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1 ANA PAULA RODRIGUES FIGUEIRA RELATÓRIO DE ESTÁGIO I ENGENHARIA CIVIL 2013/02 Professoras orientadoras: Débora Felten Janaína Bedin Karina Sanderson Ligia Eleodora Francovig Rachid Maria Vânia Peres Thalyta Mayara Basso Cascavel – PR 2013 Janaina Realce 2 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO............................................................................................................. 03 2. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS............................................................................ 05 2.1 EXECUÇÃO DE PINTURA........................................................................................ 05 2.2 EXECUÇÃO DA ALVENARIA.................................................................................. 07 2.3 EXECUÇÃO DE REVESTIMENTO ARGAMASSADO.......................................... 11 2.4 EXECUÇÃO DE ESCORAMENTO DE LAJES........................................................ 17 2.5 EXECUÇÃO DA ESTRUTURA DE COBERTURA................................................. 21 3. CONSIDERAÇÕES FINAIS....................................................................................... 23 4. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS........................................................................ 24 3 1 INTRODUÇÃO O estágio foi realizado na Prefeitura Municipal de Tupãssi, Paraná. Esta é sede do poder executivo, tendo como principal objetivo executar as leis e administrar o município. É comandada pelo prefeito e possui divisões em secretarias de governo, sendo elas: educação e cultura, saúde, agricultura, meio ambiente, esportes, administração geral, obras, transporte, serviço e ação social. A criação do município foi feita pela lei nº 7.270, de 27 de dezembro de 1979. A instalação oficial aconteceu no dia 01 de fevereiro de 1983, ocorrendo à posse do primeiro prefeito e dos vereadores. Sendo estes: prefeito Aílton Borges de Melo, tendo como vice Aldori Ferreira Jandrey. Os empreendimentos que estão sendo realizados em Tupãssi – PR, onde foi desenvolvido o estágio, são Creche Proinfância, que possui um total de área construída de 1211,00 m²; reforma e ampliação do Ginásio de esportes Ailton Borges de Melo, com área de 2202,62 m²; revitalização da Praça da Independência, medindo de 3742,64 m²; e reforma e ampliação do hospital municipal. Estas edificações possuem infra-estrutura urbana, áreas de lazer, segurança, áreas verdes, obedecendo aos projetos e especificações. As obras são executadas por empresas definidas através de processos licitatórios. A prefeitura realiza acompanhamento e vistoria com auxílio do engenheiro civil Tiago Kruczewski Redies, sendo o mesmo supervisor do estágio e membro da secretaria de obras conforme organograma (Figura 1). http://pt.wikipedia.org/wiki/Poder_executivo 4 Figura 1 – Organograma da Prefeitura. As atividades desenvolvidas durante o período de estágio foram acompanhamento da execução da estrutura de cobertura, pintura, acabamento, escoramento de lajes, revestimentos e alvenaria. Estas serão detalhadas abaixo de acordo com as normas vigentes e com o procedimento realizado na obra, havendo comparação se o procedimento executado no local do estágio foi o mesmo estabelecido pela norma. 5 2 ATIVIDADES DESENVOLVIDAS 2.1 EXECUÇÃO DE PINTURA Segundo Azeredo (2004) a pintura possui como principal função combater a deterioração de materiais, formando sobre a superfície uma película que resistirá aos agentes causadores de destruição ou corrosão. De acordo com a NBR 13245/1995 a seleção do sistema de pintura depende de alguns fatores, como por exemplo, tipo de substrato, condições do ambiente: interno seco, interno úmido, externo agressivo, externo não agressivo seco ou externo não agressivo úmido. A pintura também deve ser realizada atendendo os fatores de temperatura e umidade, sendo correta a aplicação a uma temperatura entre 10°C e 40°C, e umidade relativa