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Mobilidade Pode ser definida como habilidade das estruturas ou segmentos de se moverem ou serem movidas, permitindo que haja amplitude de movimento para atividades funcionais. Bem como pode ser definida, como a habilidade de uma pessoa iniciar, controlar ou manter movimentos ativos do corpo para fazer tarefas simples e complexas. → Associada à integridade articular e a flexibilidade (extensibilidade dos tecidos moles que atravessam ou cercam as articulações — músculos, tendões, fáscias, cápsulas articulares, ligamentos, nervos, vasos sanguíneos, pele) que são necessárias para que a atividade ocorra sem dor e sem restrições funcionais; → Precisa de suporte da força muscular, resistência à fadiga e controle neuromuscular, para o corpo conseguir realizar as sobrecargas impostas no movimento funcional; → HIPOMOBILIDADE: (mobilidade restrita) causada pelo encurtamento adaptativo dos tecidos moles pode ocorrer como resultado de vários distúrbios ou situações. Alguns fatores que levam a ela são: 1. imobilização prolongada de um segmento do corpo; 2. estilo de vida sedentário; 3. desalinhamento postural e desequilíbrios musculares; 4. desempenho muscular comprometido (fraqueza) associado a diversos distúrbios musculoesqueléticos ou neuromusculares; 5. trauma tecidual que resulta em inflamação e dor; 6. deformidades congênitas ou adquiridas. → Qualquer limite na mobilidade pode interferir no desempenho muscular; Alongamento Alongamento é um termo geral usado para descrever qualquer manobra fisioterapêutica elaborada para aumentar a extensibilidade dos tecidos moles, melhorando, deste modo, a flexibilidade e a ADM com o aumento do tamanho das estruturas que, de modo a se adaptarem, encurtaram-se e tornaram-se hipomóveis com o tempo. → No início na reabilitação, pode ser usado na manipulação direta pelo profissional, posteriormente pode-se realizar exercícios de autoalongamento com instruções cautelosas; → Para que haja ganho de ADM, ele precisa ser nível aprimorado de força e resistência à fadiga e usado com regularidade em atividades funcionais; Alongamento Flexibilidade Flexibilidade é a capacidade de mover uma única articulação ou uma série de articulações, de modo suave e com facilidade, ao longo de uma ADM sem restrições e indolor. → Determinada pelo comprimento do músculo e pela integridade articular e extensibilidade dos tecidos moles adjacentes; → Relacionada com a extensibilidade das unidades musculotendíneas que cruzam a articulação, com base em sua habilidade de relaxar ou deformar e ceder a uma força de alongamento; → A artrocinemática da articulação e a capacidade dos tecidos conjuntivos de se deformarem, afetam na ADM articular e na flexibilidade geral da pessoa; FLEXIBILIDADE DINÂMICA: mobilidade ativa ou ADM ativa, é o grau até o qual uma contração muscular ativa move um segmento do corpo na ADM disponível em uma articulação, sendo dependente do grau até o qual a articulação pode ser movida por uma contração muscular e da quantidade de resistência tecidual encontrada durante o movimento ativo. FLEXIBILIDADE PASSIVA: mobilidade passiva ou ADM passiva, é o grau até o qual uma articulação pode ser movida passivamente na ADM disponível, sendo dependente da extensibilidade dos músculos e tecidos conjuntivos que cruzam e cercam uma articulação. Há diversos elementos essenciais que determinam a efetividade e os resultados dos alongamentos. Dentre eles estão: alinhamento e estabilização do corpo durante o alongamento, intensidade (magnitude), duração, velocidade, frequência e modo (tipo) de alongamento, além de integração da inibição ou facilitação neuromuscular e atividades funcionais nos programas de alongamento. Há 4 categorias amplas de exercícios de alongamento: alongamento estático, alongamento cíclico (intermitente), alongamento balístico e técnicas de alongamento baseadas nos princípios da facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP). → Cada uma dessas formas de alongamento é efetiva para aumentar o comprimento do músculo e aumentar a ADM; → Cada uma dessas abordagens de alongamento pode ser aplicada de diferentes maneiras (manual ou de forma mecânica, passiva ou ativamente e pelo fisioterapeuta ou realizada de modo independente). Alinhamento O alinhamento e posicionamento dos pacientes, dos músculos e das articulações especificas a serem alongados, é necessário para o conforto e a estabilidade do paciente. → Influência na tensão dos tecidos moles e afeta a ADM das articulações; → Alinhamento dos músculos e articulações envolvidos, bem como do tronco; → Se o paciente estiver impossibilitado de ficar no posicionamento adequado ou assumir posturas recomendadas, por alguma razão, o fisioterapeuta precisa analisar uma forma crítica para determinar a posição correta; Estabilização Para o