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DIREITO-SOCIETÁRIO

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SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................................... 4 
2 CONCEITO .............................................................................................................. 5 
3 PRINCÍPIOS DO DIREITO SOCIETÁRIO................................................................ 7 
3.1 Princípio da Liberdade de Iniciativa ....................................................................... 7 
3.2 Princípio da Liberdade de Concorrência ............................................................... 8 
3.3 Princípio da Função Social da Empresa ............................................................... 9 
3.4 Princípio da Preservação da Empresa ................................................................ 10 
3.5 Princípio da Autonomia Patrimonial da Sociedade Empresária .......................... 11 
3.6 Princípio da Subsidiariedade da Responsabilidade dos sócios pelas obrigações 
sociais.............. ......................................................................................................... 11 
3.7 Princípio da Limitação da Responsabilidade dos Sócios pelas Obrigações 
Sociais............. .......................................................................................................... 12 
3.8 Princípio Majoritário das Deliberações Sociais .................................................... 12 
3.9 Princípio da Liberdade de Associação ................................................................ 13 
3.10 Princípio da Proteção do Sócio Minoritário ........................................................ 13 
3.11 Princípio da Autonomia da Vontade .................................................................. 14 
3.12 Princípio da Inerência do Risco ......................................................................... 14 
3.13 Princípio do Impacto Social da Crise da Empresa ............................................ 15 
3.14 Princípio da Transparência (nos processos da empresa em crise) ................... 16 
3.15 Princípio do Tratamento Paritário dos Credores ............................................... 16 
4 SOCIEDADES EMPRESÁRIAS ............................................................................ 16 
5 SOCIEDADE SIMPLES ......................................................................................... 18 
6 TIPO DE SOCIEDADE ........................................................................................... 19 
6.1 Sociedades dependentes de autorização............................................................ 20 
6.2 Sociedade nacional ............................................................................................. 22 
 
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6.3 Sociedade estrangeira ........................................................................................ 22 
6.4 Sociedade entre cônjuges ................................................................................... 23 
6.5 Sociedade rural ................................................................................................... 23 
7 PERSONALIZAÇÃO JURÍDICA DAS SOCIEDADES ........................................... 23 
8 CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES EMPRESÁRIAS ...................................... 24 
8.1 Sociedades limitadas e sociedades anônimas .................................................... 24 
9 SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS .............................................................. 25 
9.1 Sociedade em comum ......................................................................................... 26 
9.2 Sociedade em conta de participação .................................................................. 28 
10 SOCIEDADES PERSONIFICADAS ..................................................................... 30 
10.1 Sociedade em nome coletivo ............................................................................ 31 
10.2 Sociedade anônima ........................................................................................... 32 
10.2.1 Ações............ ................................................................................................. 37 
10.3 Sociedade Limitada ........................................................................................... 39 
10.4 Sociedade comandita simples ........................................................................... 41 
10.5 Sociedade simples ............................................................................................ 43 
10.6 Sociedade em comandita por ações ................................................................. 44 
11 TEORIA DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA ............ 45 
11.1 Teoria da desconsideração da personalidade jurídica no Brasil ....................... 46 
12 BIBLIOGRAFIA ................................................................................................... 47 
 
 
 
 
 
 
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1 INTRODUÇÃO 
 
Prezado aluno, 
 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante 
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um 
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma 
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é 
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a 
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas 
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em 
tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa 
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das 
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que 
lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
 
 
Bons estudos! 
 
 
 
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2 CONCEITO 
A economia está ligada ao direito societário, isso porque a partir de um vínculo 
criado entre pessoas e com o acordo de vontade entre as partes, automaticamente se 
tornam obrigadas a contribuir, seja verbal ou escrito, o objetivo é atingir um resultado 
de lucro incerto, devido à inerência do risco em toda atividade negocial. O direito rege 
normativamente a economia, o que de certo modo garante a segurança da atividade 
negocial. 
Pode-se conceituar sociedade como uma junção de esforços entre pessoas, e 
empresa é a atividade que conjuga os fatores de produção, com objetivo de obter lucro 
através do fim social de desenvolver a nação. A vista disso, a sociedade empresária 
é uma pessoa jurídica que manifestará sua vontade através das pessoas naturais, 
seja pela lei ou atos constitutivos, quais sejam o contrato social ou estatuto. 
A movimentação do capital social é que gera a movimentação da economia, 
possibilitando o desenvolvimento e crescimento da nação, ao gerar empregos, 
capitais, tributos, etc. Sendo assim, o direito e a economia precisam estar 
entrelaçados, de maneira que o direito compreenda e acompanhe as mudanças e os 
desenvolvimentos econômicos, sem perder a essência de suas normas. 
Dessa forma, assim como o ordenamento confere capacidade à pessoa 
humana, reconhece também capacidade a esses organismos criados pela vontade de 
duas ou mais pessoas, visando a consecução de um fim, através da criação da pessoa 
jurídica. E essa entidade nasce da celebração de um pacto chamado contrato de 
sociedade. 
O contrato de sociedade é um negócio jurídico plurilateral, onde duas ou mais 
pessoas se reúnem com vontade convergente para a realização com mesma 
finalidade. Um contrato entre duas ou mais partes, cujas prestações de cada uma 
reúnem-se para obter objeto comum. Diferente do que acontece nos contratos 
bilaterais em geral, em que a prestação de cada parte realiza-se diretamente ao 
interesse
da outra. Já nos contratos de sociedade o interesse de cada um somente se 
 
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realiza como consequência da atividade comum, para a qual estão destinadas às 
prestações. Refere-se a um contrato de contribuição. 
O art. 981 do Código Civil, trata da contribuição na formação do contrato de 
sociedade que pode ser em bens, ou serviços. A norma permite a existência de sócios 
capitalistas e de sócios denominados de indústria (contribuindo com capital); ou 
operários (com serviços, e obrigações de dar e fazer). 
Independentemente da natureza da prestação, de bens ou serviços, os aportes 
desenvolvem um fundo comum, por transferirem a propriedade dos bens dos sócios 
para a sociedade. 
A partir do momento que se forma esse patrimônio, com a contribuição dos 
sócios, vincula-se à destinação específica, o desenvolvimento em comum pelos 
sócios da atividade econômica, e durante toda a existência da sociedade, esses bens 
constituirá seu patrimônio. Respondendo pelas obrigações sociais decorrentes da 
exploração coletiva da atividade econômica. 
A finalidade do desenvolvimento em comum da atividade é a obtenção do 
resultado econômico, adquirindo um proveito para os sócios que uma vez obtido será 
dividido entre eles. É imprescindível, que assim que a sociedade seja explorada com 
o objetivo de lucro (ou proveito), mesmo que as vezes o resultado seja negativo, não 
alterará sua finalidade. 
O elemento mais importante da sociedade é o pacto social, pois faz com que 
cada sócio a ele se submeta como manifestação de vontade coletiva, pois esse 
aspecto é fundamental para estabelecer a natureza jurídica do contrato de sociedade. 
Se não houver esse vínculo o liame negocial entre os participantes não configurará 
sociedade. 
Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se 
obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade 
econômica e a partilha, entre si, dos resultados. 
Parágrafo único. A atividade pode restringir-se à realização de um ou mais 
negócios determinados. (BRASIL, 2002) 
 
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O parágrafo único do art. 981, esclarece que a atividade explorada pode se 
restringir à realização de um ou mais negócios, podendo usar como exemplo típico o 
consórcio para certa obra ou empreitada, e as joint ventures. 
3 PRINCÍPIOS DO DIREITO SOCIETÁRIO 
3.1 Princípio da Liberdade de Iniciativa 
Conforme disposto no art. 170 da Constituição Federal, a livre iniciativa é um 
princípio constitucional, geral e explícito, que se refere à ordem econômica, instituída 
na valorização do trabalho humano, e na livre-iniciativa, analisando os princípios da: 
da função social da propriedade; da soberania nacional; da propriedade privada; e da 
livre concorrência. 
Esse princípio é um componente essencial do capitalismo, com a finalidade de 
produção, e deve estar assegurada no ambiente econômico, para que o capitalismo 
seja exercido com eficiência. 
Ao passo que a liberdade de iniciativa se faz necessária para e eficiência de 
produção, ela se responsabiliza pelas crises do capitalismo, levando em conta que 
todos são livres para produzir o que anseiam, sendo inevitável o excesso ou a 
ausência de produção, levando-se em conta que algumas vezes se produz e não se 
consome, enquanto poderia ser produzido o que seria consumido. Não há como evitar 
as crises, porém, a macroeconomia e os instrumentos de administração monetária 
têm ajudado e auxiliado na superação e na prevenção delas. 
O princípio da liberdade de iniciativa também está entre as causas de injustiças, 
visto que as perspectivas de lucratividade de exploração econômica apontam as 
qualidades e quantidades da produção. O capitalismo de fato, é um sistema de crises 
e injustiças, mais ainda assim é um modo de produção predominante. 
 Fabio Ulhoa Coelho disserta que: “o princípio da liberdade de iniciativa é 
inerente ao modo de produção capitalista, em que os bens ou serviços de que 
 
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necessitam ou querem as pessoas são fornecidos quase que exclusivamente por 
empresas privadas”. (COELHO, 2013, p. 66) 
Esse princípio possui duas vertentes: 
 
