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APG Dermatite Atópica

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➢ Tipos de dermatite 
Dermatite seborrréica: doença cutânea recorrente 
comum, que se apresenta com manchas eritematosas e 
escamosas localizadas em áreas com alta densidade de 
glândulas sebáceas 
Dermatite atópica: doença cutânea inflamatória crônica, 
pruriginosa, que ocorre com mais frequência em 
crianças, mas também afeta adultos. As marcas da DA 
são pele seca, prurido intenso e hiper-reatividade 
cutânea a vários estímulos ambientais 
Dermatite de contato: dermatite decorrente da 
exposição direta da pele a uma substância. A dermatite 
pode ser alérgica ou induzida por irritação 
Dermatite plantaris sicca: doença eczematosa 
envolvendo as plantas dos pés que ocorre tipicamente 
em crianças de 3 a 14 anos, mais frequentemente 
naquelas com diátese atópica 
Dermatite de estase: dermatose inflamatória comum das 
extremidades inferiores que ocorre em pacientes com 
insuficiência venosa crônica. Normalmente se apresenta 
com manchas ou placas eritematosas, descamativas e 
eczematosas nas pernas cronicamente edematosas 
Eczema asteatótico: geralmente ocorre nas 
extremidades inferiores de indivíduos mais velhos com 
pele seca 
Eczema disidrótico: dermatite vesicular intensamente 
pruriginosa, crônica e recorrente de etiologia 
desconhecida que tipicamente envolve as palmas das 
mãos e plantas dos pés e as faces laterais dos dedos 
Eczema numular: doença cutânea inflamatória 
recorrente, crônica, caracterizada por múltiplas lesões 
eczematosas pruriginosas, em forma de moeda, 
envolvendo as extremidades e, menos comumente, o 
tronco 
 
 
➢ Definição 
A dermatite atópica é uma doença cutânea inflamatória 
pruriginosa crônica que ocorre mais frequentemente em 
crianças, mas também afeta adultos. A dermatite atópica 
costuma estar associada a um nível sérico elevado de 
imunoglobulina E (IgE) e a uma história pessoal ou familiar 
de atopia, que descreve um grupo de doenças que inclui 
eczema, asma e rinite alérgica. 
➢ Epidemiologia 
A dermatite atópica afeta aproximadamente 5 a mais de 
20 por cento das crianças em todo o mundo, com 
grandes variações entre países e grupos étnicos. 
Na grande maioria dos casos, a dermatite atópica começa 
antes dos cinco anos de idade e os dados de prevalência 
em crianças mostram uma ligeira preponderância 
feminina. A dermatite atópica persistente além da infância 
pode afetar aproximadamente 50 por cento dos 
pacientes com diagnóstico de dermatite atópica durante 
a infância. 
➢ Fatores de risco 
 -Genéticos: história familiar de atopia (eczema, asma ou 
rinite alérgica) 
-Exposições ambientais: clima, ambiente urbano versus 
rural, poluição do ar, exposição precoce a 
microrganismos não patogênicos e dureza da água 
➢ Fisiopatologia 
Ainda é debatido se a inflamação da pele é iniciada por 
disfunção da barreira cutânea (hipótese "de fora para 
dentro") ou por desregulação imunológica (hipótese "de 
dentro para fora"). Uma multiplicidade de mecanismos 
está envolvida na patogênese da dermatite atópica. 
- Disfunção da barreira epidérmica: A função da barreira 
epidérmica reside principalmente no estrato córneo, que 
fornece a primeira linha de defesa contra o meio 
ambiente, incluindo patógenos e alérgenos, e controla a 
homeostase da água. Um estrato córneo alterado, 
portanto, resulta em aumento da perda de água 
transepidérmica, aumento da permeabilidade, redução da 
retenção de água e alteração da composição lipídica. 
 