alongamento efetivo de um grupo muscular, é necessário estabilizar a inserção proximal ou distal da unidade musculotendínea que está alongada. → No alongamento manual, é comum o fisioterapeuta estabilize a inserção proximal e mova o segmento distal; → No autoalongamento, um objeto estacionário ou contrações musculares ativas do paciente podem estabilizar um segmento enquanto outro se move. Geralmente, estabiliza-se a inserção distal, enquanto o paciente move o segmento proximal; → A estabilização ajuda a manter o alinhamento para tornar o alongamento mais efetivo; Intensidade A intensidade de uma força de alongamento é determinada pela carga colocada sobre o tecido mole para alongá-la. → Deve ser de baixa intensidade com carga leve; → Comparando com a alta intensidade, a da baixa intensidade torna a manobra mais confortável para o paciente e minimiza a defesa muscular voluntária ou involuntária, já que o paciente pode permanecer relaxado ou auxiliar na manobra de alongamento; → O alongamento de baixa intensidade e longa duração resulta na melhora da ADM, sem expor os tecidos enfraquecidos pela imobilização, cargas excessivas e lesão potencial; → Ele alonga o tecido conjuntivo denso de forma efetiva com menos danos aos tecidos moles e causando menos dor muscular pós-exercício do que o alongamento de alta intensidade; Duração Refere-se ao período em que a força do alongamento é aplicada, mantendo os tecidos encurtados na posição alongada. → Refere-se ao tempo de aplicação de um único ciclo de alongamento; → Se for cíclico, o tempo cumulativo de todos os ciclos, refere-se ao tempo total de alongamento; → Geralmente, quando mais curto, maior o número de repetições aplicadas na sessão; → ALONGAMENTOS DE LONGA DURAÇÃO: estático, sustentado, mantido ou prolongado; → ALONGAMENTOS DE CURTA DURAÇÃO: cíclico, intermitente ou balístico; ALONGAMENTO ESTÁTICO Os tecidos moles são alongados apenas um pouco além do ponto de resistência do tecido e são mantidos nessa posição com uma força constante durante certo período. Pode ser chamado de sustentado, mantido ou prolongado. Sua duração é predeterminada ou baseia- se na tolerância do paciente. É bem aceito como forma efetiva de alongamento para aumentar a flexibilidade e a ADM. É considerado mais seguro que o alongamento balístico. ALONGAMENTO ESTÁTICO PROGRESSIVO Descreve como o alongamento estático alcança máxima efetividade. Os tecidos moles encurtados são mantidos na posição alongada de modo confortável até um grau de relaxamento seja sentido pelo paciente ou pelo terapeuta, então esses tecidos são alongados um pouco mais e mantidos na nova posição por mais tempo. Isso envolve o deslocamento contínuo do membro por meio de uma força de alongamento variável (carga) e tira proveito das propriedades de sobrecarga- relaxamento dos tecidos moles. ALONGAMENTO CÍCLICO (INTERMITENTE) Uma força dealongamento com duração relativamente curta, que é aplicada de modo repetido, porém gradual, então liberada e depois reaplicada, é descrita como alongamento cíclico (intermitente). Aplicado com múltiplas repetições durante uma única sessão de alongamento. A força de alongamento no final da amplitude é aplicada com baixa velocidade, de forma controlada e com intensidade relativamente baixa. Não é sinônimo de balístico, pois esse tem movimentos de alta velocidade. O número ideal de repetições depende da resposta do paciente ao alongamento. O alongamento cíclico na amplitude final é tão efetivo e mais confortável para o paciente do que um alongamento estático de intensidade comparável, sobretudo se o alongamento estático for aplicado de modo contínuo por mais de 30 segundos. A carga cíclica aumenta a flexibilidade de modo tão ou mais efetivo que o alongamento estático. Velocidade Para minimizar a ativação muscular e reduzir riscos de lesão aos tecidos e a dor muscular pós-alongamento, sua velocidade deve ser lenta. → A força deve ser lenta e gradual; → Assim as chances de aumentar sobrecargas tensivas sobre os tecidos conjuntivos reduzem; → As fibras Ia do fuso muscular são sensíveis à velocidade do alongamento; → Um alongamento lento afeta as propriedades viscoelásticas do tecido conjuntivo, tornando-o mais complacente; → Mais fácil para o fisioterapeuta controlar e mais seguro; ALONGAMENTO BALÍSTICO Um alongamento intermitente rápido e forçado – ou seja, um alongamento com alta velocidade e alta intensidade — é comumente chamado de alongamento balístico. Movimentos rápidos e em alta velocidade que criam impulso para conduzir o segmento pela ADM até alongar as estruturas. Comparando com o estático, apresentam aumento igual de flexibilidade, mas ele caus amais trauma aos tecidos alongados e mais dor muscular residual. Não é recomendado para pessoas idosas ou sedentárias ou para pacientes com patologias musculoesqueléticas ou contraturas