 
Quais sejam: coibir determinadas práticas empresariais que são incompatíveis 
com a liberdade de iniciativa, e impor um freio à intervenção do Estado na economia. 
A Constituição Federal de 1988, assegura a todos os brasileiros e residentes 
no Brasil, o direito de se estabelecerem empresarialmente, obrigando os demais 
empresários a não impedirem o exercício desse direito que é garantido 
constitucionalmente. 
3.2 Princípio da Liberdade de Concorrência 
Trata-se de um princípio constitucional, geral e explícito, conforme dispõe o 
artigo 170, IV da Constituição Federal: 
Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e 
na livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme 
os ditames da justiça social, observados os seguintes princípios: 
IV - livre concorrência; (BRASIL,1988) 
 
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A liberdade de concorrência possibilita o fornecimento de produtos e serviços 
com maior qualidade e preços reduzidos no mercado. Os empresários, tem como 
objetivo melhorar a qualidade de seus produtos e serviços, tentando ajustá-la à 
economia de custos para competirem pela preferência dos consumidores, oferecendo 
preços reduzidos. 
Esse princípio coíbe as práticas empresariais de concorrência ilícita, que se 
classificam em duas categorias. Conforme a imagem explica: 
 
Acerca do assunto Fabio Ulhoa Coelho, também define que: 
“A regra básica da competição empresarial, que decorre do princípio 
constitucional da livre concorrência, implica a premiação das decisões 
empresarialmente “acertadas” (com o lucro) e a penalização das 
“equivocadas” (com o prejuízo, ou, se o caso, a falência). Esta regra básica 
não pode ser neutralizada por nenhuma norma jurídica, para que todos 
possam se beneficiar dos resultados esperados da livre concorrência: 
melhoria da qualidade e redução dos preços de produtos e serviços” 
(COELHO, 2013, p. 74) 
3.3 Princípio da Função Social da Empresa 
Também é um princípio constitucional e geral, porém implícito, que foi retirado 
do princípio constitucional da função social da propriedade, que é contemplado no 
artigo 5º, XXIII e no artigo 170, III da Constituição Federal de 1988. 
Deve ser cumprido a função social no que diz respeito a propriedade de bens 
e serviços, se concentrando na titularidade dos empresários e nos interesses 
protegidos juridicamente que os circundam. No entendimento da Constituição Federal 
os interesses metaindividuais de uma parcela da sociedade, ou, da sociedade como 
 
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um todo, tem total direito de proteção, uma vez que forem afetados pelo modo de 
como são empregados os bens de produção. E o empresário ao determinar como 
serão empregados esses bens na sua organização, e na exploração da atividade 
econômica, deve se orientar e atender à função social da empresa. 
A função social de uma empresa só se cumpre quando contribui para o 
desenvolvimento econômico, social e cultural, fornecendo empregos e tributos, além 
de visar também a proteção ambiental e principalmente respeitando o direito do 
consumidor. A partir do momento em que a empresa atua corretamente, obedecendo 
as leis que estão sujeitas e obedecendo a esses objetivos citados, ela estará 
cumprindo a sua função social. 
3.4 Princípio da Preservação da Empresa 
Esse princípio é geral, legal e implícito, e não é formulado pela lei, deste modo, 
a doutrina e a jurisprudência a partir do artigo 50 do Código Civil e 28 do CDC o 
concluem pelas normas relacionadas à desconsideração da personalidade jurídica, 
recuperação judicial (Lei 11.0101/05) e resolução da sociedade em relação a um sócio 
(art. 128 c/c CC). 
O princípio da preservação da empresa tem como finalidade a proteção da 
atividade econômica, e o empreendimento. O valor que fundamenta este princípio é a 
solução de diversos conflitos
de interesses. Decorre desse mesmo princípio o instituto 
da desconsideração da personalidade jurídica. 
De acordo com Fabio Ulhoa Coelho: 
“O princípio da preservação da empresa reconhece que, em torno do 
funcionamento regular e desenvolvimento de cada empresa, não gravitam 
apenas os interesses individuais dos empresários e empreendedores, mas 
também os metaindividuais de trabalhadores, consumidores e outras 
pessoas; são estes últimos interesses que devem ser considerados e 
protegidos, na aplicação de qualquer norma de direito comercial”. (COELHO, 
2013. p. 80) 
 
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3.5 Princípio da Autonomia Patrimonial da Sociedade Empresária 
O princípio da autonomia patrimonial da sociedade empresária trata de uma 
técnica de segregação de riscos, de maneira que os direitos, obrigações e os bens da 
sociedade não se confundem com os de seus sócios. Sendo assim, a obrigação social 
compete somente à sociedade e não aos sócios. O que impossibilita que eles 
respondam por uma obrigação que não compete a eles. Proteger também os 
interesses dos devedores e credores. A vista disso, a responsabilização dos sócios 
só é requerida pelos credores, depois que todos os bens da sociedade são 
executados, e mesmo assim, deve se observar as eventuais limitações impostas pela 
lei. 
A autonomia patrimonial na economia globalizada, como técnica de segregação 
de riscos, é um dos principais instrumentos atrativos de investimentos, pois ao garantir 
a figura do empresário para que investimentos sejam realizados (tanto individual 
quanto societariamente), fará com que a economia circule. Proporcionar também a 
proteção aos investidores, uma vez evita as perdas elevadas nos casos de insucesso 
empresarial. 
3.6 Princípio da Subsidiariedade da Responsabilidade dos sócios pelas 
obrigações sociais 
Esse é um princípio legal, especial e implícito, procedente do princípio da 
autonomia patrimonial. Chega-se a uma conclusão que, sendo a sociedade um sujeito 
de direito autônomo, não há necessidade de buscar bens no patrimônio dos sócios, 
enquanto a sociedade dispuser deles em seu próprio patrimônio. 
Independente da limitação da responsabilidade dos sócios (ou de parte deles), 
esse princípio se aplica a todas as sociedades, tendo em vista que os direitos do 
credor só serão satisfeitos através da execução dos bens dos sócios após exaurir todo 
o patrimônio social. 
 
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3.7 Princípio da Limitação da Responsabilidade dos Sócios pelas Obrigações 
Sociais 
Esse princípio é especial, legal e implícito, e toda atividade negocial tem o risco 
inerente a ela. Por essa razão, com o objetivo de estimular os investimentos, o direito 
limita a responsabilidade dos sócios pelas obrigações da sociedade, de forma que 
eles devem responder subsidiariamente pelas obrigações apenas até o limite fixado 
em lei. 
O princípio da limitação da responsabilidade dos sócios pelas obrigações 
sociais tenciona manter a inerência do risco empresarial em determinado nível, 
contribuindo para que os preços dos produtos e serviços se tornem acessíveis a maior 
parte da população, e para que também continue atraindo o interesse de investidores. 
Estimula também, novos investimentos visando eliminar o risco de o investidor 
perder os bens do seu patrimônio em totalidade. E ao estimular e atrair novos 
investimentos, os interesses metaindividuais da coletividade acabam sendo 
atendidos. Por isso, quão mais prestigiado o princípio for, menores serão os serviços 
e preços dos produtos no mercado. 
3.8 Princípio Majoritário das Deliberações Sociais 
O princípio majoritário das deliberações sociais é legal, especial e explícito, 
assim dispõe os artigos 1.061, § 1º e 1.076 CC e artigos 110,115, 129 e 136 Lei das 
Sociedades Anônimas (LSA). 
Os sócios têm a função de deliberar sobre a vontade da sociedade empresária, 
prevalecendo a vontade da maioria. Porém, não é democrático o princípio majoritário 
das deliberações sociais, pois a maioria está associada ao risco assumido. Sendo 
assim, quanto maior o risco assumido pelo sócio, maior será sua participação nas 
deliberações da sociedade, sendo proporcional às ações votantes tituladas, e cotas. 
Por isso, poderá o sócio majoritário definir sozinho a vontade da sociedade, mesmo 
havendo discordância dos demais. 
 
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Analisando esse princípio, percebe-se que está relacionado ao interesse social 
que pode conflitar com os interesses do sócio, que por sua vez precisará interpretar 
qual interesse proporcionará mais desenvolvimento à empresa. Pode-se entender 
também como interesse social dos consumidores, investidores no mercado de capital, 
os trabalhadores e terceiros, que aproveitam para preservar a empresa. 
3.9 Princípio da Liberdade de Associação 
Princípio constitucional, especial e explícito, conforme determina o artigo 5º, 
XVII e XX da Constituição Federal. 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, 
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a 
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: 
XVII - é plena a liberdade de associação para fins lícitos, vedada a de caráter 
paramilitar; 
XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer 
associado; (BRASIL, 1988) 
 Esse princípio garante às pessoas que possuem objetivos lícitos em comum, 
e interessados para se unirem conquistá-los, podendo realiza-los sem barreiras 
jurídicas. Para mais, assegura também que, ninguém seja obrigado a associar-se 
contra sua vontade, ou, que não consiga desfazê-la quando quiser. 
Esse princípio se aplica com a finalidade de proporcionar àqueles que buscam 
o mesmo objetivo, que é obter lucro e melhores meios de exploração de uma 
determinada atividade econômica. 
3.10 Princípio da Proteção do Sócio Minoritário 
Esse princípio é legal, especial e implícito. Ainda que o sócio majoritário seja 
incumbido de ser o intérprete do interesse social, a lei não despreza a importância e 
a contribuição dos demais sócios para a empresa. 
 
