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A importancia da entrevista psicologica

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A importância da Entrevista no processo de Avaliação Psicológica 
 
Julho/2018 
 
 ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 15 Vol. 01 julho/2018 
 
 A importância da Entrevista no processo de Avaliação Psicológica 
 
Fernanda Gomes Dettogni – fedettogni@gmail.com 
Avaliação Psicológica 
Instituto de Pós-Graduação - IPOG 
Florianópolis, SC, 09 de agosto de 2017 
 
Resumo 
 
Esse artigo discute a importância da entrevista como uma ferramenta imprescindível dentro 
do processo de Avaliação Psicólogica, além da importância de um bom rapport realizado por 
profissionais psicólogos que estejam aptos e capacitados para tal. Muitas vezes, confunde-se 
avaliação psicológica com testagem o que, por sua vez, negligência a grandiosidade de 
informações advindas de uma entrevista como etapa do processo de avaliação. Nesse artigo, 
o objetivo que se propôs foi o de apresentar características importantes da etapa de 
entrevista que podem guiar um bom processo de avaliação psicológica, independente do 
contexto na qual esta está inserida. Além disso, também se propôs esclarecer e refletir à 
respeito das características necessárias a um bom entrevistador para que o processo de 
avaliação corra da melhor maneira o possível, lembrando que apesar de todo psicólogo 
poder realizar um processo de avaliação psicológica e, consequentemente, uma entrevista, 
nem todos têm conhecimento e técnicas necessárias para tal. Este trabalho é um artigo de 
referencial bibliográfico de abordagem qualitativa, de referencial aplicado e de objetivos 
descritivos. 
 
Palavras-chave: Avaliação Psicológica. Entrevista inicial. Entrevista devolutiva. 
Psicodiagnóstico. 
 
1. Introdução 
Sendo a avaliação psicológica um processo técnico-científico de coleta de dados, realizado 
com pessoas ou grupos, que tem por objetivo o estudo e interpretação de informações a 
respeito dos fenômenos psicológicos resultantes da relação do indivíduo com a sociedade, 
utilizando, para tanto, de métodos, técnicas e instrumentos psicológicos (Resolução CFP 
07/2003), considera-se de extrema valia compreender a importância da entrevista nesse 
processo, como uma etapa inicial, final ou que pode ocorrer durante o processo se assim o 
profissional o julgar necessário. Para a realização de uma avaliação psicológica e, 
especificamente, para a realização de entrevistas, são necessários conhecimentos amplos 
dentro do campo da psicologia, visto que este processo aponta para a complexidade do ser 
humano. Para argumentar: 
 
A avaliação psicológica não é simplesmente uma área técnica produtora de 
ferramentas profissionais, mas sim a área da psicologia responsável pela 
operacionalização das teorias psicológicas em eventos observáveis. Com isso, ela 
fomenta a observação sistemática de eventos psicológicos, abrindo os caminhos para 
a integração teoria e prática Ela permite que as teorias possam ser testadas, 
 
 A importância da Entrevista no processo de Avaliação Psicológica 
 
Julho/2018 
 
 ISSN 2179-5568 – Revista Especialize On-line IPOG - Goiânia - Ano 9, Edição nº 15 Vol. 01 julho/2018 
 
eventualmente aprimoradas, contribuindo para a evolução do conhecimento na 
psicologia. Portanto, a avaliação na psicologia é uma área fundamental de integração 
entre a ciência e a profissão. Disso decorre que o avanço da avaliação psicológica 
não é um avanço simplesmente da instrumentação, mas sobretudo das teorias 
explicativas do funcionamento psicológico (PRIMI, 2003:68). 
 
Esse artigo é importante para o campo da avaliação psicológica por demonstrar a importância 
da entrevista que é uma etapa grandiosa para o processo, e que exige bastante técnica. Para 
demonstrar: 
 
A entrevista é a técnica mais utilizada para a obtenção de informações a respeito de 
uma pessoa em qualquer situação em que exista um indivíduo buscando saber algo 
sobre outro, esclarecer comportamentos, elucidar intenções, ideias ou atitudes de 
alguém, sejam específicas ou genéricas. É uma ferramenta poderosa à disposição 
dos psicólogos, de valor inestimável e, sem dúvida, a mais indispensável de todas as 
que possam ser colocadas ao seu alcance (GARCIA-SANTOS, 2014:1) 
 