crônicas. Sua base teórica para recomendação é: + Tecidos enfraquecidos pela imobilização ou por desuso são facilmente lesionados. + O tecido conjuntivo denso encontrado em contraturas crônicas não cede com facilidade mediante um alongamento de curta duração e alta intensidade; em vez disso, torna-se mais quebradiço e rompe-se mais prontamente. Frequência Refere-se ao número de séries por dia ou por semana que o paciente fará o alongamento. → Recomenda-se para o alongamento baseia-se na causa subjacente ao comprometimento da mobilidade, na qualidade e no nível de cicatrização dos tecidos, na cronicidade e na gravidade da contratura, assim como na idade do paciente, sua resposta prévia ao alongamento e uso de corticosteroides; → Semanalmente, varia de 2 a 5 sessões, com tempo de repouso entre elas, para ocorrer a cicatrização dos tecidos e minimização da dor; → A decisão é tomada juntamente com o paciente, avaliando clinicamente sua resposta; → No alongamento, ocorre rupturas nos tecidos e é necessário equilíbrio entre a quebra dos tecidos de colágeno e seu reparo, para permitir o aumento do comprimento dos tecidos moles; → Em uma frequência de carga excessiva, a quebra excederá o reparo e pode ocorrer falha no tecido; → Se houver perda progressiva de ADM com o tempo, em vez de ganho, a contínua inflamação de baixo grau, decorrente de sobrecargas repetitivas, poderá causar formação excessiva de colágeno e cicatrizes hipertróficas; O modo de alongamento pode ser definido com a maneira em que serão realizadas as manobras e varia de acordo com quem e o que está aplicando a força do alongamento, ou se é ativo ou passivo. Suas categorias são: alongamento manual e mecânico ou autoalongamento, alongamento passivo, assistido ou ativo. Alongamento manual O terapeuta aplica uma força externa para mover o segmento envolvido levemente além do ponto de resistência do tecido e da ADM disponível. Ele controla de forma manual o local da estabilização, bem como a direção, velocidade, intensidade e a duração. → Pode ser passivo, com assistência do paciente ou de forma independente pelo paciente; → Em geral emprega um alongamento progressivo, estático, controlado, no final da amplitude de movimento, aplicado com uma intensidade coerente com o nível de conforto do paciente, mantido por 15 a 60 segundos e repetido pelo menos algumas vezes. → A efetividade do alongamento passivo manual, para aumentar a extensibilidade das unidades musculotendíneas que estão limitando a amplitude, é questionável. Alguns estudos afirmam que o alongamento passivo manual aumenta o comprimento muscular e a ADM em pessoas não comprometidas. Porém, a curta duração do alongamento, que é típica do alongamento manual, pode ser o motivo pelo qual outros pesquisadores relataram que o efeito de um programa de alongamento passivo manual é insignificante,66 sobretudo na presença de contraturas antigas associadas com patologia dos tecidos; → Pode ser mais usado nos estágios iniciais do treinamento, quando deseja-se determinar como o paciente responde a intensidades ou durações diferentes do alongamento, bem como quando precisa de uma estabilização máxima; → Empregado passivamente, caso o paciente não possa realizar autoalongamento por falta de controle neuromuscular do segmento do corpo a ser alongado; → Se o paciente tem controle do segmento do corpo a ser alongado, em geral é útil pedir que ele ajude o fisioterapeuta com a manobra de alongamento manual, sobretudo se o paciente estiver apreensivo e com dificuldade para relaxar. Autoalongamento É um tipo de procedimento de alongamento que o paciente executa sozinho, após uma instrução cuidadosa e prática supervisionada. Permite que o paciente mantenha ou aumente a ADM obtida pela intervenção fisioterapêutica. → É geralmente um componente integral dos programas de exercícios domiciliares e é necessária para o autocuidado de longo prazo de muitos distúrbios musculoesqueléticos e neuromusculares; → Em relação a efetividade, é necessário que o profissional ensine corretamente ao paciente para evitar e prevenir lesões e disfunções. O alinhamento do segmento e do corpo, bem como a estabilização da inserção proximal ou distal do músculo também se fazem necessários. É importante garantir que as estruturas restritas sejam alongadas de forma específica e que as estruturas adjacentes não sejam alongadas em demasia; → Em relação a aplicação, as diretrizes de intensidade, velocidade, duração e frequência do alongamento que se aplicam ao alongamento manual também se aplicam aos procedimentos de autoalongamento. Alongamento estático com duração de 30 a 60 segundos por repetição é o mais seguro para esse tipo de alongamento; → Podem ser realizados de várias maneiras: + O paciente pode mover passivamente o segmento distal de uma articulação restrita com uma ou ambas as mãos, para