do ar não superior a 80%. Além disso, a execução deve ser feita com a ausência de ventos fortes e partículas em suspensão. O local onde os serviços foram executados foi a Praça da Independência, tratando assim de um ambiente sujeito a intempéries, ação do vento, sol, dentre outros fatores climáticos. Neste processo foi empregada uma pintura tipo textura - base acrílica. Esta foi aplicada em um substrato rugoso, sobre uma camada de tinta já existente, sem haver preparação da superfície. Foi aplicado duas demãos no sentindo vertical, o tempo de secagem foi de 3 horas. Nesta atividade o estagiário conferiu se os serviços foram realizados no local adequado, garantindo a utilização dos equipamentos necessários. Neste caso a aplicação da tinta foi feita com rolo, tendo como principal objetivo dar textura rugosa, disfarçando as imperfeições da base, conforme as Figuras 2 e 3. 6 Figura 2 – Execução da pintura - Praça da Independência. Figura 3 – Aplicação da pintura texturizada com rolo. 7 Neste processo verificou-se a falta de preparação da superfície e limpeza da mesma. De acordo com a norma é necessário à aplicação de tinta de fundo selador, substância líquida aplicada inicialmente sobre o substrato. Segundo a NBR 11702/1992 os fundos seladores são indicados para superfícies externas de argamassa, concreto, paredes a serem repintadas, selando e uniformizando a absorção destas superfícies. Conforme a NBR 13245/1995 a superfície com pintura antiga deve estar seca, firme, não contendo sinais de degradação, também não deve apresentar bolhas, descascamentos e imperfeições. Para receber a nova película de tinta, deve-se remover a sujeira, poeira, fazendo a raspagem e/ou lavagem com água potável. Não houve a limpeza nem preparação da base na execução destes serviços. 2.2 EXECUÇÃO DA ALVENARIA Segundo Azeredo (1997) alvenaria é toda obra constituída por blocos de concreto, tijolos ou pedras naturais, possuindo ligação ou não por meio de argamassa, garantindo durabilidade, resistência e impermeabilidade a estrutura. Conforme Yazigi (2004) para realizar a execução de alvenarias as paredes devem ser moduladas, facilitando o uso do maior número de componentes inteiros. O assentamento destes tem que ser feito com juntas de amarração. O início da alvenaria deve ser pelos cantos principais ou através de ligações com outros componentes da edificação. É importante utilizar o escantilhão como guia para as juntas horizontais. Depois que a elevação dos cantos estiver concluída deve-se utilizar como guia uma linha esticada entre eles, em cada fiada, para que o prumo e nivelamento fiquem corretos. A Norma Brasileira 8545/1984 determina as condições para execução e fiscalização de alvenaria sem função estrutural de componentes cerâmicos. Esta norma possui os seguintes critérios fixados: as paredes devem ser moduladas para que se use a maior parte dos componentes cerâmicos inteiros; o assentamento dos componentes cerâmicos deve conter juntas de amarração; recomenda-se chapiscar as lajes, vigas e pilares que ficaram em contato com a alvenaria; os tijolos cerâmicos devem ser molhados antes de serem empregados; a alvenaria deve ter seu início pelos cantos principais ou através de ligações com elementos da edificação; o prumo deve ser empregado para garantir o alinhamento vertical da parede. 8 A alvenaria utilizada na obra foi a de vedação de 1/2 vez, composta por tijolos cerâmicos de oito furos de 10x19x19, em centímetros. O passo inicial neste processo foi à preparação do substrato para receber a alvenaria, este foi limpo, eliminando qualquer tipo de impureza ou resíduos de outros materiais. Com o auxilio de uma linha de nylon foram assentadosos tijolos da primeira fiada, iniciando-se pelos cantos. Foram verificadas as distâncias entre as paredes, dimensão dos vãos das portas, conferência do nível da fiada, e o esquadro entre as paredes. A elevação da alvenaria prosseguiu a partir da segunda fiada, com a utilização de escantilhões nos encontros com vãos das portas. Em todas as fiadas foram verificados os prumos, níveis, requadramentos de vãos de janelas, conforme mostra as Figuras 4 e 5. Depois da conclusão desta etapa foram verificadas as posições das caixas elétricas, vergas sobre vão de portas, conforme a Figura 6. Figura 4 – Alvenaria executada. 