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APOSTILA TEÓRICA PARA O CONCURSO DO IFCE PROF. ELI CASTRO. FUNDAMENTAÇÃO Esta apostila está fundamentada nas seguintes gramáticas: Nova Gramática do Português Contemporâneo, de Celso Cunha & Lindley Cintra; Nova Gramática da Língua Portuguesa, de Evanildo Bechara; Novíssima Gramática da Língua Portuguesa, de Domingos Paschoal Cegalla, Gramática para Concursos, de Marcelo Rosenthal e A Gramática para concursos, de Fernando Pestana. Das cinco, sugiro a última, uma vez que ela é rica em exercícios e traz base teórica na medida certa. Também sugiro a aquisição do Dicionário Houaiss, o melhor disponível no mercado. ******* O AUTOR Eli Castro é graduado pela Universidade Estadual do Ceará (UECE) com licenciatura em Língua Portuguesa, Literatura e Língua Espanhola. Foi professor de espanhol do Núcleo de Línguas da UECE entre os anos de 2002 e 2005. É mestre em Literatura Brasileira Contemporânea pela Universidade Federal do Ceará (UFC), onde foi professor substituto entre os anos de 2008 e 2010. É professor dos principais cursinhos preparatórios para concursos em Fortaleza. Eventualmente, leciona, também, em cursos de pós-graduação em faculdades particulares. Atualmente, dedica-se ao estudo da psicanálise. Em breve, talvez possa exercer, também, o papel de analista. CONTEÚDO PROGRAMÁTICO Sumário Fonética e fonologia. Acentuação gráfica. Domínio da ortografia oficial (Novo Acordo Ortográfico e uso do hífen) Domínio da estrutura morfossintática do período (Morfologia II ─ inclui emprego e correlação de tempos e modos verbais). Regência verbal (Tema base para Termos da oração e crase) Regência nominal (Tema base para Termos da oração e crase) Colocação pronominal. Emprego do sinal indicativo de crase. Concordância verbal Concordância nominal Termos da oração (Tema base para as relações de coordenação e subordinação) Emprego dos sinais de pontuação Relação de coordenação entre os termos da oração (Orações coordenadas) Relação de subordinação entre os termos da oração (Orações subordinadas adjetivas). Relação de subordinação entre os termos da oração (Orações subordinadas substantivas). Relação de subordinação entre os termos da oração (Orações subordinadas adverbiais). Compreensão e interpretação de textos (análise do discurso: pressupostos, subentendidos e implícitos) Reconhecimento dos tipos e gêneros textuais (Tipologia textual e Gêneros textuais) Domínio dos mecanismos de coesão textual (Coesão, coerência textual e intertextualidade) Bibliografia FONOLOGIA A fonologia é o ramo da Linguística que estuda o sistema sonoro de um idioma. A palavra fonologia é oriunda do grego: phonos = voz/som e logos = palavra/estudo. Estuda também a função que os sons da língua desempenham no sistema de comunicação linguística, sua organização e classificação. Seu principal objeto de estudo é o fonema, menor unidade sonora das palavras. FONEMA Dá-se o nome de fonema ao menor elemento sonoro capaz de estabelecer uma distinção de significado entre as palavras. Observe, nos exemplos a seguir, os fonemas que marcam a distinção entre os pares de certas palavras: barata batata rato pato morro corro nexo sexo Veja como esses sons distintivos (esses fonemas) são importantíssimos para um falante do português: - O jantar será peito de rato com purê de baratas. - Se você terminar o nosso namoro, eu corro! - Qual é o nexo desse jacaré? Fonema e Letra O fonema não deve ser confundido com a letra. Na língua escrita, representamos os fonemas por meio de sinais chamados letras. Portanto, letra é a representação gráfica do fonema. Na palavra sapo, por exemplo, a letra s representa o fonema /s/ (lê-se “sê”); já na palavra brasa, a letra s representa o fonema /z/ (lê-se “zê”). Às vezes, o mesmo fonema pode ser representado por mais de uma letra do alfabeto. É o caso do fonema /z/, que pode ser representado pelas letras z, s, x: Exemplos: PALAVRA LETRA FONEMA Zebra Z /z/ Casado S /z/ Exame X /z/ Já em outros casos, a mesma letra pode representar mais de um fonema. A letra x, por exemplo, pode representar: PALAVRA LETRA FONEMA Texto X /ʃ/ ou /s/ Exemplo X /z/ Xícara X /ʃ/ Nexo X /ks/ ALFABETO FONÉTICO Letra Fonema Exemplo b / b / Bata p / p / Pata m / m / Maia f / f / Fala v / v / Vala t / t / Tudo d / d / Dedo s, c, ss, sc, x / s / sacola, cedo, osso, nascer z, x, s / z / zero, exame, casa c, qu / k / cama, queijo g, gu / g / gato, guerra n / n / Nave nh / ɲ / Unha l / l / Lápis lh / ʎ / Palha r / r / caro, faro rr / Ŗ / carro ch, x / ʃ / chave, xamã J, g / Ӡ / janela, gelo NÚMERO DE LETRAS X NÚMERO DE FONEMAS Exemplos: PALAVRA NÚMERO DE LETRAS NÚMERO DE FONEMAS Planta 6 5 Anexo 5 6 Galho 5 4 Hoje 4 3 Compra 6 5 A LETRA DIACRÍTICA Letra diacrítica é aquela não pronunciada quando há um agrupamento de duas letras, mas com um único valor sonoro (os chamados dígrafos). Nos dígrafos SC, SÇ e XC a primeira letra é a diacrítica. As letras M e N, nas nasalizações, são as diacríticas. Nos demais dígrafos (RR, SS, CH, LH, NH, GU e QU) a segunda letra será a diacrítica. As letras diacríticas são: LETRA DIACRÍTICA EXEMPLO R carro; S assado; H chave; H telhado; H galinha; U guerra; U quilograma; M campo; N tendes; S adolescente; S cresça; X excesso. http://dicionario.sensagent.com/D%C3%ADgrafo/pt-pt/ http://dicionario.sensagent.com/Letra/pt-pt/ LETRA ETIMOLÓGICA Trata-se da letra H. Ainda que ela não represente nenhum som, faz parte do passado etimológico de muitas palavras e, por isso, é conservada até os dias atuais em muitos vocábulos. Ex.: Habitante, horda, hodierno, hediondo etc. DÍGRAFO O dígrafo ocorre quando duas letras representam um único fonema. A segunda letra é a chamada diacrítica, como já vimos. Os dígrafos podem ser consonantais ou vocálicos (chamados também de nasais). a) Consonantais: gu, qu, ch, lh, nh, rr, ss, sc, sç, xc, xs. Ex.: guerreiro, queda, chave, nhoque, arrastão, assado, exceção, exsudar, exsicar, descendente, excitar. b) Vocálicos: a, e, i, o, u seguidos de M ou N na mesma sílaba. Ex.: campo, anta, empresa, imbatível, ombro, onda, umbigo, untar. Obs.: os conjuntos “ha”, “ho”, “he” das palavras Habitante, Homenagem e Hediondo, por exemplo, não constituem dígrafos. O “H” nada mais é do que uma letra etimológica. DICA PARA CONTAGEM DE