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Angie Martinez – UFRJ Enfermagem Exame físico Composto por anamnese, exame físico geral, direcionado e perguntas. Anamnese e exame físico compõe o processo inicial do processo de enfermagem, a coleta de dados. A partir deles que será possível planejar os cuidados. Anamnese: • Identificar os problemas que a pessoa possui; coleta de dados para o exame físico. Dados subjetivos, sinais alarmantes. • Analisar o local e fatores externos – deve se sentir acolhido, apresentar-se ao paciente, tratar como igual. Entrevista: Apresentação/fase de trabalho: • Levantamento do histórico completo do paciente. No hospital ele já tem um histórico, então devemos coletar o que for importante para o paciente naquele momento. Objetivos claros antes de entrevistar. • Há perguntas fechadas e abertas. As abertas dão liberdade ao paciente para falar além, o que ele quiser; as fechadas normalmente são diretas e exigem um sim ou não. Ir com um roteiro estruturado mentalmente, segundo o objetivo da entrevista no momento. Ex: aberta – por que você está aqui hoje? fechada – está com dor no momento? • Quando o paciente trouxer novas demandas é importante. • Encerramento da entrevista: Finalizar perguntando se há algo que o paciente queira falar – dá abertura para a pessoa falar, se sentir atendida – nesse momento muitas vezes o paciente fala coisas importantes. • Observação: - Não oferecer falso consolo – pode se sentir deslegitimado. - Não oferecer conselhos inapropriados – que não foram pedidos. - Evitar complexo de superioridade, não impor opiniões, tratamento de igualdade. - Realizar educação em saúde com linguagem apropriada para o paciente. Não utilizar vocabulário complexo ou eufemismo. - Não se distanciar do paciente – tentar criar um vínculo. - Não fazer perguntas tendenciosas (ex: você não fuma, né?). Principalmente em relação a perguntas tabus. - Evitar reações exageradas, manter neutralidade. - Manter a postura. - Não dar ¨esporro¨ ao paciente. - Não infantilizar o paciente – por exemplo, tratar idoso como criança. - Ler o prontuário primeiro, ir preparado. Exame físico • Através das técnicas propedêuticas de avaliação será possível analisar os sinais de alteração: inspeção, palpação, percussão, ausculta. • Avaliar o prontuário antes de realizar o exame, para reconhecer possíveis alterações a serem encontradas. Inspeção: • uma das ferramentas mais importantes. Utilizada continuamente. Avaliar acessos, sondas, acompanhantes (presença ou não), higiene, estado geral de saúde. Analisar o indivíduo como um todo de início, e depois avaliar cada um dos sistemas (no exame específico). Observar o estado emocional do paciente também, faces de dor/estresse. Palpação: • Analisar com o toque a textura, temperatura, contexto da superfície corporal. • Avaliar textura, nódulos, alterações. • Utilizar luvas de procedimento. • Direcionada para os sistemas – não é geral. Percussão: Exame físico Angie Martinez – UFRJ Enfermagem • Golpear a pele com golpes curtos e específicos. • Avaliar estruturas adjacentes. • O golpe gera vibrações que darão sons aos órgãos internos. Analisando esses sons será possível ver possíveis alterações. Ausculta: • Identificar pela audição as alterações nos padrões corporais – ex: ruídos adventícios, murmúrios vesiculares, bulhas normofonéticas. Observações: - Sempre deve haver um motivo para realizar as técnicas. - Não realizar processos desnecessários, por isso utiliza- se o exame direcionado, específico para as necessidades do paciente. - Há procedimentos necessários em todos os pacientes. Saber ponderar os sinais principais. Cabeça e pescoço • Analisar fáceis, mucosa, aparência da pele. • Algumas avaliações podem ser feitas ainda na conversa com o paciente. • Verificar sinais vitais: pressão arterial, temperatura. • Inspeção: avaliar os tipos de fáceis – saber se há doenças pré-existentes; manchas; veia jugular. • Palpação: palpar linfonodos, tireoide, carótida. • Ausculta: carótida (pacientes com essa indicação). Exame neurológico • Avaliar o estado mental: durante a conversa, a apresentação... levar em consideração dados subjetivos. • Não há um roteiro em específico a seguir. • Avaliar se sabe o próprio nome, orientado em tempo-espaço, o motivo da hospitalização, comunicação. • Higiene, postura, fala. • Utilizada mais em traumas, não tanto na clínica médica