9 Figura 5 – Alvenaria de vedação. Figura 6 – Posição das tubulações hidráulicas. 10 O estagiário nesta etapa verificou os prumos e níveis das paredes, conferindo o correto assentamento dos tijolos e execução das fiadas. Segundo Borges, Montefusco e Leite (2004), um cuidado importantíssimo que o engenheiro deverá ter nesta fase da obra se refere à verificação do prumo e esquadro, pois se deve garantir o perfeito prumo e as alvenarias devem ter seu encontro em esquadro (90°). Além disso, as tubulações das instalações elétricas e hidráulicas também devem ser analisadas, pois estarão embutidas na alvenaria. A execução da alvenaria na obra Creche Proinfância foi feita de acordo com as condições estabelecidas pela norma. Nesta etapa da obra analisou-se a falta de utilização de EPI’S - Equipamentos de Proteção Individual, conforme mostra a Figura 7. A norma regulamentadora, NR 6 define todas as condições para o uso correto destes equipamentos. "A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente, EPI adequado ao risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento, nas seguintes circunstâncias: sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam completa proteção contra os riscos de acidentes do trabalho ou de doenças profissionais e do trabalho, enquanto as medidas de proteção coletiva estiverem sendo implantadas e, para atender a situações de emergência" (NR 6 - Equipamento de Proteção Individual). Figura 7 – Funcionário sem uso de EPI. 11 2.3 EXECUÇÃO DE REVESTIMENTO ARGAMASSADO Segundo a NBR 13281 (2005) a argamassa é a mistura homogênea de agregado(s) miúdo(s), aglomerante(s) inorgânico(s) e água, contendo ou não aditivos ou adições, com propriedades de aderência e endurecimento, podendo ser dosada em obra ou em instalação própria (argamassa industrializada). Possui como principais funções: impermeabilizar e dar acabamento as superfícies, assentar tijolos e blocos, azulejos, cerâmica, tacos de madeira, regularizar paredes, pisos e tetos. Segundo Azeredo (2004) o chapisco é uma argamassa de aderência que garante a fixação de outro elemento no substrato. É empregado principalmente em superfícies lisas, como por exemplo, paredes externas de alvenaria. É composto de cimento e areia grossa, com traço na proporção de 1:3 (1 saco de cimento de 50 kg, e 3 padiolas de 20x31x40, em centímetros, de areia grossa lavada). Já o emboço se refere a uma argamassa de regularização, protegendo a superfície contra infiltração, atuando como uniformizador. A norma NBR 7200/1998 estabelece que os equipamentos usados para o transporte da argamassa devem estar limpos, os agregados devem estar estocados em espaço confinado em três lados, com fundo inclinado e drenado, caso não possua drenagem, o material não pode estar em contato direto com o solo. Os espaços destinados ao armazenamento devem estar protegidos contra todos os tipos de resíduos presentes na obra, como pregos, armaduras, dentre outros. Com relação ao substrato, deve estar sem sujeiras, poeira e materiais soltos, também deve ser molhado antes de receber a argamassa. Nesta etapa da obra foi feita a execução e aplicação do chapisco e emboço nas paredes de alvenaria de tijolos. A composição do chapisco foi definida na proporção de 1:3, conforme estabelecido pelo projetista. Para o emboço foi empregado o traço de 1:2:8 (1 saco de cimento de 50 kg, 2 sacos de cal hidratada de 20 kg e 8 padiolas de 40x31x40, em centímetros, de areia média lavada). O preparo foi feito mecanicamente com o uso de uma betoneira, de acordo com a Figura 8. 