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patologia de grandes 16.05.12

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Patologia Cirúrgica de Grandes animais 				16/05/2012	Alexandra Woods
 Genital (parto)
Primeira fase 
	Relaxamento e dilatação da cérvix;
	Postura de nascimento;
	Começa a contração uterina;
	Corioalantóide entra na vagina.
Vou lembrar de obstetrícia pra vcs porque existe um erro muito grande da intervenção do veterinário de forma desnecessária, achando que existe uma distocia, por falta de conhecimento.
A primeira fase do parto é a fase de relaxamento e dilatação da cérvix. Essa fase vai variar dependendo da espécie. Um ruminante pode permanecer na primeira fase do parto relativamente longa, e gradativamente vai havendo relaxamento e dilatação da cérvix e postura de nascimento com contração uterina. 
	Vamos perceber que a vaca/cabra, está incomodada pela contração uterina. Nessa fase ocorre a insinuação de uma das bolsas que é o córion alantoide ou alantocórion, o que é isso: essa bolsa contém urina fetal, então enquanto tivermos nessa fase, teoricamente, o feto está protegido porque a vesícula amniótica não está rompida, então ele continua recebendo nutrientes maternos através dos vasos umbilicais, então não há necessidade de nenhuma intervenção. Essa 1ª fase do parto é muito mais curta numa égua. Enquanto que na vaca agente observa 6 horas ou mais as vezes nessa primeira fase do parto, uma égua não ultrapassa 2 horas nessa 1ª fase do parto e entrar na 2ª fase do parto.
É importante reconhecer essas fases e é importante deixar o animal tranquilo, as éguas por exemplo, dificilmente vão parir num período mais normal do dia. Elas vão parir ou de madrugada bem cedo ou é de noite, como é na maioria das vezes. É importante existir uma certa tranquilidade para não interromper essa fase do parto.
Segunda fase
	Continua a contração uterina
	Feto entra no canal do parto
	Começa a contração abdominal
	Âmnios entra na vagina
	Feto é expulso.
	2ª fase do parto é a fase em que ocorre a expulsão do feto, ela termina com a expulsão do feto. Essa 2ª fase do parto é que nos preocupa, porque quando ela entrou na segunda fase do parto ela tem que ocorrer e tem que correr e seguir uma sequencia lógica e contínua de ação, ela não pode ser interrompida.
Vamos perceber que é fácil diferenciar a contração uterina que provoca desconforto na 1ª fase do parto, ela as vezes não é percebida por nós que está acontecida, talvez percebemos por causa do gemido, mas nesta 2ª fase que é a fase de expulsão do feto, agente percebe as contrações porque não existe só a contração uterina, mas também existe a contração dos músculos abdominais que ficam evidentes, caracterizando bem a 2ª fase do parto. Essa contração abdominal e o âmnio na vagina caracterizam bem essa 2ª fase do parto, porque ela vai romper e vai expulsar o feto. 
É um pouco mais demorado nos ruminantes, 2 horas é tranquilo numa vaca, com o bezerro, contudo, essa fase em éguas não ultrapassa 30 minutos, é muito curto o tempo da 2ª fase do parto em éguas. Se a égua entrou na 2ª fase do parto e já se passaram 45 minutos, ela está com algum problema obstétrico e precisa de intervenção, seja por manipulação obstétrica, seja por intervenção cirúrgica porque não é normal.
Uma das coisas que ocorrem com certa frequência em éguas nessa fase, é ela colocar uma membrana amniótica extremamente espessa e o feto não consegue romper essa membrana. As vezes a égua consegue expulsar a membrana toda junto com a placenta e o feto fica ali dentro e pode até morrer ali dentro se não tiver auxilio. Não ocorre com frequência alta, mas é relatado, o professor pegou um caso desses no ano passado.
Podem se apresentar tanto de frente como de traz.
 
No caso das parturientes que tem mais de um feto como as porcas, existe um intervalo natural que se prolonga um tempo a mais. Normalmente de 10 a 15 minutos após o nascimento de um leitão, vem o outro leitão, ai vc imagina a porca com 10-15 leitões, vai dar um prolongamento um pouco maior. As vezes ocorrem distocias em parturientes como a porca por uma grande quantidade de feto, ela entrar em exaustão no esforço para parir e ai pode comprometer, e precisar de intervenção com fluidoterapia, para auxiliar no processo de fluido com flucanato de cálcio, para ajudar essas porcas no parto.
