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Trauma de Extremidade Esmagamento Acontece com mais frequência em acidentes automobilísticos. Trata-se de uma lesão muito grave, com rompimento das células dos miócitos. Esse rompimento libera potássio em grande quantidade na corrente sanguínea. Isso pode gerar uma hipercalemia, que pode provocar uma parada cardíaca ou insuficiência renal aguda. Além disso, há um dano local decorrente do esmagamento. Os ossos podem ser quebrados em várias partes e os tecidos nervosos podem ser muito danificados. Quando suspeitar de esmagamento? Quando houver paciente de trauma por mecanismo de compressão de grande massa muscular de extremidades, causado por soterramento (colapso de estrutura), contenção em ferragens ou outro mecanismo que comprometa a circulação do membro e concorra para tempo prolongado de desencarceramento. Tratamento Infusão de líquidos após a chegada do suporte avançado. O socorrista deve atentar para as situações de risco imediato de morte e remoção rápida. Síndrome do Esmagamento É decorrente de traumas que geram pressão contínua e prolongada sobre uma extremidade corpórea e têm alta mortalidade. O maior risco da lesão por esmagamento é a rabdomiólise que gera insuficiência renal e morte. No esmagamento, ocorre uma grande lesão muscular que libera a mioglobina que lesiona o rim gerando a insuficiência renal aguda. Além da mioglobina, o músculo libera muito potássio que em grande quantidade causa arritmias e morte por parada cardíaca. Conduta 1. Realizar avaliação primária (XABCDE) com ênfase para a manutenção da permeabilidade de vias aéreas e da boa ventilação. 2. Oferecer O2 suplementar por máscara não reinalante 10 a 15 l/min se SatO2 < 94%. 3. Monitorizar a oximetria de pulso. 4. Comunicar imediatamente a Regulação Médica para a avaliação da possibilidade de apoio do SAV e/ou para procedimentos. 5. Realizar avaliação secundária (SAMPLA). 6. Realizar a mobilização cuidadosa e a imobilização adequada da coluna cervical, tronco, e membros, em prancha longa com alinhamento anatômico, sem atraso para o transporte. 7. Realizar contato com a Regulação Médica e passar os dados de forma sistematizada. 8. Aguardar orientação da Regulação Médica para procedimentos e/ou transporte para a unidade de saúde. 9. Relatar ao médico receptor no hospital de destino o tempo aproximado de encarceramento. https://www.grancursosonline.com.br/aluno/espaco/curso/codigo/USsXbXFBBwk%3D/v/kwPufWOdo7Q%3D/c/%2BQ%2F2hrgmCrU%3D Causa: edema intenso; Consequência: compressão de nervos e vasos. A compressão de vasos ocasiona a hipóxia grave e a falta de oxigênio gera lesão de células e tecidos. Exame físico: dor intensa, pele das extremidades: perfusão ruim, fria, pálida, ausência de pulsos periféricos e de sensibilidade após a lesão. Síndrome Compartimental Essa síndrome é muito cobrada em provas de concursos públicos. Quando há um trauma propriamente dito, ocorre o aumento da resposta inflamatória e do edema. Vale mencionar que há uma estrutura rígida que limita o músculo (fáscia). A limitação do crescimento do músculo para fora fará com que ele cresça para dentro, comprimindo nervos e vasos. Essa compressão provoca a perfusão, fazendo com que haja necrose. Essa síndrome compartimental pode ocorrer também no pós-operatório. Depois do procedimento cirúrgico, o aparelho gessado limita o edema, fazendo com que haja a compressão de nervos e vasos. Quando o membro está perfundido adequadamente, a pele estará quente, com pulso presente e sensibilidade preservada. Quando o membro não está perfundido adequadamente, a pele fica fria, cianótica e dormente. Quando a dor é muito intensa, deve-se remover o gesso de forma urgente, pois isso pode comprometer o membro do paciente. Outra situação que pode gerar a síndrome de compartimento é a queimadura, principalmente a circunferencial. Essa queimadura gera um edema, que é