FONEMAS O número de fonemas é sempre o resultado do número de letras menos o número de dígrafos. Veja: queijo ( 6 letras – 1 dígrafo = 5 fonemas) Outros exemplos: - GUERREIRO - LANCHA - EXCEÇÃO - CHAMAR - NHOQUE DÍFONO O dífono nada mais é do que o fonema /KS/ representado pela letra X. Ex.: Tóxico, complexo, tórax, córtex, reflexo, dúplex etc. CLASSIFICAÇÃO DOS FONEMAS VOGAIS SEMIVOGAIS CONSOANTES VOGAIS X SEMIVOGAIS Dica: A E I O U 3 2 1 2 1 Exemplos: Pai, sério, reino, piada, treino, cânfora, mentiu, fui etc. Obs.: as semivogais /j/ e /w/ podem aparecer representados na escrita por "e", "o" ou "m". Veja: pães / pãjs / mão / mãw/ cem /sẽj/ CUIDADO!!! Alguns gramáticos, como Celso Cunha e Sacconi, consideram a letra L uma semivogal ( /w/ ) em finais de sílabas (sal, mal, sol, alto, alvo etc.) por terem som de U. Esse pedido, entretanto, é pouquíssimo visto em provas de concursos. CLASSIFICAÇÃO DAS VOGAIS Na produção de vogais, a boca fica aberta ou entreaberta. As vogais podem ser: a) Orais: quando o ar sai apenas pela boca: /a/, /e/, /i/, /o/, /u/. Ex.: Faca, leque, livro, lógico, uva. b) Nasais: quando o ar sai pela boca e pelas fossas nasais. Ex.: fã, canto, tampa dente, temperolindo, mim bonde, tombo nunca, algum c) Átonas: pronunciadas com menor intensidade. Ex.: aluno, rampa, ela etc. d) Tônicas: pronunciadas com maior intensidade. Ex.: até, bola, arma, lago etc. Quanto ao timbre, as vogais podem ser: e) Abertas: Ex.: pé, lata, pó, copo etc. f) Fechadas: Ex.: mês, luta, amor, mesa etc. Consoantes Para a produção das consoantes, a corrente de ar expirada pelos pulmões encontra obstáculos ao passar pela cavidade bucal. Isso faz com que as consoantes sejam verdadeiros "ruídos", incapazes de atuar como núcleos silábicos. Seu nome provém justamente desse fato, pois, em português, sempre consoam ("soam com") as vogais. Exemplos: /b/, /t/, /d/, /v/, /l/, /m/ etc. Encontros Vocálicos Os encontros vocálicos são agrupamentos de vogais e semivogais, sem consoantes intermediárias. É importante reconhecê-los para dividir corretamente os vocábulos em sílabas. Existem três tipos de encontros: o ditongo, o tritongo e o hiato. 1) Ditongo É o encontro de uma vogal e uma semivogal (ou vice-versa) numa mesma sílaba. Dica para os ditongos Semivogal + vogal Ditongo crescente (DC) Vogal + semivogal Decrescente (DD) a) Crescente: quando a semivogal vem antes da vogal. Por Exemplo: sé-rie (i = semivogal, e = vogal) área, marmóreo, tênue, nódoa, quieto, aquoso. b) Decrescente: quando a vogal vem antes da semivogal. Por exemplo: pai (a = vogal, i = semivogal), caule, fui, estoura, degrau, dói, louco, coitado. c) Oral: quando o ar sai apenas pela boca. Por exemplo: pai, série, peito etc. d) Nasal: quando o ar sai pela boca e pelas fossas nasais. Por exemplo: mãe, tem, pão, muito, trem etc. 2) Tritongo É a sequência formada por uma semivogal, uma vogal e uma semivogal, sempre nessa ordem, numa só sílaba. Pode ser oral ou nasal. Exemplos: Tritongo oral Tritongo nasal Paraguai, iguais, averiguou, delinquiu. Quão, saguão, enxáguem, deságuam. 3) Hiato É a sequência de duas vogais numa mesma palavra que pertencem a sílabas diferentes, uma vez que nunca há mais de uma vogal numa sílaba. Por Exemplo: saída (sa-í-da), poesia (po-e-si-a), rainha (ra-i-nha), ruim (ru-im), aí (a-í) etc. 4) Glide (falso hiato) É considerado um falso hiato o encontro entre uma vogal + semivogal + uma, vogal que pertencem a sílabas diferentes como em prai-a, mei-o, joi-o etc. Esquematizando Ditongo Tritongo Hiato Glide V + SV SV + V Mesma sílaba SV + V + SV Mesma sílaba V + V Sílabas diferentes V + SV + V Sílabas diferentes Encontros Consonantais Perfeitos pe-dra, pla-no, a-tle-ta, cri-se. Imperfeitos por-ta, rit-mo, lis-ta, af-ta. Há ainda grupos consonantais que surgem no início dos vocábulos; são, por isso, inseparáveis: - Pneu, gno-mo, psi-có-lo-go, mne-mô-ni-co... ATENÇÃO!!! O M e o N usados após as vogais (havendo nasalização) não são considerados consoantes. Por exemplo, na palavra “tempo”, não está ocorrendo encontro consonantal em teMPo. Também não estará ocorrendo encontro consonantal em “senta” no grupo seNTa. O M e o N são apenas marcas de nasalização, pois não constituem sons independentes. EXERCÍCIO I 01- Em qual item não há presença de ditongo. A) HISTÓRIA B) TAMBÉM C) SAINDO D) BEIJO E) REFÉM 02- Em qual das opções se notam ditongos crescente e decrescente, respectivamente. a) Peito / meia b) Mãe / rei c) Lírio / partiu d) Quando / vácuo e) Sua / pai 03- Em qual opção em que não se nota uma palavra com uma vogal aberta, oral e tônica. a) Até b) Bota c) Patrulha d) Trem e) Vovó 04- Em qual vocábulo não se nota número de letras igual ao número de fonemas? a) Trapaça b) Montaria c) Bem d) Peixe e) Revólver 05- Em qual vocábulo não se nota exemplo de tritongo? a) Mínguam b) Pinguim c) Saguão d) Uruguai 06- Em qual idem se nota a presença de hiato? a) Praia b) Meia c) Saia d) Gaiola e) Poético GABARITO 01 02 03 04 05 06 C C D B B E FONÉTICA Quando pronunciamos um fonema, nossa língua (o músculo) realiza uma série de movimentos. Tais movimentos fazem com que consigamos executar corretamente cada cadeia fônica. O estudo desses movimentos exige que o candidato entenda o que ocorre dentro de sua boca e, assim, passe a descrevê-lo corretamente. ZONAS DE ARTICULAÇÃO DAS VOGAIS A) Média, medial ou central: /a/ B) Anteriores ou palatais: /é/, /ê/ e /i/. C) Posteriores ou velares: /ó/, /ô/ e /u/. ZONA DE ARTICULAÇÃO DAS CONSOANTES A) Bilabiais: p, b, m. B) Labiodentais: f, v. C) Linguodentais: t, d. D) Alveolares: (produzido na altura da raiz dos dentes) s, z, l, n, r, rr. E) Palatais: x, g (chiante), lh, nh. F) Velares: (parte final da língua toca o véu palatino) c(k), g(guê), q, rr, r. MODO DE ARTICULAÇÃO DAS CONSOANTES A) Oclusivas: quando há uma explosão súbita de ar na boca. A saber: - /pê/, /tê/e /quê/ (surdas) - /bê/, /dê/ e /guê/ (sonoras). B) Constritivas: quando há passagem apertada de ar pela boca. - FRICATIVAS: quando há fricção: f, s, x (chê), v, z, g (jê). - LATERAIS: quando há passagem lateral de ar: l, lh. - VIBRANTES: quando há tremulação: r, rr. EXERCÍCIOS 01- UFC 2011- Assinale a alternativa em que as letras grifadas nos pares de palavras representam fonemas com o mesmo modo de