Uma coisa importante: se tem uma distocia vamos fazer uma avaliação para saber qual o melhor método a ser utilizado de forma consciente. 
Não adianta eu achar que é um problema hormonal por exemplo e eu administrar o hormônio. Na verdade eu tenho que fazer um exame para verificar tamanho do feto, apresentação fetal, tudo isso é importante e fundamental. Antes de tomar uma decisão, tenho que ter uma avaliação obstétrica segura do que está acontecendo e eu tomar a melhor decisão.
Terceira fase
	Perde-se a circulação placentária
	Ocorre deiscência e separação da placenta
	Continua a contração uterina e abdominal
	Placenta é expulsa
	Na terceira fase do parto, ocorre a perda da circulação placentária e temos a deiscência e separação da placenta. Continua a contração uterina e abdominal e a placenta é expulsa.
Expulsão da placenta:
Em ruminantes: em até 12 horas não é considerada retenção de placenta. Já para a égua, agente não aceita mais do que 2 horas para a expulsão, normalmente é muito curto esse período de expulsão da placenta, uma égua que não expulsou a placenta com 1 hora, agente já fica preocupado porque tem alto risco de ter toxemia e perda da égua por laminite ou mesmo por endotoxemia por retenção da placenta. Isso já está mais do que comprovado cientificamente.
É importante saber que:
A ocitocina é padrão para todas elas, inclusive para a porca. Para utilizar uma ocitocina como um primeiro protocolo de tratamento para a expulsão de placenta.
Se tivermos uma baixa concentração de ocitocina e ela for capaz de após a aplicação, de estimular contração uterina e expulsar a placenta e resolver o problema, acabou. 
Em caso de égua é exclusiva, a única coisa que agente utiliza e que funciona é a ocitocina.
No caso dos ruminantes e da própria porca: podemos usar as prostaglandinas, porque o corpo lúteo residual que não acontece na égua, acontece com o ruminante e com a porca, então agente usa isso para tentar romper esse corpo lúteo e consequentemente vai favorecer a expulsão da placenta.
As vezes agente associa, aplica a ocitocina e aplica a prostaglandina.
Outra coisa importante: Se a retenção ultrapassou mais do que 1 dia no ruminante e na porca, podemos usar os estrógenos e suas variantes para manter a abertura cervical para facilitar essa expulsão. Então podemos usar os estrógenos para tentar permanecer por mais tempo aberta a cérvix e favorecer a expulsão. Na égua não há necessidade!
Outra coisa importante é que todos receberão tratamento preventivo com antibióticos que tenham ação uterina comprovada. Agente sabe que as oxitetraciclinas, terramicinas, gentamicina, penicilina, cefalosporinas, etc. elas tem uma ação uterina bem marcante, então agente vai utilizar bases que vão ter concentração uterina elevada. Isso é mais importante do que tentar tirar a placenta de qualquer maneira. Em ruminantes também pode ser usado o florfenicol.
O professor faria opção por aminoglicosídeo primeiro, ex. gentamicina. Se for usar um beta lactamico ou penicilina ou cefalosporina, só se associar com um aminoglicosódeo.
O AINE é recomendada, inclusive em dose endotóxica. Então agente usa o flumexin meglumine (não serve outro!) a 0,25mg/kg q 8h.
(O corticoide não serve porque não induz parto imediato no ruminante, ele só induz parto em ruminante até 1 semana depois da indução com corticoide, então não é um protocolo seguro. É utilizado por exemplo, no caso de vacas que só vão parir em 10-15 dias e não vão aguentar, e ai eu faço essa indução a mais longo prazo, não é imediato) (Na égua nem tenta fazer porque ela não tem receptor uterino para corticoide) No equino e na porca o corticoide só serve para maturar o pulmão do feto.
O AINE flumexin meglumine vai auxiliar se houver risco de endotoxemia, e ai ele só vai ser útil se for dado em dose mais baixa (0,25mg/kg) acada 8 horas.
Em relação à tração:
A placenta que ficou retida, não foi porque houve perda da circulação. Não adianta fazer peso ou tracionar, vc pode romper essa interseção e provocar grande hemorragia uterina. Então amarrar peso, essas coisas é errado, e em égua isso é fatal. 