Essa disfunção é causada por vários fatores, incluindo 
redução da produção de filagrina, desequilíbrio entre a 
protease do estrato córneo e a atividade antiprotease, 
anormalidades de junção apertada, composição alterada 
e organização lamelar de lipídios epidérmicos, 
colonização microbiana, ciclo de coceira e liberação de 
citocinas pró-inflamatórias. 
-Fatores genéticos: estudos de ligação múltipla e estudos 
de associação do genoma (GWAS) implicaram loci 
associados a anormalidades da barreira cutânea, em 
particular o complexo de diferenciação epidérmica no 
cromossomo 1q21, que inclui FLG , e novos loci, incluindo 
genes candidatos envolvidos na regulação do hospedeiro 
inato defesas e função das células T. 
-Desregulação imune e inflamação: Os queratinócitos e 
as células apresentadoras de antígenos na pele 
expressam uma série de receptores imunes inatos 
chamados receptores de reconhecimento de padrões, 
que incluem receptores toll-like (TLRs). A estimulação de 
TLRs por danos aos tecidos ou microrganismos leva à 
liberação de uma ampla gama de sinais de perigo 
(alarmes) 
A liberação de alarmes desencadeada pela ruptura da 
barreira epitelial ativa células epidérmicas dendríticas 
inflamatórias e células imunes tipo 2, incluindo células Th2. 
As células Th2 ativadas liberam IL-4 e IL-13, que 
promovem a inflamação, bem como a troca de classe 
de IgE de células B, esta última resultando na produção 
de moléculas de IgE específicas do antígeno através da 
via do transdutor de sinal e ativador da transcrição 
Além de seu papel na promoção da inflamação, as 
citocinas Th2 (IL-4, IL-13, IL-31 e IL-22) afetam a função 
de barreira epidérmica ao suprimir a expressão de genes 
de diferenciação de ceratinócitos terminais (por 
exemplo, FLG , loricrina, involucrin), inibindo a produção 
de AMPs e promovendo hiperplasia epidérmica 
-Interações neuroimunes: a coceira crônica resulta de 
interações complexas entre fibras do nervo C periférico 
não sensíveis à histamina, queratinócitos e células imunes 
Th2 
-Alteração do microbiano cutâneo: há diversidade 
reduzida da comunidade bacteriana e crescimento 
excessivo de Staphylococcus aureus , especialmente na 
pele lesada. Uma multiplicidade de proteínas bacterianas 
que atuam como fatores de virulência contribue para a 
patogênese da dermatite atópica. 
A toxina-1 da síndrome do choque tóxico (TSST-1) e os 
sorotipos de enterotoxina estafilocócica SEA, SEB, SEC, 
SED, SEE ou SEG são superantígenos que se ligam às 
moléculas principais de histocompatibilidade classe II 
(MHCII) na superfície das células apresentadoras de 
antígeno e Receptores de células T nas células T, 
resultando na produção excessiva de citocinas de células 
T. Além disso, os superantígenos também são alérgenos 
que podem desencadear uma resposta IgE e 
desencadear a desgranulação dos mastócitos. 
➢ Manifestações clínicas 
Pele seca e prurido intenso são os sinais cardeais da 
dermatite atópica. No entanto, a apresentação clínica é 
altamente variável, dependendo da idade do paciente, 
etnia e atividade da doença. 
O eczema agudo é caracterizado por pápulas e vesículas 
eritematosas intensamente pruriginosas com exsudação 
e crostas, enquanto as lesões subagudas ou crônicas se 
apresentam como pápulas eritematosas secas, 
escamosas ou escoriadas. 
Em crianças e adultos com pele profundamente 
pigmentada, o eritema pode parecer marrom-escuro ou 
violáceo em vez de rosa ou vermelho, como é 
tipicamente observado em pacientes com pele mais 
clara. 
Em bebês e crianças pequenas (zero a dois anos), a 
dermatite atópica geralmente se apresenta com lesões 
pruriginosas, vermelhas, escamosas e crostosas nas 
superfícies extensoras e bochechas ou couro cabeludo, 
mas pode ser difuso. 
Em crianças mais velhas e adolescentes (2 a 16 anos), a 
dermatite atópica é caracterizada por menos exsudação 
e frequentemente demonstra placas liquenificadas em 
uma distribuição flexural, especialmente da fossa 
antecubital e poplítea, aspecto volar dos punhos, 
tornozelos e pescoço. 
 
Em adultos, a dermatite atópica é consideravelmente 
mais localizada e liquenificada. As áreas envolvidas são, na 
maioria dos casos, as flexões da pele. 
 
Eritema confluente, microvesiculação, pápulas, crosta e 
escamas na face de uma criança. 
 
Numerosas pápulas eritematosas estão presentes nas mãos desse 
paciente com dermatite atópica. 
➢ Complicações 
Os pacientes atópicosestão mais predispostos a 
infecções de pele devido à barreira cutânea 
comprometida. 
A infecção estreptocócica também é uma preocupação. 
Nem sempre é diagnosticada rapidamente e pode levar 
a complicações graves como infecções bacterianas 
invasivas e septicemias 
Eczema herpeticum é uma complicação muito temida e 
em um estudo retrospectivo 57% dos pacientes 
necessitaram de hospitalização e terapia antiviral 
intravenosa 
 
