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Adenite Infecciosa Equina DOENÇAS INFECCIOSAS BACTERIANAS introdução Também conhecida como “garrotilho”, “strangles”, é uma doença infectocontagiosa aguda que causa inflamação mucopurulenta do trato respiratório superior de equinos, com abscedação dos linfonodos adjacentes, particularmente os submandibulares e retrofaríngeos. Uma das primeiras doenças a ser descrita em literatura científica veterinária. epidemiologia Streptococcus equi (S. equi) não se encontra na mucosa antes de 24 – 48 horas após o início da febre, é especialmente patogênica para cavalos (menos sensível para burros e mulas). Agente etiológico – endêmico na criação de equinos em todo o mundo, pode ser encontrado nas mucosas orofaríngeas e nasal normais, equinos, muares e asininos são suscetíveis. Equídeos de todas as idades: Mais frequente aos jovens de 6 meses a 5 anos. Morbidade variável (10 a 30%) – chegando a 100% em surtos Mortalidade (0 a 10%) – nos animais não tratados e/ou com diagnóstico tardio Ocorrência da doença em criatórios (casos isolados ou surtos): Está associado ao ingresso recente de animais com doença clínica e transmissão da bactéria por portadores assintomáticos ou animais do próprio plantel, se foram reintroduzidos sem quarentena. Animais portadores: Sem sinal: Constituem fontes de infecção para o plantel, dificultando controle e profilaxia. Reinfecção: Pode ocorrer entre 10 e 20% dos animais que apresentam sinais clínicos. etiologia Streptococcus equi subesp. Equi, bactéria Gram +, cadeias longas de 10 a 30 cocos. Facilmente destruído pelo calor e desinfetantes químicos, pode permanecer ativo por 2 a 3 semanas em exsudato mucopurulento. No ambiente pode se manter viável por até 3 meses (sob luz solar direta) até 2 meses na vegetação, fatores predisponentes Fatores estressantes: Alterações climáticas, desmama, transportes prolongados, treinamento intensivo, superlotação nas instalações, viroses e parasitoses. *Baixa resistência transmissão Fonte de infecção: Corrimento nasal de animais infectados, que ao tossir, relinchar e espirrar espalham o pus na forma de aerossol contaminado: Água – bebedouros, alimento – comedouros, utensílios, pastagens. *Disseminação do agente no ambiente Contágio: mucosa nasal e oral, conteúdo de linfonodo e abscessos: por contato direto entre animais sadios e doentes ou indiretamente por intermédio de fômites infectados e insetos. patogenia A virulência das linhagens de S. equi subesp. Equi é atribuída à: Presença de cápsula de ácido hialurônico, proteína M antifagocitária, proteínas receptoras para a região Fc de imunoglobulinas da classe IgG, peptidioglicano, hemolisinas, enzimas (estreptolisina) e citotoxinas (leucotoxinas e estreptoquinase). Na maioria dos casos da enfermidade o animal: Apresenta apenas aumento dos linfonodos com formação de abscessos e rápida resolução sem auxílio terapêutico. A disseminação do agente via linfática ou hematógena pode levar à formação de abscessos bastardos em cavidades (abdominal e torácica), podendo, em casos menos frequentes, atingir o cérebro. manifestações clínicas Conforme a doença progride a mucosa nasal se torna hiperêmica com secreção serosa que evolui para mucosa e mucopurulenta. Os linfonodos submandibulares e retrofaríngeos ficam edemaciados, quentes, firmes e doloridos à palpação. Dificuldade em respirar – “estrangulamento” Com a abscedação, os linfonodos tornam-se flutuantes e aumentados de volume, podendo ocorrer fistulação para o exterior. Finalmente tem a ruptura linfonodo e a fuga de material purulento durante 7-14 das. Período de incubação variável – 1 a 4 semanas; Principais sinais: Início abrupto de febre (39 a 41°), linfadenopatia (submandibular e retrofaríngeos), descarga nasal (inicialmente mucosa, progredindo para mucopurulento), inapetência e tosse, dificuldade respiratória e de deglutição. Curso clínico da doença: Duração média de 2 a 4 semanas, casos graves podem persistir por até 3 meses, animais com inadequada resposta imune podem desenvolver a forma crônica da doença. A gravidade da doença depende intimamente do estado imunológico do animal