O que agente tem que fazer: segura a placenta, faz um peso com a mão sem exceção, e se ela estiver cedendo, vc continua fazendo um peso com a mão e vai tirando. Se não, vc corta e pronto próximo à vulva, porque se deixar pendurado para pesar, ela vai necrosar e pode haver contaminação por bactérias anaeróbias e é um grande risco que vá para dentro do útero e alem de tudo isso não vai garantir que a placenta vá se soltar, só vai se soltar quando ocorrer necrose tecidual e romper. O que agente tem que fazer é dar suporte para que não ocorra uma infecção.
Em éguas, logo após a eliminação dessa placenta retida, começamos um protocolo de infusão uterina que não precisa ser com nenhum antibiótico, pode ser só com soro. Agente infla os úteros e lava com sonda uterina e lava 2, 3 vezes e as vezes faz 3 dias de lavagem uterina, para retirar o excedente de resíduo e diminuir a possibilidade de infecção.
Decisão da manobra obstétrica ou de cesariana tem que ser feita: 
Muitas vezes chamam agente (veterinário) para intervir, mas o pião já tentou, ou alguém já fez por conta própria, ai vc chega e o feto já está morto, edemaciado, enfisematoso, etc. ai vc tem que fazer uma avaliação se houve manipulação ou não, porque a tendência do ser humano é transferir a responsabilidade para um terceiro. Não é problema do veterinário, é seu. Vc entrega o animal para o veterinário com uma situação desfavorável, e acaba sendo responsabilidade do veterinário, ai se o animal morre: ah o veterinário deixou meu animal morrer. Agente tem que ser racional, tem que ter tudo relatado. 
O que geralmente acontece é que cruzamento entre animais muito grandes e colocação do embrião em uma receptora pequena e vc não tem como fazer uma manobra obstétrica, porque é inevitável o animal morrer. Então vc tem que fazer um laudo, escrever a situação dos animais da recepção, se são adequadas ou não a receberem o embrião das doadoras. 
Não deve ser barato, não deve ser cobrado pouco. Quem tem recurso tem que pagar porque dá muito trabalho.
Cesariana:
Distocia materna
Distocia, vamos discutir que a origem é cesariana.
De origem materna: ou uterina ou abdominal. Quando o problema é de origem materna, se eles forem funcionais tipo: se não está tendo contração abdominal ou se não está tendo contração uterina, mas se o canal do parto estiver em condições adequadas de abertura e tiver espaço, agente consegue fazer a manobra obstétrica, reposicionar e fazer a tração que vai ser ensinado. Agora, se o problema está relacionado com o canal do parto como dilatação insuficiente ou vícios pélvicos, acabou, eu não consigo fazer, porque não tem passagem.
- Funcionais: se o canal do parto estiver com condições adequadas de abertura e de espaço agente tem condição de fazer manobra obstétrica
- Canal do parto: vícios pélvicos ou dilatação insuficiente. Não consigo fazer porque não tem passagem.
Os vícios pélvicos é o estreitamento anatômico do próprio animal ou em consequência de algum trauma como uma fratura de pelve que ao calcificar diminui a passagem, a e com isso fica com a abertura comprometida.
Em situações de vícios pélvicos, a cesariana vai ser obrigatória porque mesmo com o feto morto não vamos conseguir fazer nenhuma manobra obstétrica (fetotomia) se eu tenho o canal do parto estreitado por algum desses motivos.
De origem materna agente ainda tem essa situação: toxemia da gestação.
A toxemia da gestação é um distúrbio metabólico muito parecido com acetose, mas fatal para o pequeno ruminante e pode acontecer em vaca de corte. Ocorre em 3 situações clássicas:
Desnutrição no final da gestação. A ovelha e a cabra toleram desnutrição enquanto elas não entrarem no final da gestação, podem estar magras, mas quando chegar no final da gestação elas não vão tolerar porque elas vão entrar no quadro de toxemia da gestação. Porque por questões genéticas elas vão retirar rapidamente as reservas nutricionais para o crescimento fetal e ai vai faltar para elas. Elas entram no quadro de hipoglicemia e ai elas passam a não ter condições de fornecer energia para o feto, o feto morre no útero e ai o processo de toxemia pela morte fetal ocorre levando o óbito materno, tem o óbito em quase 100% dos casos. No caso de toxemia da gestação, se o tratamento clínico inicial não interromper o processo, obrigatoriamente vamos ter que induzir o parto ou fazemos a cesariana.
