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Concentração e patologia espermática

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–
 
 
 
 
 
 
A concentração representa a quantidade de 
espermatozoides que o animal ejaculou. 
Para medir, devemos seguir alguns passos: 
 
 
Diluição: 
Se a amostra fosse colocada em solução fisiológica, o 
espermatozoide ficaria vivo e não seria possível contá-los 
devido a sua movimentação. Por isso diluímos em água, já que 
o espermatozoide morre e fica “parado” para contarmos. A 
temperatura da solução é indiferente. A proporção do 
diluente muda de acordo com as espécies.
a. Equinos: 1:20 
b. Bovino: 1:200 
c. Cão: 1:100 
d. Ovino: 1:1000/1:800 
Quanto mais concentrado é o sêmen, maior a proporção de 
diluente adicionada. Se errarmos na proporção e diluirmos 
muito o sêmen, não veremos espermatozoides, levando a 
pensar erroneamente que o animal tem azoospermia. E ao 
contrário, se não diluirmos o sêmen, ficará tão concentrado 
que os espermatozoides ficarão sobrepostos. 
1:800 
 
: pode ser 1mls, 1 tampa etc., é uma escolha do 
responsável pelo exame. Porém, é essencial que se use a 
mesma medida e quantidade para todo o processo. 
Usualmente se usa a medida de microlitro, pois é mais precisa 
na pipeta e exige menos quantidade de sêmen. 
Então, 1 parte = 20 microlitros = 0,02mls. 
Ou seja, as 800 partes seriam 16 mls. 
Se colocarmos 16mls de água seria igual as 800 partes, porém, 
o correto são 799 partes de água. Para ajustar essa 
diferença de “1”, nós tiramos uma parte (que são 20 
microlitros). As 799 partes de água seriam 15,98mls, porém, 
esse é um valor muito difícil de se puxar na pipeta, e por isso 
retiramos depois os 0,02mls. 
16mls de amostra = 800 partes: 0,02mls de sêmen (1 parte) 
+ 15,98 mls de água. (799 partes). 
Esse conteúdo deve ser colocado em uma câmara de 
Neubauer 
Câmara de Neubauer: 
 
 
 
 
 
 
 Deve-se saliva nas duas colunas laterais para 
grudar e aderir 
 Coloca-se uma lamínula em cima 
 Cola-se a solução diluída abaixo da lamínula. 
Na lâmina da placa de Neubauer há a parte com colunas e 
a parte com quadrados. : 40x 
 Parte com colunas: 
 
 Parte com quadrados: Cada grande quadrado tem 
4 colunas e 4 fileiras. 
 
 Cuidado para não confundir com os quadrados que 
não são 4x4, e são lisos: 
 
O sêmen colocado abaixo da lamínula irá preencher esses 
pequenos quadrados. 
 Para a avaliação, contamos 5 quadrados grandes: 
sempre os da extremidades e o do meio:
 
 
 
1 parte de sêmen 
799 partes de H2O (água). 
 
Saliva Saliva 
Sêmen diluído 
–
Então deve ser feita a contagem de todos os 
espermatozoides que estão dentro desses 5 grandes 
quadrados. 
Porém, devemos lembrar que um quadrado tem 4 lados e 
as vezes o espermatozoide pode não estar exatamente 
dentro do quadrado, e pode estar encostando apenas nas 
bordas, gerando a dúvida de se ele deve ser ou não contado. 
Para, na análise deve-se ser estipulado 2 lados do quadrado 
em que se o espermatozoide estiver encostado deve contar 
e 2 lados de que se ele estiver encostado não deve ser 
contado. 
 
 
 
 
 
A contagem de “encostar” ou não é feita a partir da cabeça 
do espermatozoide, independentemente de o corpo estar 
para fora ou para dentro. Se ele encostar a cabeça no L que 
não foi escolhido, mesmo se estiver para dentro do quadrado, 
não iremos contar ele. 
 