articulação. A) TAL / FEZ B) EXATIDÃO / POSSÍVEL C) CONTROLAR / MELHORAMENTO D) PODEM / ALGO E) FUNDAMENTAL / DESEJA 02- Assinale a alternativa em que as letras grifadas nos pares de palavras representam fonemas com o mesmo modo de articulação. A) VENTO / FADA B) RIO / CASA C) FACA / SALA D) PANELA / SAPO E) FÁBRICA / CASTELO 03- Assinale a alternativa em que a letra grifada representa fonema com a zona de articulação descrita de forma correta. A) Tijolo = Alveolar B) Prato = Linguodental C) Lagarto = Velar D) Faca = Bilabial E) Saco = Oclusiva 04- Assinale a alternativa em que a letra grifada NÃO representa fonema com a zona de articulação descrita de forma correta. A) Zona = Alveolar B) Rebaixar = Bilabial C) Litro = Alveolar D) Galho = Velar E) Face = Linguodental 05- Assinale a alternativa em que a letra grifada NÃO representa fonema com a mesma zona de articulação das vogais. A) SALA = MEDIAL B) FUGA = POSTERIOR/VELAR C) ILHA = MEDIAL D) SORTE = POSTERIOR / VELAR E) OVO = POSTERIOR / VELAR GABARITO 01 02 03 04 05 D C C E C ACENTUAÇÃO GRÁFICA Regras que não mudaram com o Novo Acordo Ortográfico 1- Todas as palavras proparoxítonas (que têm o acento tônico na antepenúltima sílaba) são acentuadas: árvore, lâmpada, têmpora, esplêndido, lápide, sôfrego, hambúrgueres etc. Os exemplos citados acima são chamados, também, de proparoxítonas reais. CUIDADO!!!!! Polêmica!!!!! Alguns gramáticos (e consequentemente algumas bancas, como o IMPARH) defendem a ideia de que palavras como série, mágoa ou tênue são exemplos de proparoxítonas (proparoxítonas eventuais). Assim, seriam separadas da seguinte forma: sé-ri-e, má-go-a e tê-nu-e. Tais gramáticos costumam chamar esses vocábulos, também, de paroxítonas aparentes ou eventuais. Pasme!!! Obs.: Essa polêmica se restringe a vocábulos paroxítonos terminados em ditongo crescente. 2- Acentuam-se as palavras paroxítonas (que têm o acento tônico na penúltima sílaba) terminadas em: A) ditongo crescente ou decrescente: sério, ânsia, Mário, mágoa, espontâneo, viáveis, cárie, amáveis, jóquei, jóqueis, quisésseis etc. B) -ão, -ãos, -ã, -ãs: órfão, órfãos, órfã, órfãs; ímã, ímãs, órgão, órgãos. C) -i, -is: júri, júris, lápis, biquíni, biquínis,táxi, táxis etc. D) -on, -ons: próton, prótons, nêutron, nêutrons, elétron, elétrons, íon, íons, píton, pítons. E) -um, -uns, -us: álbum, álbuns, bônus, Vênus, médium, médiuns, fórum, fóruns, quórum. F) l, n, r, x, ps,: amável, fácil, hífen, pólen, dólar, revólver, hambúrguer, Félix, tórax, tríplex, látex, bíceps, fórceps. 3- As palavras oxítonas e os monossílabos tônicos acentuados são os que terminam em A, E, O (seguidas, ou não, de “S”) e em ÉU(S), ÉIS, ÓI(S): A) Oxítonas: vatapá, cajá, Pará, você, vocês, café, cipó, paletós, mocotó, avô, mantê- los, propô-lo, manifestá-la, chapéu, chapéus, papéis, corrói, anzóis etc. CUIDADO: REGRA SOMENTE PARA AS OXÍTONAS. Oxítonas terminadas em -ÉM e -ÉNS são sempre acentuadas. TERMINAÇÃO EXEMPLO -ém Porém, também, amém etc. -éns Reféns, armazéns, parabéns etc. A) Monossílabas: cá, fé, é, és, pó, pôs, mês, ré, sós, mês, fê-la, pô-los, dá-las, céu, céus, réis, réu, réus, dói, róis etc. 4- Acento nas vogais i e u: Para serem acentuadas, as vogais I e U precisam preencher as seguintes condições: a) ser tônicas; b) ser precedidas de vogal; c) formar sílaba sozinha ou com S. Exemplos: aí, caí, juízes, caído, Luís, incluí-lo, caíste, baú, saúde, gaúcho, balaústre. Basta falhar uma dessas condições para não mais haver acento: vai, cai, juiz, caindo, Luiz. Exceções: - Rainha, fuinha, lagoinha, moinho etc. Obs.: Para que se caracterize a exceção, é necessário existir o dígrafo NH depois da vogal. REGRAS QUE MUDARAM COM O NOVO ACORDO ORTOGRÁFICO Mudanças no alfabeto O alfabeto passa a ter 26 letras. Foram reintroduzidas as letras k, w e y. O alfabeto completo passa a ser: A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z As letras k, w e y, que na verdade não tinham desaparecido da maioria dos dicionários da nossa língua, são usadas em várias situações. Por exemplo: a) na escrita de símbolos de unidades de medida: km (quilômetro), kg (quilograma), W (watt); b) na escrita de palavras e nomes estrangeiros (e seus derivados): show, playboy, playground, windsurf, kung fu, yin, yang, William, kaiser, Kafka, kafkiano. Uso do Trema Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a letra u para indicar que ela deve ser pronunciada nos grupos gue, gui, que, qui. Como era Como fica agüentar aguentar bilíngüe bilíngue cinqüenta cinquenta delinqüente delinquente eloqüente eloquente Atenção: O trema permanece apenas nas palavras estrangeiras e em suas derivadas. Exemplos: Müller, mülleriano, Bündchen, Schönberg etc. Quanto à acentuação 1. Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas (palavras que têm acento tônico na penúltima sílaba). Como era Como fica idéia ideia paranóia paranoia apóia (verbo apoiar) apoia asteróide asteroide bóia boia celulóide celuloide colméia colmeia Atenção: Essa regra é válida somente para palavras paroxítonas. Assim, continuam a ser acentuadas as palavras oxítonas terminadas em éis, éu, éus, ói, óis. Exemplos: papéis, herói, heróis, troféu, troféus. Atenção: Depois de ditongo crescente, nas palavras oxítonas, o i ou o u serão acentuados normalmente. Exemplos: tuiuiú, tuiuiús, Piauí. 2. Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem e ôo(s). Como era Como fica abençôo abençoo crêem (verbo crer) creem dêem (verbo dar) deem dôo (verbo doar) doo enjôo enjoo lêem (verbo ler) leem magôo (verbo magoar) magoo povôo (verbo povoar) povoo vêem (verbo ver) veem vôos voos 4. Não se usa mais o acento que diferenciava os pares pára/para, péla(s)/pela(s), pêlo(s)/pelo(s), pólo(s)/polo(s) e pêra/pera. Como era: Ele pára o carro. Como fica: Ele para o carro. Como era: Ele foi ao pólo Norte. Como fica: Ele foi ao polo Norte. Como era: Ele gosta de jogar pólo. Como fica: Ele gosta de jogar polo. Como era: Esse gato tem pêlos brancos. Como fica: Esse gato tem pelos brancos. Como era: Comi uma pêra. Como fica: Comi uma pera. Atenção: • Permanece o acento diferencial em pôde/pode. Pôde é a forma do passado do verbo poder (pretérito perfeito do indicativo), na 3a pessoa do singular. Pode é a forma do presente do indicativo, na 3a pessoa do singular. Exemplo: Ontem, ele não pôde sair mais cedo, mas hoje ele pode. • Permanece o acento diferencial em pôr/por. Pôr é verbo. Por é preposição. Exemplo: Vou pôr o livro na estante que foi feita por mim. • Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos ter e vir, assim como de seus derivados (manter, deter, reter, conter, convir, intervir, advir etc.). Exemplos: -Ele tem dois carros. -Ele vem de Juazeiro. -Ele mantém a palavra. -Ele convém aos estudantes. -Ele detém o poder. -Ele intervém em todas as aulas. -Eles têm dois carros -Eles vêm de Juazeiro. -Eles mantêm a palavra. -Eles convêm aos estudantes. -Eles detêm o poder. -Eles intervêm em todas as aulas. • É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras forma/fôrma. Em alguns casos, o uso do acento deixa a frase mais clara. Veja este exemplo: Qual é a forma da fôrma do bolo? • Uso do hífen REGRAS Algumas regras do uso do hífen foram alteradas pelo novo Acordo. Mas, como se trata ainda de matéria controvertida em muitos aspectos, para facilitar a compreensão dos leitores, apresentamos um resumo das regras que orientam o uso do hífen com os prefixos mais comuns, assim como as novas orientações estabelecidas pelo Acordo. 1- EMPREGA-SE HÍFEN nos compostos sem elemento de ligação quando o 1º termo está representado por forma substantiva, adjetiva, numeral ou verbal. Ano-luz, tio-avô, zé-povinho, má-fé, azul-escuro, seu-vizinho, sul-africano, afro- asiático, vaga-lume, conta-gotas, primeiro-ministro, arco-íris, decreto-lei, joão- ninguém, segunda-feira, porta-retrato, quebra-mar, porto-alegrense etc. NÃO CONFUNDIR: As formas empregadas adjetivamente do tipo afro-, anglo-, euro-, franco-, indo- ítalo- etc. continuam sem hífen em empregos em que só há uma etnia: Afrodescendente, anglomania, eurocêntrico, lusofonia, francolatria etc. Obs.: Algumas palavras, com o tempo, perderam, em certa medida, a noção de composição, e passaram a se escrever sem o hífen. Ex.: girassol, paraquedas, mandachuva, pontapé. Obs.: Mas, se a noção de composição se mantiver na memória do falante, usa-se hífen. Ex.: para-brisa, para-choque, ave-maria, abaixo-assinado etc. 2- EMPREGA-SE HÍFEN nos compostos sem elemento de ligação quando o 1º elemento está representado pelas formas além, aquém, recém, bem e sem. Além-Atlântico, bem-aventurado, bem-estar, sem-vergonha, recém-eleito, aquém-mar, bem-dizer, além-mar etc. 3- EMPREGA-SE HÍFEN nos nomes geográficos compostos pelas formas grã, grão, ou por forma verbal ou, ainda, naqueles ligados por artigo: Grã-Bretanha, Grão-Pará, Traga-Mouro, Baía de Todos-os-Santos, Trás-os-Montes etc. 4- EMPREGA-SE HÍFEN nos compostos sem elemento de ligação quando o primeiro elemento está representado pela forma mal e o 2º elemento começar por vogal, h ou l. Mal-afortunado, mal-entendido, mal-estar, mal-humorado, mal-limpo etc. PORÉM: malcriado, malgrado, malnascido, malpesado etc. (sem hífen). 5- EMPREGA-SE HÍFEN nos compostos que designam espécies botânicas (plantas) ou zoológicas (animais). Andorinha-do-mar, feijão-verde, erva-doce, couve-flor, capim-limão, bem-me- quer (mas: malmequer é exceção), joão-de-barro, cobra-d’água etc. 6- NÃO SE EMPREGA HÍFEN em certas locuções consagradas pela gramática normativa: Cão de guarda, fim de semana, fim de século, sala de jantar, cor de açafrão, cor de café, cor de vinho, depois de amanhã, em cima, por baixo de, por cima de, apesar de, a fim de, em contrapartida, faz decontas, um deus nos acuda, tomara que caia, maria vai com as outras, ponto e vírgula, comum de dois, arco e flecha etc. As observações a seguir referem-se ao uso do hífen em palavras formadas por prefixos ou por elementos que podem funcionar como prefixos, como: aero, agro, além, ante, anti, aquém, arqui, auto, circum, co, contra, eletro, entre, ex, extra, geo, hidro, hiper, infra, inter, intra, macro, micro, mini, multi, neo, pan, pluri, proto, pós, pré, pró, pseudo, retro, semi, sobre, sub, super, supra, tele, ultra, vice etc. 7- Com prefixos, USA-SE SEMPRE O HÍFEN diante de palavra iniciada por h. Exemplos: anti-higiênico anti-histórico co-herdeiro macro-história mini-hotel proto-história sobre-humano super-homem ultra-humano 8- NÃO SE EMPREGA HÍFEN quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal com que se inicia o segundo elemento. Exemplos: aeroespacial agroindustrial anteontem antiaéreo antieducativo autoaprendizagem autoescola autoestrada autoinstrução coautor coedição extraescolar infraestrutura plurianual semiaberto semianalfabeto semiesférico semiopaco Exceção: o prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o: coobrigar, coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar, coocupante etc. 9- NÃO SE EMPREGA HÍFEN quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por consoante diferente de r ou s. Exemplos: anteprojeto antipedagógico autopeça autoproteção coprodução geopolítica microcomputador pseudoprofessor semicírculo semideus seminovo ultramoderno Atenção: com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen. Exemplos: vice-rei, vice-almirante etc. 10- NÃO SE EMPREGA HÍFEN quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento começa por r ou s. Nesse caso, duplicam-se essas letras. Exemplos: antirrábico antirracismo antirreligioso antirrugas antissocial biorritmo contrarregra contrassenso cosseno infrassom microssistema minissaia multissecular neorrealismo neossimbolista semirreta ultrarresistente ultrassom 11- EMPREGA-SE HÍFEN quando o prefixo termina por vogal e o segundo elemento começa pela mesma vogal. Exemplos: anti-ibérico anti-imperialista anti-inflacionário anti-inflamatório auto-observação contra-almirante contra-atacar contra-ataque micro-ondas micro-ônibus semi-internato semi-interno 12- EMPREGA-SE HÍFEN quando o prefixo termina por consoante e o segundo elemento começa pela mesma consoante. Exemplos: hiper-requintado inter-racial inter-regional sub-bibliotecário super-racista super-reacionário super-resistente super-romântico 13- EMPREGA-SE HÍFEN sempre que o 1º elemento terminar graficamente acentuado. Pré-natal, Pós-graduação, Pré-história, Pró-europeu, Pré-vestibular etc. Atenção: • Nos demais casos, não se usa o hífen. Exemplos: hipermercado, intermunicipal, superinteressante, superproteção. • Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r: sub-região, sub-raça etc. • Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano etc. 14- NÃO SE USA O HÍFEN quando o segundo elemento começar por vogal e o prefixo termina por consoante. Exemplos: hiperacidez hiperativo interescolar interestadual interestelar interestudantil superamigo superaquecimento supereconômico superexigente superinteressante superotimismo 15- USA-SE SEMPRE O HÍFEN com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, vice. Exemplos: além-mar além-túmulo aquém-mar ex-aluno ex-diretor ex-hospedeiro ex-prefeito ex-presidente pós-graduação pré-história pré-vestibular pró-europeu recém-casado recém-nascido sem-terra 16- DEVE-SE USAR O HÍFEN com os sufixos de origem tupi-guarani: açu, guaçu e mirim. Exemplos: amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu. 17- DEVE-SE USAR O HÍFEN para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se combinam, formando não propriamente vocábulos, mas encadeamentos vocabulares. Exemplos: ponte Rio-Niterói, eixo Rio-São Paulo, o percurso Lisboa-Coimbra- Porto, o trecho Fortaleza-Itapipoca-Sobral etc. 18- NÃO SE DEVE USAR O HÍFEN em certas palavras que perderam a noção de composição. Exemplos: girassol madressilva mandachuva paraquedas paraquedista pontapé Observações 1. Com o prefixo sub, usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por “r”: sub- região, sub-raça etc. Palavras iniciadas por h perdem essa letra e juntam-se sem hífen: subumano, subumanidade. 2. Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n e vogal: circum-navegação, pan-americano etc. 3. O prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por o: coobrigação, coordenar, cooperar, cooperação, cooptar, coocupante etc. 4. Com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen: vice-rei, vice-almirante etc. Imposições do Acordo Ortográfico Não se utiliza hífen nas seguintes locuções: a) Cão de guarda b) Fim de semana c) Fim de século d) Sala de jantar e) Cor de açafrão f) Cor de café com leite g) Cor de vinho h) Deus nos acuda i) Salve-se quem puder j) Um faz de contas k) Um disse me disse l) Um maria vai com as outras m) Bumba meu boi n) Tomara que caia o) À toa p) Dia a dia q) Arco e flecha r) Calcanhar de aquiles s) Comum de dois t) Tão somente u) Ponto e vírgula Exceções impostas pelo Acordo Ortográfico Utiliza-se hífen nas seguintes locuções: a) Água-de-colônia b) Arco-da-velha c) Cor-de-rosa d) Mais-que-perfeito e) Pé-de-meia f) Ao deus-dará g) À queima-roupa Acordo Ortográfico Exercícios 1 Questão única: Analise as composições abaixo e, em seguida, justifique a presença correta ou não do hífen. a) Má-fé: _________________________________________________________________________ _________________________________ Correto: 1º termo está representado por forma adjetiva. Ex.: luso-brasileiro, boa-fé, ano-luz etc. b) Luso-fonia: _________________________________________________________________________ _________________________________ Errado: As formas afro- ,anglo-, euro-, indo-, franco- etc. continuam sendo grafadas sem hífen. c) Planalto: _________________________________________________________________________ _________________________________ Correto: Não se reconhece mais o sentido de plano + alto. Ex.: Fidalgo, aguardente etc. d) Conta-gotas: _________________________________________________________________________ _________________________________ Correto: 1º termo está representado por forma substantiva. Ex.: tio-avô, zé-povinho, primeiro-ministro, porta-retrato etc. e) Bem-dito _________________________________________________________________________ _________________________________ Correto: Usa-se hífen quando o 1º elemento está representado por além, aquém, recém, bem, sem. Ex.: bem-dizer, sem-número, recém-casado, além-mar, aquém-mar. f) Sem-vergonha _________________________________________________________________________ _________________________________ Correto: Usa-se hífen quando o 1º elemento está representado por além, aquém, recém, bem, sem. Ex.: bem-dizer, sem-número, recém-casado, além-mar, aquém-mar. g) Mal-humorado, Mal-entendido, mal-estar: _________________________________________________________________________ _________________________________ Correto: Use-se hífen quando o 1º elemento for MAL e o 2º for VOGAL, H ou L. Exceção: Mal de Alzheimer. h) Malcriado, malvisto, malnascido: _________________________________________________________________________ _________________________________ Correto: Use-se hífen quando o 1º elemento forMAL e o 2º for VOGAL, H ou L. i) Belorizontino, matogrossense, portoalegrense: _________________________________________________________________________ _________________________________________________________________________ _____________ Errado: Adjetivos gentílicos serão grafados sempre com hífen. Ex.: juiz-forano, ouro- pretense etc. j) Erva-doce, galo-de-campina, feijão-verde, couve-flor: _________________________________________________________________________ _________________________________ Correto: nos compostos que designam espécies botânicas e zoológicas, usa-se o hífen. Ex.: joão-de-barro, cobra-d`água etc. DOMÍNIO DAS ESTRUTURAS MORFOSSINTÁTICAS DO PERÍODO MORFOLOGIA As classes de palavras Qualquer idioma necessita de palavras para que a comunicação se estabeleça. Quando essas palavras se organizam para formar um texto, adquirem significações específicas: nomear seres, indicar características, qualidades, fazer conexões etc. De acordo com essas significações, as palavras da língua portuguesa estão agrupadas em dez classes, denominadas classes de palavras ou classes gramaticais, a saber: substantivo, artigo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio, preposição, conjunção e interjeição. 