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1.1.1.1 INTRODUÇÃO À NEUROLOGIA Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. RESUMO DA UNIDADE Esta unidade analisará os princípios básicos do sistema nervoso e a apresentação de algumas de suas partes mais importantes ligadas ao processamento e o funcionamento cerebral. Apresentar noções de anatomia cerebral e suas correlações funcionais permitem um entendimento mais aprofundado dos quadros neurológicos e psiquiátricos que são mais predominantes na clínica neuropsicopedagógica. Entender particularidades e as sutilezas relacionadas ao neurodesenvolvimento permitem uma melhor compreensão dos fenômenos psíquicos e do entendimento das formas de comunicação neuronal. Após esses conhecimentos, o profissional terá um olhar mais refinado e criterioso referente a observação mais acurada de comportamentos ditos normais ou aqueles desviantes da norma e poder assim, entender a semiologia dos transtornos e da epidemiologia. Palavras chave: anatomia funcional sistema nervoso; nervos cranianos; funções e estruturas neuronais; epidemiologia e semiologia. Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. SUMÁRIO RESUMO DA UNIDADE ............................................................................................. 2 APRESENTAÇÃO DO MÓDULO ............................................................................... 4 CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO A NEUROLOGIA BÉSICA........................................ 5 1.1 NEUROLOGIA GERAL .................................................................................. 5 1.2 FUNÇÕES E ESTRUTURAS NEURONAIS ................................................... 7 1.2.1 Atividade elétrica dos neurônios .................................................................... 9 1.2.2 Sinapses ...................................................................................................... 10 1.2.3 Neurotransmissores ..................................................................................... 11 1.3 FORMAS DE ABORDAGEM DA COGNIÇÃO HUMANA ............................. 12 1.3.1 Psicologia cognitiva ...................................................................................... 13 1.3.2 Neuropsicologia cognitiva ............................................................................ 16 1.3.3 Neurociência cognitiva ................................................................................. 17 1.4 INTRODUÇÃO PARA AS TÉCNICAS PARA O ESTUDO DO CÉREBRO .. 17 1.5 CIÊNCIA COMPUTACIONAL COGNITIVA .................................................. 20 CAPITULO 02 - ANATOMIA CEREBRAL ................................................................ 22 2.1 DIVISÃO DO SISTEMA NERVOSO ............................................................. 22 2.2 ANATOMIA FUNCIONAL DO CÓRTEX CEREBRAL .................................. 23 2.2.1 Aspectos filogenéticos do sistema nervoso .................................................. 23 2.3 ANATOMIA DO TELENCÉFALO ................................................................. 25 2.3.1 Bulbo ............................................................................................................ 27 2.3.2 Ponte ............................................................................................................ 28 2.3.3 Mesencéfalo ................................................................................................. 29 2.3.4 Cerebelo ....................................................................................................... 29 2.4 NERVOS CRANIANOS ................................................................................ 33 2.5 ÁREAS FUNCIONAIS DO CÓRTEX CEREBRAL ....................................... 36 CAPÍTULO 03 - SEMIOLOGIA NEUROPSIQUIÁTRICA ......................................... 39 3.1 SEMIOLOGIA CONCEITOS INTRODUTÓRIOS ......................................... 39 3.2 DIVISÕES DA SEMIOLOGIA ....................................................................... 43 3.3 EPIDEMIOLOGIA DOS TRANSTORNOS .................................................... 46 CONSIDERAÇÕES FINAIS ...................................................................................... 54 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 56 4 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. APRESENTAÇÃO DO MÓDULO Nesse trabalho, será realizada a apresentação de questões relevantes para que o profissional da neuropsicopedagogia possa adquirir habilidades específicas dessa área, refinar seu olhar clínico e ter um maior embasamento teórico para propor suas intervenções e desenvolver competências de entendimento dos processos cognitivos que englobam o raciocínio e a transmissão de informações via corticais. Inicialmente são apresentados alguns aspectos básicos de neurologia geral, com destaque para o funcionamento do sistema nervoso, das partes constitutivas desse sistema e das funções mais nobres de algumas reais mais relevantes para o bom funcionamento cognitivo. Na segunda parte são apontadas as estruturas da anatomia geral do sistema nervoso. Demonstrando como se dá divisão e subdivisões do sistema nervoso, bem como as suas correlações com partes cerebrais responsáveis pelas funções nobres do raciocínio humano. São mostrados os aspectos filogenéticos do sistema nervoso e explicitadas as formas com que o organismo orquestra os estímulos externos e internos para promover conhecimento. Nessa parte, os nervos cranianos têm um destaque mais relevante, pois, são por meio deles que o corpo faz o processamento das informações advindas dos mundos externo e interno. Finalmente abordamos a semiologia neuropsicológica e seu papel na coleta de dados relevantes à promoção do entendimento mais abrangente, dos sinais e sintomas presentes nos mais variados transtornos neuropsicológicos. De forma bem sucinta são apresentados alguns tópicos da epidemiologia clínica e suas particularidades. 5 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO A NEUROLOGIA BÉSICA 1.1 NEUROLOGIA GERAL Vivemos em um mundo de constantes transformações e marcado por avanços nas mais variadas áreas do conhecimento humano. Atualmente somos capazes de realizar façanhas que há 50 anos atrás eram apenas especulações, ou da criatividade exposta nos filmes de ficção. Isso pode, no mínimo, nos levantar algumas inquietações: O que nos aguarda em desenvolvimentos daqui há mais 50 anos, tendo como base as grandes descobertas do homem? Todavia, alguns outros questionamentos, atémais relevantes, deveriam ser outra natureza: como conseguimos chegar a este avanço tecnológico e de conhecimento? A biologia, a neurologia, a pedagogia, a psicologia vêm produzindo um vasto número de publicações científicas que, de certa forma, se inter-relacionam e respondem a alguns dos questionamentos anteriores. Produzimos muita informação que nos permitiu avançar tecnologicamente. Entretanto, a produção dessas informações, na verdade, abriram ainda mais o leque para o conhecimento, mas ao mesmo tempo, nos tornaram cientes de que muito desconhecemos do que deveríamos conhecer, sobre como conseguimos realizar nossos feitos mais grandiosos. Inicialmente vamos refletir: como nós sabemos o que sabemos? Onde estão localizados nossos conhecimentos? Conhecemos algum ser vivo sem sistema nervoso que é capaz de aprender? Sternberg (2008) conta que uma antiga lenda indiana apresenta a figura mitológica de “Sita”. Ela era casada com um homem, mas que nutria afeição por outro. Os dois homens se enfrentaram e, com um golpe de espada sincronizado, ambos se decapitaram. Sita muito entristecida pela dupla perda, reza a Kali (Deus da vida), para que os traga de novo à vida. Seu pedido foi atendido, porém, com pressa para que retornassem a vida, Sita troca as cabeças dos seus dois amores. E a partir daí vive com uma constante dúvida, quem era quem? Um possuindo a cabeça do outro, ou seja, um corpo com outra mente. Ela nunca mais teve como saber com quem estava. 