Peça 8 tributário - ação declaratória (1)

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AO JUÍZO DE UMA DAS VARAS DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DE SÃO PAULO
TICIO ROMANO, nacionalidade, profissão, estado civil, inscrito no CPF sob o nº ... e no RG sob o nº ...., residente e domiciliado ao endereço ...., vem por intermédio de seu patrono que esta subscreve (procuração anexa) com endereço profissional à rua ...., propor a presente 
AÇÃO DECLARATÓRIA DE INEXISTÊNCIA DE RELAÇÃO JURÍDICA TRUBUTÁRIO
Em face da UNIÃO, pessoa jurídica de direito público sediada no endereço ..., com base nos fatos e direito que passa a Expor.
DOS FATOS
Em breve exposição dos fatos, o Autor, Sr. Tício Romano, firmou acordo extrajudicial para receber indenização por danos materiais (dano emergente) da empresa ABC LTDA. 
No entanto, tal empresa entende que deve pagar a referida indenização ao Autor retendo do valor bruto o imposto sobre a renda na fonte IRRF, de modo que o Autor apenas receberia o valor líquido, sendo deduzido o valor do imposto. 
Porém, tal entendimento da referida empresa encontra-se totalmente desconectado com a legislação e o entendimento jurisprudencial, uma vez que é sólido o entendimento de que não incide imposto de renda sob indenização de cunho moral ou emergente, conforme passará a expor.
Desta forma, não restou alternativa ao Autor se não ajuizar a presente, a fim de afastar completamente qualquer retenção de IR do valor de sua indenização, uma vez que tal retenção seria indevida.
DO DIREITO
Conforme determina o Artigo 153, II da Constituição Federal, o imposto de Renda é um tributo constitucional, e válido, enquanto o art. 43 e seus incisos do Código Tributário Nacional determinam que tal imposto deve incidir sobre a renda e proventos, de forma que incide sobre os acréscimos patrimoniais.
Ocorre que, tanto a indenização por danos emergentes como a indenização por danos materiais não são consideradas renda, provento ou acréscimo patrimonial, desta forma, não deve incidir Imposto de Renda sobre os danos emergentes. 
Sobre os danos morais, inclusive, a súmula 498 do STJ deixa claro que não incide imposto de renda sobre a indenização por danos morais 
Desta forma, é imprescindível que a presente ação declaratória seja deferida, para afastar qualquer tipo de cobrança de imposto de renda sobre a indenização, uma vez que tal cobrança seria ilegal.
DA TUTELA DE URGÊNCIA
Conforme demonstrado acima, resta claro que é indevida qualquer retenção de imposto de renda na fonte sobre os danos morais e emergentes, e isto conforma o os elementos que evidenciam a probabilidade do direito contidos no artigo 300 do Código de Processo Civil, que autoriza a concessão da tutela de urgência. 
Além disso, configura-se o perigo de dano uma vez que se não concedida a tutela de urgência, será muito difícil conseguir a devolução o valor pago.
DOS PEDIDOS
Com base no acima exposto, requer-se
I. A concessão da tutela de urgência para afastar de pronto qualquer retenção de IR sobre os valores a serem pagos
,
II. A Procedência do pedido em declarar a inexistência de relação jurídico tributária, 
III. A condenação da parte contrária em arcar com as custas e honorários advocatícios,
IV. Requer a produção de toda e qualquer prova permitida no direito, 
V. Informa ter interesse em audiência de conciliação para tentativa de acordo.
VI. Dá-se a causa o valor de ...
Nestes termos,
Pede deferimento
Local, data
Advogado
OAB UF nº ....