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O princípio da proteção do sócio minoritário tende a limitar o princípio 
majoritário. Impedindo que o sócio majoritário se aproprie de ganhos que deveriam 
ser repartidos para todos os sócios. Aos sócios minoritários são disponibilizados 
instrumentos para realizarem esses impedimentos, por exemplo, que são os de 
fiscalização e de recesso. 
3.11 Princípio da Autonomia da Vontade 
É um princípio implícito, especial e legal. Diz respeito à autonomia que cada 
pessoa tem de escolher com quem deseja contratar ou não. Ainda assim, esta 
liberdade de escolha está limitada ao interesse público, uma vez que a vontade dos 
contratantes seja declarada, caso o contrato tenha uma prestação criminosa ele será 
inválido. 
É o princípio jurídico mais apropriado à disciplina de relacionamento das partes, 
por possuírem autonomia para escolher com quem deseja contratar e o modo como 
querem contratar. Levando em conta que quando o contrato é adequado, ele se 
articulará com os princípios da livre iniciativa e da livre concorrência, uma vez que há 
a liberdade de contratação de acordo com a vontade dos empresários. E essa 
liberdade não poderá ser restringida, pois a competição poderá gerar os benefícios 
esperados, sejam o aumento da qualidade e na redução dos preços dos produtos e 
serviços que forem fornecidos pela atividade empresarial. 
3.12 Princípio da Inerência do Risco 
Esse princípio da inerência do risco é legal, especial e implícito. Afinal, qualquer 
atividade empresarial possui inerente o risco. Há fatores como por exemplo o fracasso 
e a prosperidade da empresa, que não são elementos controláveis pelo empresário, 
estando sempre sujeitos a uma margem aleatória. 
Mesmo o empresário agindo em conformidade com lei, licitando, cumprindo 
suas obrigações, e tendo decisões corretas e regulares, ainda assim, a empresa 
 
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sempre
estará sujeita a crises. No entanto, o empresário não pode se abster de suas 
responsabilidades justificado pela inerência do risco da empresa. 
3.13 Princípio do Impacto Social da Crise da Empresa 
É um princípio legal, especial e implícito. Havendo vários fatores que 
contribuem para o sucesso e fracasso das grandes empresas. Um desses fatores é o 
interesse das pessoas, que gira em torno do desenvolvimento da atividade. Existindo 
três pontos, conforme demostra quadro abaixo: 
 
 
Esse princípio é uma justificativa aos mecanismos que são usados 
juridicamente como prevenção e como solução de crises, sendo destinados aos 
interesses dos empresários, assim como interesses metaindividuais, que são 
relacionados à continuidade das atividades empresariais. 
 
 
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3.14 Princípio da Transparência (nos processos da empresa em crise) 
É um princípio legal, especial e implícito. A recuperação judicial e o processo 
de falência geram custos que deverão ser suportados pelos credores da empresa em 
crise, e do empresário devedor. Deste modo, a transparência nos processos 
falimentares é fundamental para que os credores acompanhem as decisões adotadas 
e os prejuízos que inevitavelmente suportará. Para mais, nesses processos a 
transparência deve explicar e convencer os credores de que não houve nenhum 
prejuízo além do esperado. 
O princípio da transparência deve ser conciliado com a preservação das 
informações estratégicas da empresa em crise, mantendo a competitividade, pois a 
atividade econômica que o empresário falido explorava poderá frutificar se for 
transferida a uma pessoa bem competente. Por isso, é necessário ter cautela na 
preservação da competitividade da empresa nos processos de recuperação judicial, e 
falência. 
3.15 Princípio do Tratamento Paritário dos Credores 
O princípio do tratamento paritário dos credores é legal, especial e implícito. O 
tratamento paritário dos credores compreende que o empresário estando falido, não 
possuirá recursos suficientes para honrar a totalidade de suas obrigações. A atitude 
mais racional e justa é a de satisfazer os credores mais necessitados. Os recursos 
disponíveis sendo insuficientes para o pagamento da totalidade dos direitos de seus 
credores que são titulares de credito da mesma natureza, será procedida a divisão 
proporcional ao valor. 
4 SOCIEDADES EMPRESÁRIAS 
O Código Civil em seu artigo 982 definiu: 
 
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Art. 982. Salvo as exceções expressas, considera-se empresária a sociedade 
que tem por objeto o exercício de atividade própria de empresário sujeito a 
registro (art. 967); e, simples, as demais. 
Parágrafo único. Independentemente de seu objeto, considera-se empresária 
a sociedade por ações; e, simples, a cooperativa. (BRASIL, 2002) 
Nota-se que é a atividade exercida pela sociedade que define se ela será ou 
não empresarial, e se será ou não enquadrada como simples. 
De acordo com o Código Civil, são consideradas pessoas jurídicas de direito 
privado as: fundações, associações, sociedades, partidos políticos, organizações 
religiosas e a EIRELI (é um tipo societário de microempresa no qual é exigido apenas 
um sócio, o proprietário), conforme define o art. 44 do CC. Observe o quadro abaixo: 
 
A atividade que irá determinar e configurar uma sociedade empresária deve ser 
a mesma que é fixada para os empresários. Sendo assim, deve ser profissionalmente 
organizada para a circulação de serviços e bens produzidos, e estar voltada ao lucro. 
 
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Conforme exposto acima, podemos incluir como empresários, os prestadores 
de serviços e comerciantes que atuam de forma habitual no mercado, e que exercem 
atividade econômica e organizada 
5 SOCIEDADE SIMPLES 
Nessa sociedade os sócios exercem a suas profissões, ou melhor dizendo, a 
prestação desse serviço tem natureza estritamente pessoal. Podemos citar como 
exemplo uma sociedade de médicos, pois os próprios profissionais são os que 
realizam a atividade fim da sociedade, assim como; pesquisadores, escritores, 
dentistas, dentre outros. 
O artigo 966 Código Civil, traz como exceção ao enquadramento como 
empresário a prestação de serviços intelectuais, que assim dispõe: 
Art. 966. Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade 
econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de 
serviços. 
Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão 
intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso 
de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir 
elemento de empresa. (BRASIL, 2002) 
A principal diferença entre essas duas modalidades de sociedade é a natureza 
da atividade desenvolvida, está no fato de estas possuírem finalidade lucrativa, porque 
aquelas também podem ostentar essa característica. O traço distintivo entre ambas é 
o objeto social, pois a sociedade empresária tem por objeto o exercício de empresas 
que são as atividades econômicas organizadas de prestação ou circulação de bens 
ou serviços; enquanto a sociedade simples tem por objeto o exercício de atividade 
econômica não empresarial. 
O que irá de verdade caracterizar a pessoa jurídica de direito privado não 
estatal como sociedade simples ou sociedade empresária, será o modo de 
empreender o seu objeto. Pois, o objeto social explorado sem empresarialidade, ou 
seja, sem profissionalmente organizar os fatores de produção, atribui à sociedade o 
 
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caráter de simples. Enquanto a exploração empresarial do objeto social, caracteriza a 
sociedade como empresária. 
6 TIPO DE SOCIEDADE 
O artigo 983 do Código Civil diz que: 
Art. 983. A sociedade empresária deve constituir-se segundo um dos tipos 
regulados nos arts. 1.039 a 1.092; a sociedade simples pode constituir-se de 
conformidade com um desses tipos, e, não o fazendo, subordina-se às 
normas que lhe são próprias. 
Parágrafo único. Ressalvam-se as disposições concernentes à sociedade em 
conta de participação e à cooperativa, bem como as constantes de leis 
especiais que, para o exercício de certas atividades, imponham a constituição 
da sociedade segundo determinado tipo. (BRASIL, 2002) 
Sendo assim, o legislador criou cinco tipos societários específicos para as 
sociedades empresárias: a sociedade em nome coletivo (arts. 1.039 a 1.044); a 
sociedade em comandita simples (arts. 1.045 a 1.051); a sociedade limitada (arts. 
1.052 a 1.087); a sociedade anônima (arts. 1.088 a 1.089 c/c a Lei 6.404/1976); e a 
sociedade em comandita por ações (arts. 1.090 a 1.092). 
Caso os sócios queiram constituir uma sociedade empresária, terão 
obrigatoriamente que escolher um desses cinco tipos, não sendo permitido constituir 
uma sociedade empresária atípica, ou seja, que não enquadre em nenhum dos tipos 
mencionados acima. 
Já as sociedades simples, o legislador fez o oposto. Não criou nenhum tipo 
societário específico, o que permitiu a constituição de uma sociedade simples atípica, 
que costuma se chamar de sociedade simples “pura”, ou seja, uma sociedade simples 
que não adota um tipo societário específico. Porém, o legislador permitiu que a 
sociedade simples use emprestado um dos tipos societários previsto para a sociedade 
empresária, que poderão ser: a sociedade em nome coletivo, a sociedade em 
comandita simples, e a sociedade limitada. Vale frisar que a sociedade simples não 
pode optar pela forma de sociedade por ações (pois estas são empresárias nos termos 
do art. 982, parágrafo único, do Código Civil). 
 
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6.1 Sociedades dependentes de autorização 
Está consagrado na Constituição Federal o regime capitalista de mercado, ao 
qual estabelece expressamente os primados da livre-iniciativa em seu art. 170: 
 
 
No entanto, há atividades cujo exercício, possui indiscutível interesse público, 
que exige autorização governamental e, que se submetem a forte fiscalização por 
parte do poder público. Um exemplo, são os casos das atividades
financeiras, de 
seguro, que se relacionam à saúde e à educação. 
 