6 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Assim sendo, questões que envolvem a mente e o corpo já há muito tempo instigam as ciências e a filosofia. Levantando questionamentos sobre: como se dá a interação entre corpo e à mente? Como somos capazes de pensar, falar, lembrar que falamos, o que pensamos? Quais são as bases físicas de nossas capacidades cognitivas1? O grande número de questionamentos apresentado anteriormente evidencia que muitas respostas estão sendo buscadas por muitos pesquisadores para entender o desenvolvimento humano. E você agora é convidado a se debruçar sobre estas dúvidas e ser mais um agente pesquisador e produtor de material científico, sobre como a mente funciona e quais são as suas bases biológicas. Segundo Eysenk (2017), estamos no terceiro milênio, e cada vez mais se multiplica a produção científica sobre os mistérios do cérebro e da mente humana. É impressionante a quantidade de dados que já se tem acesso sobre o cérebro humano, porém, ainda há muito a se descobrir. Portanto, o ponto de partida será apresentar uma introdução sobre informações básicas sobre o cérebro. O cérebro, de acordo com Sternberg (2008, pg.,29), é: o órgão que controla mais diretamente os pensamentos, as emoções e motivações[...] está no topo da hierarquia do corpo, como um chefe, com vários outros órgãos respondendo a ele. Contudo, como qualquer bom chefe; escuta seus subordinados e é influenciado por ele, que são os órgãos do corpo. Dessa forma cérebro é tanto diretivo como reativo. O veio condutor dessa comunicação entre corpo e cérebro e vice versa se dá pelo Sistema Nervoso (SN). Ele é a base da aptidão para perceber, adaptar e interagir com o mundo. A base estrutural do SN está sustentada nos – Neurônios- que são células neurais individuais, que transmitem sinais elétricos de um local para outro do SN. A maior concentração de neurônios está no Neocórtex do cérebro. O córtex é a parte associada às cognições mais complexas (responsável pela capacidade para aprender conceitos, símbolos e concatenar ideias novas com outras já aprendidas). Sabe-se hoje que o homem possui em torno de cem bilhões de neurônios. Sua organização tende a ser similar a uma rede interligada, trocando informações e promovendo uma diferenciada gama de processamento de informações (Sternberg, 2008). 1 processos internos envolvidos em extrair sentido do ambiente e tomada de decisão de forma apropriada. 7 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. SAIBA MAIS! LENT, Roberto. Cem bilhões de neurônios: conceitos fundamentais de neurociência. In: Cem bilhões de neurônios: conceitos fundamentais de neurociência. 2° Ed Atheneu, RJ. 2004. 1.2 FUNÇÕES E ESTRUTURAS NEURONAIS Os neurônios possuem variações em sua estrutura, mas basicamente possuem quatro partes, como ilustrado na figura 1: Figura 1 – Diagrama representativo de um neurônio. As setas vermelhas representam a propagação do impulso nervoso pela célula neural Fonte: Bonfim, (s/d) Neste diagrama do neurônio é demonstrada a forma de condução das informações, do ponto de vista neuronal. Quanto as suas partes e funções, observe abaixo: - Núcleo celular neurônio (chamado também por soma), é composto pelo núcleo e citoplasma (membrana que envolve a célula). Ele realiza as funções metabólicas, promove a síntese proteica e reprodutiva da célula. O núcleo mantém a vida do neurônio e faz a ligação entre os dendritos e as terminações axonais. 8 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. O citoplasma do corpo celular recebe também o nome de pericário. O corpo celular é o centro metabólico do neurônio, responsável pela síntese de todas as proteínas neuronais, assim como pelos processos de degeneração e renovação das partes das células. A forma e o tamanho do corpo celular são extremamente variáveis conforme o tipo do neurônio (Machado, 2014). IMPORTANTE! O veio condutor da comunicação entre corpo e cérebro e vice versa se dá pelo Sistema Nervoso (SN). Ele é a base de nossa aptidão para perceber, adaptar e interagir com o mundo a nossa volta. A base estrutural do SN está sustentada nos – Neurônios- que são células neurais individuais que transmitem sinais elétricos de um local para outro do SN. Do corpo celular partem os prolongamentos neuronais (dendritos e axônio, vistos a seguir) e são os locais de recepção de estímulos através de contatos sinápticos, conforme será discutido no item 1.1.3 (ver abaixo). - Dendritos: De acordo com Machado e Haertel (2014) os dendritos ramificam-se abundantemente semelhante a uma raiz de uma árvore. Todavia são bem mais curtos que o axônio. Dendritos tem a especialização de receber estímulos e os propagar ao corpo do neurônio. Na estrutura do dendrito destacamos as espinhas dendríticas, elas correspondem a uma expansão da membrana plasmática do neurônio. Pesquisas evidenciaram que o número das espinhas dendríticas em algumas áreas do cérebro aumentam em relação a estímulos do ambiente; em modelo animais mostraram que ambientes com riqueza de cores e estímulos causavam alteração na morfologia dos dendritos, o que ocasionava uma maior capacidade do neurônio de fazer conexões e realizar aprendizado. Dados em microscopia do neurônio mostraram o desaparecimento e o aparecimento de espinhas dendríticas no neurônio refletindo sobre as sinapses em algumasregiões do cérebro. Tais evidências apontam que “o ambiente pode modificar sinapses do SNC, demonstrando sua plasticidade, que pode estar relacionada a memória e ao aprendizado” (Machado & Haertel, 2014). Estudos têm mostrado que em crianças 9 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. com déficits intelectuais como na Síndrome de Down existe uma redução no número das espinhas dendríticas, daí a importância da estimulação precoce para aumentar a reserva cognitiva dessas crianças (Machado & Haertel, 2014). - Axônio De acordo com Machado e Haertel (2014), a maioria dos neurônios possui um prolongamento longo e fino, que emerge do corpo do neurônio. Os axônios apresentam uma grande variedade de tamanhos, que pode variar de milímetros a metros de comprimento – basta pensar que, para sentirmos dor no dedo do pé existem fibras de axônios que partem do cérebro a chegam ao pé, e mandam informações do pé ao cérebro para executar algum comportamento-. O axônio após emitir seus colaterais, geralmente sofre uma arborização nos terminais axonais, ampliando sua capacidade de emitir informações para vários neurônios. FIQUE ATENTO! Organelas celulares - Pericário comumente chamado de corpo celular ou soma é a parte mais abundante do córtex cerebral. Nele se encontra o núcleo e demais organelas celulares como os - Ribossomas envolvidos na síntese enzimática e responsável pela síntese das proteínas da célula. - Mitocondrias realizam a respiração celular (entrada de O² e saída de CO²), utilizam o oxigênio e a glicose transformando em energia em forma de ATP (trifosfato de adenosina) que é devolvido para a célula. Para saber mais sobre esse assunto, acesse: MOREIRA, Catarina. Modelo Endossimbiótico. Revista de Ciência Elementar, v. 3, n. 3, 2015. 1.2.1 Atividade elétrica dos neurônios A membrana celular faz a distinção entre dois ambientes celulares (interno e externo) e apresenta composições de íons próprios: no ambiente intracelular (citoplasma) existe uma predominância de íons com carga negativas; já o ambiente extracelular as cargas são positivas. Cargas intra e extracelular da membrana são responsáveis pelo estabelecimento do potencial elétrico neuronal. O movimento dos íons, para dentro e fora da membrana celular permitem a ativação neuronal. Ou 10 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. seja, a entrada de íon positivo dentro da célula e saída de íons negativos para fora e, posteriormente, sua reversão, fazendo como um movimento de onda pelo corpo do neurônio e o axônio. Essas alterações são denominadas fenômenos de despolarização e hiperpolarização celular. A despolarização é sempre excitatória e em termos gerais, significa o aumento de carga negativa no citoplasma da membrana celular. Já a hiperpolarização é fruto de uma ação inibitória, e significa um aumento da carga negativa no lado de dentro da célula, ou o aumento da carga positiva do lado de fora da célula (Machado & Haertel, 2014). SAIBA MAIS! De acordo com Moreira (2013), o potencial de ação neuronal é caracterizado por uma rápida alteração do potencial elétrico do neurônio. De forma mais significativa a mudança na concentração de íons de Na (Sódio) e K (potássio) dentro e fora da membrana celular. Ver na íntegra: MOREIRA, Catarina. Neurónio. Revista de Ciência Elementar, v. 1, n. 1, 2013. O axônio é portanto especializado em conduzir o potencial de ação na célula. Cabe ressaltar ainda que no SNC existem canais iônicos sensíveis a: potencial elétrico no neurônio, a neurotransmissores ou estímulos mecânicos, assim como de distensão e pressão, dentre outros (Machado & Haretel, 2014). 