alongar um músculo encurtado enquanto estabiliza o segmento proximal; + Se a inserção distal de um músculo encurtado está fixa (estabilizada) sobre uma superfície de apoio, o peso do corpo pode ser usado como fonte da força de alongamento para aumentar o comprimento da unidade musculotendínea encurtada; + A inibição neuromuscular, por meio do uso de técnicas de alongamento de FNP, pode ser integrada aos procedimentos de autoalongamento para promover o relaxamento do músculo que está sendo alongado; + O alongamento ativo de baixa intensidade (chamado por alguns de ADM dinâmica – ADM-D), usando contrações musculares ativas repetidas, de curta duração, no final da amplitude, pelo músculo oposto ao encurtado, é outra forma de exercício de autoalongamento. Alongamento mecânico Os dispositivos mecânicos para alongamento aplicam uma força de alongamento com intensidade muito baixa (poucacarga), durante um período prolongado, para criar um alongamento mais ou menos permanente nos tecidos moles, como provável consequência da deformação plástica. → Proporcionam uma carga constante com deslocamento variável ou um deslocamento constante com cargas variáveis; → Sua eficácia se baseia nas propriedades dos tecidos moles de remodelamento ou sobrecarga-relaxamento, que se modificam em um curto período, assim como na deformação plástica que ocorre em um período longo; → O fisioterapeuta deve ser responsável por recomendar o tipo de dispositivo mais apropriado, ensinar o paciente a utilizar com segurança; → Cada uma das formas de alongamento mecânico a seguir tem se mostrado efetiva, sobretudo na redução de contraturas antigas: + Uma carga de alongamento efetiva aplicada com uma munhequeira com peso pode ter apenas alguns gramas. Permitem ao paciente controlar e ajustar a carga (força de alongamento) durante a sessão de alongamento. + Com outros dispositivos, a carga é determinada antes da aplicação da tala e permanece constante enquanto esta está sendo utilizada. → Uma duração maior do que o alongamento manual e do que o autoalongamento. Varia de 10 a 30 minutos até 8 a 10 horas por vez. Ou de modo contínuo durante o dia, exceto quando o dispositivo é retirado para higiene; → O tempo também depende do dispositivo, da causa e da gravidade do comprometimento, bem como a tolerância do paciente; → Pacientes com contraturas crônicas por conta de distúrbios neurológicos ou musculoesqueléticos, precisam de durações mais longas do que pessoas saudáveis apenas com hipomobilidade leve. INIBIÇÃO AUTOGÊNICA (MANTER-RELAXAR E CONTRAIR-RELAXAR) O músculo que limita a amplitude de movimento é inicialmente alongado até o ponto de limitação ou até onde fica confortável para ele. Então, faz uma contração isométrica no final da amplitude, antes de alongar (cerca de 5 segundos), seguido de um relaxamento voluntário do músculo encurtado. Desse modo, o membro é movido de forma passiva para a nova amplitude, enquanto se alonga o músculo que limita a amplitude. O relaxamento neuromuscular, evidenciado por uma diminuição na atividade EMG e possivelmente decorrente da inibição autogênica, ocorre após a contração isométrica mantida feita antes do músculo ser alongado. INIBIÇÃO RECÍPROCA (CONTRAÇÃO DE AGONISTA) O agonista é o músculo oposto ao musculo que limita a amplitude; o antagonista é o músculo que limita a amplitude, é o músculo encurtado (antagonista) que impede o movimento completo do movimentador primário (agonista). O paciente contrai concentricamente (encurta) o músculo oposto ao que está limitando a amplitude (antagonista) e, então, mantém a posição final por pelo menos alguns segundos. O movimento do membro é controlado de modo independente pelo paciente e é deliberado e lento, não balístico. Em muitos casos, a contração de encurtamento é feita sem acrescentar resistência. A teoria clássica da FNP sugere que quando o agonista (o músculo oposto ao que está causando a limitação) é ativado e se contrai de modo concêntrico, o antagonista (o músculo que está limitando a amplitude de movimento) é inibido de forma recíproca, o que permite que esse relaxe e se alongue mais prontamente. Em relação a neurofisiologia, quando há estimulação do neurônio motor alfa dos músculos agonista, há também ativação de interneurônio a nível medular, mas no músculo antagonista, há uma função inibitória exercida sobre seu neurônio motor alfa. MANTER- RELAXAR COM CONTRAÇÃO DE AGONISTA Move-se o membro até o ponto em que seja sentida a resistência dos tecidos no músculo encurtado (que está limitando a amplitude); então, faz-se o paciente executar uma contração isométrica resistida pré- alongamento no músculo que está limitando a amplitude seguida do relaxamento voluntário deste músculo e de uma contração concêntrica imediata do músculo oposto ao que está encurtado.
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