 
21 
 
O próprio dispositivo constitucional que assegura a livre iniciativa, mencionou 
acima, uma ressalva de que a lei pode estabelecer casos específicos em que o 
exercício de atividade econômica irá depender de autorização prévia dos órgãos 
públicos. 
Nesse sentido, o legislador constituinte originário, o legislador do Código Civil 
de 2002 disciplinou nos arts. 1.123 a 1.141, sobre o tratamento jurídico conferido às 
sociedades dependentes de autorização. Deixando claro que, essa matéria é de 
competência do poder executivo federal: 
Art. 1.123. A sociedade que dependa de autorização do Poder Executivo para 
funcionar reger-se-á por este título, sem prejuízo do disposto em lei especial. 
Parágrafo único. A competência para a autorização será sempre do Poder 
Executivo federal. (BRASIL, 2002) 
A sociedade que depende de autorização para funcionar, a princípio terá o 
prazo de 12 (doze) meses para entrar em funcionamento, a contar da publicação da 
lei ou do ato administrativo autorizador, salvo se nesses foi estipulado prazo distinto 
(art. 1.124 do Código Civil). 
Após concedida a autorização, nada impede, seja a mesma cassada pelo poder 
concedente. Isso ocorrerá se a sociedade infringir disposição de ordem pública, ou, 
praticar atos contrários aos fins declarados no seu estatuto, como determina o art. 
1.125: 
Art. 1.125. Ao Poder Executivo é facultado, a qualquer tempo, cassar a 
autorização concedida a sociedade nacional ou estrangeira que infringir 
disposição de ordem pública ou praticar atos contrários aos fins declarados 
no seu estatuto. (BRASIL, 2002) 
Um exemplo de sociedade que depende de autorização, são os bancos, nos 
termos do art. 18 da Lei 4.595/64: “As instituições financeiras somente poderão 
funcionar no País mediante prévia autorização do Banco Central da República do 
Brasil ou decreto do Poder Executivo, quando forem estrangeiras.” (BRASIL, 1964) 
 
 
 
22 
 
6.2 Sociedade nacional 
O critério adotado pelo direito brasileiro para a definição da nacionalidade de 
uma sociedade, não é o da nacionalidade dos sócios, nem o da origem do seu capital 
social. De acordo com o artigo 1.126 do Código Civil: “É nacional a sociedade 
organizada de conformidade com a lei brasileira e que tenha no País a sede de sua 
administração”. Caso essa sociedade resolva mudar a nacionalidade, precisarão do 
consentimento unânime de seus sócios. 
A vista disso, não importa a nacionalidade, o local da residência ou a origem 
do capital empregados dos sócios para aferição da nacionalidade da sociedade que 
eles constituírem. 
6.3 Sociedade estrangeira 
Caso a sociedade não preencha os requisitos citados no art. 1.126 do Código 
Civil (sede no Brasil e organização de conformidade com as leis brasileiras), será 
considerada uma sociedade estrangeira, necessitando de autorização governamental 
para entrar em funcionamento em nosso País. 
Após a autorização, a sociedade precisará proceder ao respectivo registro na 
Junta Comercial do Estado em que irá desenvolver suas atividades (art. 1.136). 
Cumpridas as formalidades do registro, e iniciadas as suas atividades, se submeterá 
às leis e aos tribunais brasileiros, assim como atos e operações que praticarem no 
território nacional (art. 1.137). E por fim o art.1.141 permite o registro para a sociedade 
estrangeira autorizada a funcionar no Brasil, podendo obter autorização do Poder 
Executivo Federal para nacionalizar-se, podendo transferir sua sede para o território 
de nosso País. 
 
 
23 
 
6.4 Sociedade entre cônjuges 
O art. 977 disserta que: “Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si 
ou com terceiros, desde que não tenham casado no regime da comunhão universal 
de bens, ou no da separação obrigatória.” Essa regra vale para sociedades 
empresárias e para sociedades simples. 
6.5 Sociedade rural 
Assim disserta o art. 984 do Código Civil: 
Art. 984. A sociedade que tenha por objeto o exercício de atividade própria 
de empresário rural e seja constituída, ou transformada, de acordo com um 
dos tipos de sociedade empresária, pode, com as formalidades do art. 968, 
requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da sua sede, 
caso em que, depois de inscrita, ficará equiparada, para todos os efeitos, à 
sociedade empresária. 
Parágrafo único. Embora já constituída a sociedade segundo um daqueles 
tipos, o pedido de inscrição se subordinará, no que for aplicável, às normas 
que regem a transformação. (BRASIL, 2002) 
Esta regra vale para as sociedades empresárias, assim como a regra do art. 
971 do Código Civil está para os empresários individuais: 
Art. 971. O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, 
pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, 
requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva 
sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os 
efeitos, ao empresário sujeito a registro. (BRASIL, 2002) 
7 PERSONALIZAÇÃO JURÍDICA DAS SOCIEDADES 
A norma do art. 985 do CC, define que: “A sociedade adquire personalidade 
jurídica com a inscrição, no registro próprio e na forma da lei, dos seus atos 
constitutivos (arts. 45 e 1.150).” (BRASIL, 2002) 
 
24 
 
As sociedades, só tem a sua personalidade reconhecida, após o registro no 
órgão competente: cartório (se for uma sociedade simples); junta comercial (se for 
uma sociedade empresária) art. 1.150 do Código Civil. 
Sendo assim, enquanto não constar o registro do ato constitutivo da sociedade, 
o direito até reconhece sua existência, mas não lhe confere personalidade (arts. 986 
a 990 do Código Civil). 
Caso o início da personalidade jurídica da sociedade se dê com o seu registro, 
o término se dará com a sua dissolução, resultando em liquidação e extinção. Agora, 
caso a sociedade não consiga com os seus bens sociais, honrar as dívidas, os sócios 
poderão ser responsabilizados (caso o tipo societário escolhido determine a 
responsabilidade ilimitada deles), um exemplo é sociedade com nome coletivo. 
Se o tipo societário escolhido, determinar a responsabilidade limitada dos 
sócios, eles poderão ser responsabilizados por exemplo, caso seja decretada a 
desconsideração da personalidade jurídica nos termos do art. 50 do Código Civil. 
8 CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES EMPRESÁRIAS 
8.1 Sociedades limitadas e sociedades anônimas 
No cenário atual, não podemos afirmar que toda sociedade limitada é uma 
sociedade de pessoas. Tampouco, que toda sociedade anônima é uma sociedade de 
capital. A doutrina contemporânea resguarda que, sociedades limitadas podem 
assumir aspecto capitalista, assim como sociedades anônimas podem assumir 
aspecto personalista. 
No Brasil, não é incomum que as sociedades anônimas (especialmente 
companhias fechadas familiares) assumam esse aspecto personalista, através de 
regras estatutárias, como as que impõem a limitação de circulação de ações 
nominativas, ou, por meio de acordos de acionistas. 
Observe o quadro abaixo: 
 
25 
 
 
9 SOCIEDADES NÃO PERSONIFICADAS 
O Código Civil divide as sociedades em dois grupos: em um ele trata das 
sociedades personificadas, e no outro ele trata das sociedades não personificadas. 
Neste, estão a sociedade em comum e a sociedade em conta de participação. No 
outro grupo das sociedades personificadas estão as: sociedade simples pura, 
sociedade limitada, sociedade anônima, sociedade em nome coletivo, sociedade em 
comandita simples, sociedade em comandita por ações, e sociedade cooperativa. 
Se a sociedade é uma categoria de pessoa jurídica, não se admitir que uma 
sociedade não tenha personalidade jurídica. A questão é: se trata de uma sociedade 
dotada de personalidade jurídica ou não se trata de uma sociedade. 
 
26 
 
As sociedades não personificadas, mesmo estando disciplinadas na parte do 
Código Civil,
referente às sociedades empresárias, podem eventualmente 
desenvolver atividades civis não empresariais. Por tratar de sociedades, cujo objeto 
social pode ser de natureza empresarial ou civil. Ou seja, podem ser sociedades 
simples ou sociedades empresárias. 
9.1 Sociedade em comum 
O art. 986 do Código Civil, dispõe sobre a sociedade que ainda não inscreveu 
seus atos constitutivos no órgão de registro competente: a junta comercial (em se 
tratando de sociedade empresária), e no cartório de registro civil de pessoas jurídicas, 
(em se tratando de sociedade simples). 
Art. 986. Enquanto não inscritos os atos constitutivos, reger-se-á a sociedade, 
exceto por ações em organização, pelo disposto neste Capítulo, observadas, 
subsidiariamente e no que com ele forem compatíveis, as normas da 
sociedade simples. (BRASIL, 2002) 
Diante dessa classificação doutrinária, diversos autores entendem que a 
sociedade em comum, disciplinada pelo atual Código Civil é na verdade apenas uma 
nova expressão trazida pelo legislador, para se referir às: sociedades de fato e 
sociedades irregulares (expressões antigas consagradas pela doutrina). 
A sociedade em comum é uma espécie de sociedade despersonificada (ou 
seja, que não possui personalidade jurídica), constituindo sociedade irregular ou de 
fato. A vista disso, as normas da sociedade em comum são aplicáveis as sociedades 
que não possuem atos constitutivos, ou que possuam sem o devido registro. 
As dívidas e os bens da sociedade em comum, diante da ausência de 
personalidade jurídica própria, constituem patrimônio especial, do qual os sócios são 
titulares em comum, assim dispõe o artigo 988 do Código Civil. 
Os sócios da sociedade em comum (nas relações entre si ou com terceiros), 
por se tratar de sociedade de fato ou irregular, somente por escrito poderão provar a 
existência da sociedade, mas os terceiros poderão prová-la de qualquer modo. 
 