1.2.2 Sinapses Os neurônios entram em contato com outros neurônios, passando-lhes e recebendo informações, principalmente pelos terminais axonais, sem que haja um contato direto entre eles. Os locais de troca dessas informações é denominado de sinapseinterneural. No sistema nervoso periférico, os terminais axonais podem também relacionar-se com células não neurais, com células musculares controlando suas funções. Quanto à tipificação, as sinapses podem ser elétricas ou químicas (Machado & Haertel, 2014). 11 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. FIQUE ATENTO! Nas sinapses elétricas existe a comunicação iônica, através do canais iônicos concentrados em cada uma das membranas em contato. Esses canais são projetados no espeço intercelular, de modo a estabelecer comunicações intercelulares, que permitem a passagem direta de moléculas pequenas, como os íons do citoplasma de uma célula para outras. Elas acontecem por exemplo, no centro respiratório situado no bulbo, e permitem o disparo de forma sincronizada dos neurônios desse local, responsáveis pela respiração ritmada. Já as sinapses químicas são a maioria em vertebradas, a comunicação intercelular depende da liberação de substâncias químicas chamadas de neurotransmissores. 1.2.3 Neurotransmissores Acreditava-se até pouco tempo atrás que cada neurônio sintetizasse apenas um tipo específico de neurotransmissor. Atualmente já se sabe que não ocorre especialização de neurotransmissores, ou seja, um único neurônio é capaz de sintetizar vários tipos de neurotransmissores. Os neurotransmissores são os responsáveis pelas sinapses químicas. A sinapse química ocorre via polarização celular, ou seja, possui neurotransmissores apenas em um dos lados da comunicação, nos terminais axonais entre os neurônios que são ativados, nesse caso, ele é chamado de elemento pré-sináptico. O neurotransmissor é sintetizado no neurônio e fica armazenado nas vesículas sinápticas e liberado na fenda sináptica de acordo com o tipo de informação a ser efetuada (Machado & Haretel, 2014). IMPORTANTE! Por muito tempo, a ciência tinha o entendimento que as vesículas sinápticas eram produzidas apenas no pericárdio, sendo posteriormente levadas até as terminações axonais, por meio do fluxo axoplasmático. Porém, na atualidade já se tem ciência de que em algumas situações, elas podem ser produzidas na própria terminação axônica a partir do reticulo endoplasmático (Machado & Haertel, 2014). 12 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Para que haja uma perfeita comunicação neuronal via sinapses, é necessário que o neurotransmissor seja rapidamente retirado da fenda sináptica. Do contrário, aconteceria a excitação ou inibição da membrana por um tempo mais que o necessário, podendo gerar impactos negativos no processo de adaptação a demandas variadas. A degradação do neurotransmissor excedente na sinapse, pode ser feita por ação de enzimas,como por exemplo a monoamina-oxidase -MAO- (utilizada em alguns medicamente antidepressivos para o tratamento de alguns tipos de depressão) no passado eram prescritas medicações que realizavam a inibição da MAO, permitindo que o neurotransmissor ficasse mais tempo na fenda sináptica e pudesse ser assimilado pelo canal pós-sináptico, o que gerava a melhoria do humor. Todavia, tais medicações inibidoras da monoamino-oxidase IMAO causavam muitos efeitos colaterais, atualmente, é raramente prescrito IMAO para tratamento da depressão, pois, existem vários outros tipos de medicações que agem de outras formas e com menor intensidade de efeitos colaterais (Machado & Haertel, 2014). FIQUE ATENTO! Para que haja uma perfeita comunicação neuronal via sinapses, é necessário que o neurotransmissor seja rapidamente retirado da fenda sináptica. Do contrário, aconteceria a excitação ou inibição da membrana por um tempo mais que o necessário podendo gerar impactos negativos no processo de adaptação a demandas variadas. 1.3 FORMAS DE ABORDAGEM DA COGNIÇÃO HUMANA É admirável que a abordagem cognitiva esteja sendo cada vez mais relevante no campo das ciências. Nessa área, é reconhecido que os processos cognitivos exercem um papel relevante para a compreensão do desenvolvimento e na abordagem de transtornos, das mais variadas áreas do saber, ligados à comunicação social. Os processos cognitivos são mecanismos internos existentes para extrair significado do ambiente e determinar qual ação é a mais apropriada para um determinado contexto, dentre esses processos destacamos a atenção, a percepção, a aprendizagem, a memória, a tomada de decisão, o raciocínio e o 13 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. pensamento. Um ponto relevante sobre o psiquismo relacionado à cognição diz respeito às neurociências. Ela é uma ciência que busca analisar o comportamento das pessoas enquanto executam tarefas cognitivas. Nessa perspectiva, o termo cognição passa a ser entendido de forma bem abrangente, incluindo a atividade, a estrutura cerebral que entra em atividade, na tentativa de compreender a cognição humana (Eysenck & Keane, 2017). É relevante frisar que os objetivos dos neurocientistas são bem próximos aos dos psicólogos cognitivos. Dessa forma, como apontam Eysenck e Keane (2017): Os neurocientistas cognitivos defendem de forma convincente que precisamos estudar o cérebro, bem como o comportamento, enquanto as pessoas estão envolvidas em tarefas cognitivas. Afinal de contas, os processos internos envolvidos na cognição humana ocorrem no cérebro. Assim sendo, os neurocientistas cognitivos utilizam vários recursos tecnológicos, de diferentes formas, para entender a cognição humana, que pode ser pela: Ressonância Magnética Funcional RNMf, a Eletroencefalografia EEG ou o estudo das lesões cerebrais na cognição humana. Acredita-se que os padrões de prejuízos demonstrados por pacientes com lesões em áreas cerebrais podem ajudar a entender o funcionamento cerebral normal. Existem hoje, predominantemente, quatro grandes abordagens principais no estudos da cognição, que são a psicologia cognitiva; a neuropsicologia cognitiva; a neurociência cognitiva e a ciência cognitiva computacional (ver próximo capítulo) (Eysenck & Keane, 2017). 1.3.1 Psicologia cognitiva Segundo Eysenck e Keane (2017), no ano de 1956 no Massachusetts Institute of Tecnology – MIT-, grandes expoentes da ciência cognitiva fizeram exposição muito importante sobre a cognição e deram start para o entendimento da mente humana correlacionada com o modelo computacional. George Miller, falando sobre o extraordinário número sete (ligado a memória operacional), bem como, Newell e Simon (ver Newellet al, 1958) apresentando o General Problem Solver (solucionador geral de problemas). Nesse encontro, deu início a tentativa sistemática de compreender o processo de formação de conceitos, partindo de uma perspectiva cognitiva. 