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Flávia Coura Sondagem SONDA GASTROINTESTINAL Inserção de sonda no estômago ou intestino. ⤷ sondagem orogástrica ⤷ sondagem nasogástrica ⤷ sondagem nasoenteral ⤷ gastrostomia FINALIDADES GERAIS: - gavagem - lavagem/ limpeza - medicação - descompressão (remoção de gases ou conteúdo líquido do estômago ou intestino) - testes diagnósticos - obstruções (causadas por CA, traumatismos, disfagias, anormalidades genéticas) - tamponamento TIPOS DE SONDA ⤷ LEVIN: sonda gástrica simples. 1 lúmen, PVC ou borracha. Numeração de 14 a 22 F (Frenchr). Varia de 107 a 127 cm de comprimento. Deve ser considerado o peso do paciente, especialmente em crianças. ⤷ NUTRILEX: possui em torno de 76 cm de comprimento, com ponta de tungstênio (radiopaca e pesada, para facilitar a inserção. Dever ser colocada na água para ativar) ⤷ DOBHOFF: silicone ou poliuretano. Comprimento varia de 160 a 175 cm de comprimento. Numeração de 8 a 13 F. Tem ponta de tungstênio. ⤷ BLAKEMORE: triplo lúmen, com 2 balões. 1 lúmen insufla balão gástrico, o outro o balão esofágico e o 3º é para remoção de secreções. Mede em torno de 90 cm de comprimento. USO DAS SONDAS AVALIAÇÃO PRÉ-SONDAGEM - nível de consciência / resposta aos estímulos - peso (antes/durante) ou massa corporal - RHA - tipo de abdômen / distensão abdominal - integridade da mucosa nasal / higienização - capacidade de deglutir, tossir e regurgitar (nervo vago) - observar presença de náuseas e vômitos AVALIAÇÃO DO PACIENTE COM SONDA - peso - ingestão hídrica - RHA (confirmação da localização do cateter) - sons pulmonares (roncos e estertores) - temperatura - integridade da mucosa nasal e oral - padrão respiratório (bradi/taquipneia) - queixas gástricas (distensão, plenitude, saciedade, azia, dor) - vômitos - eliminações intestinais (diarreia ou eliminação rápida = passagem muito rápida, ↓ absorção) - RESÍDUO GÁSTRICO CUIDADOS DE ENFERMAGEM ANTES verificar prescrição, confirmar identidade do paciente, explicar procedimento, privacidade do paciente, inspecionar narinas (desvio de septo, adenoide, sujidades, tamanho, forma), pedir colaboração do paciente (engolir quando sentir sonda na garganta), xilocaína em gel ou lubrificante na extremidade do cateter, medir o comprimento do cateter DURANTE paciente em Fowler, hiperextensão pescoço para introduzir o cateter, dar um pouco de água junto, quando encontrar resistência encostar queixo do paciente no peito e pedir para engolir, observar presença de tosse excessiva / cianose / falta de ar / sensação de afogamento DEPOIS testes de comprovação do posicionamento da sonda, encaminhar ao raio-x (nasoentérica), fixação do cateter, retirar fio guia somente após raio-x e guardá-lo na embalagem com o nome do paciente, limpeza da mucosa nasal / higiene oral e troca da fixação todos os dias, mensurar e anotar o tamanho exteriorizado do cateter, manter paciente em semi-fowler, flushing antes e após alimentação/medicação, LEVINE Descompressão em casos de distensão do estômago, aspiração e lavagem LEVINE, DOBBHOFF E NUTRILEX Administração de medicamentos e gavagem BLAKEMORE Controle de sangramento de varizes esofágicas Flávia Coura POSSÍVEIS COMPLICAÇÕES ⤷ DEFICIÊNCIA NO VOLUME DE LÍQUIDO: turgor e elasticidade da pele diminuídas, pele e mucosa oral secas, redução do volume urinário, letargia, diminuição da temperatura corporal ⤷ COMPLICAÇÕES PULMONARES: tosse durante a administração de medicamentos ou alimentos, dificuldade em tossir ou escarrar, taquipneia, febre, perda de apetite, prostração EVENTOS ADVERSOS SNG/SNE - desconforto - sinusite - lesão por pressão no local da fixação - epistaxe - ânsia e vômito - angústia respiratória ⤷ eventos adversos: mecânicos - complicações respiratórias: pneumotórax, derrame pleural, broncoaspiração - complicações esofágica ou faríngeas: paralisia das cordas vocais e lesão laríngea - obstrução da sonda: formação de benzoar no lúmen da sonda SEMPRE PASSAR 30Ml de água antes e depois de administrar alimentos ou