27 
 
Portanto, sociedade de fato é a sociedade sem contrato escrito, que já está 
exercendo sua atividade sem nenhum indício de que seus sócios estejam tomando as 
providências necessárias à sua regularização. A sociedade em comum, é a sociedade 
contratual em formação, ou seja, é aquela que tem contrato escrito e está preparando 
o seu registro perante o órgão competente, antes de iniciar a exploração do seu objeto 
social. E a sociedade irregular, é a sociedade com contrato escrito e registrado, já 
iniciado as atividades normais, mas que apresenta irregularidades no seu registro. 
A definição da responsabilidade dos sócios quanto às obrigações sociais, é a 
disciplina mais importante da sociedade em comum, estabelecida no Código Civil. E 
é regra geral do direito societário que os sócios respondam subsidiariamente pelas 
suas obrigações sociais, em virtude da autonomia patrimonial das pessoas jurídicas. 
Princípio consagrado pelo Código Civil, em seu art. 1.024, que dispõe: “Os bens 
particulares dos sócios não podem ser executados por dívidas da sociedade, senão 
depois de executados os bens sociais.” (BRASIL, 2002) 
Para a aplicação do disposto no artigo citado, é necessário reconhecer a 
existência de uma pessoa jurídica devidamente constituída. Ou seja, de um ente com 
personalidade jurídica reconhecido pelo ordenamento jurídico. 
Vale frisar, como já estabelece o Código e, conforme já citado, que a 
personalidade jurídica se inicia somente a partir do registro dos atos constitutivos da 
sociedade no órgão competente. A sociedade em comum é despida de personalidade 
jurídica, por isso o Código a classifica como uma sociedade não personificada. 
Portanto, a consequência da ausência de personalidade jurídica da sociedade 
em comum teria que causar, em tese, a responsabilidade direta e ilimitada dos seus 
sócios pelas obrigações sociais. Levando em conta que se não há personalidade 
jurídica, não poderá ser aplicado o artigo 1.024 do CC, uma vez que, tal dispositivo se 
refere ao princípio da autonomia patrimonial das pessoas jurídicas, e não havendo 
uma pessoa jurídica devidamente constituída, automaticamente não há um ente 
autônomo (distinto da pessoa dos sócios), de quem se possa exigir a responsabilidade 
por dívidas contraídas em seu nome. 
 
28 
 
A sociedade em comum, por não se tratar de pessoa jurídica com existência 
formal reconhecida pelo ordenamento jurídico (lembrando que a personalidade só se 
inicia com o registro) não tem um “patrimônio próprio” que possa ser formalmente 
identificado, ou seja, não possui bens, nem conta bancária em seu nome, o seu 
“patrimônio social”, forma-se de bens e direitos titularizados por cada um de seus 
sócios. Portanto, o Código estabeleceu uma especialização patrimonial, melhor 
dizendo, um patrimônio de afetação. 
Com efeito, pode-se dizer que o patrimônio social da sociedade em comum, 
forma-se através de todos os bens que estiverem diretamente afetados ao exercício 
da atividade constitutiva do objeto social, assim diz o art. 988 “Os bens e dívidas 
sociais constituem patrimônio especial, do qual os sócios são titulares em comum.” 
(BRASIL, 2002) 
9.2 Sociedade em conta de participação 
A doutrina chama essa sociedade em conta de participação, de sociedade 
secreta, mas não se trata de uma sociedade, mas sim, de um contrato especial de 
investimento. 
Ao definir sociedade empresária como pessoa jurídica, seria errado considerar 
a conta de participação uma espécie destas. Embora muitos doutrinadores concluam 
em sentido oposto a conta de participação, a rigor, é simplesmente um contrato de 
investimento comum, e que o legislador, impropriamente, classificou como sociedade. 
Acaba que tais características, que a afastam da sociedade empresária típica, é a 
despersonalização e a natureza secreta, em que seu ato constitutivo não precisa ser 
levado a registro na Junta Comercial. Outros aspectos que justificam não considerá-
la uma sociedade, são: a conta de participação, necessariamente, não necessita de 
capital social; liquida-se pela medida judicial de prestação de contas e não por ação 
de dissolução de sociedade; e, não possui nome empresarial. 
A sociedade em conta de participação apresenta duas categorias distintas de 
sócios: o sócio ostensivo e o sócio participante (também chamado de sócios ocultos). 
 
29 
 
 
O artigo 991 do Código Civil dispõe que: 
Art. 991. Na sociedade em conta de participação, a atividade constitutiva do 
objeto social é exercida unicamente pelo sócio ostensivo, em seu nome 
individual e sob sua própria e exclusiva responsabilidade, participando os 
demais dos resultados correspondentes. 
Parágrafo único. Obriga-se perante terceiro tão-somente o sócio ostensivo; 
e, exclusivamente perante este, o sócio participante, nos termos do contrato 
social. (BRASIL, 2002) 
Percebe-se, que a conta de participação é uma “sociedade” que só existe 
internamente, assim dizendo, entre os sócios. Externamente, isto é, perante terceiros, 
só aparece o sócio ostensivo, que exerce em seu nome individual, a atividade 
empresarial. E responderá sozinho pelas obrigações contraídas. 
Os sócios participantes, não aparecem nas relações com terceiros (por isso 
são chamados de sócios ocultos), os mesmos só participam dos resultados sociais, 
conforme é definido na elaboração do ato de constituição da sociedade. 
As sociedades em conta de participação geralmente são informais, por isso o 
art. 992 do Código Civil dispõe: “A constituição da sociedade em conta de participação 
independe de qualquer formalidade e pode provar-se por todos os meios de direito.” 
(BRASIL, 2002) O que não significa que conta de participação não possua um 
contrato. Existe sim, e não precisa ser escrito. Além disso, a conta de participação, 
como frisado várias vezes, não possui personalidade jurídica, mesmo que seu 
 
30 
 
contrato seja escrito e inscrito em algum órgão de registro, assim prevê o art. 993 do 
Código Civil: 
Art. 993. O contrato social produz
efeito somente entre os sócios, e a eventual 
inscrição de seu instrumento em qualquer registro não confere personalidade 
jurídica à sociedade. 
Parágrafo único. Sem prejuízo do direito de fiscalizar a gestão dos negócios 
sociais, o sócio participante não pode tomar parte nas relações do sócio 
ostensivo com terceiros, sob pena de responder solidariamente com este 
pelas obrigações em que intervier. (BRASIL, 2002) 
Os contratos de sociedade em conta de participação, geralmente são 
registrados no cartório civil de títulos e documentos, mas esse registro não confere 
personalidade jurídica à sociedade. Normalmente, é constituída também para realizar 
empreendimentos temporários ou, até mesmo, para a realização negócios 
específicos. 
10 SOCIEDADES PERSONIFICADAS 
O código também cuida das sociedades personificadas, sejam: sociedade 
limitada, sociedade simples pura, a sociedade anônima, sociedade cooperativa, 
sociedade em nome coletivo, sociedade em comandita simples, sociedade em 
comandita por ações. Sendo que, a principal consequência da personificação das 
sociedades, é o reconhecimento da sociedade como sujeito de direitos. Ou seja, como 
ente autônomo dotado de personalidade distinta da pessoa dos seus sócios e, com 
patrimônio autônomo, ao qual não se confunde com o patrimônio dos sócios. 
Considera-se sociedade personificada toda aquela que possuir registro de seus 
atos constitutivos em órgão competente. Antes mesmo de começar as atividades 
econômicas, o empresário deve se inscrever no registro de empresas mercantis, 
através das juntas comerciais dos estados. 
 
31 
 
10.1 Sociedade em nome coletivo 
A sociedade em nome coletivo gira em torno de uma firma social cujo os sócios 
respondem de forma ilimitada e solidária com seus bens particulares. Sendo que os 
sócios podem limitar entre si, de acordo com a responsabilidade de cada um, assim 
dispõe os artigos 1039 e 1044 do Código Civil. 
Art. 1.039. Somente pessoas físicas podem tomar parte na sociedade em 
nome coletivo, respondendo todos os sócios, solidária e ilimitadamente, pelas 
obrigações sociais. 
Parágrafo único. Sem prejuízo da responsabilidade perante terceiros, podem 
os sócios, no ato constitutivo, ou por unânime convenção posterior, limitar 
entre si a responsabilidade de cada um. 
Art. 1.044. A sociedade se dissolve de pleno direito por qualquer das causas 
enumeradas no art. 1.033 e, se empresária, também pela declaração da 
falência. (BRASIL, 2002) 
E trata-se do mais antigo tipo societário medieval, segundo a doutrina 
comercialista. Pois constituíam verdadeiras sociedades fraternas entre mercadores e 
artesãos, fortalecidas por um dever de recíproca solidariedade entre os membros e, 
dotadas de um patrimônio comum (num regime de copropriedade entre todos os 
sócios), que eram coobrigados perante terceiros. A vista disso, as dívidas sociais eram 
rateadas entre os sócios proporcionalmente à sua participação nos negócios. 
Essa sociedade tem como principal característica a responsabilidade ilimitada 
dos sócios que a compõem. Em outras palavras, esgotado o patrimônio da sociedade 
em nome coletivo, os credores podem executar o restante das dívidas sociais no 
patrimônio pessoal dos sócios. Assim sendo, o art. 1.039 do CC dispõe: 
Art. 1.039. Somente pessoas físicas podem tomar parte na sociedade em 
nome coletivo, respondendo todos os sócios, solidária e ilimitadamente, pelas 
obrigações sociais. 
Parágrafo único. Sem prejuízo da responsabilidade perante terceiros, podem 
os sócios, no ato constitutivo, ou por unânime convenção posterior, limitar 
entre si a responsabilidade de cada um. (BRASIL, 2002) 
A sociedade em nome coletivo, não admite sócio pessoa jurídica. 
 