14 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Eysenk e Keane (2017) ressaltam que um grande efetivo de psicólogos cognitivos adotou o entendimento do processamento de informação, a partir de uma analogia entre: mente e computador. A mente funcionando de forma similar ao software e o corpo o hardware. Nessa visão, um estímulo que poderia ser um evento ambiental, um problema ou uma tarefa, é apresentado ao cérebro; isso desencadearia determinados processos cognitivos na busca pela tradução ou percepção acurada do estímulo e, consequentemente, o processamento de ideias e a tomada de decisão. Veja abaixo uma versão inicial da abordagem do processamento de informação: Figura 02 – Processamento de informação Fonte: Eysenck e Keane, (2017 pg. 02) Um estímulo ativa fenômenos atencionais, que carecem de ser interpretados via percepção e processamento de pensamentos, emoções ou modelos mentais, e promove a tomada de decisão, sobre qual a resposta ou ação é a mais adequada àqueles determinados estímulos. Sternberg (2008) ressalta que “a atenção é o meio no qual processamos ativamente uma quantidade limitada de informação, a partir da enorme quantidade disponível”. Sternberg (2008), por meio dos nossos órgãos do sentido, bem como das memórias armazenadas que nos permitem decodificar o que são os objetos ou pensamentos que povoam as mentes. A atenção também sofre impacto dos nossos processos cognitivos, tanto básicos quanto superiores. Nossa capacidade de manter atenção focada, determina o grau de competência com que realizamos tarefas como: é feito a compreensão de ideias, símbolos e metáforas, o que tem forte impacto sobre nosso aprendizado, bem como no aprimoramento da memória. Ela permite a percepção das emoções e o porquê das mesmas estarem como estão, e Estímulo Resposta ou ação Atenção Percepção processamen to de pensamentos decisão 15 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. não de outra forma; por exemplo, ao ficar com raiva de alguém, podemos perceber a emoção raiva e dar um significado ou razão para sentir essa emoção negativa. Para Eysenck e Keane (2017) seguindo o esquema apresentado anteriormente, o processamento cognitivo pode se dar de diferentes formas com algumas peculiaridades muito relevantes: - Processamento Botton-up (baixo para cima), um tipo de processamento acionado diretamente pela emissão de estímulos. Possui uma dimensão mais pré- consciente, pois, os seus conteúdos codificados são considerados automáticos ou melhor dizendo, proceduralizados (estado que muda de um estado de consciência para o automático, poupando energia no processamento de informações). Algumas de suas características são: opera em milissegundos, de forma muito veloz, pois, o sujeito já tem “modelo mental” esquematizado e, portanto, não precisa perder tempo com o que já é conhecido (ainda que de forma não assertiva). Alguns teóricos apontam que existe uma certa conotaçãointuitiva sobre as coisas, o que contribui para fazer nossas rotinas habituais, com pouco desgaste de energia e, de certa forma, guia nossas ações. - Processamento serial: A literatura sugere que ele ocorra somente um processo por vez em determinado momento, ou seja, é um processo serial. Nosso cérebro apenas dá conta de uma ideia por vez, ao contrário do que muitos pensam que conseguem fazer muitas coisas ao mesmo tempo. - Processamento Top-down (cima para baixo) é um tipo de processamento mais complexo, que sofre interferência de vários processos como: das expectativas, do conhecimento prévio do sujeito e do histórico de tomada de decisões arquivadas na memória. Ele ocorre de forma mais lentificada, pois, exige que o sujeito acesse a memória, a atenção e verificar se já existe uma informação válida para ser utilizada no instante da apresentação de determinado estímulo. Portanto, ele tem um caráter mais voluntário, portanto, exige um esforço para que a informação possa ser processada e compreendida corretamente, ou não. Com isso,o homem é capaz de aprender novos modelos, fazer novas estratégias de ação, para que posteriormente sejam proceduralizadas ou automatizadas, poupando energia. 16 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 1.3.2 Neuropsicologia cognitiva Essa corrente teórica possui como objeto de estudo os padrões do desempenho cognitivo que se mantém preservado ou deficitário nos sujeitos. Os pacientes que buscam esse profissional, normalmente sofreram lesões, ou existe a suspeita de alguma disfunção, devido a danos nas estruturas cerebrais (Eysenk & Keane, 2017). A princípio pode-se achar que o neuspsicólogo tem como objeto de estudo o cérebro, todavia esse não é o principal foco, mas sim, de acordo com Collherat como citado por Eysenk e Keane,( 2017), “o objetivo principal da neuropsicologia cognitiva não é aprender sobre o cérebro. Em vez disso, seu objetivo principal é aprender sobre a mente, elucidar a arquitetura funcional da cognição”. Vejamos a seguir algumas suposições básicas da neuropsicologia que propiciam o entendimento de como se estrutura a mente humana. Para Eysenk e Keane (2017), existem alguns aspectos constitutivos da mente que são: (I) Modularidade: o sistema cognitivo consiste de vários módulos ou estratégias de processamento, que operam de forma mais ou menos independente. Acredita-se que exista uma especificidade de domínio, ou seja, estímulos precipitam respostas apenas sob determinados domínios, que possuam ligação com alguns esquemas cognitivos de reconhecimento; por exemplo, o modo reconhecimento de face é acionado apenas quando o estímulo é apresentado, no caso ao estar frente a faces conhecidas ou não. (II) Modularidade anatômica: cada módulo apresenta uma correlação direta com alguma área específica do cérebro; essa ideia encontra alguns opositores, pois, alguns pacientes apresentavam a mesma ativação do cérebro ao realizar tarefas bem distintas. (III) Uniformidade da arquitetura funcional entre as pessoas: por esse conceito é possível relacionar áreas e funções, seguindo modelos de entendimento das funções corticais; por exemplo, aspecto de reconhecimento de faces está relacionado no córtex cerebral, mais precisamente no giro fusiforme em todas as pessoas. 17 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 1.3.3 Neurociência cognitiva Bullmore e Sporns como citado por Eysenk e Keane (2017) defendem dois princípios importantes sobre como se dá a organização cerebral. Para os autores, a organização se dá por meio do controle de custos e pelo princípio da eficiência. O cérebro busca sempre a redução do gasto de energia para compreender o mundo, para tal, ele cria rotas cognitivas, e consolida modelos de entendimento dos estímulos que, posteriormente são evocados e, seguindo o princípio da eficiência; caso o modelo mostre “resultado satisfatório”, ele será sempre acionado ao menor sinal de percepção entre os estímulos semelhantes ao modelo, poupando assim energia. 1.4 INTRODUÇÃO PARA AS TÉCNICAS PARA O ESTUDO DO CÉREBRO Os constantes avanços tecnológicos estão possibilitando cada vez mais a compreensão do funcionamento e da estrutura cerebral em sujeitos ainda com vida. De acordo com Eysenk e Keane (2017): Em princípio, podemos descobrir onde e quando ocorrem processos cognitivos específicos. Isso nos permite determinar a ordem em que diferentes áreas cerebrais se tornam ativas quando alguém realiza uma tarefa. Também nos permite descobrir se duas tarefas envolvem as mesmas áreas cerebrais da mesma maneira ou se existem diferenças importantes. Vejamos a seguir algumas das principais técnicas empregadas para o estudo do cérebro: - Registro de Unidade Isolada: consiste na instalação de um microelétrodo para estudar a atividade típica de um neurônio específico. Ela é uma técnica das mais minuciosas para estudo neuronal. Todavia é também uma técnica muito invasiva, sendo raramente usada em humanos. Utiliza-se esse modelo mais para estudar a cognição com modelos animais. - Potenciais Relacionados a Eventos (ERPs): nesse experimento existe a apresentação de um ou mais estímulos para que o paciente faça alguma “correlação” pessoal entre os estímulos. Eletrodos são colocados no couro cabeludo para medir a atividade elétrica cerebral acionada, quando estímulos são apresentados. Essa técnica permite investigar vários processos cognitivos com uma 18 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. precisão temporal excelente, apresenta-se o estímulo e a atividade é coletada instantaneamente. Todavia esse processo peca em relação à identificação espacial da área ativada (qual região cortical realmente foi acionada ao apresentar o estímulo). Nessa técnica é avaliado o tempo de reação em média no eletroencefalograma EEG que pode ter picos positivos chamados de P300 ou picos negativos N400. - Tomografia por Emissão de Pósitrons (TEP) Técnica que avalia quais áreas realizaram maior gasto de o² frente a algum estímulo. Essa técnica tem uma grande vantagem por mostrar o evento com muita precisão temporal e espacial. Ela consiste na emissão de um pulso magnético que causa um alinhamento dos prótons, e, posteriormente, retornam a sua posição original. Assim, as regiões mais brilhantes no cérebro após o pulso, marcam o local de maior gasto de energia. Essa técnica é apta a informar apenas sobre a estrutura cerebral e não sobre as funções cerebrais. IMPORTANTE! Ao estudar a relação entre estrutura e função cerebral podemos descobrir onde e quando ocorrem processos cognitivos específicos. Isso nos permite determinar a ordem em que diferentes áreas cerebrais se tornam ativas quando alguém realiza uma tarefa. Também nos permite descobrir se duas tarefas envolvem as mesmas áreas cerebrais da mesma maneira ou se existem diferenças importantes. - Magnetoencefalografia (MEG): técnica utilizada na mensuração doscampos magnéticos produzidos pela atividade elétrica cerebral. Fornece informações minuciosas em milissegundos sobre o curso temporal dos processos cognitivos, porém, sua resolução espacial é parcialmente boa. - Estimulação Magnética Transcraniana (TMS): técnica não invasiva que consiste em posicionar uma bobina próxima ao crânio do paciente e faz-se a emissão de um pulso magnético que inibe o processamento cognitivo na região cerebral. Vários estudos têm utilizado essa técnica para tratamento de depressão refratária, pois, acredita-se que esse transtorno afete o córtex dorsolateral frontal; os resultados, apesar de promissores, ainda não são conclusivos, carecendo de mais pesquisa. 