12 Figura 8 – Preparo e transporte da argamassa. O transporte das argamassas foi realizado através de gericas. Inicialmente para execução do chapisco as paredes foram molhadas, garantindo que a alvenaria não absorva a água da argamassa. Esta foi lançada vigorosamente sobre o substrato com a utilização de uma colher de pedreiro. Assim obteve-se uniformidade e aspereza necessária a superfície, conforme a Figura 9. Figura 9 – Parede Chapiscada. 13 O emboço foi executado após a decorrência de três dias da aplicação do chapisco. Inicialmente foram colocadas as guias (placas de argamassa) com espaçamento de 2m, encabeçadas por uma talisca de madeira, sendo fixados o prumo e o alinhamento neste local. Logo após o emboço foi lançado sobre o substrato realizando o emassamento da parede (Figura 10), sendo espalhado com auxílio de um sarrafo (Figura 11), com orientação das guias feitas anteriormente. Figura 10 – Emassamento do substrato. 14 Figura 11 – Sarrafeamento da parede. Depois o desempeno foi realizado utilizando uma desempenadeira de madeira, tendo como principal função uniformizar a superfície, conforme as Figuras 12 e 13. Figura 12 – Desempeno da superfície. 15 Figura 13 – Emboço executado. O estagiário acompanhou a dosagem da argamassa conferindo se o traço e a aplicação foram executados de forma adequada. O chapisco garante rugosidade necessária à parede para receber o emboço, garantindo uma capa de impermeabilização ao substrato. Conforme Yazigi (2004) a argamassa precisa ter boa trabalhabilidade, isto é, não deve segregar, possuir fácil aplicação, preencher reentrâncias e vazios e manter-se plástica no período de aplicação. Nesta obra verificou-se a correta confecção e aplicação das argamassas. A produção foi realizada de acordo com os procedimentos descritos na seção “Produção de Argamassa” presente na norma NBR 7200/1998 - Execução de Paredes e Tetos de Argamassas Inorgânicas. Os pontos mais importantes realizados conforme a norma foram os seguintes: - "7.1.3 O traço deve ser expresso em massa" (NBR 7200/1998). Na obra o traço foi definido na quantidade de padiolas do material. - "7.2.1 A medição dos materiais constituintes da argamassa pode ser feita em volume, cabendo ao construtor à responsabilidade da conversão do traço especificado em 16 massa" (NBR 7200/1998). Neste caso os volumes foram convertidos para unidades de medidas como quantidades de padiolas. - "7.3.1 As argamassas devem ser misturadas por processo mecanizado" (NBR 7200/1998). O processo de mistura ocorreu com auxílio de uma betoneira. Verificou-se também que a disposição dos agregados não condiz com a norma, pois estes se encontram em contato com o solo, localizados em ambiente aberto e sujeito a intempéries, conforme mostram as Figuras 14 e 15. Desta forma, constata-se a necessidade de utilização de baias para estocagem dos materiais, possibilitando assim uma correta disposição e armazenamento dos mesmos no canteiro, não prejudicando a argamassa, pois estarão livres de sujeiras e outros materiais. Figura 14 – Canteiro da obra Creche Proinfância. 17 Figura 15 – Vista lateral do canteiro - Creche Proinfância. 2.4 EXECUÇÃO DE ESCORAMENTO DE LAJES Segundo a NBR 15696 (2009) escoramentos são estruturas provisórias com capacidade de resistir e transmitir às bases de apoio da estrutura todas as ações provindas das cargas permanentes e variáveis resultantes do lançamento do concreto fresco sobre as fôrmas horizontais e verticais, até que o concreto se torne autoportante. Portanto o escoramento devegarantir a absorção de ações que ocorram durante o período de sua utilização, como a ação do vento, passagem de materiais e a presença dos operários, dependendo diretamente da dimensão da laje e da viga de concreto. Conforme Assahi (2006, apud FARIA, 2006) para dimensionar de forma correta o escoramento, o projetista de fôrmas leva em conta fatores como ciclo de concretagem, característica do concreto, sobrecarga prevista para a laje e as movimentações de operários, lançamento e vibração do concreto, peso das armaduras. No caso da utilização de 18 escoramento de madeira, é preciso considerar o comportamento