32 
 
Observa-se que a limitação de responsabilidade que os sócios podem 
estabelecer, produz efeitos somente a eles e não à terceiros. Diante os credores da 
sociedade, portanto, a responsabilidade dos sócios de uma sociedade em nome 
coletivo, é sempre ilimitada. Porém, há a previsão contratual de limitação de 
responsabilidades entre eles, que repercutirá apenas internamente, o que poderá por 
exemplo, dar direito de regresso de um sócio contra o outro. 
Por se tratar de sociedade contratual, assim como a sociedade limitada, a 
sociedade em nome coletivo é regida pelas normas da sociedade simples (art. 1.040 
do CC), e o seu contrato social deve conter cláusulas gerais que estão previstas no 
art. 997 do Código Civil, conforme determina o art. 1.041: “O contrato deve mencionar, 
além das indicações referidas no art. 997, a firma social.” (BRASIL, 2002) 
10.2 Sociedade anônima 
A sociedade anônima é a que tem fim lucrativo, com o seu capital dividido em 
ações, e essas ações é que limita as responsabilidades que cada um detém. A 
denominação pode ser: CIA ou S.A. 
Na evolução normativa, ocorrida nos diversos ordenamentos jurídicos 
europeus, o Brasil deixou de exigir a prévia autorização governamental para a 
constituição das sociedades anônimas, e incorporou o sistema da regulamentação. 
Dessa forma, a autorização do governo passou a ser exigida somente nos casos 
excepcionais, alguns exemplos são: a constituição de sociedade estrangeira, 
instituições financeiras, e companhias abertas. 
As sociedades anônimas são regidas por lei específica, a Lei das Sociedades 
Anônimas (LSA), Lei nº 6.404/1976. A lei atual das sociedades por ações foi editada 
em um momento bastante delicado da economia nacional, após o famoso boom de 
1971, que foi marcado pela grande especulação que tomou conta das bolsas de 
valores do Rio de Janeiro e São Paulo, causando sérios prejuízos aos investidores 
populares, e a partir desse cenário o Brasil percebeu que precisava, urgente de uma 
 
33 
 
nova legislação que proporcionasse mais proteção aos acionistas minoritários e, mais 
segurança para o desenvolvimento do mercado de capitais. 
A lei das sociedades anônimas (LSA) é bem enaltecida pela doutrina 
comercialista, motivo pelo qual até hoje está em vigor, sem ter sofrido alterações 
relevantes em seu texto original. O ano de sua edição é 1976, e a LSA teve apenas 
algumas alterações em sua redação provocada pela lei nº 9.457/1997 que a preparou 
para o processo de privatizações; pela lei nº 10.303/2001, que buscou proteger os 
interesses dos acionistas minoritários e tornar o mercado de capitais mais atrativo e 
seguro para os investidores; a lei nº 11.638/2007 e 11.941/2009, que, essencialmente, 
trouxeram novas regras acerca da elaboração e, da divulgação das demonstrações 
financeiras desse tipo societário; lei nº 12.431/2011 e 13.129/2015, que ocasionaram 
modificações e acréscimos pontuais. 
Ainda sobre, essas últimas alterações da LSA, vale destacar que elas foram 
introduzidas em nosso ordenamento jurídico visando uma adaptação às novas 
tendências do direito societário, especialmente no que tange à chamada governança 
corporativa. 
A governança corporativa é um dos temas mais atuais relacionado à sociedade 
anônima, que é referente ao estudo das chamadas práticas de governança corporativa 
“corporate governance”, resultante de estudos e trabalhos inicialmente desenvolvidos 
na nos Estados Unidos e Inglaterra. Governança Corporativa é um movimento que 
nasceu nos Estados Unidos e no Reino Unido, por volta de 1990, tendo como objetivo 
identificar e sistematizar melhores práticas de gestão da empresa e relacionamento 
com os acionistas. Tal movimento repercutiu muito no Brasil, o que acabou inspirando 
a formação do novo mercado da BOVESPA, em 2000 e, a reforma da LSA em 2001. 
O sistema de governança corporativa embora seja um movimento mundial, 
principalmente em função da globalização econômica, é possível identificar dois 
principais sistemas que apresentam algumas características distintivas, e a opção por 
um ou por outro sistema, dependerá muito do ambiente: social, econômico, político, 
corporativo e regulatório de um país. 
 
34 
 
O primeiro
é o outsider system, mais adotado em países onde o mercado de 
capitais já se encontra num estágio bem avançado de desenvolvimento. Esse sistema 
costuma, apresentar conforme demonstra quadro abaixo: 
 
 
O outro, é o insider system, mais comum em países onde os mercados de 
capitais ainda não tão avançado, é o caso de alguns países asiáticos e europeus e, 
até mesmo do Brasil. Esse sistema costuma apresentar, conforme demonstra quadro 
abaixo: 
 
 
35 
 
 
No Brasil, nota-se uma maior aproximação com o insider system, já que aqui 
ainda predominam as companhias de capital concentrado. Apesar do crescimento nos 
últimos anos, o mercado de capitais ainda não supera em importância o mercado de 
crédito, a Bovespa lançou o Bovespa Mais, tendo como objetivo ajudar as pequenas 
e médias empresas a abrir o capital. No que diz respeito aos acionistas, os mesmos 
ainda não participam “ativamente” da vida da sociedade. 
A governança corporativa nas empresas estatais, regida pelo art. 173, § 1º, da 
Constituição Federal, a Lei nº 13.303/2016, estabeleceu o estatuto jurídico da 
empresa pública e da sociedade de economia mista. E nessa lei percebe-se a 
 
36 
 
preocupação com a adoção de boas práticas de governança corporativa nas 
entidades. O art. 6º determina que: 
Art. 6º O estatuto da empresa pública, da sociedade de economia mista e de 
suas subsidiárias deverá observar regras de governança corporativa, de 
transparência e de estruturas, práticas de gestão de riscos e de controle 
interno, composição da administração e, havendo acionistas, mecanismos 
para sua proteção, todos constantes desta Lei. (BRASIL, 2016) 
A sociedade anônima é a sociedade de capital por excelência, e por sua vez, 
tem como principal característica a sua feição eminentemente capitalista. Assim 
dizendo, nela a entrada de estranhos ao quadro social independe da anuência dos 
demais sócios. 
Outra importante característica relacionada às sociedades anônimas, é a sua 
essência empresarial. O Código Civil em seu art. 982, parágrafo único, dispõe que as 
sociedades por ações, cuja principal espécie é exatamente a sociedade anônima, é 
considerada uma sociedade empresária independentemente do seu objeto social. 
Segundo o artigo 4.º da LSA: “Para os efeitos desta Lei, a companhia é aberta 
ou fechada conforme os valores mobiliários de sua emissão estejam ou não admitidos 
à negociação no mercado de valores mobiliários. (BRASIL, 1976) 
Quer dizer, que a S/A será aberta quando tiver autorização para negociar seus 
valores mobiliários no mercado de capitais, e fechada quando não tiver autorização 
para tanto. 
Em razão do já mencionado boom, ocorrido nas bolsas de valores do Rio de 
Janeiro e de São Paulo, foi criado após alguns anos, um ente estatal específico, com 
a finalidade de assumir o controle e, a fiscalização das operações do mercado de 
capitais no Brasil. Em 1976, com efeito, a Lei 6.385/76 criou a Comissão de Valores 
Mobiliários (CVM), inspirada no direito norte-americano Securities and Exchange 
Comission. 
O Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é uma entidade autárquica federal 
de natureza especial, com característica de agência reguladora. Verifique o que 
 
37 
 
disserta o art. 5.º da Lei 6.385/1976 em redação dada pela Lei nº 10.411, de 
26.2.2002: 
Art. 5º É instituída a Comissão de Valores Mobiliários, entidade autárquica 
em regime especial, vinculada ao Ministério da Fazenda, com personalidade 
jurídica e patrimônio próprios, dotada de autoridade administrativa 
independente, ausência de subordinação hierárquica, mandato fixo e 
estabilidade de seus dirigentes, e autonomia financeira e orçamentária. 
(BRASIL, 2002) 
Ao contrário do que muitos pensam, a Bolsa de Valores não é órgão que integra 
a Administração Pública, pois trata-se de uma associação privada, formada por 
sociedades corretoras que por meio de autorização da CVM, presta serviço de 
interesse público. Consistente na manutenção de local adequado à realização das 
operações de compra e venda dos diversos valores mobiliários, emitidos pelas 
companhias. 
10.2.1 Ações 
É o principal valor mobiliário emitido pela companhia. Refere-se à valor 
mobiliário que representa parcela do capital social, oferecendo ao seu titular o status 
de sócio, o chamado “acionista”. As ações classificam-se bens móveis para efeitos 
legais. 
As ações, vale frisar, são os valores mobiliários mais importantes das 
sociedades anônimas, por representarem parcela do capital social e confiar aos seus 
titulares a condição de acionistas da companhia. Existem duas classificações 
importantes das ações de uma S/A: a primeira leva em conta os direitos e obrigações 
que elas conferem aos seus titulares, e a segunda que leva em consideração a forma 
de transferência. 
As ações se classificam em: 
a) ordinárias: que confere direitos normais ao seu titular; 
b) preferenciais: que confere uma preferência (ou vantagem) ao seu titular; 
 