Na opinião de Bleger (1998:1): "[A Entrevista] consiste em uma relação humana na qual um 
dos integrantes deve procurar saber o que está acontecendo e deve atuar segundo esse 
conhecimento". Sendo assim, faz-se indispensável o uso da entrevista como primeiro contato 
do psicólogo avaliador com o avaliado no processo de avaliação psicológica para que se tenha 
resultados de qualidade. Segundo Tavares (2012): “O resultado será influenciado pela 
qualidade da relação entre avaliador e o sujeito avaliado, que será mediada pela maneira como 
o profissional se conduz na entrevista inicial, uma espécie de maestria entre uso da técnica e 
habilidades interpessoais”. 
É importante salientar que o processo de avaliação psicológica é diferente do processo de 
testagem psicológica. Os testes e a seleção dos mesmos para cada demanda e situação são de 
grande importância, porém essas escolhas só poderão ser feitas a partir dos dados obtidos na 
etapa da entrevista inicial, onde existirá o primeiro contato do avaliador com o avaliado. Para 
argumentar: 
A avaliação psicológica é um processo complexo e multifacetado. A experiência 
ensina que o processo de avaliação começa muito antes de o sujeito ser apresentado 
à primeira situação de avaliação, como uma prancha do TAT, do Rorschach ou a 
qualquer outro instrumento, projetivo ou não. Esse processo se inicia mesmo antes 
do primeiro contato, na entrevista inicial, com a pessoa a ser avaliada (TAVARES, 
2012:321) 
 
Para a realização da etapa de entrevista, é necessário que o profissional esteja preparado com 
conhecimentos e técnicas específicas. De acordo com Noronha e Reppold (2010:199): “[...] 
espera-se que seja imputada ao profissional a competência necessária para a realização de 
ações com excelência, de modo que o garantido por lei seja acrescido de competência e 
segurança nas suas práticas avaliativas”. Sendo assim, apesar de todos os profissionais 
psicólogos terem o direito, por lei, de desenvolverem um processo de avaliação psicológica, 
com a etapa da entrevista em especial, nem todos estão preparados para tal. 
 
 A importância da Entrevista no processo de Avaliação Psicológica 
 
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A partir das questões colocadas, o objetivo desse artigo é discutir a grandiosidade da etapa da 
entrevista no processo de avaliação psicológica, assim como a importância do preparo do 
profissional psicólogo para realizá-la, além da importância da ética para tal. 
 
2. Desenvolvimento 
Atualmente, muito se fala a respeito do processo de Avaliação Psicológica e sua inserção nos 
diferentes contextos de atuação do psicólogo, em especial a respeito dos testes psicológicos a 
serem aplicados para cada demanda específica. Sobre a diferença entre avaliação psicológica 
e instrumentos de avaliação: 
Ao se tratar do termo amplo, avaliação psicológica, deve-se, em primeiro lugar, 
distingui-lo dos instrumentos de avaliação. A avaliação psicológica é uma atividade 
mais complexa e constitui-se na busca sistemática de conhecimento a respeito do 
funcionamento psicológico das pessoas, de tal forma a poder orientar ações e 
decisões futuras. Esse conhecimento é sempre gerado em situações que envolvem 
questões e problemas específicos. Já os instrumentos de avaliação constituem-se em 
procedimentos sistemáticos de coleta de informações úteis e confiáveis que possam 
servir de base ao processo mais amplo e complexo da avaliação psicológica. 
Portanto, os instrumentos estão contidos no processo mais amplo da avaliação 
psicológica (Primi, Nascimento & Souza, 2004). 
A avaliação psicológica não é apenas uma testagem psicológica. Colocarque a avaliação é o 
mesmo que testagem é uma maneira reducionista de falar sobre um processo sistêmico e 
dinâmico, e que exige bastante conhecimento e técnica: 
Enquanto a Avaliação Psicológica refere-se a um processo amplo que envolve a 
integração de informações provenientes de diversas fontes, como testes, entrevistas, 
observações, análises de documentos, entre outras, a testagem psicológica deve ser 
considerada como uma das etapas da avaliação, por meio da utilização de testes 
psicológicos de diferentes tipos (PELLINI E SÁ LEME, 2011:163-164). 
A entrevista é uma ferramenta e/ou técnica essencial no processo de avaliação psicológica, e 
ela pode aparecer tanto na etapa inicial da avaliação, quanto na devolução, esclarecendo 
resultados obtidos, além de aparecer no meio do processo se o profissional assim o achar 
necessário. Na consideração da entrevista como técnica: 
[...] entre outras razões, identifica ou faz coexistir no psicólogo as funções de 
investigador e de profissional, já que a técnica é o ponto de interação entre a ciência 
e as necessidades práticas; é assim que a entrevista alcança a aplicação de 
conhecimentos científicos e, ao mesmo tempo, obtém ou possibilita levar a vida 
diária do ser humano ao nível do conhecimento e da elaboração científica. E tudo 
isso em um processo ininterrupto de interação (BLEGER, 1998:1). 
 