e as características físicas do material a ser utilizado - resistência da espécie, idade da madeira, umidade, entre outros. É recomendável que qualquer laje permaneça escorada em seus primeiros 28 dias. As escoras devem ter um espaçamento máximo entre si de 1,50 m (para vigas) ou 1,80 m (para lajes). Nesta obra o sistema de escoramento utilizado foi o de pontaletes, sistema que utiliza escoras de madeira com seção de (3”x3”). As escoras foram colocadas nas lajes e vigas antes de ser realizada a concretagem das mesmas. Foram colocadas com espaçamento entre si de 1,50 metros, de acordo com as Figuras 16 e 17. Estas permaneceram durante 14 dias nas vigas e lajes. Figura 16 – Escoramento de viga. 19 Figura 17 – Escoramento de laje. Nesta fase da obra o estagiário acompanhou a colocação dos pontaletes nas corretas distâncias, sendo estas de 1,50 metros entre si tanto para vigas como para lajes. O método de escoramento realizado na obra não atende totalmente os requisitos estabelecidos por norma, visto que as escoras apresentam disposições incorretas (Figura 18), e não permaneceram durante o tempo adequado no local, estas foram retiradas em 14 dias, sendo o tempo adequado 28 dias. A NBR 14931 (2004) especifica que a remoção de fôrmas e escoramentos somente deve ser feita quando o concreto tenha adquirido resistência suficiente para suportar a carga imposta ao elemento estrutural, evitar deformações que excedam as tolerâncias admitidas e resistir a danos a superfície durante a remoção. Sendo assim, a retirada das fôrmas e do escoramento só pode ser feita quando o concreto estiver endurecido e resistir às ações que sobre ele atuarem e não conduzir a deformações inaceitáveis. Nesta obra devido à retirada do escoramento e das fôrmas em um período incorreto houve o surgimento de flecha nas vigas, conforme a Figura 19. 20 Figura 18 – Escoramento incorreto da viga. Figura 19 – Ocorrência de flecha na viga. 21 2.5 EXECUÇÃO DA ESTRUTURA DE COBERTURA “A cobertura de um edifício tem por finalidade principal abrigá-lo contra as intempéries, e deve possuir propriedades isolantes. Uma cobertura deverá ser impermeável, resistente, inalterável quanto à forma e ao peso, leve, de secagem rápida, de fácil colocação, de longa duração, de custo econômico, de fácil manutenção, deverá prestar-se às dilatações e contrações, e ter um bom escoamento.” (AZEREDO, 1997, pg. 153). A estrutura de madeira da cobertura é composta por elementos principais e secundários. A principal é formada por tesouras e vigas principais, e a secundária é constituída pelos caibros e terças. Segundo Yazigi (2004) para a execução da cobertura, as terças devem ser posicionadas de modo que transmitam as cargas diretamente sobre os nós das tesouras ou pontaletes. O alinhamento das peças deve ser rigoroso, formando painéis e planos de telhado. As emendas das terças devem ser feitas sobre apoios ou estar afastadas deles cerca de um quarto do vão, os esforços neste caso deve ser de compressão e nunca de tração. As tesouras, os pontaletes e as vigas principais precisam ser ancoradas à edificação. No caso de entalhes e corte de emendas, as ligações e articulações precisam possuir superfície plana e com angulação adequada para que não haja frestas, nem folgas ou falhas. De acordo com a NBR 8039 (1983), os telhados devem ser feitos com declividade entre 32% e 40%. A colocação das telhas deve ser realizada por fiadas, tendo início no beiral e seguindo em direção à cumeeira. Os montadores ao colocar as telhas, não devem pisar sobre elas, devendo ser empregado tábuas para distribuir os esforços. Estas devem estar apoiadas nas faces superiores das ripas. Para o caso de cumeeira executada com peças de material cerâmico, esta deve ser emboçada com uma argamassa que possua retenção de água, impermeabilidade e boa aderência. Nesta etapa o estagiário conferiu a execução dos pontaletes. Conforme Yazigi (2004) as vigas principais da estrutura e terças são apoiadas diretamente sobre pontaletes. Nos dois lados devem ser colocadas mãos francesas, sendo adequado o contraventamento da estrutura na direção do alinhamento dos pontaletes e na direção perpendicular a ela. 22 A execução da estrutura de cobertura nesta obra foi realizada de acordo com as normas vigentes, conforme as Figuras 20 e 21. Verificou-se a falta de utilização de EPI’s – Equipamento de Proteção Individual e planejamento adequado do canteiro. Figura 20 – Execução do telhamento. Figura 21 – Cobertura finalizada. 