Exemplo: nessa imagem, tudo que 
contamos está em verde, e o que 
não contamos está em vermelho. 
: entre uma câmara e 
outra, a diferença de quantidade 
de espermatozoides não pode ser 
maior que 15%. 
Cálculo: 
Agora, com a contagem dos espermatozoide iremos aplicar 
uma fórmula: 
A câmara de Bauer tem dois lados justamente para termos 
uma média: conta-se 5 quadrados de uma câmara, e 5 
quadrados da outra. 
 (câmara A + câmara B) /2. 
em uma avaliação de concentração espermática foi 
contado 120 espermatozoides em uma câmara e 140 
espermatozoides na outra câmara. 120 + 140/2 = 260/2 = 130 
Com esse número da média, aplicamos na fórmula: 
[] (concentração) = média (média da câmara A e câmara B) 
x 5 (pois são 25 quadrado em cada câmara, e só fizemos a 
contagem inicial em 5) x 10 (é a altura entre lamínula e a 
câmara em milímetros cúbicos) x fator de diluição 
(proporção variável entre as espécies) x 1000 (valor fixo para 
que o resultado seja convertido de milímetros cúbicos para 
ml). 
[] = Média x 5 x 10 x fator de diluição x 1000 
: média de concentração em 130 de um ovino, em que 
a proporção de diluição foi de 1:800. → 130 x 5 x 10 x 800 x 
1000 → 5.200.000.000 espermatozoides por ml. 
Como é um número muito grande, deve-se passar para 
potência, facilitando a leitura. 
 Nesse caso 5.200.000.000 bilhões = 5,2x10^9 
 10^6 = milhões 
 10^9 = bilhões 
Exercício 1: 
Deseja-se saber a concentração espermática total de um 
ovino. Na 1 câmara contou-se 420 espermatozoides e na 
segunda câmara 480 espermatozoides. O volume ejaculado 
foi de 2mls. Qual a concentração total? A diluição utilizada 
é de 1:800. 
 [} = Média x 5 x 10 x diluição x 1000 
 Como é um ovino, a proporção de diluição é 1:800 
 Média = 480 + 420/2 = 900/2 = 450 
 [] = 450 x 5 x 10 x 800 x 1000 
 [] = 18 000 000 000 = 18x10^9 sptz/ml 
 Porém, essa não é a concentração total, e sim em 
1 ml. 
 Esse animal ejaculou 2 ml, e portanto, a 
concentração total do ejaculado é de 36x10^9 (36 
bilhões de espermatozoides) 
Exercício 2: 
Qual a concentração espermática de um equino com volume 
ejaculado de 140mls. Na primeira câmara há 100 
espermatozoides e na segunda há 34 espermatozoides 
 Média = 100 + 34 /2 = 134/2 = 67 
 Como é um equino, a proporção da diluição é de 1:20 
 [] = 67 x 5 x 10 x 20 x 1000 
 [] = 67 000 000 = 67x10^6 sptz/ml 
 A concentração total é a concentração por ml x o 
volume de 140. 
 67.10^6 x 140 = 9.380.000.000 = 9,38x10^9 
 [] total = 9,30x10^9 sptz 
 
 
 
A patologia espermatiza tem diversas causas entre as 
afecções reprodutivas do macho. Elas geram erros na 
morfologia dos espermatozoides. 
hernia inguino-escrotal, epididimite, 
degeneração escrotal. 
Porém, nem sempre tem que haver uma patologia 
reprodutiva para gerar patologias em espermatozoides. Há 
uma quantidade comum aceita de espermatozoides 
defeituosos em um ejaculado que ainda assim não o torna 
inviável. 
Para observar as patologias, montamos duas lâminas: 
1º. Ver defeitos de cabeça 
2º. Ver defeitos de cauda. 
Com as duas lâminas prontas contamos 200 células 
espermáticas e avaliamos se estão normais ou não. Assim, 
teremos um número de células saudáveis e o número de 
células defeituosas. 
 
