiografia cerebral 
 
 
• Certas condições reversíveis podem imitar o aparecimento de morte cerebral 
• Hipotermia ou coma barbitúrico. 
• Por isto, o diagnóstico só pode ser considerado depois da normalização de todos os parâmetros 
fisiológicos e se não houver risco de que o SNC possa estar sob efeito de medicamentos. 
• A capacidade notável de crianças de recuperar-se de traumatismos 
craniencefálicos que parecem ser devastadores deve ser cuidadosamente 
considerada antes de estabelecer o diagnóstico 
• Exames seriados múltiplos a intervalos de várias horas são úteis na 
confirmação da impressão clínicainicial.

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