38 
 
c) de fruição: que confere apenas direito de gozo ao seu titular. 
As ações ordinárias, como o próprio nome propõe, são aquelas que conferem 
aos seus titulares direitos comuns, ordinários. Chamado também de ordinarialista, o 
titular de uma ação dessa espécie, não possui nenhuma vantagem ou direito especial 
em relação aos demais sócios. Mas também, não se sujeita a nenhum tipo restrição, 
(como acontece com titulares de outras espécies de ação). 
A ação preferencial, no que lhe diz respeito, como o próprio nome também 
propõe, confere ao titular, chamado de preferencialista, uma preferência ou vantagem 
em relação aos ordinarialistas. Em compensação, o estatuto pode restringir ou retirar 
alguns dos direitos normalmente atribuídos aos titulares de ações ordinárias, até 
mesmo o direito de voto. Porém, é preciso reforçar que essas restrições que podem 
vir a ser impostas aos preferencialistas, devem vir expressamente citadas no estatuto 
(conforme disposto no art. 19 da LSA), e nunca poderão privar o titular da ação 
preferencial dos seus direitos fundamentais de acionista, como dispõe o art. 109 da 
lei. Conforme demostra imagem: 
 
 
 
 
39 
 
E a terceira espécie de ação, que leva em conta os direitos e as obrigações 
que elas conferem aos seus titulares, que são as ações de fruição. As quais são 
emitidas em substituição a ações ordinárias ou preferenciais que foram totalmente 
amortizadas, atribuindo aos seus titulares “meros” direitos de gozo ou fruição. O art. 
44 da LSA, nesse sentido disserta “O estatuto ou a assembléia-geral extraordinária 
pode autorizar a aplicação de lucros ou reservas no resgate ou na amortização de 
ações, determinando as condições e o modo de proceder-se à operação.” O § 2º 
desse dispositivo, determina que “A amortização consiste na distribuição aos 
acionistas, a título de antecipação e sem redução do capital social, de quantias que 
lhes poderiam tocar em caso de liquidação da companhia.” E o § 5.º complementa: 
§ 5º As ações integralmente amortizadas poderão ser substituídas por ações 
de fruição, com as restrições fixadas pelo estatuto ou pela assembleia-geral 
que deliberar a amortização; em qualquer caso, ocorrendo liquidação da 
companhia, as ações amortizadas só concorrerão ao acervo líquido depois 
de assegurado às ações não a amortizadas valor igual ao da amortização, 
corrigido monetariamente. (BRASIL, 2002) 
Posto isto, determinada a amortização de uma ação preferencial ou ordinária, 
e se calcula o valor patrimonial naquele momento e paga-se esse valor ao titular da 
ação. Neste caso, o estatuto ou a assembleia geral que, decidir por essa amortização 
(conforme o caso), vai decidir também, se a substitui por uma ação de fruição. O titular 
dessa ação de fruição, fazendo-o, terá a partir de então, somente direitos de gozo ou 
fruição contra a companhia. 
10.3 Sociedade Limitada 
Na sociedade limitada a responsabilidade é de acordo com a cota de cada 
sócio, mas todos respondem
de forma integral o capital social. A vista disso, deve-se 
seguir à denominação social a palavra limitada por extenso ou abreviadamente. 
A sociedade limitada representa o tipo societário mais utilizado na praxe 
comercial brasileira, e corresponde a aproximadamente mais de 90% dos registros de 
sociedades no Brasil. 
 
40 
 
A grande presença de sociedades limitadas se deve ao fato de ela ostentar 
duas características específicas, que a torna um tipo societário muito atrativo para os 
pequenos e médios empreendimentos, que são: a contratualidade e a limitação de 
responsabilidade dos sócios. 
Com efeito, o fato de os sócios responderem limitadamente pelas obrigações 
sociais, resulta que os empreendedores em potencial se sintam estimulados a compor 
uma sociedade limitada para o exercício de empresa, visto que, a limitação de 
responsabilidade funciona como relevante fator de redução do risco empresarial. 
O simples fato de a sociedade limitada ter a característica de limitação de 
responsabilidade dos seus sócios, não explica por si só a sua extrema aceitabilidade 
entre os pequenos e médios empreendedores, pelo fato de a sociedade anônima 
também ser um tipo societário que se caracteriza pela responsabilidade limitada de 
seus acionistas. Outra característica que faz da sociedade limitada o tipo societário 
mais utilizado na praxe comercial brasileira, é a sua contratualidade. A contratualidade 
proporciona aos sócios a liberdade na hora de firmar o vínculo societário entre eles. 
No Brasil, a sociedade limitada deu origem com a edição do Decreto 
3.708/1919, que foi a chamada Lei das Limitadas, era composto apenas por 19 artigos, 
ao qual cuidava da sociedade por quotas de responsabilidade, que conjugava 
características típicas das sociedades institucionais de capital (a sociedade anônima), 
com características específicas das sociedades contratuais de pessoas. 
O contrato social da sociedade limitada deve ser escrito, porque será 
necessário que os sócios o leve ao registro no órgão competente. Se a sociedade 
limitada for empresária, o contrato social deverá ser registrado na Junta Comercial; 
caso a sociedade limitada seja simples, ou seja, não tenha por objeto o exercício de 
empresa, o contrato social deverá ser registrado no Cartório de Registro Civil das 
Pessoas Jurídicas. Assim prevê o art. 1.150 do Código Civil: 
Art. 1.150. O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao Registro 
Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais, e a 
sociedade simples ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas, o qual deverá 
obedecer às normas fixadas para aquele registro, se a sociedade simples 
adotar um dos tipos de sociedade empresária. (BRASIL, 2002) 
 
41 
 
O contrato social da sociedade limitada deve mencionar também, conforme 
dispõe o inciso I do art. 997 do Código Civil “nome, nacionalidade, estado civil, 
profissão e residência dos sócios, se pessoas naturais, e a firma ou a denominação, 
nacionalidade e sede dos sócios, se jurídicas.” Após a qualificação dos sócios, deverá 
o contrato social qualificar a própria sociedade limitada, mencionando: a 
denominação, o objeto, a sede e prazo da sociedade (art. 997, inciso II, do Código 
Civil). 
10.4 Sociedade comandita simples 
Na sociedade comandita simples, os sócios classificam-se em duas categorias: 
os comanditários, que respondem pelo valor de sua cota; e comanditados, que são 
solidários e de forma ilimitada. Conforme pode-se notar nos artigos 1045 e 1051 do 
código civil vigente. 
Art. 1.045. Na sociedade em comandita simples tomam parte sócios de duas 
categorias: os comanditados, pessoas físicas, responsáveis solidária e 
ilimitadamente pelas obrigações sociais; e os comanditários, obrigados 
somente pelo valor de sua quota. 
Parágrafo único. O contrato deve discriminar os comanditados e os 
comanditários. 
Art. 1.051. Dissolve-se de pleno direito a sociedade: 
I - por qualquer das causas previstas no art. 1.044; 
II - quando por mais de cento e oitenta dias perdurar a falta de uma das 
categorias de sócio. 
Parágrafo único. Na falta de sócio comanditado, os comanditários nomearão 
administrador provisório para praticar, durante o período referido no inciso II 
e sem assumir a condição de sócio, os atos de administração. (BRASIL, 
2002) 
Não há concordância quanto à origem histórica das sociedades em comandita 
simples, há quem aponte sua origem na própria sociedade em nome coletivo, a 
comandita simples seria uma evolução dela, acrescida da responsabilidade limitada 
de alguns sócios. 
 