23 3 CONSIDERAÇÕES FINAIS O estágio supervisionado apresenta grande importância no aprendizado do aluno, pois coloca-se em prática todos os conhecimentos adquiridos em sala de aula, além disso, o aluno aprende a discernir se o que está sendo realizado atende as normativas vigentes, literatura técnica e especificações. Também foi possível verificar que nem todos os métodos e procedimentos aprendidos em sala são executadas na obra. Nota-se que alguns funcionários não apresentam correta realização de serviços, fato este que pode ser explicado devido a vícios construtivos adquiridos com o tempo de realização destas atividades. Ressalta-se a importância de treinamento na empresa e principalmente o acompanhamento do profissional responsável. A presença do engenheiro civil na obra é fundamental para obtenção de resultados satisfatórios. As atividades do estágio foram desenvolvidas em construção civil. Neste processo verifica-se a grande ocorrência de erros e falhas nas obras, devido à falta de fiscalização e treinamento dos funcionários. Notou-se que algumas atividades foram executadas da maneira aprendida em sala. O estágio foi de extrema importância para meu desenvolvimento profissional e intelectual, visto que se assimilam de forma prática todos os conhecimentos e informações obtidos no curso. Além disso, analisa-se a importância do engenheiro civil na obra e sua participação ativa no acompanhamento da execução dos serviços. O profissional deve estar atento com as normas e deve manter-se sempre atualizado. 24 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 13281. Argamassa industrializada para assentamento de paredes e revestimentos de paredes e tetos – Requisitos. Rio de Janeiro, RJ: ABNT, 2005. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 8545. Execução de alvenaria sem função estrutural de tijolos e blocos cerâmicos. Rio de Janeiro, RJ: ABNT, 1984. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 14931. Execução de estruturas de concreto - Procedimento. Rio de Janeiro, RJ: ABNT, 2004. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 8039. Projeto e execução de telhados com telhas cerâmicas tipo francesa. Rio de Janeiro, RJ: ABNT, 1983. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 13245. Execução de pinturas em edificações não industriais. Rio de Janeiro, RJ: ABNT, 1995. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 7200. Execução de revestimentos de paredes e tetos de argamassas inorgânicas – Procedimento. Rio de Janeiro, RJ: ABNT, 1998. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 15696. Fôrmas e escoramento para estruturas de concreto– Projeto, dimensionamento e procedimentos executivos. Rio de Janeiro, RJ: ABNT, 2009. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, NBR 11702. Tintas para edificações não industriais. Rio de Janeiro, RJ: ABNT, 1992. AZEREDO, Hélio Alves, O edifício e seu acabamento. 1ª Edição, São Paulo, Ed. Edgard Blucher, 2004. AZEREDO, Hélio Alves, O edifício até sua cobertura. 2ª Edição, São Paulo, Ed. Edgard Blucher, 1997. BORGES, A. C.; MONTEFUSCO, E.; LEITE, J. L., Prática das pequenas construções. 8ª Edição, São Paulo, Ed. Edgard Blucher, 2004. FARIA, Renato. Garantia de boa estrutura. Revista Téchne, São Paulo, SP, n.115, nov. 2006. Norma Regulamentadora NR-6 - Equipamento de Proteção Individual - EPI. Ministério do Trabalho. Fundacentro. YAZIGI, Walid, A técnica de Edificar. 6ª Edição, São Paulo, Ed. Pini, 2004.
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