1 - SUBSTANTIVOS São as palavras que dão nome aos seres e às coisas em geral. Como identificá-los em um texto? Os substantivos, em tese, virão sempre acompanhados de um determinante (artigo, pronome, numeral, adjetivo e/ ou locução adjetiva). Leia o poema baixo: VERSOS ÍNTIMOS Vês?! Ninguém assistiu ao formidável Enterro de tua última quimera. Somente a Ingratidão — esta pantera — Foi tua companheira inseparável! Acostuma-te à lama que te espera! O Homem, que, nesta terra miserável, Mora, entre feras, sente inevitável Necessidade de também ser fera. Toma um fósforo. Acende teu cigarro! O beijo, amigo, é a véspera do escarro, A mão que afaga é a mesma que apedreja. Se a alguém causa inda pena a tua chaga, Apedreja essa mão vil que te afaga, Escarra nessa boca que te beija! CLASSIFICAÇÃO TRADICIONAL DOS SUBSTANTIVOS Comum: Indica um nome genérico, aberto e sem história no contexto. Exemplos.: criança, rio, cidade, mesa, garrafa etc. Próprio: É aquele que particulariza uma coisa ou um ser. Os substantivos próprios têm uma história no contexto. Exemplos: Ayrton Senna, Recife, Gramado, Fortaleza, Audi, Pão de Açúcar, Heineken, Coca-cola etc. Concreto: Nomeia coisas ou seres (reais ou imaginários) de existência independente de outros seres. Exemplos: Casa, cobra, livros, mar, areia, rato, Deus, Saci etc. Abstrato: Nomeia seres ou coisas que dependem de outros seres ou de outras coisas para existir. Exemplos: ódio, solidão, beleza, medo, pavor, salto, vantagem, amor etc. Coletivo: Indica uma multiplicidade de coisas ou seres de uma mesma espécie. Exemplos: antologia (de livros), conselho (de membros de associações, de parlamentares, de classe etc.), horda (de bandidos, de bárbaros), banca (de examinadores) etc. Substantivos coletivos x Concordância verbal. Quando um substantivo coletivo apresenta valor partitivo, nossa banca pode envolvê-lo numa questão de concordância verbal. Fique atento. Ex.: - Bando de bactérias................................o corpo do doente. (invadiu / invadiram). - A multidão de torcedores........................ a conquista do título. (comemorava / comemoravam). Com quais verbos vamos preencher as lacunas acima? Resposta: com todos. Nesses casos, o verbo pode concordar com o núcleo, ou com a expressão especificadora. ARTIGOS São as palavras que acompanham os substantivos, modificando-os ou determinando-os, isto é, indicando gênero (masculino ou feminino) e número (singular ou plural). Os artigos podem ser definidos ou indefinidos. DEFINIDOS O, A, OS, AS. INDEFINIDOS UM, UNS, UMA, UMAS. PEGADINHAS!!! a) Não confundir os artigos definidos com os pronomes pessoais oblíquos. -João é um rapaz muito determinado. Aquele fato o motivou. (pronome) [o = representa alguém citado no texto; mas poderia, num outro texto, representar algo, e não uma pessoa] -Ele não citou o motivo de sua demissão. (artigo) [o = é o determinante de “motivo”] -Maria muito trabalhava no ano passado. Nunca a encontrava em casa. (pronome) [a = representa alguém citado no texto; mas poderia, num outro texto, representar algo, e não uma pessoa] - A moça encontrava-se em casa. (artigo) [ a = é o determinante de “moça”] Morfologicamente Sintaticamente Artigos A, O, AS, OS Adjuntos Adnominais (100% das vezes) Pronomes A, O, AS, OS Objetos Diretos (em 99% das vezes) b) Não confundir os artigos definidos com os pronomes demonstrativos. - O que....= aquilo que ou aquele que - Os que....= aqueles que - A que....= aquela que - As que....= aquelas que ESQUEMATIZANDO O “COMBO” DE PRONOMES Pronome demonstrativo Pronome relativo O que Os que A que As que Exemplos: - Quase todos os alunos saíram; os que ficaram tinham dúvidas. - O que mais admiro em você é a sinceridade. - Não sei se o que houve foi proposital. - Mulheres são exigentes; as que não são devem ter valores diferenciados. c) Não confundir os artigos indefinidos com os pronomes indefinidos. - Uns dormem tarde; outros, cedo. ADJETIVOS São palavras que caracterizam os seres e as coisas em geral, podendo expressar qualidade, estado, modo de ser, aparência etc. Os adjetivos sempre orbitam a “atmosfera” do substantivo. Portanto, onde há substantivos, há grande chance de se notar, no mínimo, um adjetivo. Ex.: combativo, mau, amargurado, arrogante, tristíssimo etc. PEGADINHA!!!! As formas analíticas representadas por “mais bom”, “mais mau”, “mais grande” e “mais pequeno” apenas devem ser utilizadas quando se comparam duas características de um mesmo ser. Exemplos: - Pedro é mais bom (do) que esforçado. - O garoto é mais mau (do) que esperto. - Aquele cão é mais pequeno (do) que bravo. - Teu quarto é mais grande (do) que ventilado. Esquema 02 Grau superlativo relativo de inferioridade de superioridade Ele é o menos fraco do grupo. Ele é o mais fraco do grupo. Grau superlativo absoluto Analítico sintético Este livro é muito fraco. Este livro é fraquíssimo. Veja outros exemplos: Adjetivos Superlativo absoluto sintético Ágil Agilíssimo ou agílimo Amargo Amaríssimo Áspero Aspérrimo Amigo Amicíssimo Agradável Agradabilíssimo Bom Boníssimo ou ótimo Benéfico Beneficentíssimo Benévolo Benevolentíssimo Cruel Crudelíssimo Capaz Capacíssimo Difícil Dificílimo Dócil Docílimo Doce Dulcíssimo ou docíssimo Eficaz Eficacíssimo Fácil Facílimo Fiel Fidelíssimo Feroz Ferocíssimo Frágil Fragílimo* Geral Generalíssimo Grande Máximo* Humilde Humílimo* Incrível Incredibilíssimo Jovem Juveníssimo Livre Libérrimo* Magro Magríssimo ou macérrimo Manso Mansuetíssimo Miserável Miserabilíssimo Negro Negríssimo ou nigérrimo Notável Notabilíssimo Nobre Nobilíssimo Pobre Paupérrimo ou pobríssimo Pequeno Mínimo* Respeitável Respeitabilíssimo Sábio Sapientíssimo Sagrado Sacratíssimo Simpático Simpaticíssimo Terrível Terribilíssimo Veloz Velocíssimo Voraz Voracíssimo *O Dicionário Houaiss regista as formas marcadas também assim, respectivamente: fragilíssimo, grandíssimo, humildíssimo ou humilíssimo, livríssimo, pequeníssimo. NUMERAIS São palavras que quantificam, ordenam, multiplicam ou fracionam o substantivo. Os numerais podem ser: - Cardinais: Indicam uma quantidade determinada de seres. Exemplos: um, dois, três... - Ordinais: Indicam a ordem (posição) que o ser ou a coisa ocupanuma série. Exemplos: primeiro, segundo, terceiro... - Multiplicativos: Expressam ideia de multiplicação, indicando quantas vezes a quantidade foi aumentada. Exemplos: dobro, triplo, quádruplo, quíntuplo, Sêxtuplo, Sétuplo, Óctuplo, Nônuplo, Décuplo, Undécuplo e Duodécuplo. - Fracionário: Expressa ideia de divisão, indicando em quantas partes a quantidade foi dividida. Exemplo: um meio, um terço, dois quartos, dois quintos...etc. Obs.: Ambos e Ambas são considerados numerais duais. Numerais x Concordância verbal a- Já...............(são/é) cinco horas da tarde. b- Acontece que, no meu relógio,............................ (marca/marcam) uma e meia. c- Acontece que, no meu relógio,............................ (marca/marcam) 13h 30min. d- ..............(É/São) meio-dia e meia. e- ...................(É/São) 12h 30 min. f- .........................(Resta/Restam) 15 minutos de jogo. g- 1,4% não.....................(sabe/sabem) em quem votar. h- 3% não .................................(resolve/resolvem) os problemas da população. i- 51% .............................(decide/decidem) uma eleição. RESPOSTAS a- são, b- marca, c- marcam, d- É, e- São, f- Restam, g- sabe, h- resolvem, i- decidem. PRONOMES Palavras que acompanham ou substituem o substantivo. Os pronomes apoiam os substantivos ou evitam a repetição deles dentro do texto. CUIDADO!!!! a) Quando sujeitos, os pronomes retos não podem ser preposicionados. 1- Não era o momento dele abandonar o futebol. (frase................*). 2- Não era o momento de ele abandonar o futebol. (frase..............*). RESPOSTAS: errada e certa, respectivamente. JUSTIFICATIVA: Em 1, “DELE” é o sujeito preposicionado do verbo “abandonar”. B) Nossa banca pode pedir, em relação ao pronome interrogativo “que”, para você mudar a ordem dos elementos da frase. Note que o acento circunflexo passa a ser obrigatório na ordem direta. Ordem inversa Ordem direta - O que você viu ontem? - Você viu ontem o quê? - De que ele gosta mais? - Ele gosta mais de quê? Para que eu fiz isso? - Eu fiz isso para quê? Pronomes possessivos O nome sugere, claramente, a sua função: indicar relação de posse. São estes: Meu(s), minha (s), teu(s), tua(s), seu(s), sua(s), nosso(s), nossa(s), vosso(s), vossa(s). Como podem cair nas provas: a) Os possessivos femininos no singular permitem, quando há situação de crase, a sua facultatividade. - Ele disse tudo à minha família. (a minha família) - A direito à tua privacidade é fundamental (a tua privacidade). - Esse fato diz respeito à sua vida. (a sua vida) Pronomes demonstrativos Os pronomes demonstrativos “apontam” para algo ou alguém, servem para precisar dados, pessoas ou fatos que ocorram num texto. Este(s), esta(s), esse(s), essa(s), aquele(s), aquela(s), isto, isso, aquilo, tal, o, a, os, as. Verbos Sem dúvida, é a classe gramatical mais complexa de todas. Rica em variações, usos, substituições, irregularidades, significações etc., é a classe que iremos analisar ao longo do nosso curso; ou seja, não para por aqui, até porque seria uma grande injustiça. Portanto, o que iremos investigar, agora, é apenas uma amostra dessa classe tão versátil. Definição Palavra que indica ação, estado ou fenômeno da natureza. Obs.: “Ação” não significa, necessariamente, ação física. Exemplos: - Os médicos deixaram o hospital bem cedo. (ação) - A Bovespa especula que tais ações podem cair. (ação) - O tema “verbos” é complexo. (qualidade) - A cidade parece calma. (estado) - Choveu ontem. (fenômeno da natureza) Modos verbais Os verbos do português têm modos. Os modos indicam os valores semânticos que podem ser notados em cada verbo. Vamos a eles: a) Indicativo: Manifesta uma certeza da ação ou do estado que informa o verbo. O leitor não tem dúvidas de que aquela ação esteja ocorrendo, tenha ocorrido ou venha a ocorrer. - Ontem, Marcela fez um belo jantar. - João sempre joga futebol depois da aula. - No fim do ano, eles farão uma grande festa. b) Subjuntivo: Manifesta uma ação incerta, duvidosa ou mesmo hipotética. Agora, o leitor não está mais seguro quanto à ação verbal; tudo é dúvida. - Quero que o livro desperte a atenção dos alunos. (Será que vai despertar? É uma hipótese) - Se eu fizesse uma requisição, eles poderiam me atender. (Eu farei a requisição? Talvez sim, talvez não) - Quando vocês decidirem, estaremos à disposição. (Quando eles vão decidir? Não se sabe.) c) Imperativo: Manifesta uma ordem, um conselho, um pedido, uma advertência ou uma súplica. Agora, o sujeito da ação é orientado a fazer algo. - Leve este livro até sua mãe, meu filho. - Nunca mais faça isso, seu mentiroso!!! - Rapaz, deixe essa vida de farras! - Gente, fiquemos em pé para saudar o diretor! TEMPOS VERBAIS Os tempos verbais expressam o momento de uma ação. Os verbos podem estar no presente, passado ou futuro. Visualmente, é possível identificar em que tempo e modo estão muitos verbos. MODO INDICATIVO Presente Pret. Imperf. Pret. Perf. Pret. + q Perf. Fut. Pres. Fut. Pret. Ø - IA - VA Ø - RA -RE - RÁ - RIA MODO SUBJUNTIVO Presente Pret. Imperf. Futuro -A -E -SSE -R ▪ TEMPOS VERBAIS Presente do indicativo O presente indica um fato que ocorre no momento do enunciado, não necessariamente no momento cronológico atual. Não tem desinência fixa. - O Brasil vive um momento decisivo: o repúdio à corrupção. (ação presente, mas em curso neste momento) - Nós, concurseiros, sempre estudamos bastante. (ação rotineira no presente). - Quando Cabral chega ao Brasil, vê que o nosso povo é bem diferente do dele. (o fato histórico é passado, mas dito como se fosse presente). PRETÉRITOS Perfeito O pretérito perfeito indica uma ação totalmente realizada, que iniciou e terminou no passado. Não tem desinência. - Na Idade Média, os padres escreveram leis duras ao cristão. - Ontem, todos foram ao cinema e se emocionaram. - Há dez minutos, escrevi um artigo sobre verbos. Imperfeito O pretérito imperfeito indica uma ação que iniciou no passado, mas que não chegou a ser totalmente concluída. As desinências são –VA e –IA. - Hoje cedo, eu preparava os convites, quando tive que sair. (ação interrompida bruscamente no passado) - Na década passada, os brasileiros comiam menos carne do que hoje. (ação iniciada, mas não finalizada em sua totaalidade no passado). Mais-que-perfeito O pretérito mais-que-perfeito indica uma ação passada, que começou no passado distante, mas que foi, contudo, a primeira ação a terminar. Desinência: –RA. - Quando deixamos o chalé, notamos que nosso filho caçula esquecera um de seus brinquedos no quarto. - O jovem fizera tudo para ser feliz. Detalhe: as formas do pretérito mais-que-perfeito podem ser substituídas por HAVER ou TER + PARTICÍPIO. FUTUROS Futuro do presente O futuro do presente indica ações convictas (ou seja, certas) que acontecerão em relação ao presente, já que este permite tal certeza. É um tempo meio “prepotente”, meio “já