Em pequenos ruminantes, a desnutrição, o excesso de nutrientes, ovelhas e cabras prenhas. A ovelhas obesa no final da gestação quando o feto precisa de nutrientes, ela por ter em excesso ela acaba sofrendo um desvio ao contrario e começa a não degradar a reserva para fornecer energia para o feto e o resultado é que em obesidade elas também entram em toxemia com morte fetal.
 O estresse também, a ovelha está com escore corporal adequado, mas se entra um cão no meio das ovelhas ou vc decide fazer vacinação no final da gestação, essa manipulação pode ser suficiente para abalar o organismo desse animal e psicologicamente ele começa a produzir um distúrbio endócrino que vai resultar na endotoxemia. 
Algumas fazendas de criação de elite de ovinos, em épocas de parição fica um veterinário de plantão para intervenções cesarianas porque vc perde a parturiente, e eles ficam mais preocupados com a parturiente que tem alto valor zootécnico do que o filhote em si, e ai a cesariana é feita. Os pequenos ruminantes tem uma grande vantagem é que podemos fazer mais de uma cesariana de partos diferentes e ela continua com um alto percentual de fertilidade, diferente da vaca.
Relacionado ao feto, temos:
Tamanho, estática, questão da morte, questão hormonal, monstruosidade fetal. 
Vídeo: vemos que rompeu o alantocóide, e já estava há um tempo na 2ª fase do parto sem conseguir progresso. Então a palpação é importante para definir uma avaliação da posição do feto. A tração tem que ser simultânea com os 2 apêndices e a cabeça, então a tração tem que ser simultânea entre os 3. Tem que ter calma, paciência. Apesar de ser força muita e constante, ela não é estúpida, ela é parcial, vc pode usar uma corrente ou um gancho, e traciona a cabeça com a mão e os 2 apêndices. 
Reflexo neurológico para estimulo da respiração: Quando bate na costela a narina abre e fecha como reflexo. O que foi mostrado é que é trabalhoso, precisa de técnica, não pode ser tracionado de qualquer maneira, e dá trabalho, tem que ter paciência, tem que monitorar o feto pra ver se ele está bem, é o que define quanto tempo tem para fazer a manobra com consciência.
Manejo do feto logo no nascimento: batida na costela, vemos que a narina do bezerro abre e fecha como reflexo, então isso é muito importante esse estímulo. Uma vez que vejo que o estimulo está normal eu paro e deixo a mãe mexer. 
Depois do parto, a mãe pode ficar extremamente irritada, mas é bom ela fazer esse trabalho de lamber, estimular. Agora, temos que tomar cuidado porque não é comum após o parto distócico ou cesariana, a mãe partir para cima do bezerro e bater, podendo até matar, isso é normal, porque o animal entra em estresse e entra em agressividade. Então agente observa depois da manobra, o comportamento dessa vaca. Se ela estiver calma, lambendo o bezerro, deixa eles lá que ela vai fazer o serviço.
As laparotomias para cesariana em vacas:
Podemos usar o flanco. A laparotomia ventrolateral é aquilo que falei para vcs: a fossa paralombar está ali no triangulo com o ápice para baixo, a partir do ápice para baixo é essa ventrolateral, direito ou esquerda. 
A laparotomia ventrolateral esquerda ou direita pode ser feita em qualquer ruminante, mas agente sempre vai optar pela laparotomia ventrolateral esquerda em vacas. E em caprinos a ventrolateral esquerda ou direita, o professor prefere a direita, mas pode sertanto esquerda quanto a direita.
A outra opção é a laparotomia oblíqua esquerda. Imaginando o mesmo retângulo que agente faz a ventrolateral esquerda, eu posso optar por fazer a incisão oblíqua, ao invés de ser ela transversal. Agente pode optar por fazer a laparotomia obliqua esquerda, isso favorece um pouco a manipulação. Faço uma incisão transversal ao músculo. Isso favorece um pouco a manipulação. A obliqua é SEMPRE esquerda e NUNCA direita. 
Se vc fizer uma laparotomia oblíqua direita, as alças de delgado e intestino grosso vão sair da cavidade e vão dar trabalho na manobra.