19 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. IMPORTANTE! Potencial relacionado a estímulos P300 e N400 de acordo com TSOLAKI, A. et al (2015) é uma medida de tempo da atividade elétrica na superfície cerebral representando a ativação de uma fase distinta do processamento cognitivo. Eles são uma importante ferramenta para estudo dos processos cognitivos, tais como recepção e processamento de informações sensoriais. P300 Ele é o mais estudado dos EPRs utilizando o paradigma odball, que consiste em um processo de ativação de memória operacional no córtex frontal, que produz um pico positivo por um tempo de 300milisegundos. N400 De maneira geral o N400 representa um índice de dificuldade para acionar padrões de reconhecimento de relações entre estímulos, imagens ou palavras. Portanto, no EEG ao apresentar o estímulo não reconhecido, existe uma demora em processar a informação e gera um pico negativo por aproximadamente 400 milissegundos. Para saber mais acesse em: TSOLAKI, A. et al. Brain source localization of MMN, P300 and N400: Envelhecimento e diferença de gênero. Brain research, v. 1603, p. 32-49, 2015. Acesso em: 02/19 Eysenk e Keane (2017), ao apresentar a TMS ressaltam que: Essa técnica foi (jocosamente) comparada a bater no cérebro de alguém com um martelo. Os efeitos da TMS são frequentemente mais complexos do que o sugerido até o momento. De fato, ocorre muitas vezes uma interferência porque a área cerebral na qual a TMS é aplicada é envolvida no processamento da tarefa, assim como na atividade resultante da estimulação da TMS. A neurociência cognitiva é muito útil quando combinada com outras abordagens, pois, fica evidente que existe uma integração e correlação entre as atividades cognitivas, em diferentes áreas do cérebro, o que abre espaço para que várias ciências possam contribuir para o entendimento do funcionamento cognitivo, saberes como da neurologia, da psiquiatria, da psicologia, da pedagogia dentre outros (Eysenk & Keane, 2017). 20 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 1.5 CIÊNCIA COMPUTACIONAL COGNITIVA Cabe aqui esclarecer a distinção entre inteligência artificial IA e a modelagem computacional. A IA de acordo com Eysenk e Keane (2017) “envolve a construção de sistemas de computador que produzem resultados inteligentes, mas os processos envolvidos podem ter pouca semelhança com os usados pelos seres humanos”. Já a modelagem computacional, ainda segundo os autores, diz respeito “a programação de computadores para simularem ou imitarem aspectos do funcionamento cognitivo humano". A maior parte dos modelos computacionais tem como intenção avaliar aspectos comportamentais, a partir de experimentos em psicologia cognitiva. Atualmente os modelos estão sendo correlacionados com os dados neuropsicológicos. O ponto de partida desse modelo é conseguir explicar o desempenho cognitivo em sujeitos sadios, ao realizar algumas tarefas específicas. Posteriormente, será possível criar modelos computadorizados com “lesões” e permitir investigar quais as alterações hipoteticamente iram afetar o processamento cognitivo, e depois realizar a comparação com os comportamentos de sujeitos com lesão cerebral (Eysenk & Keane, 2017). A ciência cognitiva computacional, portanto, apresenta muitas vantagens dentre as quais destacamos, conforme aponta Eysenk e Keane (2017): (I) Fornece a perspectiva abrangente que possibilita compreender processos complexos da cognição. (II) Amplificação da possibilidade de fazer correlação entre dados comportamentais e de neuroimagem funcional. Neurocientista elaboram um modelo específico no computador para estudar o impacto das lesões corticais sobre o processamento cognitivo e fazer uma analogia quanto a possíveis alterações cognitivas em seres humanos. (III) Exige do pesquisador uma maior precisão e adoção de critérios mais rigorosos na construção dos modelos para que sejam aplicáveis ao estudo em humanos. (IV) A possibilidade de fazer uma imagem incremental animada dos processos cognitivos. 21 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Fica assim evidente a importância da necessidade por aprofundar os estudos sobre as tecnologias existentes, que já estão à disposição para o entendimento das funções cognitivas. Cabe agora aos profissionais envolvidos na ciência do entendimento do funcionamento cerebral, refletir sobre como pode ser mais um parceiro na produção de material que traga luz para o entendimento dos impactos das alterações cognitivas sobre as crianças, e avaliar a eficiência/eficácia dos estímulos expostos em sala de aula e analisaras metodologias de ensino- aprendizagem atuais. Pois, as crianças serão os novos cientistas que irão se desenvolver e trazer mais perguntas e respostas a questões ainda obscuras sobre como se dá o processamento de informações corticais. INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS BOMFIM, C. Diferença entre neurônio e nervo. Rev. Original e exclusivo, (s/d). Disponível em: https://originaleexclusivo.com.br/diferenca-entre-neuronio-e-nervo/ Acesso em: 03/19 EYSENCK, M. W.; KEANE, M T. Abordagens da Cognição humana; in: Manual de Psicologia Cognitiva-7. Editora Artmed, Porto Alegre, 2017. MACHADO, A. BM. Tecido nervoso. In: Neuroanatomia funcional. Ed. Atheneu, São Paulo,2014. MOREIRA, Catarina. Neurónio. Revista de Ciência Elementar, v. 1, n. 1, 2013. STERNBERG, Robert J.; OSÓRIO, Maria Regina Borges. Neurociência cognitiva; in: Psicologia cognitiva. Ed. Artmed Porto Alegre, 2008 TSOLAKI, A. et al. Brain source localization of MMN, P300 and N400: aging and gender differences. Brainresearch, v. 1603, p. 32-49, 2015. 22 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. CAPITULO 02 - ANATOMIA CEREBRAL O cérebro humano, sem sombra de dúvida, é o órgão mais extraordinário do universo. Pois, o próprio universo é estruturado e compreendido somentepor intermédio desse órgão. Estudar então o cérebro é embarcar em uma viajem com muita informação sobre suas partes e sua organização. Sabemos que ainda há muito a se descobrir sobre ele, então vamos em frente. 2.1 DIVISÃO DO SISTEMA NERVOSO A apresentação do sistema nervoso aqui será realizada levando em conta critérios anatômicos, embriológicos e funcionais. A divisão apresentada por Machado e Haertel (2014) é bastante didática e clara: Figura 03: Divisão do sistema nervoso por critérios anatômicos. Fonte: Machado e Haertel (2014, pg. 13) - Sistema nervoso central: está localizado dentro do esqueleto na cavidade craniana e no canal vertebral. O cérebro é constituído pelo telencéfalo (que constitui os hemisférios cerebrais) e diencéfalo (constitui o tálamo, hipotálamo, epitátalo e subtálamo), constitui a porção mais desenvolvida e de maior importância do encéfalo. 23 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 2.2 ANATOMIA FUNCIONAL DO CÓRTEX CEREBRAL A possibilidade de estudar o funcionamento cortical com o sujeito vivo, sem anestesia ou qualquer outro procedimento invasivo é relativamente recente, por meio da imagiologia. Isso causou um forte impacto na neuroanatomia funcional, pois, processos completamente desconhecidos e que ocorrem o tempo todo na mente humana, hoje já se começa a entender. Isso possibilita desenvolver estratégias intervencionais mais eficientes em casos que se fizerem necessários. 