Durante todo o processo de avaliação psicológica, poderá haver aplicação de etapas e técnicas 
de entrevista de acordo com o objetivo que gerou a entrevista em si. Para argumentar: 
 
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Muitas são as finalidades ou objetivos para a utilização de uma entrevista pelo 
psicólogo, assim como existem diferentes tipos ou modelos de entrevista, de acordo 
com o que a motiva. Entretanto, em todos os formatos que adquire e se utilizada de 
modo adequado permite acessar ampla e profundamente o entrevistado, conhecer 
suas particularidades, sua maneira de se relacionar com os outros, como e o que 
pensa a respeito de determinados assuntos, sua história pregressa, seus planos 
futuros, também o que o incomoda e atrapalha, numa diversidade de contextos e 
situações (GARCIA-SANTOS, 2014:1-2). 
 
Na opinião de Garcia-Santos (2014), a entrevista é a técnica mais utilizada e completa para a 
obtenção de informações a respeito de uma pessoa em qualquer situação em que exista um 
indivíduo buscando saber algo sobre outro. Segundo Tavares (2000), a entrevista no contexto 
da avaliação psicológica é um conjunto de técnicas de investigação, ou um processo, que 
ocorre num tempo pré-estabelecido pelo psicólogo que a dirige. Já de acordo com Tavares 
(2000:52): “Uma entrevista, na prática, antes de poder ser considerada uma técnica, deve ser 
vista como um contato social entre duas ou mais”. Para Garcia-Santos (2014), o profissional 
psicólogo se utiliza dos conhecimentos que têm, estabelecendo uma relação profissional com 
o entrevistado com o objetivo claro de avaliar aspectos pessoais, relacionais e contextuais, 
para ao final tomar algum tipo de decisão como recomendação, orientação, diagnóstico ou 
encaminhamento, sempre com foco na demanda inicial que justifica o processo de avaliação 
psicológica. Os objetivos do processo de avaliação psicológica, consequentemente da 
demanda de uma entrevista, devem ser previamente estabelecidos e conhecidos pelo 
psicólogo, como coloca Pellini e Sá Leme (2011:173): “O psicólogo deve ter sempre claro em 
seu trabalho o objetivo de estar realizando uma avaliação. Dependendo do motivo da 
solicitação, ele pode mudar radicalmente, por exemplo, o destino de uma pessoa, família, o 
desenvolvimento de uma criança ou uma decisão judicial”. 
É importante colocar que a entrevista, enquanto uma técnica, um processo, não precisa estar 
restrita a um único encontro. O profissional psicólogo precisa refletir sobre os primeiros 
dados coletados e decidir como proceder, inclusive na inclusão de outras ferramentas, como 
coloca Tavares (2012:330): “Após uma entrevista na qual estabelece o rapport e esclarece, 
com o sujeito, alguns pontos levantados no contato com o terapeuta, ele decide se aplicará o 
conjunto de procedimentos preparado ou se o modificará de alguma maneira. Somente então 
inicia a aplicação de instrumentos”. A entrevista permite o levantamento preliminar sobre o 
sujeito entrevistado e as definições de quais outras técnicas comporão a avaliação psicológica 
como um todo. Também permite o esclarecimento e/ou entendimento sobre o comportamento, 
forma de perceber o mundo, habilidades, funções cognitivas, condições intelectuais, atitudes, 
condições emocionais e afetivas, formas de se planejar e se organizar, maneiras de solucionar 
problemas e de se relacionar com outras pessoas, comportamentos habituais, motivações, 
talentos, dentre outras características do sujeito. Está relacionada a uma questão que 
pretende-se investigar. Segundo Macedo e Carrasco (2005), a entrevista é um recurso 
importante e fundamental que o psicólogo utiliza em seu trabalho. A entrevista pode ser um 
meio privilegiado de acesso ao outro, pois a partir da palavra, criam-se as condições 
necessárias para que uma relação seja constituída. Para exemplificar: 
 
 
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Na entrevista, procuramos observar os aspectos essenciais do modo de 
funcionamento da pessoa no contexto imediato da relação com o psicólogo. Nesse 
sentido, tudo o que o sujeito diz ou faz poder ser legitimamente apreciado do ponto 
de vista da avaliação. Quando o sujeito não colabora, ou resiste, ele não está 
impedindo a avaliação; ele está justamente comunicando o seu modo de funcionar 
naquela situação. Procurar compreender o que motiva esse tipo de comportamento e 
como influenciar essa situação favoravelmente também são aspectos importantes do 
ponto de vista da avaliação (TAVARES, 2012:329) 
 