 
 
 
Se o espermatozoide 
encostar aqui, 
devemos contar 
Se o 
espermatozoide 
encostar aqui, 
NÃO devemos 
contar 
 
–
 200 é o total contado = 100% 
 N = número de defeituosos. 
 
200 espermatozoides ---- 100% 
4 espermatozoides ------- x% 
Nesse exemplo o resultado é 2%, o que é aceitável. Para 
equinos, o máximo aceitável é de até 30%. 
Patologias: 
São divididas em: 
 Não compromete diretamente a fecundação. 
Ele não conseguira chegar de qualquer forma ao ovulo, e 
assim, não impedira que o espermatozoide bom chegue e 
fecunde. 
 Comumente são defeitos de cauda, que impedem a 
locomoção. 
 compromete a fertilização de outros 
espermatozoides, como se ele competisse com os bons 
espermatozoides. Nesse caso, ele pode chegar até o ovulo, 
porém, devido ao seu defeito, não é capaz de fecundar, e 
assim, acabou impedindo que o bom fizesse esse caminho. 
 Comumente são defeitos de cabeça. Problemas de 
acrossoma, DNA etc. 
1) esfregaço com coloração de panóptico: 
 Serve para ver defeitos de cabeça. 
 
 necessária em espécies que tem o sêmen muito 
concentrado. A quantidade varia, sendo que o importante é 
que se consiga observar individualmente cada célula sem 
sobreposição. 
 Pegamos a lâmina aquecida a 37 graus e uma 
amostra de sêmen. 
 Pingamos uma gota e colocamos na ponta da 
lâmina. 
 Fazemos o esfregaço. 
 Esperamos o esfregaço secar. 
 Fazemos a coloração de panóptico: 
 
 Depois, deixamos gotejarágua na torneira sobre a 
lâmina para tirar o excesso. 
Agora deixaremos a 
amostra toda secar 
para observar no 
microscópio (lente de 
aumento 40). 
Iremos contando até 
que totalizem 200 
células, buscando 
defeitos de cabeça. 
Essa imagem é um exemplo de coloração. Nesse caso não há 
cabeças defeituosas, todas as células estão saudáveis. 
2) Câmara úmida. 
 Para ver defeito de cauda. 
 Devemos ter cuidado as baixas temperaturas, pois 
com o choque térmico o espermatozoide se encolhe 
e a cauda dobra, e assim estaríamos causando a 
patologia do espermatozoide indiretamente. 
 A 37 graus 
 Diluir em formal salina: a quantidade depende da 
espécie: 
− Menos concentrada: menos formal 
− Mais concentrada: mais formol 
 Ao redor da gota selamos com esmalte para que 
seque ao redor e o meio permaneça úmido, de forma 
que o formol fixe o espermatozoide. 
 Colocamos uma gota do sêmen com formol bem no 
centro da lâmina. Sobre ela coloca-se uma 
lamínula. 
 Esse processo de fixação demora até 24hrs. 
Vemos os defeitos de 
cauda: 
a. Cauda 
fortemente dobrada 
b. Cauda 
levemente dobrada. 
No microscópio olhamos 
quantos normais há e 
quantos alterados. 
 
A ponta da seta indica uma cauda com defeito. 
Exemplo de diluição e proporção em cão: 
• 1:100 
• 1 -------20 (0,02mls) 
• 100 --- X (mls) 
• X = 2mls. 
Esses 2mls são as 100 partes. Para isso, devemos tirar na 
pipeta os 0,02mls de água, que serão substituídos por uma 
parte, ou seja, 0,02mls (20 microlitros) de sêmen. 
Exemplo de resultado de concentração de um 
equino: 
Em cada palheta de sêmen vai de 100 a 200 milhões de 
espermatozoides., tendo um volume de 0,5ml. Se o resultado 
da concentração for de 86x10^6 sptz/ml, quer dizer que em 
0,5mls há 43x10^6. Isso significa que esse sêmen teve um mau 
congelamento, já que ele tem menos da metade do 
recomendado (que seria de 100 a 200 milhões).

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