2.2.1 Aspectos filogenéticos do sistema nervoso De acordo com Schimidek e Cantos (2008) o cérebro humano é proporcionalmente o mais pesado e o maior entre os animais. Sua formação vai desde a terceira semana de gestação, e vai atingir o seu mais alto grau de maturação próximo aos cinco anos de idade. A zona mais externa do cérebro é chamada de córtex, e ela é muito desenvolvida no homem, quando comparado aos outros animais. A evolução filogenética do sistema nervoso possui três etapas básicas: (I) encéfalo reptiliano, responsável pela manutenção da vida, pela vida vegetativa, controlando a respiração, frequência cardíaca e etc., consiste nas áreas da medula, tronco encefálico, amigdala (ligado às respostas de medo) e hipocampo (forte ligação à memória; (II) encéfalo límbico (ligado aos aspectos emocionais) e (III) encéfalo humano (responsáveis pelas nossas funções cognitivas superiores como linguagem, funções executivas, planejamento, raciocínio, controle inibitório dentre outros). Com o desenvolvimento do encéfalo humano, houve o desenvolvimento de dois hemisférios cerebrais idênticos (esquerdo e direito). Do ponto de vista funcional, o hemisfério esquerdo especializou em processar e criar relações lógicas, analíticas e de controle da linguagem, dentre outros. Já o hemisfério direito é mais especializado em aspectos não verbais, afetivos, criativos, intuitivos e emocionais. 24 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Quadro 01: Funções dos hemisférios cerebrais Funções Hemisfério esquerdo Funções Hemisfério direito Léxico verbal Raciocínio Analítico Matemático Temporal Não verbal (mas ligado à prosódia 2 ) Intuitivo Afetivo Artístico Fonte: Elaborado pelo autor, 2019 Schimidek e Cantos (2008) apresentam que os dois hemisférios cerebrais são ligados por um feixe de nervos chamado de corpo caloso. É nessa região que um hemisfério passa a interagir com o outro, compondo a arquitetura do pensamento, do raciocínio e da percepção. Os autores ressaltam, porém, que alterações na estrutura cerebral estão ligados a disfunções no processo de tomada de decisão e resolver problemas complexos. Entretanto, os pesquisadores salientam que: Embora os dois “cérebros” estejam altamente conectados e dependam constantemente um do outro, visando um funcionamento integrado, cada um contribui de modo diverso para nossa experiência de vida e para nosso comportamento. O resultado da interação determina o que sentimos, a nossa relação com o mundo e os nossos relacionamentos com os outros. Quando há cooperação ocorre uma harmonia interna (Schimidek& Cantos, 2008). De acordo com Schimidek e Cantos (2008), para que haja uma boa comunicação entre os hemisférios cerebrais existem ainda várias substâncias que permitem o circular das informações, nos meios interno externo, que são: - Neurotransmissores: substâncias produzidas pelos neurônios, também chamadas de moléculas mensageiras. Elas agem nas sinapses (espaço entre os neurônios). Elas atuam no encéfalo, na medula espinhal, nos nervos e músculos. - Neuromoduladores: são produzidos pelos neurônios e liberados nas terminações do axônio e causam modificação no estado funcional das células que estão conectadas. Geralmente têm uma ação mais prolongada que os neurotransmissores. - Hormônios: São substâncias químicas produzidas por órgãos do sistema endócrino, transmitidas diretamente pelo sangue. Sua função é mais reguladora do funcionamento de órgãos e regiões do corpo, podendo ser inibitória ou excitatória. 2 Voltado a percepção das características dos sons da fala, como perceber a entonação a acentuação, o ritmo da fala. 25 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Normalmente essas substâncias interagem de forma integrada, sendo liberadas em situações específicas. 2.3 ANATOMIA DO TELENCÉFALO Todos os vertebrados têm um sistema nervoso central -SNC- que é composto pelo encéfalo e a medula espinhal. O encéfalo é constituído por três partes estruturais: cérebro, cerebelo e o tronco encefálico. O tronco encefálico é subdividido por três porções: mesencéfalo, ponte e bulbo. O bulbo está ligado na medula espinhal; a demarcação entre o fim do buldo e início da medula se dá muito mais por uma demarcação convencional, o chamado forame magno no crânio humano (Cosenza, 2005; Machado & Haertel, 2014). O telencéfalo é constituído por dois hemisférios e separados por um grupo de feixes neuronais, chamado de corpo caloso, - pacientes que possuem agenesia de corpo caloso manifestam um obscura classe de sintomas por apresentarem o cérebro dividido; nesses sujeitos as informações não convergem entre si -. Cada hemisfério cerebral é dividido em lobos denominados: frontal, parietal, temporal e occipital delimitados por sulcos (depressões no córtex) e giros (abaulações no córtex) (Figura 01) (Machado & Haertel, 2014). Figura 04: Cérebro vista superior Fonte: Nether, 2000 Sulcos Giros 26 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas.A existência de sulcos no encéfalo acontece por causa do grande desenvolvimento do córtex cerebral que, para caber no crânio, precisa se espremer, e essa capacidade possibilita um aumento no volume do cérebro. Observa-se que dois terços da porção ocupada pelo córtex cerebral, estão ocultas por sulcos. Alguns sulcos são mais constantes no cérebro e recebem nomeações e contribuem para a delimitação dos lobos cerebrais. Os mais relevantes são os sulcos lateral e sulco central (Fig 02) (Machado & Haertel, 2014). IMPORTANTE! Do telencéfalo é constituído por dois hemisférios e separados por um grupo de feixes neuronais chamado de corpo caloso – pacientes que possuem agenesia de corpo caloso manifestam um obscura classe de sintomas por terem o cérebro dividido, as informações não convergem entre si -. Cada hemisfério é dividido em lobos denominados: frontal, parietal, temporal e occipital delimitados por sulcos (depressões no córtex) e giros (abaulações no córtex). Figura 05 Vista lateral cérebro Fonte: Nether, 2000 Sulco Central: É um sulco que separa os lobos frontal e parietal. Ele separa duas áreas muito importantes na função cerebral. Ele divide o Sulco central Sulco lateral 27 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. cérebro entre as áreas motoras (anterior ao sulco central) das áreas sensitivas (posterior sulco central); chamados respectivamente de giro pré-central motor e pós central sensitivo. Sulco lateral: Separa o lobo temporal do frontal. Os ossos do crânio são utilizados como referência para denominar as áreas com as quais se relacionam. Portanto, existem o lobo frontal, temporal, parietal e occipital. Para além desses ainda existe a região da ínsula. De acordo com Machado e Haertel (2014) a suas partes funcionais são: (I) Lobo frontal: Na parte inferior do lobo frontal apresenta um importante sulco, chamado olfatório profundo a de direção anteroposterior. O sulco olfatório abriga o bulbo olfatório. De acordo com Machado e Haertel (2014) o tronco encefálico fica entre a medula e o diencéfalo. A sua constituição é composta por núcleos e fibras nervosas -os núcleos do tronco encefálico são um agrupamento de corpos de neurônio fora do neo-córtex-, que se agrupam novamente formando os tratos, fascículos ou lemniscos – essas estruturas são demarcadas por relevos ou depressões na superfície do cérebro. Grande parte dos núcleos do tronco encefálico recebem e emitem fibras que, posteriormente, irão formar os doze nervos cranianos. Dos 12 pares de nervos cranianos, dez partem do tronco encefálico (Fig. 01) (Cosenza, 2005; Machado &Haertel, 2014). 2.3.1 Bulbo Como foi dito anteriormente, não é tão fácil a demarcação do término do bulbo e início da medula. Mas seu limite superior é identificável, por meio da localização de um sulco horizontal visível no córtex, chamado de sulco bulbo-pontino, por questões óbvias. Na porção mais anterior do bulbo é possível observar a fissura mediana. Entre a fissura e os sulcos laterais, fica localizada uma região chamada de pirâmide. Nessa região, ocorre a ligação das áreas motoras do cérebro com os neurônios motores da medula (Cosenza, 2005). 