De acordo com a finalidade, a entrevista é aplicada em diferentes contextos, como clínico, 
organizacional, escolar, orientação de carreira, forense, pesquisa, dentre outros. Em relação ao 
contexto clínico, Tavares (2000:45) coloca que: “Muitas vezes, o aspecto avaliativo de uma 
entrevista inicial confunde-se com a psicoterapia que se inicia, devido ao aspecto terapêutico 
intrínseco a um processo de avaliação e ao aspecto avaliativo intrínseco à psicoterapia”. 
Tavares (2000) ressalta ainda que por ser uma técnica de avaliação que pode mais facilmente 
se adaptar às variações individuais e de contexto, a entrevista torna explícita particularidades 
que escapam a outros procedimento, podendo-se por meio dela buscar esclarecimentos, 
exemplos e contextos para as respostas do indivíduo. Esta adaptabilidade coloca a entrevista 
clínica em um lugar de destaque inigualável entre as técnicas de avaliação. Conforme aponta 
Ocampo e Arzeno (2001), a entrevista inicial é um instrumento fundamental no processo de 
psicodiagnóstico (avaliação psicológica restrita ao contexto clínico), pois o psicólogo clínico 
colherá informações sobre o motivo da procura pelo atendimento, fará observações, 
estabelecerá o rapport com o cliente e colherá informações importantes sobre sua história de 
vida. A partir desta coleta de dados é que o profissional será capaz de levantar hipóteses 
iniciais, o que é decisivo para o planejamento da avaliação, assim como a definição dos outros 
instrumentos a serem utilizados. Os dados irão auxiliar o profissional no levantamento de 
hipóteses sobre a demanda inicial, orientando-o na construção de uma bateria de técnicas e/ou 
testes, proporcionando uma avaliação precisa e, consequentemente, uma devolução 
condizentecom as necessidades do solicitante. Ainda segundo Ocampo e Arzeno (2001), a 
entrevista inicial é importante para que o psicólogo conheça o cliente de forma exaustiva e 
possa extrair dados para formulação de hipóteses, planejamento de bateria de testes e para que 
possa interpretar com precisão os dados dos testes e da entrevista devolutiva, destacando que 
é recomendável começar a entrevista de forma mais diretiva, para que haja apresentação tanto 
do psicólogo, quanto do cliente. Para exemplificar: 
 
A entrevista, como ponto de contato inicial, é crucial para o desenvolvimento de 
uma relação de ajuda. A aceitação das recomendações ou a permanência no 
tratamento dependem de algumas características importantes desse primeiro contato, 
que são influenciadas por um conjunto de competências do entrevistador. A 
dificuldade de aceitação das recomendações ou a desistência de iniciar um processo 
terapêutico, quando ocorre, se dá nos primeiros contatos (ALMEIDA, 2004:37). 
 
A relação entre o entrevistado e o entrevistador é de suprema importância na entrevista inicial 
num processo de avaliação psicológica. Na opinião de Tavares (2012), certos aspectos da 
personalidade do psicólogo e de sua imagem, principalmente os mais visíveis ou mais 
 
 A importância da Entrevista no processo de Avaliação Psicológica 
 
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facilmente identificáveis, podem exercer uma influência no sujeito entrevistado acerca de seu 
modo de relacionar-se com o entrevistador. Cabe ao profissional estar preparado e sentindo-se 
seguro para esse tipo de situação A criação de um bom rapport poderá guiar, num sentido 
positivo, o restante do processo de avaliação inclusive. Ainda segundo Tavares (2000), o 
primeiro objetivo da entrevista inicial, e do qual os outros objetivos dependem inclusive, é 
estabelecer rapport suficiente para sustentar a atividade com o sujeito. Garcia-Santos (2014) 
esclarece que: “O bom resultado da entrevista estará sempre relacionado às competências do 
psicólogo como entrevistador, suas habilidades relacionais e capacidade de abordagem”. Os 
papéis do entrevistador e do entrevistado devem estar bem definidos, tendo o psicólogo, como 
entrevistador, que manter sempre o foco no objetivo da entrevista. Para argumentar: 
 
