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VAGINA NORMAL Constituída de: Secreções das glândulas sebáceas e sudoríparas vulvares de bartholin (vestibulares maiores) e de Skene (parauretrais); - Transudado da parede vaginal;- Células vaginais e cervicais esfoliadas;- Muco cervical;- Líquidos endometriais e da tuba;- Microrganismos e seus produtos metabólicos. Principalmente os Lactobacillus inner, crispatus, gasseri, jensenii. - SECREÇÃO NORMAL: Consistência flocular;1. Cor branca (pode ser transparente);2. Não tem cheiro;3. Não tem prurido;4. Localizadas na porção da vagina situada em nível inferior. 5. CÉLULAS ESFOLIADAS, MUCO E LÍQUIDOS DO SISTEMA GENITAL SUPERIOR: O tipo e a quantidade de células esfoliadas, muco cervical e líquidos do sistema genital superior são determinados por níveis hormonais. Sendo assim as secreções vaginais podem aumentar no meio do ciclo menstrual em função do aumento da quantidade de muco cervical. MULHERES EM USO DE ACO E QUE NÃO OVULAM NÃO TEM ESSAS VARIAÇÕES CÍCLICAS. OBSERVAÇÃO! - TECIDO DESCAMADO É SENSÍVEL A QUANTIDADE DE ESTROGÊNIO E PROGESTERONA: células superficiais é o principal em mulheres em idade fértil com estimulação estrogênica, células intermediárias na fase lútea pela estimulação por progesterona e células parabasais na ausência deles (pós-menopausa e em terapia de reposição hormonal). FLORA VAGINAL: Principalmente bactérias aeróbicas com uma média de seis espécies diferentes de bactérias, sendo as mais comuns os Lactobacilos (gram +) produtores de peróxido de hidrogênio. Essa flora é influenciada por fatores que afetam a capacidade de sobrevivência das bactérias: pH e disponibilidade de glicose. pH Normal é menor que 4,5 (3,8 a 4,5)mantido pela produção de ácido láctico. Bactérias e as próprias células epiteliais convertem o glicogênio das células epiteliais vaginais (deposição estimulada por estrogênio) em ácido láctico. Após a menopausa esse conteúdo glicogênio reduz, elevando o pH vaginal. OBSERVAÇÃO! - ÁCIDO LÁCTICO E PERÓXIDO DA HIDROGÊNIO E BACTERIOCINAS inibem microrganismos não nativos. PARA SE PROTEGER a vagina secreta um inibidor de protease dos leucócitos. VAGINOSE BACTERIANA Alteração da flora bacteriana vaginal normal: DIMINUIÇÃO de lactobacilos produtores de peróxido de hidrogênio e SUPERCRESCIMENTO de bactérias predominantemente anaeróbicas. Supõe-se que essa alteração seja ocasionada por alcalinização repetida da vagina que pode ser ocasionada por coitos frequentes ou uso de duchas vaginais, raça negra, tabagismo, estresse crônico, sexo durante a menstruação, DIU, relação sexual em idade precoce, sexo oral, múltiplos ou novos parceiros e atividade sexual com outras mulheres. Essas mulheres estão sob maior risco de doença inflamatória pélvica, doença inflamatória pélvica pós aborto, infecções pós operatórias da cúpula vaginal pós histerectomia, aquisição de IST e anormalidades da citologia cervical. Mulheres grávidas tem maior risco de parto pré maturo. AGENTES ETIOLÓGICOS Gardnerella vaginalis;• Ureplasma urealycitum;• Moniluncus spp.• Mycoplasma hoominis;• Prevotella spp.• DIAGNÓSTICO Requer exames realizados no consultório que cumprem os seguintes achados: Odor vaginal do tipo peixe sobretudo após o coito (alcalinidade do fluido seminal ou sangue menstrual gera a volatização das aminas aromáticas - putrescina, cadaverina, dimetilamina); 1. Corrimento vaginal de cor cinza e que formam uma fina camada de revestimento das paredes vaginais; 2. pH dessas secreções maior que 4,5 (em geral 4,7 a 5,7) pela redução de bactérias anaeróbicas produtoras de ácido láctico; 3. Notável aumento de células alvo (associação de células epiteliais vaginais recobertas de cocos gram variáveis) e redução de leucócitos (na microscopia); 4. O acréscimo de KOH - hidróxido de potássio (teste das aminas) libera odor de peixe;5. Vagina não eritematosa e exame de colo uterino sem anormalidades6. Quando os médicos não conseguem fazer o exame microscópico, deve usar fita de pH, teste das aminas, detecção de RNA de G. vaginalis ou coloração de Gram. TRATAMENTO Objetivo é que o tratamento iniba microrganismos anaeróbicos, mas não os lactobacilos: Metronidazol (ATB com boa atividade contra anaeróbicos e pequena contra lactobacilos): uma dose 500mg por via oral, 2 vezes /dia, por 7 dias. Pacientes devem ser aconselhadas a não consumir álcool durante o tratamento e nas 24h subsequentes; 1. Metronidazol gel: a 0,75%, um aplicador (5g) por vai intravaginal, 1 vez/dia, por 7 dias;2. Clindamicina: óvulos de clindamicina, 100mg, via intravaginal, 1 vez/dia ao se deitar, por 3 dias;3. Clidamicina: creme de clidamicina, 2%, 100mg via intravaginal, em dose única;4. Clidamicina: creme clidamicina, um aplicador (5g), via intravaginal ao se deitar, por 7 dias;5. Clidamicina: 300mg, via oral, 2 vezes/dia por 7 dias.6. MULHERES ASSINTOMÁTICAS NÃO DEVEM SER TRATADAS. NÃO É IST -> NÃO TRATA PARCEIRO. OBSERVAÇÃO! - GOSTO METÁLICO NA BOCA é efeito colateral de Metronidazol oral Ana Paula Gomes USO INTERNO Metronidazol gel -------------- 01 bisnaga 1) aplicar via vaginal ao se deitar por 7 dias VAGINITE POR TRICHOMONAS É uma infecção sexualmente transmissível, na qual o microrganismo protozoário flagelado trofozoíta é um anaeróbio facultativo capaz de gerar hidrogênio para se combinar ao oxigênio capaz de criar um ambiente anaeróbico. AGENTE ETIOLÓGICO Trichomonas vaginalis.