28 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 2.3.2 Ponte A ponte é uma parte que fica entre o mesencéfalo e o bulbo, fica na parte anterior do cerebelo e repousa sobre a base da região occipital. No limite entre a ponte e o pé do cerebelo emerge dali o nervo trigêmeo. Na região do chamado sulco bulbo-pontino emergem os nervos cranianos: nervo abducente; nervo vestíbulo- coclear; nervo facial. O grande número de raízes dos nervos cranianos em uma pequena área cerebral, explica a manifestação de vários sintomas observados nos casos de tumores, por exemplo. (Ver Síndrome do ângulo ponto cerebelar3) (Cosenza, 2005; Machado &Haertel, 2014). Na região da ponte emerge o trigêmeo V par de nervo craniano, que apresenta duas raízes, uma mais volumosa sensitiva que inerva grande parte da sensibilidade da face e outra raiz mais delgada que é motora (Cosenza, 2005). Figura 06: Vista anterior do tronco encefálico Fonte: Machado e Haertel (2014) 3 Ver: http://portalsbn.org/manualsbn/2016/09/07/6-4-tumores-do-angulo-ponto-cerebelar-apc/ acesso em 02/19 29 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. 2.3.3 Mesencéfalo Área localizada entre a ponte e o diencéfalo. É a menor parte do tronco encefálico. De acordo com Cosenza (2005), nessa região emergem quatro eminências arredondadas: denominadas de colículo superior e inferior. Logo abaixo desses colículos inferiores emerge o nervo troclear o quarto nervo craniano. Os colículos formam o teto do mesencéfalo. Nesta região está localizado um importante grupo de neurônios do mesencéfalo, a chamada sustância negra, formada por neurônios que contêm a melanina. Ele é atravessado por um estreito canal denominado aqueduto cerebral; um canal que liga os terceiro e quarto ventrículos, e permite a passagem do líquido cefalorraquidiano a medula aos ventrículos cerebrais (Cosenza, 2005; Machado & Hartel, 2014). Figura 07: Vista posterior tronco encefálico Fonte: Machado e Haertel (2014) 2.3.4 Cerebelo Cerebelo (deriva do latim, cérebro pequeno) está localizado atrás da ponte e do bulbo, ele contribui para formar o assoalho de quarto ventrículo (espaço onde circula 30 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. o cérebro espinhal). Ele está ligado a medula e ao bulbo pelo pedúnculo cerebelar inferior; e no pedúnculo cerebelar superior, faz conexão com o pedúnculo cerebelar médio e superior. De acordo com Machado e Haertel (2014) o cerebelo é um órgão muito importante para a manifestação de comportamentos controlados, que envolvem: - Equilíbrio e manutenção da postura: ele possibilita a contração organizada entre os músculos, de modo a manter o equilíbrio e a postura normal, mesmo quando o corpo está em deslocamento. - Controle do tônus muscular: sabe-se que o cerebelo apresenta esta função pois, os pacientes que apresentam a descerebelização, acontece a perda no tônus dos músculos. - Aprendizagem de habilidades motoras: à medida que existe uma repetição de determinados movimentos, por várias vezes, o comportamento passa a ser executado com mais facilidade, velocidade e com menos erros. Isso mostra que o SN aprende a realizar tarefas motoras. - Coordenação dos movimentos voluntários: Graças as manifestações de incoordenação motora -ataxia- apresentadas por pacientes com lesões no cerebelo, nos permite atribuira ele, a função de orquestrar nossos movimentos voluntários. Esse mecanismo de controle acontece de duas etapas: (I) Planejamento do movimento (elaborado pelas vias cérebro-cerebelo, a partir de dados conduzidos pela via córtico-ponto-cerebelar, de áreas do córtex envolvidos nas funções psíquicas superiores, também conhecida como áreas de associação e que expressam a deliberação do movimento). (II) Correção dos movimentos planejados: ao iniciar um movimento entra em ação, as vias espino-cerebelar, promovendo correções e realizando os ajustes necessários para que o comportamento seja executado da forma mais adequada. FIQUE ATENTO! O cerebelo é um órgão muito importante para a manifestação de comportamentos controlados, que envolvem: equilíbrio e a manutenção da postura, controle do tônus muscular, aprendizagem de habilidades motoras, coordenação dos movimentos voluntários. 31 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Mesmo com sua evidente ligação com os aspectos do comportamento, novos estudos em neuroimagem funcional têm mostrado que existe relação entre o cerebelo e questões cognitivas pela via cérebro-cerebelo. Cerebelo possui vias de conexão com o córtex pré-frontal que ajudam a realizar várias funções não motoras como: - resolver quebra-cabeça; - associar palavras e verbos; - resolver mentalmente operações complexas de aritméticas e - reconhecer figuras complexas. 2.3.4.1 Síndromes cerebelares Machado e Hartel (2014) destacam três síndromes cerebelares que são mais comuns e seus impactos sobre a organização da vida. a) Síndrome vestibulocerebelo Lesões nessa região causam perda da capacidade de usar informações adequadas para o movimento do corpo enquanto executa uma marcha ou ficar na postura ereta. As lesões causam movimentos irregulares das pernas, tanto com olhos aberto, quanto fechados. Não existe comprometimento dos braços e pernas para realizar movimentos ordenados, se estiver deitado ou apoiado. Apresenta ainda nistagno (movimentos dos olhos para os lados, constantemente, limitando a capacidade para focar). Ela manifesta com certa frequência em crianças de menos de dez anos de idade, em geral está ligada a tumores no teto do quarto ventrículo cerebral. b) Síndrome espino-cerebelar Lesões nesse local levam a erro na execução dos movimentos, pois, essa região para de processar informações de posição do corpo. O mecanismo de funcionamento na região espino-cerebelar se dá por meio de programação das ações antecipatórias, para que não haja erro na execução do comportamento. A perda desse controle faz com que, por exemplo, um movimento de pinça para pegar um grampo só aconteça depois que a mão já ultrapassou o limite no espaço para efetivar a pega da pinça; como resposta, existe uma tentativa de correção, que na 32 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. verdade causa ainda mais comprometimento, ocasionando um tremor terminal. Pode ocasionar também nistagno, alteração da fala, ficando mais arrastada. c) Síndrome cérebro-cerebelo Lesões nessa região causam: - atraso no início do movimento - decomposição do movimento multiarticular: movimentos que são realizados simultaneamente agora são realizados em uma sequência de início e término de um movimento, para só depois realizar outro. - Disdiadocinesia: comprometimento para efetuar movimentos com rapidez e alternados; esses pacientes têm limitação, por exemplo, para atender o comando de tocar o nariz com o indicador da mão direita e esquerda em sequência. - Rechaço: o paciente perde a capacidade de fazer a paralização de um movimento ao receber um comando. Por exemplo, pede-se ao paciente para estender os braços para frente e solicita que façam força para erguer os braços, o profissional por sua vez, força os braços para baixo, enquanto o paciente tenta elevar o braço. Um paciente com essa região preservada, ao final da força exercida pelo profissional, automaticamente interrompe a força de elevação dos braços. O paciente com lesões nessa região vai elevar os braços como se a força ainda estivesse em ação. - Tremor: tremor causado quando o paciente voluntariamente tenta pegar algo ou realizar algum movimento mais fino, como passar um folha, pentear cabelo e etc. - Dismetria: o paciente perde a capacidade de dosar os movimentos necessários para uma determinada ação. Testa-se essa habilidade solicitando ao paciente para tocar a ponta do nariz com o dedo indicador. O paciente terá dificuldade para acertar os movimentos para realizar a tarefa. Ainda de acordo com Machado e Haertel (2014), o distúrbios cerebelares podem estar ligados a várias outras condições como: malformação congênita, questões de hereditariedade, tumores dentre outros. Segundo Machado e Haertel (2014), quanto à fisiologia das células cerebelares, elas guardam características interessante: O cerebelo tem uma notável capacidade de recuperação funcional quando há lesões de seu córtex, particularmente em crianças, ou quando as lesões aparecem gradualmente. Para isso, concorre o fato de que o seu córtex ter 33 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. uma estrutura uniforme, permitindo que as áreas intactas assumam pouco a pouco as funções das áreas lesadas; entretanto essas recuperações não ocorrem quando as lesões atingem os núcleos centrais. 