 
Entrevistador e entrevistado têm, nesse processo, atribuições diferenciadas de 
papéis. A função específica do entrevistador coloca a entrevista clínica no domínio 
de uma relação profissional. É dele a responsabilidade pela condução do processo e 
pela aplicação de conhecimentos psicológicos em benefício das pessoas envolvidas. 
É responsabilidade dele dominar as especificidades da técnica e a complexidade do 
conhecimento utilizado. Essa responsabilidade delimita (estrutura) o processo em 
seus aspectos clínicos. Assumir essas responsabilidades profissionais pelo outro tem 
aspectos éticos fundamentais; significa reconhecer a desigualdade intrínseca na 
relação, que dá uma posição privilegiada ao entrevistador. Essa posição lhe confere 
poder e, portanto, a responsabilidade de zelar pelo interesse e bem-estar do outro. 
Também é do entrevistador a responsabilidade de reconhecer a necessidade de 
treinamento especializado e atualizações constantes ou periódicas (TAVARES, 
2000:46). 
 
É importante ter em vista que a entrevista tem como função não só recolher informações 
acerca de um indivíduo de forma ampla, mas sim também motivá-lo para o trabalho de 
avaliação psicológica, além de estabelecer vínculo e gerar clima favorável para a realização 
do trabalho. Os profissionais psicólogos precisam desenvolver conhecimentos e habilidades a 
fim de entender quem são seus clientes e também para manter o foco em seus objetivos, 
independente do tipo de entrevista que está sendo realizada. Para o bom andamento da 
entrevista, além de um bom rapport, que é parte obrigatória do processo, Scheeffer (1977), 
nos coloca também a importância de alguns outros pontos, como: a criação de um clima 
favorável em relação à entrevista; a adequação das instalações físicas; dar início à entrevista 
quando perceber que há condições para tal; preparar-se previamente; ater-se ao foco; além de 
tomar todos os cuidados para não transformar a entrevista numa conversa. De acordo com 
Garcia-Santos (2014), são os objetivos da entrevista que definirão o planejamento da mesma, 
além da utilização da melhor forma para coleta de informações. Para Carrasco e Potter (2005), 
a entrevista não deve ser entendida como distante, fria ou exploratória apenas, e o processo 
não pode ser desviado de seus objetivos iniciais. Para Tavares (2002), uma entrevista, na 
prática, antes de poder ser considerada uma técnica, deve ser vista como um contato social 
entre duas ou mais pessoas. O sucesso da entrevista dependerá, portanto, da qualidade geral 
de um bom contato social, sobre o qual se apoiam as técnicas clínicas específicas. Desse 
modo, a execução da técnica é influenciada pelas habilidades interpessoais do entrevistador: 
 
 
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As diferentes formas de planejar e executar uma avaliação psicológica traz consigo a 
concepção que o psicólogo avaliador tem sobre o ser humano, a sociedade, a ciência 
e a Psicologia. Essas concepções têm impacto direto na vida das pessoas, uma vez 
que abre ou mesmo restringe possibilidades, desmistifica ou mistifica, amplia ou 
restringe o campo de atuação de seus usuários, dependendo das opções adotadas 
pelo psicólogo e da forma como este interpreta os resultados obtidos (ANACHE E 
REPPOLD, 2010:58). 
 
 Essa interdependência entre habilidades interpessoais e o uso da técnica é tão grande que, 
muitas vezes, é impossível separá-las. O bom uso da técnica deve ampliar o alcance das 
habilidades interpessoais do entrevistador e vice-versa. Para levar uma entrevista a termo de 
modo adequado, Tavares (2002) ainda nos sugere que o entrevistador deve ser capaz de: estar 
presente e inteiramente disponível para o outro naquele momento, além de poder ouvi-lo sem 
a interferência de questões pessoais; ajudar o entrevistado a se sentir à vontade e a 
desenvolver uma aliança de trabalho; facilitar a expressão dos motivos que levaram a pessoa a 
ser encaminhada ou a buscar ajuda; buscar esclarecimento para colocações vagas ou 
incompletas; gentilmente, confrontar esquivas e contradições; tolerar a ansiedade relacionada 
aos temas evocados na entrevista; reconhecer defesas e modos de estruturação do paciente, 
especialmente quando elas atuam diretamente na relação com o entrevistador; além de 
dominar as técnicas que utiliza. A preparação do psicólogo na entrevista e algo decisivo no 
processo de avaliação psicológica. Cada tipo de entrevista exige conhecimento técnico e 
habilidades específicas, como empatia, cordialidade, comunicação e humanidade, e o 
entrevistador deve estra preparado para isso. Para demonstrar: 
 