Laparotomia mediana ventral: é descrito mas agente não faz. Mas é a laparotomia mediana ventral indicada para as éguas. 
Posso fazer uma ventro lateral em égua? Pode, mas não é a laparotomia de eleição para essa espécie.
Existe uma outra: Para mamaria: para bovino, é paralelo à glândula mamaria, tem grandes vasos ali, mas vamos desviar dos grandes vasos. Essa laparotomia para mamária é feita pelo lado direito. É indicada quando temos fetos extremamente grandes.
Observem que após a laparotomia, a curvatura maior do útero é exposto para fora da cavidade para fazer a esterotomia.
Outra coisa importante: está vindo pelos posteriores, então vamos fazer uma tração semelhante à tração que é feita semelhante a manobra obstétrica. Eu posiciono o feto e faço a tração, ele vem com os posteriores. 
Laparotomia na fossa para lombar esquerda ou direita: agente não usa, porque: o útero vai estar pesado, mesmo para caprino é complicado porque eu vou ter que estar tracionando o útero para cima com o feto pesado. Então vamos fazer a ventro lateral que é melhor, que pode ser direita ou esquerda. Quando é obliqua é esquerda.
Toxemia da gestação: pode fazer cesariana ou a ovelha vem a óbito. O feto vai vir a óbito porque não é viável a sobrevivência. Não induzo o parto porque pode ser que a indução do parto ocorra depois de 48-72 horas e ai não serve porque a cabra/ovelha não aguentar, por isso temos que fazer a cesariana. Nesse caso o feto não é mais importante, a parturiente é mais importante, porque vc não vai conseguir manter os 2 vivos e com isso vc vai ter que fazer essa escolha e na toxemia da gestação a decisão tem que ser muito rápida.
	Após a cesariana vai ser feita a ráfia do útero sempre em 2 camadas: uma contaminante que pega todas as camadas do útero, e façam isso sempre com pontos simples e separado, pois é mais seguro e provoca menos isquemia. Depois vcs fazem uma sutura que é o cushing ou lambert invaginante para sepultar aquela primeira linha de sutura contaminante, e usem fio absorvível, se não tiver pode usar nylon. O professor não utiliza catgut em pequenos ruminantes pois é comum deiscência de sutura e reação, então podemos usar o catgut em vaca, mas o melhor é usar o polyglactin, vicryl, etc. Não usar algodão, ceda, mas pode usar nylon.
Protocolo de anestesia
Pequenos ruminantes e grandes ruminantes: vamos trabalhar sempre com bloqueios regionais, ou com infiltração local na própria linha da laparotomia. Anestesia local regional, que é a infiltração local na linha de incisão, associado a bloqueio para vertebral.
O que é o bloqueio para vertebral: quando agente faz epidural seja ela baixa ou alta, eu estou bloqueando direto um nervo da própria medula, então temos uma parada bilateral da função. Já quando eu faço para vertebral, eu só tenho a parada da ação e função dos nervos e só daquele lado, porque agente bloqueia depois que o nervo saiu da medula, por isso é para vertebral, ele está fora da vértebra já. E como agente faz isso no caso de ruminantes: bloqueamos o 13º nervo torácico (pois ele tem 13 costelas), ele passa a frente da apófise da L1, vamos bloquear o 1º nervo lombar, o L1 que passa a frente de L2, e vamos bloquear o 2º nervo lombar que passa à frente de L3. Então vamos bloquear T13, L1, L2, que é suficiente para as laparotomias de flanco inclusive baixo. 
Mas nós precisamos complementar, porque o torácico lateral que sai da região do codilho ele abre com ramificações em leque e vai à direção na parte lateral toda do abdômen. Então é um bloqueio para vertebral mas o torácico não, então agente faz no 5º ou 6º espaço intercostal, e agente faz o bloqueio peri neural em cima dele, SC. Com isso agente tem paravertebral e torácico lateral, o que é suficiente para a maioria das laparotomias em ruminantes.
Quando agente faz laparotomias mais baixas como a para-mamária, ai é complicado, agente faz do lado a para vertebral, faz a torácica lateral e é obrigado a fazer na linha de incisão ou em torno daquela área porque tem pequenas ramificações ali. 
Sedo ou não sedo? 