• DIAGNÓSTICO Os fatores imunes locais e a quantidade de protozoários inoculados influenciam o surgimento dos sintomas, os quais podem ser muito mais leves em pacientes com pequeno inóculo de tricomas. Corrimento vaginal fétido, purulento (que pode se originar da vagina), verde amarelado, espumoso, abundante, aderido a parede e pode ser acompanhado de prurido vulvar, dispareunia e disuria (por conta da reação inflamatória); 1. Em pacientes com altas concentrações de organismos, podem ser observados eritema vaginal focal e colpite macular (colo em framboesa); 2. Em geral o pH das secreções é maior que 5,5;3. Exame microscópico mostra tricomonas móveis, mais leucócitos, podem ocorrer células alvo (pela comum associação com vaginose bacteriana) e teste das aminas pode ser positivo (caso em associação com VB). 4. Pacientes com vaginite por trichomonas estão mais sujeitas a celulite da cúpula da vagina após a histerectomia. Já as gestantes estão sob maior risco de parto pré-maturo (por isso são tratadas inclusive as assintomáticas). Paciente deve ser testada para outras infecções sexualmente transmissíveis e os contatos sexuais devem ser avaliados e encaminhados para exames. É um fator de risco para aquisição de IST. TRATAMENTO METRONIDAZOL: os esquemas podem ser em dose única 2g por via oral OU Tinidazol em dose única 2g por via oral. Tati falou por via oral 7 dias; 1. Parceiro deve ser tratado e o gel embora eficaz na VB não deve ser usado no tratamento de tricomoníase. A infecção não garante a imunidade duradoura. 2. OBSERVAÇÃO! -MULHERES QUE NÃO RESPONDEM AO TRATAMENTO INICIAL devem ser tratadas novamente com 500mg de metronidazol 2x ao dia por 7 dias. CASO AINDA NÃO RESPONDAM deve ser tratada com uma dose de 2g de metronidazol 1x ao dia por 5 dias ou tinidazol 2g 1x ao dia por 5 dias. PACIENTES AINDA REFRATÁRIAS DEVEM SER ENCAMINHADAS AO ESPECIALISTA para realização de cultura. É IST -> TRATA PARCEIRO. Ana Paula Gomes USO INTERNO Metronidazol 250mg ---------- 32 comprimidos1) tomar dois comprimidos via oral de 12/12h por 7 dias VAGINITE x VAGINOSE VAGINOSE = anormalidade na flora vaginal; VAGINITE = leucorreia vaginal anormal acompanhada de queimação, irritação ou prurido vulvar (associada a infecções COM PRESENÇA DE LEUCÓCITOS). CANDIDÍASE VULVOVAGINAL Estima-se que 75% das mulheres tenham um episodio durante a vida e quase 45% dois ou mais episódios, poucas tem infecção recorrente crônica. Causada por um fungo dimorfo que existem na forma de blastoporos, responsáveis pela transmissãoe colonização assintomática e de micélios produzidos pela germinação de blastoporos e estimulam colonização e invasão tecidual. Os fatores que predispõe são o uso de antibióticos, gravidez, baixa imunidade e diabetes. AGENTE ETIOLÓGICO Candida albicans• DIAGNÓSTICO Corrimento vaginal branco, sem cheiro, grumoso (semelhante a queijo coalhado), aderente que varia de aquoso a espesso homogêneo; 1. (LIBERAÇÃO DE CANDIDINA que atua na célula vaginal ESTIMULANDO RESPOSTA INFLAMATÓRIA mediada por TH2 com presença de leucócitos, o que leva a:) hiperemia (maior fluxo sanguíneo), edema, queimação, aderência vaginal, dispareunia, prurido e disúria salpico (prurido, leva a ranhuras e disúria por contato com a urina); 2. Colo uterino pode estar com aparência normal ou leve hiperemia;3. pH <4,5 (a fermentação não deixa de acontecer por ele);4. Elementos fungícos presentes na maioria dos casos, teste de aminas negativo (apenas positivo quando a infecção está associada a vaginose com gardinerela). 5. TRATAMENTO NÃO PODEM SER USADOS ANTI FUNGICOS ORAIS EM GESTANTES! APENAS CREMES VAGINAIS. Tratar pacientes sintomáticas apenas quando vier no resultado ao acaso do preventivo a presença de hifas. Ana Paula Gomes USO INTERNO Miconazol --------------------- 1 bisnaga 1) aplicar na vagina 1 vez ao dia por 7 dias COLPOCITOLOGIA ONCOLÓGICA Consiste no estudo das células esfoliadas cervicovaginais, método utilizado para rastreamento do câncer de colo de útero. Existem diversos fatores envolvidos na etiologia do câncer de colo de útero, mas as infecções persistentes por HPV oncogênico é a causa necessária para o aparecimento da doença. Entre seus 13 tipos oncogenicos, o HPV16 e o HPV18 são os mais comumente relacionados. ACS-US <25 anos = repetir em 3 anos 25 - 29 anos = repetir em 1 ano >30 anos = teste de DNA HPV JÚLIA MARINOT - TURMA XXVPROBLEMA 3 - Vulvovaginites 11/08/2021 10:29
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