O instrumento de trabalho do entrevistador é ele mesmo, sua própria personalidade, 
que participa inevitavelmente da relação interpessoal, com a agravante de que o 
objeto que deve estudar é outro ser humano ,de tal maneira que, ao examinar a vida 
dos demais, se acha diretamente implicada a revisão e o exame de sua própria vida, 
de sua personalidade, conflitos e frustrações (BLEGER, 1998:26-27) 
 
Para Morrinson (2010), as tarefas do psicólogo entrevistador são: estudar sobre entrevistas, 
suas finalidades, tipos e contextos de aplicação; estudar a área de aplicação da entrevista; 
preparar-se, fazer entrevistas, e treinar; desenvolver as competências de entrevistador; além de 
não interferir nas respostas do entrevistado. Caixeta e Silva (2014) concordam com essa visão 
quando colocamque: “A credibilidade profissional no processo avaliativo decorre da 
formação acadêmica e contínua atualização”. Na opinião de Tavares (2000), espera-se que o 
entrevistador tenha domínio das técnicas que utiliza, visto que a competência técnica dá 
segurança ao entrevistador para que este possa dirigir sua atenção para os aspectos mais 
importantes que aparecem na relação com o entrevistado. Para argumentar: 
 
O bom resultado da entrevista estará sempre relacionado às competências do 
psicólogo como entrevistador, suas habilidades relacionais e capacidade de 
abordagem. Considera-se que os psicólogos precisam desenvolver diferentes 
conhecimentos, incluindo o entendimento de quem são os seus clientes, para 
utilizar-se das entrevistas como ferramenta de apoio nas avaliações psicológica que 
conduz, no trabalho que executa (GARCIA-SANTOS, 2014:13). 
 
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O resultado da avaliação psicológica será influenciado pela qualidade dessa relação entre 
avaliador e o sujeito avaliado, que será mediada pela maneira como o profissional se conduz 
na entrevista inicial, um equilíbrio entre uso da técnica e habilidades interpessoais. Para 
complementar: 
 
Finalmente, mas não menos importante, é preciso considerar as características 
pessoais do avaliador, que participa da avaliação não apenas com os aspectos 
formais de sua competência profissional ou de seu conhecimento e habilidade com 
as técnicas que irá empregar, mas também com as características intrínsecas a sua 
pessoa, como sexo, idade, habilidades interpessoais e sua visão de mundo e do 
outro. (TAVARES, 2012:322) 
 
A preparação do entrevistador inclui também seu preparo de controle emocional para escutar 
o entrevistado. Para exemplificar: 
 
Para estar presente e poder ouvir o paciente, o entrevistador deve ser capaz de isolar 
outras preocupações e, momentaneamente, focalizar sua atenção no paciente. Para 
fazer isso, é preciso que suas necessidades pessoais estejam sendo suficientemente 
atendidas, e que ele possa reconhecer os momentos em que isso parece não estar 
ocorrendo. Isso implica que as ansiedades presentes não sejam tão fortes a ponto de 
interferir no processo (TAVARES, 2000:52). 
 
 
Segundo Noronha e Reppold (2010:199): “Sustenta-se, com isso, que a avaliação seja 
realizada apenas por profissionais que tenham competência para tal, e não por qualquer 
psicólogo, já que a eles é dado o direito de avaliar”. Apesar da avaliação psicológica ser uma 
prática exclusiva dos profissionais psicólogos, isso não garante que todos os psicólogos 
tenham competências necessárias para sua aplicação, o que consequentemente, pode afetar a 
excelência do processo. O psicólogo deve compreender a complexidade do processo de 
avaliação e deve dispor de conhecimentos para tal, sempre investindo em formação para 
alcançar melhores resultados: 
 
Nada substitui uma boa dose de treinamento, supervisão e experiência na formação 
do psicólogo especializado em avaliação psicológica. Destacamos a importância da 
supervisão na formação em avaliação psicológica, considerando que o 
reconhecimento desses fatores poderá levar a resultados mais satisfatórios 
(TAVARES, 2012:332) 
 
Assim, segundo Noronha e Reppold (2010), também se argumenta que o processo de 
avaliação, em especial a etapa de entrevista, deve ser realizada por profissionais que 
reconheçam a complexidade do processo e que coloquem sua disponibilidade de recursos e 
técnicas para a realização da mesma. De acordo com Araújo (2007:137) : “A flexibilidade na 
escolha de determinada estratégia (ou instrumentos) é influenciada pela experiência do 
profissional, referencial teórico e objetivo”. Além do conhecimento, manter o foco no sujeito 
avaliado é muito importante: 
 