2.4 NERVOS CRANIANOS A conexão entre encéfalo é realizada pelos doze pares de nervos cranianos. A maior parte desses nervos está ligada ao tronco encefálico, a exceção do nervo óptico e olfatório. Conhecer sobre os nervos e suas questões funcionais precisa ser entendido pelos profissionais que lidam com o processo de ensino e aprendizagem (Machado &Haertel, 2014). - Nervo Olfatório I par Tem sua origem na região olfatória partindo das fossas nasais. Ele é um nervo exclusivamente sensitivo, suas fibras conduzem os impulsos olfatórios. Segundo Neto (2011), o declínio da aptidão para captar odores pode ser resultante da degeneração de células centrais e pode não ter relação com alteração do aparelho olfativo. O olfato pode ser um indício importante para o diagnóstico precoce de algumas doenças neurodegenerativas como o Parkinson. - Nervo óptico II par É formado por um grosso feixe de fibras nervosas que partem da retina. Cada nervo óptico se une com o do lado oposto, formando o chamado quiasma óptico. É um nervo exclusivamente sensitivo. - Nervo oculomotor III par Este nervo surge a partir do sulco do pedúnculo cerebral, por meio da fissura orbital. De acordo com Pereira et al. (2012), esse nervo é ligado às funções de elevação do músculo da pálpebra, e vários outros músculos ligados ao movimento ocular, exceto o músculo oblíquo superior e do músculo reto lateral. Lesões nesse nervo podem ter como resposta dificuldade na elevação dos olhos. Esse nervo também é importante para o reflexo pupilar à luz. O sistema nervoso autônomo, por meio de açãode moderação da ação simpática e parassimpática, que vai dilatar e comprimir o esfíncter pupilar; um dos testes mais conhecidos para avaliar atividade cortical preservada ou comprometida. 34 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. - Troclear IV par Esse nervo é o que inerva o músculo oblíquo superior do olho. Sua partida aparentemente surge abaixo dos colículos inferiores no mesencéfalo, e juntamente com os nervos óculo motor e abducente causam a habilidade para controlar o movimento dos olhos de forma intencional. - Abducente VI par Nervo ligado ao movimento ocular, ele permite os movimentos laterais dos olhos. Ele inerva exclusivamente o músculo reto lateral do olho. São nervos motores que entram na órbita pela fissura orbital superior. Esses últimos nervos compõe um grupo de nervos voltados à inervação e movimentação ocular. - Nervo trigêmeo V É um nervo misto, ou seja, ele tem raízes sensitivas e motoras.Tem sua origem entre a ponte e o pedúnculo cerebral médio e se divide em 3 ramos: oftálmico, maxilar e mandibular. O oftálmico é responsável pela inervação sensitiva dos olhos e passa pela fissura orbital superior. O maxilar é responsável pela inervação sensitiva do nariz até o lábio superior e passa pelo forame redondo. O mandibular é responsável pela inervação sensitiva da mandíbula, e a sensibilidade de 2/3 anteriores da língua e movimentação dos músculos mastigatórios (Luna, 2010; Machado & Haertel, 2014). A patologia mais conhecida envolvendo o trigêmeo é a neuralgia do trigêmeo (para alguns autores quando afetada ou inflamada, causa a dor mais intensa que um ser humano pode sofrer), ele é descrita como a presença de choques na face, cefaleia, vertigem, dificuldade para manter-se ereto e presença de espasmos faciais; algumas vezes os sintomas são deflagrados abruptamente por mastigação, escovação dos dentes, dentre outros. Ela ocorre mais frequente em mulheres e tem maior incidência na terceira idade. A causa da neuralgia ainda permanece uma incógnita (Luna et al., 2010). - Nervo facial VII É um nervo misto (motor e sensitivo), que se origina no sulco bulbo-pontino na base do crânio. É responsável pelo sentido do paladar de 2/3 anteriores da língua e motricidade dos músculos da mimica facial (Dib, Kosugi, Antunes, 2004). 35 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. Uma das mais conhecidas patologias que envolvem esse nervo é a paralisia de Bell ou paralisia facial. Essa doença pode acometer pessoas em todas as idades causando paralisação temporária ou não, causando salivação constante e liberação lacrimal e assimetria facial. O paciente não consegue encher balões, manter o ar dentro da boca, dentre outros. Essa paralisação tem um início abrupto e mostra evolução favorável, a recuperação total das funções desse nervo pode chegar a mais de 80% dos casos (Dib, Kosugi, Antunes, 2004). - Nervo vestíbulo-coclear VIII par É um nervo sensitivo, tem sua origem no sulco bulbo-pontino. Esse nervo na verdade é a junção do nervo vestibular – responsável pelo equilíbrio – e do nervo coclear – responsável pela audição. Uma lesão nesse nervo pode causar perda parcial da audição e vertigens. - Nervo glossofaríngeo IX par É um nervo misto, que se origina no sulco lateral posterior e passa pelo forame jugular. É responsável pelo paladar e sensibilidade de 1/3 posterior da língua, sensível para seios e corpos carotídeos, além de ter função motora para os músculos da faringe, favorecendo a deglutição. - Nervo vago X par É o maior dos nervos cranianos. É um nervo misto, tem origem no sulco lateral posterior e passa pelo forame jugular. É motor para vísceras do tórax e abdômen, faringe e laringe, e a porção parassimpática das vísceras abdominais e torácicas. - Nervo acessório XI: É um nervo exclusivamente motor, tem sua origem no sulco lateral posterior e passa pelo forame jugular. É responsável pela motricidade dos músculos trapézio e esternocleidomastoide. - Nervo hipoglosso XII: É um nervo exclusivamente motor, sua origem é no sulco lateral anterior e passa pelo canal do hipoglosso. É responsável pela motricidade da língua (inerva os músculos intrínsecos), faringe e laringe – fonação e deglutição. Uma lesão nesse nervo causa paralisia da musculatura de uma das metades da língua, a pessoa afetada quando faz a profusão da língua ela se desvia para o lado lesado. 36 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. SAIBA MAIS! Neuralgia dos nervos trigêmeo, glossofaríngeo e vago aspectos dos nervos sobre a vida e desenvolvimento humano. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/anp/v13n4/07.pdf Acesso em: 02/19 2.5 ÁREAS FUNCIONAIS DO CÓRTEX CEREBRAL As áreas sensitivas do corpo humano estão distribuídas nos lobos frontal, temporal, occipital. As áreas sensitivas são divididas em primárias (de projeção) e secundárias (de associação) e terciária (funções psíquicas) que consistem em fazer a captação e a resposta adequada para cada estímulo captado (Machado & Haertel, 2014). - Área somestésica primária: localizada no giro pós-central e as áreas 3,1 e 2 das áreas de Broadman. Essa área é representada pelo denominado homúnculo de Penfild ou homúnculo sensitivo. SAIBA MAIS! Homúnculo de Penfild e suas ligações com o córtex cerebral e a somatotopia. Disponível em: SCHOTT, G. D. Penfield's homunculus: a note on cerebral cartography. Journal of neurology, neurosurgery, and psychiatry, v. 56, n. 4, p. 329, 1993. - Visão: córtex occipital, na maioria dos mamíferos a visão não está completamente corticalizada. Estudos mostram que podem persistir algumas sensações luminosas, que nos permitem desviar de objetos no caminho, mesmo com os olhos vendados. - Audição: área localizada no giro temporal transverso anterior. Lesões nos dois lados do córtex temporal causam surdez completa. Lesão em apenas um lado causa surdez parcial. 37 Todos os direitos são reservados ao Grupo Prominas, de acordo com a convenção internacional de direitos autorais. Nenhuma parte deste material pode ser reproduzida ou utilizada, seja por meios eletrônicos ou mecânicos, inclusive fotocópias ou gravações, ou, por sistemas de armazenagem e recuperação de dados – sem o consentimento por escrito do Grupo Prominas. - Olfatória: localizada no giro do uncus. Alguns casos de epilepsia com a presença de descargas na região douncus, faz com que o paciente queixe de sentir cheiro de carne podre. - Gustação: apenas no mamífero homem é localizado no córtex da insula. INDICAÇÃO BIBLIOGRÁFICA BUENO, OFA Neuropsicologia hoje. São Paulo: Artes Médicas, p. 125-134, 2004. COSENZA, R. M. Morfologia externa do sistema nervoso central; in: Fundamentos de neuroanatomia 3°Ed. Rio de Janeiro: Koogan, 2005 DIB, G. C.; KOSUGI, E. M.; ANTUNES, Marcos Luiz. Paralisia facial periférica. RevBrasMed, v. 61, n. 3, p. 110-7, 2004. DOS SANTOS, F.
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