medicamentos - perfuração intestinal - perfuração intracraniana: em casos de TC = ORO!! - remoção acidental da sonda ⤷ eventos adversos: outros - lesão por pressão: relacionada à fixação - conexão incorreta: pode ocorrer extravasamento do suco gástrico, conexão errônea em cateter venoso central, etc. SONDAGEM GÁSTRICA NASOGÁSTRICA: Inserção de sonda através do nariz até o estômago OROGÁSTRICA: Inserção de sonda através da cavidade oral até o estômago. Mais usado em crianças ou em casos de TC. - sondas em plástico PVC - pode ficar no paciente em torno de 4 semanas FINALIDADES: nutrição, medicação, lavagem, drenagens de líquido ou ar, coleta de material gástricos para exames diagnósticos. TESTES PARA COMPROVAÇÃO DE POSICIONAMENTO ⤷ TESTE DE AUDIÇÃO / BORBULHAMENTO: com o diafragma do esteto na região epigástrica, lateralizado um pouco para a esquerda, injetar 10ml de ar rapidamente pela sonda. Deve ser ouvido som de borbulhamento. Seringa com bico, não rosqueável. ⤷ ASPIRAÇÃO DE CONTEÚDO: com uma seringa, aspirar conteúdo gástrico e observar sua coloração e composição (se transparente, amarelo-amarronzado ou esverdeado = estômago) ⤷ TESTE DE PH: com tira reagente. Líquido aspirado. Se pH < 5 = estômago. Se pH 5 ou 6 = duodeno. Se pH > 7 = trato respiratório. ⤷ Observar sinais como tosse excessiva, cianose e dispneia. Indicam que cateter não está no estômago. PROCEDIMENTO: PASSAGEM DA SNG MATERIAIS: cateter nasogástrico, seringa 20mL com bico, lubrificante (xilocaína gel), fixação (gaze ou micropore), gazes, cuba rim, papel toalha, toalha de rosto, copo com água, lixo, estetoscópio, EPIs, caneta para marcação do tamanho do cateter. PROCEDIMENTO: - Verificar prescrição e certificar passagem da sonda (indicação, tipo, nº) - preparar material, higienizar as mãos - explicar e orientar o paciente - prezar pela privacidade (biombos, lençóis) - posicionar paciente em Fowler ou decúbito lateral E, com cabeça lateralizada para evitar aspiração - calçar luvas, colocar toalha no tórax do paciente, higienizar as narinas - abrir sonda e retirar com gazes, medir comprimento e marcar (Ponta do nariz → lóbulo da orelha → apêndice xifoide) - lubrificar 10cm da extremidade da sonda para introduzir - hiperextender o pescoço do paciente e introduzir o cateter - após introduzir, pedir que paciente flexione o pescoço, encostando queixo no tórax, e deglutir a saliva quando cateter estiver na garganta (pode ofertar água para ajudar) - pedir que paciente abra a boca para verificar se cateter não enrolou na cavidade oral - fazer teste de audição - se ok: fixar adequadamente Flávia Coura - deixar paciente confortável - organizar material e quarto - anotar. SONDAGEM NASOENTÉRICA Inserção de sonda através do nariz até o trato intestinal. - sondas em silicone ou poliuretano - pode ficar no paciente em torno de 4 semanas a 3 meses -possui fio guia (radiopaco, confirma local correto) FINALIDADES: administração de dietas, hidratação e medicação PROCEDIMENTO: PASSAGEM DA SNE O mesmo da SNG, com as seguintes alterações: ⤷ medir comprimento: ponta do nariz → lóbulo da orelha → apêndice xifoide → + 25 cm ⤷ Comprovação do posicionamento: ausculta + raio-X ⤷ retirar fio guia após comprovação da posição correta e guardá-lo, com o nome do paciente ⤷ migração da sonda do estômago para o duodeno: 4 a 24h, através do peristaltismo. ⤷ ↑ movimentos peristálticos: - caminhar - decúbito lateral direito (2h) → decúbito dorsal (2h) → decúbito lateral esquerdo (2h) PROCEDIMENTO: RETIRADA DA SNG / SNE - conferir prescrição médica para retirada da sonda - reunir material necessário (EPIs, lixo, toalha de rosto, papel toalha) - explicar procedimentoao paciente e zelar pela privacidade - calçar luvas - colocar papel toalha no tórax do paciente e posicioná- lo em Fowler - retirar fixação da sonda - lavar sonda com seringa + SF 0,9% ou ar (para drenar secreções gástricas) - instruir ao paciente que inspire profundamente e segure a respiração - clampar a sonda e retirá-la lenta e completamente e 2 ou 