Depende muito, se estou com vacas mansas e ovelhas mansas eu não sedo. Agora, se o animal estiver dando trabalho, podemos dar algum sedativo, o que podemos usar: 
O alfa 2 agonista acaba provocando depressão no feto. Não é o de escolha, mas agora se estou com receptoras muito agressivas não tem jeito, é provável que tenha que se usar.
Em pequeno ruminante o que o professor faz: usar butorfanol associado à alfa 2 agonista, porque na associação eu diminuo a dose do alfa 2 agonista (faço 0,1mg/kg) e uso o butorfanol associado. 
Podemos usar também o alfa 2 agonista com os benzodiazepínicos como o diazepam ou midazolan, deixa bastante tranquilo.
Quando eu uso relaxante muscular associado ou não a butorfanol ou a um benzodiazepínico, a intervenção cesariana é muito rápido. Se puder faço tricotomia antes, faço bloqueio regional antes e ai eu entro com o relaxante muscular e com o benzodiazepínico. Ai imediatamente inicio a cesariana o mais rápido possível. Quero retirar o feto rápido possível para evitar o sofrimento fetal. 
As vezes, eu contenho a ovelha, faço o bloqueio regional e inicio toda a manipulação de cesariana mesmo com a epidural dá desconforto abdominal, a mulher mesmo com epidural sente desconforto abdominal, sente muita pressão na manipulação, mas é tanto movimento que não há manifestação disso em relação a dor, por isso que tomamos o benzodiazepínico para dar uma certa esquecida daquele momento da manipulação no parto. O que agente faz: faz a esterotomia, retiro o feto 
Assim que retira o feto, já tem alguém preparado para fazer a sedação, aplicar o alfa 2 agonista com ou sem o benzodiazepínico ou com butorfanol que ai ela entra no relaxamento mas eu já retirei o feto, e ai eu não me preocupo mais com ela.
Normalmente o butorfanol e o alfa 2 agonista é suficiente e mais o bloqueio regional.
A grande vantagem das anestesias regionais é que não tem duvida, ela compensa por questão de bem estar e sobrevida de recuperação, pois a vaca sai ali na mesma hora pronta para comer, andando, etc. não temos decúbito prolongado e complicação por conta da recuperação anestésica, etc. então quando posso fazer com bloqueio regional eu opto pelo bloqueio regional.
	Qualquer intervenção cesariana é considerada parto distócico e é considerado sofrimento fetal e baixa viabilidade fetal. Eu nunca entro preocupado com o feto, sempre preocupado com a parturiente, sempre faço a escolha pela mãe primeiro. Porque se priorizar o feto vamos perder a mãe e o feto muitas das vezes. 
É importante que se faça a hidratação do animal depois, cuidar disso é importante.
Em relação a porca: é ótimo a cetamina com diazepam ou midazolan. 
A xilazina e o acepram deprime demais, mas pode fazer. 
A cetamina é dissociativa, então é uma droga de escolha na cesariana porque causa pouca depressão fetal por depressão respiratória e circulatória. Então é indicado para porca que vai fazer cesariana, vc pode fazer cetamina com diazepam. Pega um cateter e põe na orelha, e deixa gotejando a fluido com a cetamina, faz o local, dissociativo e álcool. Geralmente agente faz no abdômen do flanco da porca oblíquo em relação a cadeia mamaria, porque ai expõe a curvatura maior. Se puder abrir o útero na interseção dos 2 cornos é melhor porque vc vai tirando os placentinhas dos leitões separados. 
Égua: anestesia geral. Em cavalo tem que ser. O professor fez uma vez em estação paravertebral,só que ali ela tem 18 costelas, então é o 18º torácico que agente bloqueia. Mas é complicado nessa espécie. 
Em relação ao pós operatório:
Ruminantes: 
Vamos fazer aquele mesmo grupo de antibióticos que tem ação uterina por 10 dias.
AINE: 5 dias (é aconselhável para dar um pouco mais de conforto)
Dieta adequada
	Fluidoterapia no 1º dia se necessário no primeiro dia para ambos.
Em equino:
O mesmo protocolo, tem que ter AINE, e tem que ter ATB. 
	Fluidoterapia no 1º dia se necessário no primeiro dia para ambos.
Fluidoterapia no 1º dia se necessário no primeiro dia para ambos.