➢ Diagnóstico 
O diagnóstico da DA baseia-se na história e exame clínico. 
Para que seja feito de maneira correta, deve-se fazer 
uma anamnese detalhada do paciente, investigando a 
idade de início das lesões, os locais que foram afetados 
conforme a idade e se as características mudaram com 
o tempo. Além disso, um exame físico completo é 
essencial, para que possa ser feita uma avaliação 
detalhada de todas as lesões no corpo do paciente. 
Para fechar o diagnóstico, é essencial que haja prurido ou 
referência a ele nos últimos 12 meses associado a pelo 
menos 3 dos seguintes sinais clínicos: xerose cutânea 
nos últimos 12 meses; antecedente pessoal de rinite ou 
asma, ou histórico familiar de parentes de primeiro grau 
em crianças menores de quatro anos; início dos sintomas 
antes de dois anos de idade; história de lesões em regiões 
de flexura dos membros; dermatite na região flexural 
visível. 
Nos exames laboratoriais, é comum o aparecimento de 
eosinofilia e níveis elevados de imunoglobulina E (IgE), 
mas estes testes não indicam sensibilização aos 
alérgenos. 
➢ Diagnóstico diferencial 
Síndrome de hiper IgE, síndrome de Wiskott-Aldrich, 
síndrome de imunodeficiência grave combinada, 
síndrome IPEX, dermatite seborreica, dermatite de 
contato, escabiose, psoríase. 
Outros diagnósticos diferenciais menos comuns são as 
reações às drogas, deficiências nutricionais e linfomas 
cutâneos de células T. 
➢ Tratamento 
O tratamento da dermatite atópica objetiva controlar o 
quadro, diminuindo os sintomas e sua gravidade. 
De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria (2017), 
o tratamento da DA se baseia em quatro pilares, que são: 
educação do paciente e seus familiares, hidratação da 
pele, controle de fatores desencadeantes e medicações 
tópicas ou orais para controle de fase aguda e, em alguns 
casos, manutenção. 
 
As atividades de educação em saúde para crianças e 
seus cuidadores devem enfatizar o caráter crônico e 
recidivante da dermatite atópica, além de deixar claro que 
a doença não tem cura, mas pode ser muito bem 
controlada. 
A correta hidratação da pele restaura a barreira cutânea 
e oferece proteção contra agentes irritantes, além de 
minimizar a necessidade de uso de corticosteroides 
tópicos e prevenir exacerbações dos sintomas. 
O controle dos fatores desencadeantes pode prevenir 
recidivas e agravamento dos sintomas, por isso, agentes 
irritantes precisam ser evitados, como produtos de 
limpeza em geral, materiais abrasivos e exposição à 
poluição. 
O tratamento medicamentoso consiste no uso de 
corticoesteróides tópicos em pequenas quantidades 
sobre as áreas de lesão ativa ou áreas anteriormente 
lesionadas e, em casos reservados, medicação oral. O uso 
dos corticosteróides deve ser bem orientado e devem 
ser utilizados por pouco tempo e em menor potência 
possível. Corticoides sistêmicos não são indicados, a não 
ser em quadros graves e de lesões disseminadas, pois 
além dos efeitos colaterais serem mais frequentes que 
no uso tópico, aumentam a chance de efeito rebote. 
Inibidores tópicos da calcineurina podem ser uma opção 
para crianças maiores de dois anos que não respondem 
ou possuem alguma contraindicação ao uso de 
corticoides tópicos. 
O uso de imunobiológicos é controverso pela falta de 
estudos, mas têm sido considerados como tratamento 
individualizado da dermatite atópica. 
Compressas úmidas são boa opção para alívio 
momentâneo do prurido e aumentam absorção de 
hidratantes e medicamentos tópicos. 
 
 
 
 
 
➢ Referências: 
HOWE, William. Treatment of atopic dermatitis (eczema). 
UPTODATE, 2021. 
WESTON, William L; HOWE, William. Atopic dermatitis 
(eczema): Pathogenesis, clinical manifestations, and 
diagnosis. UPTODATE, 2021. 
DE RESENDE SILVA, Claudia Márcia. DERMATITE 
ATÓPICA: REVISÃO DO MANEJO CLÍNICO. 2018. 
WESTON, William L; HOWE, William.. Overview of 
dermatitis (eczema). UPTODATE, 2019. 
 
 
 
https://www.uptodate.com/contents/overview-of-dermatitis-eczema?search=dermatite+at%C3%B3pica+&source=search_result&selectedTitle=4%7E150&usage_type=default&display_rank=4
https://www.uptodate.com/contents/overview-of-dermatitis-eczema?search=dermatite+at%C3%B3pica+&source=search_result&selectedTitle=4%7E150&usage_type=default&display_rank=4

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