42 
 
O Código Civil, em seu art. 1.045 determina: 
Art. 1.045. Na sociedade em comandita simples tomam parte sócios de duas 
categorias: os comanditados, pessoas físicas, responsáveis solidária e 
ilimitadamente pelas obrigações sociais; e os comanditários, obrigados 
somente pelo valor de sua quota. 
Parágrafo único. O contrato deve discriminar os comanditados e os 
comanditários. (BRASIL, 2002) 
Esse tipo societário, existem sócios de responsabilidade ilimitada, e assim 
prevê o art. 1.046: 
Art. 1.046. Aplicam-se à sociedade em comandita simples as normas da 
sociedade em nome coletivo, no que forem compatíveis com as deste 
Capítulo. 
Parágrafo único. Aos comanditados cabem os mesmos direitos e obrigações 
dos sócios da sociedade em nome coletivo. (BRASIL, 2002) 
Em suma, o regime jurídico do sócio comanditado é o mesmo do sócio da 
sociedade em nome coletivo, ou seja: o comanditado tem que ser pessoa física; só o 
comanditado pode administrar a sociedade; só o nome do comanditado pode constar 
da firma social; e a responsabilidade do comanditado é ilimitada. 
Em contrapartida a limitação de responsabilidade, o Código Civil em seu art. 
1.047, determina: 
Art. 1.047. Sem prejuízo da faculdade de participar das deliberações da 
sociedade e de lhe fiscalizar as operações, não pode o comanditário praticar 
qualquer ato de gestão, nem ter o nome na firma social, sob pena de ficar 
sujeito às responsabilidades de sócio comanditado. 
Parágrafo único. Pode o comanditário ser constituído procurador da 
sociedade, para negócio determinado e com poderes especiais. (BRASIL, 
2002) 
Vê-se, que somente o nome dos sócios comanditados podem constar da firma 
social, uma vez que estes são os que respondem ilimitadamente pelas obrigações da 
sociedade (art. 1.157 do Código Civil). 
Observe o quadro demonstrativo: 
 
43 
 
 
Por fim, vale destacar que a sociedade em comandita simples, assim como a 
sociedade em nome coletivo, dissolve-se de pleno direito por qualquer das causas 
previstas no artigo 1.033 do Código Civil e, pela declaração de sua falência também 
(se for empresária). 
10.5 Sociedade simples 
Na sociedade simples, os bens dos sócios podem responder pela sociedade 
somente após executar os bens sociais, assim, os sócios responderão na proporção 
de seu patrimônio social, salvo se no ato constitutivo houver cláusula de 
responsabilidade solidaria. 
Essa sociedade tem por objeto o exercício de atividade econômica não 
empresarial. Um exemplo típico de sociedade simples é o das sociedades 
uniprofissionais, que são sociedades formadas por profissionais intelectuais, exemplo: 
médicos, dentistas, engenheiros, etc. Cujo objeto social é o exercício da própria 
atividade intelectual de seus sócios. 
O art. 983 do Código Civil determina: 
Art. 983. A sociedade empresária deve constituir-se segundo um dos tipos 
regulados nos arts. 1.039 a 1.092; a sociedade simples pode constituir-se de 
 
44 
 
conformidade com um desses tipos, e, não o fazendo, subordina-se às 
normas que lhe são próprias. 
Parágrafo único. Ressalvam-se as disposições concernentes à sociedade em 
conta de participação e à cooperativa, bem como as constantes de leis 
especiais que, para o exercício de certas atividades, imponham a constituição 
da sociedade segundo determinado tipo. (BRASIL, 2002) 
10.6 Sociedade em comandita por ações 
A sociedade em
comandita por ações, nesse tipo o capital é dividido em ações 
conforme a sociedade anônima. A vista disso, só o acionista pode administrar a 
sociedade, e responder de forma ilimitada e subsidiaria pelas obrigações da 
sociedade. Assim leciona os artigos 1090 e 1092 do Código Civil. 
Art. 1.090. A sociedade em comandita por ações tem o capital dividido em 
ações, regendo-se pelas normas relativas à sociedade anônima, sem prejuízo 
das modificações constantes deste Capítulo, e opera sob firma ou 
denominação. 
Art. 1.092. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contraentes, antes de 
cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro. (BRASIL, 
2002) 
No que diz respeito à organizada de várias formas, o art. 983 do CC disserta: 
Art. 983. A sociedade empresária deve constituir-se segundo um dos tipos 
regulados nos arts. 1.039 a 1.092; a sociedade simples pode constituir-se de 
conformidade com um desses tipos, e, não o fazendo, subordina-se às 
normas que lhe são próprias. 
Parágrafo único. Ressalvam-se as disposições concernentes à sociedade em 
conta de participação e à cooperativa, bem como as constantes de leis 
especiais que, para o exercício de certas atividades, imponham a constituição 
da sociedade segundo determinado tipo. (BRASIL, 2002) 
A partir da leitura desse dispositivo legal, conclui-se que a sociedade simples 
tem um modelo de organização básico, que aqui estamos denominando de sociedade 
simples pura (alguns autores chamam de “sociedade simples simples”). 
Sobre a responsabilidade dos sócios, por se tratar de sociedade simples pura 
uma pessoa jurídica, quer dizer, ente ao qual o ordenamento jurídico atribui 
personalidade, ela responde pelas suas obrigações com seus bens sociais. 
 
45 
 
Por isso, o art. 1.024 do CC, sobre o princípio da autonomia patrimonial das 
pessoas jurídicas : “Os bens particulares dos sócios não podem ser executados por 
dívidas da sociedade, senão depois de executados os bens sociais.” (BRASIL, 2002) 
Por fim, o conceito de sociedade personificada e sociedade não personificada, 
tem-se discutido muito no campo do direito empresarial brasileiro. Sob essa 
perspectiva, é visto que nos dias atuais e pelas práticas explicitas do mercado 
empresarial tornou-se de uma tamanha relevância. 
11 TEORIA DA DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA 
Os artigos 49 A e 1.024 do Código Civil, consagram o princípio da autonomia 
patrimonial das pessoas jurídicas, e constitui uma importante ferramenta jurídica de 
incentivo ao empreendedorismo, na medida em que consagra a limitação de 
responsabilidade (a depender do tipo societário adotado) atuando também como 
importantíssimo redutor do risco empresarial. 
A doutrina define que, o reconhecimento de personalidade às pessoas jurídicas 
corresponde a uma sanção positiva ou premial. O ordenamento jurídico estimula os 
particulares a desenvolverem atividades econômicas, o que interessa não apenas aos 
empreendedores, mas também à própria sociedade. 
Contudo, a história das relações econômicas esclarece que o uso das pessoas 
jurídicas e a consagração do princípio da autonomia patrimonial podem dar abertura 
a abusos. Os empresários maldosos, usavam de várias artimanhas para fraudar seus 
credores, utilizando-se da personalidade jurídica e, beneficiando-se da separação 
patrimonial como um verdadeiro escudo protetor contra-ataques aos seus patrimônios 
pessoal. 
Posto isto, com a finalidade de salvaguardar o princípio da autonomia 
patrimonial e, evitando o seu uso abusivo e deturpado, formulou-se a doutrina da 
desconsideração da personalidade jurídica, a qual deveria ser aplicada quando se 
 
46 
 
verificasse (e constatasse) o uso abusivo da personalidade jurídica em detrimento de 
seus credores. 
11.1 Teoria da desconsideração da personalidade jurídica no Brasil 
Essa teoria chegou ao Brasil através de Rubens Requião, na década de 1960. 
O autor, a despeito da ausência de previsão legislativa, já defendia a sua aplicação 
no País. 
Diante do abuso de direito, e da fraude no uso da personalidade jurídica, cabe 
o juiz brasileiro indagar em seu livre convencimento, se há de consagrar a fraude ou 
o abuso de direito, ou, se deverá desprezar a personalidade, visando alcançar as 
pessoas e bens que dentro dela se escondem para fins ilícitos e abusivos. 
Com a edição do Código Civil de 2002, a teoria da desconsideração recebeu 
um novo tratamento legislativo, e o legislador editou dispositivo que refletiu, com 
fidelidade aos ideais originais da disegard doctrine. 
Com efeito, o art. 50 do Código Civil estabeleceu que: 
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo 
desvio de finalidade ou pela confusão patrimonial, pode o juiz, a requerimento 
da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, 
desconsiderá-la para que os efeitos de certas e determinadas relações de 
obrigações sejam estendidos aos bens particulares de administradores ou de 
sócios da pessoa jurídica beneficiados direta ou indiretamente pelo abuso. 
(BRASIL, 2002) 
Portanto, o artigo citado, é atualmente a regra matriz acerca da disregard 
doctrine no direito brasileiro. Sendo de aplicação obrigatória, a todos os casos de 
desconsideração da personalidade jurídica (com exceção dos referentes às relações 
de consumo, aos crimes ambientais e às infrações à ordem econômica) por possuírem 
disciplina normativa própria, já prevista em leis especiais. 
 
 
 
47 
 
12 BIBLIOGRAFIA 
ALMEIDA, Amador Paes de. Curso de falência e concordata. 6 ed. São Paulo: 
Saraiva, 1998. 
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Janeiro: Lumen Juris, 2008. 
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BRASIL. Lei nº 13.303, de 30 de junho de 2016. 
BRASIL. Lei nº 4.595, de 31 de dezembro de 1964. 
BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. 
BRASIL. Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990. 
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Gráfico, 1988. 
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Projeto do Código Comercial. 1 ed. Editora Saraiva, 2012. 
 
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Saraiva, 2007. 
RESTIFFE, Paulo Sérgio. Manual do novo direito comercial. São Paulo: Dialética, 
2006. 
ROSA JR., Luiz Emygdio F. da. Títulos de crédito. 4 ed. Rio de Janeiro: Renovar, 
2006. 
TOLEDO, Paulo F. C. Salles de; ABRÃO, Carlos Henrique (coord.). Comentários à 
Lei de Recuperação de Empresas e Falência. 3 ed. São Paulo: Saraiva, 2009. 
TOMAZETE, Marlon. Direito societário. São Paulo: Juarez de Oliveira, 2003. 
VERÇOSA, Haroldo Malheiros Duclerc. Curso de direito comercial. São Paulo: 
Malheiros, 2004. 
WALD, Arnoldo. Obrigações e Contratos. 16 ed. São Paulo: Saraiva, 2004.

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