Uma coisa importante é que nessa distocia elas perdem muito cálcio e muita energia então é importante uma fluidoterapia com fluconato de cálcio e glicose. Para um animal de 500kg, entre 50 a 150 ml de fluconato de cálcio a 23% é suficiente, agente divide em soros e gotejando para não dar arritmia cardíada.
A glicose é 1g/kg. Pois a fêmea entra em exaustão, e por isso fazemos a glicose.
Performance reprodutiva:
Em égua: Não tem dados estatísticos tão seguros porque as cesarianas não são algo corriqueiro nessa espécie, não tem um numero de casos significativos. Na maioria das vezes, as pessoas acabam tirando essa égua da reprodução depois de tanto trauma por uma situação dessas.
Ao professor foi fazer uma cirurgia numa égua que teve problema de parto (laceração retal), ela saiu, ela continua na reprodução mas tira embrião e põe na receptora, e assim ela não vai parir mais, isso é muito comum em equinos.
Bovinos: em bovino, temos um dado inconstante que vai variar de 40-60% de infertilidade pós cesariana, é um índice alto. Então agente costuma dar um prazo de 4 meses para essa vaca conceber de novo se não ela é descartada.
Suínos: Em suínos, a fertilidade é pouco abalada numa intervenção cesariana bem feita. Só que a porca é descartada imediatamente, porque ninguém continua com uma porca na reprodução que precisou de intervenção cesariana pois não compensa no sistema de produção, então é descartada.
Pequenos ruminantes: Em pequenos ruminantes continua numa boa, principalmente em casos de toxemia.
Prolapso vaginal/cervical
Existe varias coisas relacionadas a isso: inflamação, questão hormonal, tração excessiva, fetos muito grandes, idade avançada de parturientes que já tiveram vários partos, etc.
O que agente faz de um modo geral: vamos identificar se é prolapso vaginal, se é prolapso cervical ou se é prolapso uterino. 
Esse prolapso pode acontecer antes ou após do parto, tanto imediato quanto tardio. Não é incomum termos situações de prolapso vaginal acontecendo antes do parto. Vamos ter que intervir em todos eles. 
Normalmente o bloqueio anestésico, (ruminantes), vamos fazer uma epidural baixa entre C1 e C2 ou entre a ultima sacral e a 1ª coccidia. Podemos utilizar uns 2ml a 2% sem vasoconstrictor de lidocaína para uma vaca de 400kg. Depois da antissepsia com soro com antisséptico e mais soro puro para lavar, vamos fazer uma devolução do conteúdo prolapsado da cérvix, e ao desfazer o prolapso, temos que desfazer completamente senão ele vai retornar. Desfez o prolapso, pode ser utilizado uma sutura semelhante a bolsa de tabaco, SC, entre a junção muco cutânea (não atravessa a parte da mucosa da vagina) fazendo um U para fechar um pouco essa abertura. Se os estímulos continuarem, não vai ser a sutura que vai impedir, principalmente os prolapsos vaginais só vão se resolver pós parto.
No prolapso uterino temos uma coisa, tem na literatura, para a cérvix da vaca, uma sutura que vc passa na junção mucocutâneo (sem ir na luz) até lá em cima e depois passa com a fita e ai fecha e deixa só um dedo para evitar o prolapso de novo. Os autores recentes mostram com clareza que se uma vaca teve prolapso e eu desfiz completamente, vamos ter uma total recuperação sem necessidade de sutura, não vai prolapsar de novo. Assim diz, e é verdade.
Toda vez que corrige um prolapso e volta a prolapsar, vc pode ter certeza que há comprometimento do órgão e é inviável a permanência desse órgão e esse é o problema. Porque o certo seria se foi desfeito completamente, não deveria retornar. Então não adianta pegar e refazer esse processo, vai prolapsar de novo e ela vai entrar em toxemia com a necrose tecidual e vai vir a óbito, então eu tenho que amputar, nem que seja para o abate depois ou usar como pet. Eu não devolvo isso e faço a laparotomia, eu vou fazer a amputação por trás, assim como se faz a amputação retal.