Forma aguda: Febre 40 a 41 °C, depressão, anorexia, inapetência, dificuldade respiratória e deglutição, cabeça em extensão, tosse, espirros. Forma sub-aguda e crônica, abscessos disseminados, febre intermitente, caquexia Formas: Potro: hiper-aguda ou aguda; Adulto: sub-aguda ou crônica. complicações Formação de abscessos à distância no mesentério, pulmão, fígado, baço, rins e cérebro. Os sinais clínicos apresentados pelos animais com abscessos bastardos variam de acordo com o tamanho e localização dos abscessos. O agente pode ainda atingir válvulas cardíacas, olhos e articulações. Abscesso cerebral. Complicações mais brandas e não fatais como: miocardites, celulite purulenta, sinusite, empiema das bolsas guturais, paralisia do nervo laríngeo recorrente e pneumonia purulenta. Pleurisia fibrosa diagnóstico diferencial Rinopneumonite viral equina, arterite viral equina, influenza equina, bronquite aguda, mormo. Apresentam quadro clínico semelhante à adenite equina. Entretanto, o aumento acentuado de linfonodos e abscedação, não ocorrem nessas doenças. diagnóstico Baseado nos achados epidemiológicos, clínicos e anatomopatológicos. Fácil quando a sintomatologia é palpável. Diagnóstico laboratorial: Hemograma: Anemia, leucocitose com neutrofilia. Isolamento do agente a partir de secreção nasal purulenta ou do conteúdo de abscessos, coletada com auxílio de swabs e conservado sob refrigeração até o momento da análise do material. Cultura bacteriana; técnica de PCR, técnica de ELISA. Cultura: Ágar-sangue. Identificação: Bacterioscopia, teste da Catalase. tratamento Cavalos com sinais precoces: Isolamento do cavalo afetado Atibioticoterapia: Penicilina Benzatina 20.000 a 40.000 UI/kg a cada 72 horas; ou Penicilina G 15.000 UI/kg p.v. de 12 em 12 horas; ou trimetoprim associado a sulfametaxol 20mg kg via intramuscular por 5 a 10 dias. *Cavalos tratados com antibióticos desenvolvem uma resposta imune fraca, ficando suscetíveis à uma nova exposição Inalações úmidas contendo mucolíticos. Cavalos com linfonodos abscedados: Maturação dos gânglios linfáticos acometidos com uso de pomadas a base de Salicilato de Metila. Compressas e massagens quentes; Drenagem dos abscessos que estão exsudando e aplicação de solução de iodo (PVPI 3% a 5%). Inalações úmidas contendo mucolíticos. controle Isolamento dos animais doentes no mínimo 4 a 5 semanas, realizar a quarentena dos suspeitos. Cuidados devem ser tomados com os utensílios utilizados nos animais doentes; Cavalos saudáveis devem ter utensílios próprios bem como estarem afastados de caminhões e instalações utilizados por cavalos afetados. Tentar controlar moscas Pessoas que trabalham com os cavalos saudáveis não devem ter contato com os cavalos afetados. Antibioticoterapia adequada: Decisão pelo uso de antibióticos irá depender da severidade dos sinais clínicos, do número e da idade dos animais afetados. Os estábulos devem ser limpos e desinfetados: Utilizar desinfetantes apropriados para as instalações, cochos, baldes, entre outros... (fenóis, formaldeídos para instalações e iodoforos ou clorexidine para as mãos) As camas devem ser queimadas profilaxia Os programas de vacinação não permitem um controle satisfatório em condições de campo, já que não mais que 50% dos animais vacinados ficam imunes. Um esquema recomendado é a vacinação dos potros com 3 a 4 doses: 1ª 8-12 semanas de vida 2ª 11-15 semanas de vida 3ª 14-18 semanas de vida (dependendo do produto usado) 4ª no desmame 6-8 meses 0,2 ml de vacina reconstituída, administrada no interior do lábio superior Higiene: Instalações, bebedouros, comedouros, utensílios. Alimentação de qualidade consideraçõesgerais Passado o surto epidêmico ou cura clínica do animal doente, todos apresentam imunidade ao S. equi. Mais de 76% dos cavalos que tiveram adenite equina desenvolvem uma sólida imunidade por 5 anos ou mais. Essa imunidade pode ser vitalícia, provavelmente porque sempre haverá reforço pela permanência do agente no indivíduo e no meio ambiente. Éguas imunes conferem imunidade passiva aos potros por meio do colostro por até 3 meses de idade.
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