e cirúrgica. • Avaliar 12 nervos cranianos: - Olfato: após trauma na cabeça ou paladar anormal é essencial. Testar com odores – álcool por exemplo. - Acuidade visual: se a pessoa relatar dificuldade para enxergar. Teste de Snellen. Reação pupilar: anisocoria, diferenças nos tamanhos pupilares, reflexo pupilar. Angie Martinez – UFRJ Enfermagem Sensibilidade da face e mobilidade mandibular: palpar o músculo masseter, para verificar se a mandíbula desvia ao fechar os dentes firmemente. Motricidade facial: Verificar a fraqueza hemifacial. Problemas são evidenciados na assimetria facial durante a conversa, sorriso... avaliar durante a conversa com o paciente. Alterações nas fáceis, dificuldade de falar, paralisia facial. Mobilidade: perguntar se consegue comer, deglutir. Audição e teste da função vestibular: testado durante a conversa. Se ver alterações, fazer o sussurro. Vestibular: teste de equilíbrio – perguntar se está deambulando, se sente tonteira, hipotensão postural. Deglutição e fonação: perguntar ao paciente se consegue se alimentar, frequência, uso de sonda; fonação: percebe- se durante a conversa, se há alguma dificuldade na fala. Musculatura esternocleidomastoidea: Avaliar a necessidade desse exame em pacientes acamados, com dificuldade para se locomover. Hipoglosso: pedir ao paciente que estenda a língua, verificando atrofia, fasciculações e fraqueza. Aparelho pulmonar: • Avaliar tórax: - Parte anterior e posterior, fazendo comparação em ambos. Verificar divergência entre os lados. - Em pacientes acamados às vezes não é tão acessível o lado posterior. Inspeção: - Aparência e formato de tórax. Comparar aumento de um lado, abaulamento, hérnias. - Movimentos respiratórios, frequência respiratória – lembrar de não falar, padrões respiratórios. - Atento a sinais que indiquem esforço respiratório – usar musculatura acessória, asas do nariz contraídas, boca aberta. Palpação: - Avaliar expansibilidade torácica e frêmito toracovocal – vibrações na região posterior da escápula. Pedir que o paciente fale em diferentes tons. - Exame direcionado. Percussão: - Identificar o som claro pulmonar. - Os sons variam de acordo com a região e os órgãos adjacentes. Ausculta: - Avaliar a movimentação do ar – pedir que o paciente inspire e expire. - Identificar os ruídos adventícios. - Comparar os lados. - MVUA – ideal. Ausculta: Aparelho cardíaco • Auscultar os focos cardíacos: - Foco pulmonar: no 2do espaço intercostal esquerdo. Para-esternal. Angie Martinez – UFRJ Enfermagem - Foco aórtico: único foco à direita. 2do espaço intercostal direito. Para-esternal. - Foco tricúspide: para-esternal. Entre o 3ro e 4to espaço intercostal. - Foco mitral: na linha hemiclavicular. Quinto espaço intercostal esquerdo. • Inspeção: - Observar sinais que possam indicar alguma disfunção cardíaca: pulsações visíveis, exageradamente elevada, cianose. É muito comum identificar insuficiência cardíaca na clínica médica: • Palpação: - Palpar pulsos periféricos dos membros, carótida. - Palpar Ictus cordis – ápice do coração. Fica localizado em torno do 5to espaço intercostal esquerdo na linha hemiclavicular. Alteração na posição pode indicar aumento cardíaco, cardiomegalias,• Ausculta: avaliar as bulhas cardíacas nos focos. Cada bulha corresponde ao percurso do sangue. Ausculta na ordem: aórtico, pulmonar, tricúspide e mitral. Sons a mais indicam a presença de bulhas extras. • Alterações: Acontece quando as válvulas não fecham corretamente. Avaliar intensidade, duração. Angie Martinez – UFRJ Enfermagem Exame abdominal • Planejamento e segurança do paciente: utilizar a sistematização da enfermagem. Deve haver um planejamento e prever soluções em prol da segurança do paciente. • Dados da anamnese para o exame abdominal: Relacionar os ruídos ao horário de alimentação do paciente. Utilizar dos sons para avaliar a presença de alterações no paciente. Som timpânico: áreas gástricas. Palpar antes da ausculta pode alterar o padrão dos ruídos hidroaéreos, por conta disso a ordem é essa. + Sinal de culen – pancreatite. Angie Martinez – UFRJ Enfermagem Não é rotina. Utiliza-se o SIC. Apenas em pacientes que apresentem necessidades específicas. O edema vai de uma a 4 cruzes. Edema leve (+/4); (++/++++); (3+/4+). Testa nas articulações: avaliar a mobilidade. Se consegue flexionar, estender, angulação.
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