3 tempos, com auxílio de uma gaze - desprezar a sonda - higienizar e inspecionar as narinas - higiene oral - reposicionar o paciente confortavelmente - organizar a unidade e higienizar as mãos - anotar, destacando motivo da retirada e se houve intercorrências. VANTAGENS E DESVANTAGENS SONDA VANTAGENS DESVANTAGENS nasogástrica baixa incidência de obstrução, fácil verificação de posicionamento e do resíduo gástrico pode causar danos na mucosa, potencializa refluxo gástrico, risco de aspiração, requer reposicionamento frequente nasoenteral risco reduzido de aspiração, pode permanecer no local por mais tempo requer raio-X, obstrui facilmente GAVAGEM Alimentação por sonda FINALIDADE: atender as necessidades nutricionais do paciente, quando a ingesta oral é inadequada ou impossível. TGI deve funcionar normalmente. INDICAÇÕES: pós-operatório, problemas gastrointestinais (colite ulcerativa, gastrite severa), CA, paciente debilitado ou inconsciente com impossibilidade de deglutir, paciente que recusam alimentação, paciente com traqueostomia (primeiros 15 dias) VANTAGENS: - menor risco e custo - presença de alimento na luz intestinal favorece a integridade da mucosa intestinal normal e a adaptação do intestino delgado após cirurgia. TIPOS DE GAVAGEM (horário) ⤷ EM BOLUS: grande volume de líquido nutritivo em período de tempo reduzido Ex: 250 a 400 mL em poucos minutos. ⤷ INTERMITENTE: oferecida por gotejamento, a partir de recipiente suspenso. Ex: 30 a 60 min, 4 a 6/dia verificar resíduo gástrico antes de administrar próxima dieta ⤷ CÍCLICA: ofertada continuamente durante 8 a 12h, seguida de uma pausa de 6 a 12 horas. verificar resíduo gástrico antes de administrar próxima dieta Flávia Coura ⤷ CONTÍNUA: uso de bomba de infusão; pequeno volume de líquido nutritivo, sem interrupção. Ex: 1,5mL/min RESÍDUO GÁSTRICO Volume de líquido que permanece no estômago, após tempo compensatório de absorção e esvaziamento. OBJETIVO: observar a capacidade de absorção dos alimentos e se o volume alimentar ultrapassa ou não a capacidade fisiológica do paciente VERIFICAÇÃO DEVE SER FEITA SEMPRE QUE HOUVER TROCA DA DIETA! - Se resíduo ⩽ 20% do volume ofertado: retorna-o e administra a dieta - Se resíduo > 20% e ⩽ 50%: retorna-o e completa administrando dieta faltante - Se resíduo > 50%: despreza, não administra dieta, deixa sonda drenando. Comunicar médico responsável e anotar. POSSÍVEIS COMPLICAÇÕES DA GAVAGEM - obstrução da sonda - aspiração pulmonar - deslocamento ou remoção acidental da sonda - diarreia - distensão abdominal - náuseas e vômitos - constipação intestinal FÓRMULAS DE ALIMENTAÇÃO POR SONDA ⤷ ISOTÔNICA CONVENCIONAL: pacientes com digestão e absorção normais. Não alteram a distribuição de água. Fornece aproximadamente 10 cal/mL. Ex: osmolite, isocal, nutren 1.0 ⤷ HIPERCALÓRICA: pacientes que necessitam de restrição de líquidos ou tem altas necessidades calóricas. Fornece até o dobro da quantidade de calorias das fórmulas convencionas. Ex: comply, nutren 1.5, nutren 2.0, deliver 2.0 ⤷ HIPERPROTEICA: fornece até o dobro de proteínas das fórmulas convencionais. Ex: promote, isocal HN, ultracal HN plus ⤷ RICA EM FIBRAS: fornece fibras para normalizar a função intestinal em pacientes com constipação e diarreia. Ex: jevity, compleat, ultracal ⤷ PARCIALMENTE HIDROLIZADA: pacientes com dificuldades de digestão ou absorção. Fornece nutriente fundamentais que requerem pouca ou nenhuma digestão. Ex: criticasse HN, optimental, vivonex T.E.N. LAVAGEM GÁSTRICA OBJETIVO: irrigar e aspirar conteúdo gástrico - pré-operatório - exames diagnósticos auxiliares - casos de intoxicação por via digestiva - vasoconstrição de hemorragias gástricas PROCEDIMENTO MATERIAIS: solução prescrita (SF 0,9% gelada ou carvão ativado), equipo macrogotas, recipiente graduado para drenagem, tubo extensor, suporte para soro, EPIs, papel toalha, seringa e esteto caso precise auscultar. PROCEDIMENTO: - prepara material e conectar equipo na solução, com pinça fechada - encher um pouco acima da metade