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O papel principal da pessoa entrevistada é o de prestar informações. A entrevista 
pressupõe pelo menos uma pessoa que esteja em condições de ser um participante 
colaborativo, e o sucesso da entrevista depende do seu modo de participação. Essa 
dependência torna-se mais evidente nos casos de participantes resistentes ou não 
voluntários. O entrevistador tem a necessidade de conhecer e compreender algo de 
natureza psicológica, para poder fazer alguma recomendação, encaminhamento ou 
sugerir algum tipo de atenção ou tratamento (intervenção). Nos casos em que parece 
haver dificuldades de levantar a informação, é bem provável que o entrevistador 
tenha de centrar sua atenção na relação com a pessoa entrevistada, para compreender 
os motivos de sua atitude (TAVARES, 2000:46). 
 
 
Para, Pellini e Sá Leme (2011), a entrevista devolutiva é um ponto que chama atenção a 
respeito desse preparo profissional por ser uma etapa muito importante do processo de 
avaliação psicológica. Para argumentar: 
 
Os resultados dessas avaliações ou devolutivas devem considerar e analisar os 
condicionantes históricos e sociais e seus efeitos no psiquismo, com a finalidade de 
servirem como instrumentos para atuar não somente sobre o indivíduo, mas na 
modificação desses condicionantes que operam desde a formulação da demanda até 
a conclusão do processo, segundo a Resolução nº 07/2003 do Conselho Federal de 
Psicologia (PELLINI E SÁ LEME, 2011:172). 
 
Para De Almeida (2004), uma finalidade da entrevista de devolução é dar a oportunidade ao 
entrevistado de demonstrar seus pensamentos e sentimentos em relação às conclusões e 
recomendações do entrevistador, ou seja, ainda permite avaliar a reação do entrevistado a 
elas, o que demonstra que a entrevista devolutiva mantém o aspecto avaliativo. Segundo 
Araújo (2007), muitas vezes, durante a entrevista devolutiva, surgem novos pontos que 
ajudam a esclarecer e validar questões que eram incógnitas ainda. Tavares (2000) coloca que 
na entrevista devolutiva existe a possibilidade de verificar a atitude do entrevistado em 
relação à avaliação e encaminhamentos, sendo importante ajudar o sujeito a compreender as 
conclusões e recomendações e remover fantasias que possam aparecer a partir de tal 
devolução. Tavares (2012:328) ainda coloca que: “Procura-se avaliar as expectativas do 
sujeito e como ele poderá ser influenciado pelo significado que atribui à avaliação, por 
influência de suas experiências passadas em situações semelhantes ou pelas fantasias que tem 
sobre a demanda e sobre o impacto da avaliação em sua vida”. Sendo assim, fica explícita a 
necessidade do preparo do profissional psicólogo desde a entrevista inicial até a entrevista 
devolutiva no processo de avalição psicológica. Para exemplificar: 
 
A base ética do bom profissional em psicologia perpassa o estabelecimento da 
confiança. De tal modo, o sigilo profissional é caro e deve ser zelado, de forma oral 
e documentada, sem margem às exceções da relativização de cunho eufemístico. Em 
todas as etapas de uma avaliação psicológica, em todos os contextos, deve o 
psicólogo informar com clareza e esclarecer as dúvidas do avaliando com ênfase no 
respeito ao outro. Respeito e confiança que são gerados no âmbito antropológico, 
isto é, pela linguagem. O avaliador deve atentar-se à clareza e nível cognitivo e 
 
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educacional do avaliando, para realizar uma avaliação positiva e qualificada do 
rapport à devolutiva (CAIXETA E SILVA, 2014:225). 
 
Ainda segundo Caixeta e Silva (2014:231): “O aprimoramento profissional tem duas grandes 
vertentes desafiadoras de aprendizagem.Por um lado, a formação de base própria da 
academia, a graduação em psicologia. De outro lado, a formação continuada dos profissionais 
que, há algum tempo, estão no mercado de trabalho”. Esse aprimoramento é um grande 
desafio atual dentro do campo da avaliação psicológica. Para argumentar: 
 
Na formação de psicólogos [...] em atividades como a avaliação, cujo trabalho 
depende intrinsecamente do contato entre ele e o outro, não se pode deixar de 
mencionar que a própria pessoa do avaliador é um dos elementos fundamentais no 
processo. Existem vários aspectos pessoais e profissionais relevantes que devem ser 
considerados. Em primeiro lugar, a formação geral do profissional contribui com 
características importantes que irão nortear o seu modo de responder a situações 
(TAVARES, 2012:331). 
 