Faço a epidural. A uretra é uma preocupação para não ocorrer nenhum dano, podemos até colocar uma sonda na uretra para ficar como guia durante o procedimento e não danificar a uretra. Coloco uma agulha (são 4 agulhas) e ai fica no formato de cruz, para que na hora em que eu amputar, não retrair e abrir. Então o que agente faz: mantém essas agulhas como ponto, e ai começa a amputação. Gradativamente vamos amputando, ligando os vasos e fazendo as ráfias. No final temos o coto uterino ao contrario, vou fazer a sutura e depois faço a sutura invaginante, só que estou fazendo de dentro para fora. Ao invés de fazer a histerectomia pela cavidade onde eu estaria fazendo a sutura pela serosa, nesse caso estou suturando da mucosa para a serosa porque está prolapsado.
Xilazina + butorfanol + epidural. 
Uma coisa que o professor faz: Podemos botar compressa, botar gelo para diminuir, mas uma coisa que ajuda a diminuir o edema para diminuir o prolapso é tirar o líquido que está na mucosa, então eu encho açúcar e deixo uns 15 a 20 minutos, depois lavo com soro fisiológico e depois tento desfazer o prolapso. 
O professor tentou fazer com bloqueio epidural na égua em estação mas não dá, é muita tensão, e se estiver com muita tensão pode romper o útero. Com isso faço um protocolo de anestesia: EGG: acepromazina, xilasina, cetamina e midazolan, ela deita, e ai desfaço o prolapso, confiro os cordões uterinos se estavam em posição, e acabou. Tiro da anestesia, ela levanta e fica bem. Faço a bolsa de tabaco por segurança, mas não precisa quando vc desfaz e não tem alteração.
Prolapso uterino e eversão
- Logo após o parto ou horas antes
- Inverno, outono e feche do leite
- Etiologia incerta
- Pode ser precipitado
- Tratamento
Tem que fazer antisepsia, tem que diminuir edema, fazer anestesia epidural para relaxar. E se precisar, uso o alfa 2 agonista para associar e ai desfaço o prolapso.
Em vaca: Antissepsia, anestesia epidural entre C1 C2, depois vai fazer a manipulação para desfazer o prolapso e vai fazer uma sutura em bolsa de tabaco em volta da vulva deixando espaço de um dedo.
Vulvoplastia
É muito comum em égua.
É uma cirurgia para impedir a entrada de ar que está levando a endometrite e metrites em éguas. 
É uma cirurgia relacionada a obstetria em éguas.
O que agente faz: é só um bloqueio infiltrativo local. Mas devemos sedar a égua com alfa 2 agonista associado ou não com acepromazina e mais o bloqueio local. 
Ai sabemos o procedimento:
Vamos fazer a técnica de Caslik modificada. Vamos fazer um corte na junção muco cutânea lateral e vamos entrar divulsionando. A técnica de Calisk é só essa sutura, mas só a sutura não é suficiente na maioria dos casos, então o que agente tem que fazer: agente divulsiona um pouco para que a mucosa afaste mais da pele e ai desça um pouco mais o teto da vagina e ai vamos fazer a sutura. 
Lembrando que vai ficar muito espaço morto, então vamos fazer uma sutura mais profunda em U para depois fazer uma linha de sutura mais superficial com nylon.
A vulvoplastia não tem nada a ver com prolapso uterino.
Quando vc afasta a mucosa, vai ficar uma profundidade, então eu tenho que entrar com a agulha profunda e depois vir superficial fazendo suturas laterais em U, e depois vou fechar essa pele com ponto simples separado, com nylon.
Quando vc faz esse procedimento, vc tem um pós operatório fantástico, não tem deiscência de sutura, dura em torno de 15 dias.
Tem que fazer antibiótico preventivo, soro anti tetânico e manda fazer a limpeza local.
Mas faz uma cobertura de atb por 7 dias e anti-inflamatório por 3.
A vulvoplastiadeve ser feita pelo menos 15 dias pós parto. Evitar fazer muito próximo do parto porque vai estar muito edemaciado e o tecido muito inflamado recentemente após o parto.
A égua pode ter uma vulva de tamanho normal, mesmo assim pode acontecer.
Não é uma técnica usada para vaca, só para égua. Porque na égua, a cérvix é aberta, a abertura é muito grande proporcional.
O ruminante fecha mesmo porque o espaço é muito estreito e o muco fecha. Na égua o tampão mucoso não.
A égua vai sugar ar e levar bactéria para o vestíbulo e consequentemente para a cérvix e útero, e ai o caso de endometrite é certa.

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