da câmara de gotejamento - explicar e orientar o paciente - calçar as luvas - retirar ar do equipo e clampar - adaptar equipo no cateter e abrir pinça completamente - infundir solução completamente - fechar equipo e conectar tubo extensor no cateter (dobrar cateter quando abrir a tampa) - lateralizar cabeça do paciente - soltar cateter de deixar drenar (até sair tudo o que infundiu) no recipiente graduado, que deverá estar em altura inferior ao leito do paciente - observar características da drenagem - organizar materiais utilizados - anotações de enfermagem SONDAGEM RETAL Passagem de sonda pelo canal retal OBJETIVOS: aliviar distensão, introduzir medicamentos, lavagem/limpeza intestinal - lavagem: reto ao cólon descendente, maior quantidade - limpeza: reto ao sigmóide, menor quantidade INDICAÇÕES: constipação, pré-operatório, tratamentos e radiografias do trato intestinal, eliminações de gases Flávia Coura ENEMA Introdução de solução no canal retal. Manipula movimentos peristálticos promovendo limpeza do intestino. VOLUME MÁXIMO: adultos – 750 a 1000mL adolescentes - 500 a 750mL crianças – até 500mL TIPOS DE ENEMA → DE LIMPEZA: água e glicerina (causa irritabilidade, ↑ movimentos peristálticos) → DE RETENÇÃO: a base de óleo, 100-150mL (lubrifica as fezes) → MEDICAMENTOSOS: absorvidos na ampola reta (ex: supositórios) → ANTI-HELMÍNTICOS → CARMINATIVOS: provocam flatulência, eliminam gases, ajudam na distensão abdominal → COMERCIAIS: fleet enema, minilax FATORES QUE AFETAM A ELIMINAÇÃO INTESTINAL - alimentação (cor, odor, consistência, nº de eliminações) - ingesta hídrica (umidade das fezes) - medicamentos (motilidade/peristaltismo) - emoções - atividades físicas - funções neuromusculares e hormonais - tonicidade muscular abdominal - oportunidade para defecar (conseguimos controlar até certo ponto) ALTERAÇÕES COMUNS ⤷ CONSTIPAÇÃO - PRIMÁRIA: consequência de fatores relacionados aos hábitos e estilo de vida - SECUNDÁRIA: consequência de distúrbios patológicos. Solucionada quando causa principal é tratada. - IATROGÊNICA: consequência de outro tratamento médico - PSEUDOCONSTIPAÇÃO: pacientes acreditam estar constipados, embora não estejam (se automedicam afim de manter regularidade intestinal) ⤷ IMPACTAÇÃO FECAL: fecaloma ⤷ DIARREIA: fezes aquosas, acompanhadas de espasmos abdominais ⤷ INCONTINÊNCIA FECAL: incapacidade de controlar as eliminações fecais PROCEDIMENTO MATERIAIS: impermeável +forro, lubrificante (xilocaína/vaselina), sonda retal, tubo extensor, irrigador (jarra), EPIs, comadre forrada, solução prescrita aquecida, papel higiênico, gazes, tesoura pinça, saco de lixo. PROCEDIMENTO: - verificar prescrição médica - preparar material - preparar e orientar o paciente, prezar pela privacidade - higienizar as mãos e calçar as luvas - pendurar irrigador com solução, em altura que consiga ver (máx: 60cm do colchão) - adaptar cateter na extremidade do extensor, retirar ar e pinçar - posicionar paciente em posição de Sims - colocar impermeável e forro, caso não tenha - manter comadre próxima - lubrificar cerca de 10cm da extremidade do cateter - afastar prega interglútea até visualizar ânus - inserir de 10 a 15cm do cateter e segurar- retirar pinça e introduzir solução lentamente, observando as reações e feições do paciente - pinçar tubo ao finalizar solução - retirar sonda, desconectar e descartar - encaminhar paciente ao banheiro ou oferecer comadre - após evacuação, limpar com papel higiênico e depois lavar - observar características das fezes - deixar paciente confortável - organizar material usado - anotar ANOTAÇÃO Data, hora, procedimento, quantidade e tipo de solução administrada, nº sonda, finalidade, reações do paciente, características da eliminação (cor, consistência, quantidade, odor, presença de elementos anormais) Características anormais: muco, pus, sangue, odor fétido, vermes, sem forma, consistência dura/seca/aquosa/empedrada, coloração preta/verde/amarela/argila esbranquiçada
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