impedido de evoluir para fora. A síndrome compartimental é caracterizada pelo aumento da pressão dentro de uma estrutura do corpo pela presença de lesão. Portanto, a síndrome compartimental é uma complicação de vários traumas de extremidades. Consiste em aumento da pressão dentro de um segmento do corpo que vai comprimir vaso sanguíneo atrapalhando a circulação e os nervos, dificultando a inervação e a perfusão local. De acordo com o PHTLS, as causas mais comuns de síndrome de compartimento são a fratura ou lesão vascular e o edema por ausência de fluxo sanguíneo. Síndrome Compartimental Hemorragia: Edemas: – Lesão no vaso; – Fraturas. – Lesões isquêmicas. Sinais da Síndrome de Compartimento Dor intensa; Parestesia (formigamento); Membro tenso e firme; Ausência de pulso na extremidade; Palidez na pele da extremidade; Paralisia. Conduta: 1. Realizar avaliação primária (XABCDE). 2. Realizar avaliação secundária (SAMPLA). 3. Avaliar e remover imobilizações ou enfaixamentos circulares apertados. 4. Reavaliar a perfusão distal constantemente, por meio do pulso, da temperatura da pele e através da sensibilidade local. 5. Realizar a mobilização cuidadosa e a imobilização adequada da coluna cervical, tronco e membros, em prancha longa com alinhamento anatômico, sem atraso para o transporte. 6. Realizar contato com a Regulação Médica e passar os dados de forma sistematizada. 7. Aguardar orientação da Regulação Médica para procedimentos e/ou transporte para a unidade de saúde. ATENÇÃO: 1.Considerar que imobilizações aplicadas por tempo prolongado e/ou enfaixamento circular muito apertado (inclusive aparelho gessado) também podem levar à síndrome compartimental. 2.Não realizar acesso venoso no membro afetado. Tratamento Pré-hospitalar da Vítima de Trauma de Extremidades e Imobilização Alívio da dor; Prevenção de outras lesões de músculos, nervos e vasos sanguíneos que estão próximas ao osso fraturado; Manutenção da perfusão (irrigação sanguínea) no membro lesionado. Prioridade: controle de hemorragias e permeabilidade da via aérea. Quando o paciente apresenta entorse, luxação ou fratura é necessário atendimento imediato para melhoria do quadro clínico por meio da imobilização. A imobilização deve ser realizada de forma adequada e o transporte ao hospital ocorrerá na sequência para realização de exame de imagem e definição de conduta mais específica. Razões para a imobilização: Tipos de Imobilização Talas rígidas: dispositivos não flexíveis adaptados à extremidade fraturada para manter sua estabilidade e imobilização. Pode ser de madeira, papelão, arame ou alumínio recoberto de material plástico. Talas de tração: são indicadas para imobilizar fraturas da diáfise (parte do meio) do fêmur em pacientes estáveis. Tala moldável: Talas de tração: Prancha longa: serve para uma imobilização mais completa do paciente e também para ajudar no transporte para o hospital. Sinais/Sintomas maiores: insuficiência respiratória, alterações neurológicas e petéquias. Sinais/Sintomas menores: taquicardia, febre, trombocitopenia, lipidúria, embolia retiniana e anemia inexplicada. Nas fraturas dos membros superiores, podemos usar outros materiais para imobilização, como as: bandagens, enfaixamento, ataduras, tipoias e as talas rígidas. Nas fraturas de pelve (quadril), podemos utilizar o KED (Kendrick Extrication Device) invertido, ou um imobilizador próprio de quadril. Embolia Gordurosa (EG) É a oclusão de pequenos vasos por gotículas de gordura, geralmente originadas nas fraturas do fêmur, tíbia e bacia. Em poucos casos, a EG evolui para a síndrome da embolia gordurosa (SEG), que afeta principalmente os pulmões e o cérebro. A tríade clássica é composta por insuficiência respiratória aguda, trombocitopenia e disfunção neurológica. Geralmente, ocorre de 24 a 72h após a lesão inicial. O diagnóstico é puramente clínico. Utilizam-se os critérios de Gurd para o diagnóstico da SEG.