Araújo (2007:138) ainda coloca que: “[...] considera-se de fundamental importância a 
atualização dessas discussões nos cursos de graduação em Psicologia, uma vez que, apesar do 
valor que a avaliação psicológica teve, e ainda tem, como um domínio específico do 
psicólogo, ela tem sido alvo de muitas críticas”. Para complementar: 
 
A avaliação psicológica é um procedimento que está inserido em todas as áreas de 
atuação profissional do psicólogo. Antes de se iniciar qualquer intervenção 
psicológica, é necessário que se faça a análise do funcionamento do(s) indivíduo(s) 
para atender adequadamente suas demandas. Por isso, um dos campos de estudo, 
ensino e atuação da psicologia é a avaliação psicológica, que deve ser realizada com 
base em teorias e estudos científicos. Desse modo, acreditamos que essa área deve 
ser componente curricular obrigatório em qualquer matriz pedagógica dos cursos de 
psicologia (NUNES ET AL, 2012:309). 
 
Os aspectos éticos devem estar presentes não só durante as etapas de entrevista, mas sim a 
longo de todo processo de avaliação psicológica: 
 
A consideração aos aspectos éticos envolvidos na avaliação deve também nortear o 
trabalho do psicólogo, uma vez que seus procedimentos dependem de um conjunto 
de valores atrelados às concepções de sujeito e de sociedade que o profissional 
escolhe para proceder a sua leitura sobre as diferentes formas de manifestação do 
fenômeno psicológico (ANACHE E REPPOLD, 2010:57) 
 
Em relação às questões éticas, também é importante citar que: 
 
Ressaltam-se ainda os cuidados e deveres do psicólogo nas suas relações com a 
pessoa atendida quanto ao sigilo profissional, às relações com a justiça e ao alcance 
 
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das informações, identificando riscos e compromissos em relação à utilização das 
informações presentes nos documentos em sua dimensão de relações de poder, 
conforme dispõe o Manual de Elaboração de Documentos Decorrentes de Avaliação 
Psicológica, em seus princípios éticos (PELLINI E SÁ LEME, 2011:177). 
 
É importante mostrar para a sociedade que o processo de avaliação psicológica e todas as 
técnicas que podem o compor, inclusive a entrevista, são realizadas com base na ética e 
conhecimento técnico científico: 
 
A sociedade está atenta ao potencial para excessos, equívocos e danos advindos da 
avaliação psicológica, e os problemas dessa área − atuais e futuros — não serão 
ignorados [...]O Conselho Federal de Psicologia e seus regionais precisam manter 
seus esforços para o desenvolvimento contínuo da avaliação psicológica, o que 
envolve aprimoramento de seus padrões e qualificação profissional progressivos, 
além do compromisso com essa especialidade. Deve também manter seu trabalho de 
acompanhamento da prática da avaliação psicológica, visando promover a 
Psicologia no interesse da Sociedade (TAVARES, 2010:53). 
 
Por último, tem-se claro que o processo de avaliação psicológica mais eticamente 
compromissado e bem visto pela comunidade é aquele no qual utiliza-se vários recursos. Para 
argumentar: 
[...] a literatura tem apontado que as práticas mais competentes e eticamente 
compromissadas são aquelas que se utilizam de todos os recursos disponíveis 
(abordagem multimétodo com instrumentos diversos e outros procedimentos) e em 
todos os níveis importantes (PRIMI, 2010:34). 
 
3. Conclusão 
A entrevista no contexto da avaliação psicológica é de extrema importância para que o 
processo seja realizado com sucesso, visto que é o primeiro contato do psicólogo com o 
indivíduo que está sendo avaliado. A partir desse trabalho, percebe-se a necessidade do estudo 
e treinamento cada vez mais aplicado aos profissionais que desejam atuar na área da avaliação 
psicológica, em especial em relação à como realizar a entrevista para que se tenha uma maior 
possibilidade de um processo de avaliação de excelência. É importante que o ensino da 
avaliação psicológica na graduação seja de qualidade para evitar condutas inadequadas por 
parte dos profissionais quando estes coemçarem a atuar. Sugere-se que outras pesquisas sejam 
realizadas a respeito da importância da entrevista no contexto da avaliação, visto que são 
poucas as existentes, para que fique cada vez mais explícita a necessidade de aprimoramento 
profissional por parte dos psicólogos que atuam e dos que gostariam de atuar nessa área. 
Dessa forma, poderemos ter o reconhecimento tanto de outros colegas psicólogos, quanto da 
sociedade quanto à excelência dos trabalhos que envolvem avaliação psicológica em nossa 
comunidade. 
 
 
 
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