ganhou”. Desinências: -RÁ ou -RE. - No fim do ano, ele comprará aquele carro. - Amanhã, resolveremos este problema. Futuro do pretérito O futuro do pretérito (ou condicional) inidica ações futuras em relação ao passado. Desinência: -RIA. - Caso Pedro chegasse cedo, resolveria esse problema. (Contexto: quem falou a frase espera ainda a chegada de Pedro; ou seja, a ação ainda não aconteceu, é uma ação futura). Também serve para indicar ações hipotéticas ou irreais. - O Brasil jamais seria goleado por time algum nesta Copa. (Contexto: o Brasil ainda não havia enfrentado a Alemanha). ADVÉRBIO: Classe que exprimevalor circunstancial, podendo modificar um verbo, um adjetivo, ou um advérbio. Exemplo 1: Choverá amanhã - Advérbio de tempo. O termo grifado, no caso, sob uma análise sintática, é um adjunto adverbial, modificando um verbo intransitivo, de sentido pleno, que no caso é o verbo "chover". Exemplo 2: Será um divórcio tão complicado! - Advérbio de intensidade. O termo grifado, neste caso, “modifica” (torna mais “encorpado”) o adjetivo complicado. Exemplo 3: Aquele foi um planejamento tão criteriosamente estudado! - Advérbio de intensidade. O termo grifado, neste caso, modifica o advérbio criteriosamente. Classificação de alguns dos advérbios: - LUGAR (aqui, ali, lá, acolá, acima, abaixo, dentro, fora, longe, perto etc.). Ex.: Ele dormiu aqui ontem. - TEMPO (ontem, hoje, amanhã, cedo, tarde, ainda, agora). Ex.: Amanhã, sairemos cedo. - MODO (bem, mal, melhor, pior, assim, velozmente e quase todos terminados em - mente). Ex.: Ela deixou a sala de aula bem. - INTENSIDADE (muito, pouco, mais, menos, bastante, intensamente etc.). Ex.: Ele estudou muito. - DÚVIDA (talvez, acaso, provavelmente, quiçá etc.). Ex.: Talvez eu vá com você. - AFIRMAÇÃO (Sim, certamente, realmente). Ex.: Certamente sairemos hoje. - NEGAÇÃO (não, nunca, jamais) Ex.: Nunca menospreze seus amigos. - DE INCLUSÃO: Ainda, até, mesmo, inclusivamente, também. Ex.: Emocionalmente o indivíduo TAMBÉM amadurece durante a adolescência. - CONFORMIDADE (conforme, segundo, consoante). Ex.: Conforme o jornal, gasolina sofrerá redução. Algumas locuções adverbiais. - CAUSA Ex.: As pessoas não saíram de casa por conta do frio. - FINALIDADE Ex.: Estudava para a prova. - INSTRUMENTO Ex.: Feriu-se com o bisturi. - COMPANHIA Ex.: Saiu com os amigos. - CONCESSÃO (se bem que, muito embora, apesar disso, a despeito de, malgrado etc.) Ex. Malgrado o tempo ruim, todos foram à praia. 8. PREPOSIÇÃO: Palavra invariável, que liga dois termos. São elas: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre, trás, durante etc. As preposições não têm, em si, sentido independente. Porém, podem “parasitar” significados dos contextos. - João falou a Pedro. - João falou ante Pedro. - João falou após Pedro. - João falou com Pedro. - João falou contra Pedro. - João falou de Pedro. - João falou em Pedro. - João falou para Pedro. - João falou perante Pedro. - João falou por Pedro. - João falou sem Pedro. - João falou sobre Pedro. 9. CONJUNÇÃO: Conjunção é a palavra cuja função é ligar termos ou orações, atribuindo, muitas vezes, valores semânticos às frases. Portanto, as conjunções podem ou não manifestar sentido. Detalhe: às vezes, a conjunção apresenta mais de uma palavra; quando isso acontece, chamamos locução conjuntiva. Conjunções ou locuções que manifestam sentidos. a) Coordenativas b) Adverbiais O que cai mais em provas? Na maioria das vezes, pede-se ao candidato para reconhecer as conjunções, seus valores semânticos e se certas trocas são possíveis. Vamos, primeiro, ver as conjunções ou locuções coordenativas mais importantes: 1) Aditivas: e, nem, não só...mas também (não somente...como também etc.) - O prefeito fez a licitação, e resolveu logo os problemas da população carente. - O prefeito não só fez a licitação, mas também resolveu logo os problemas da população carente. 2) Adversativas: mas, porém, contudo, todavia, no entanto, entretanto, não obstante, em contrapartida. - O prefeito fez a licitação, mas não resolveu os problemas da população carente. As demais conjunções coordenativas são as seguintes: alternativas (ou...ou; seja...seja; ora...ora; quer...quer), conclusivas (portanto, logo, por conseguinte) e explicativas (porque, pois, que). Vamos, agora, ver as conjunções ou locuções adverbiais mais importantes: A) Causais: introduzem relação de causa e se combinam com uma ideia de consequência. As conjunções e locuções mais importantes são as seguintes: já que, como, pois que, na medida em que, uma vez que, visto que, sendo que, dado que, porquanto. - Já que os médicos iniciaram uma pesada greve, as unidades de saúde vivem um verdadeiro caos. B) Concessivas: introduzem relação de contradição, oposição. As conjunções e locuções mais importantes são as seguintes: ainda que, mesmo que, embora, posto que, se bem que, em que pese, malgrado, a despeito de, não obstante, conquanto. - Ainda que todos os médicos tenham entrado em uma pesada greve, as unidades de saúde resistem bravamente. As conjunções que não manifestam sentido são as integrantes. - Os médicos não notaram que as unidades de saúde estavam precisando deles. - Eles não viram se tudo aquilo era mesmo verdade. 10. INTERJEIÇÃO: Palavra que procura expressar sentimentos, emoções. Ih! Oh! Viva! Psiu! Aleluia! EXERCÍCIOS 01 01- Em: “Trata-se da construção de uma alternativa à lógica dominante, ao ajustamento de todas as sociedades...” (L.32-33) No trecho acima há: a) quatro adjetivos b) três adjetivos c) dois adjetivos d) um adjetivo e) nenhum adjetivo 02- Assinale a frase em que os termos destacados estão corretamente empregados. a) Promoveu um evento grandioso em setembro deste ano onde gastou uma fortuna. b) O meu engenheiro é um cidadão em cuja capacidade podemos confiar. c) Certificou a seus superiores no Ministério de que a Comissão de Licitações estava prestes a pedir demissão. d) Prefiro ficar sozinho do que perdoar os que me deixaram neste estado deplorável de dependência física. Obs.: Para um melhor entendimento dessa questão e da próxima, sugiro que você consulte a tabela de PRONOMES RELATIVOS, no final dessa bateria de exercícios, na seção CURIOSIDADES SOBRE AS CLASSES DE PALAVRAS. 03- Assinale a opção em que é possível substituir, de acordo com a norma culta, a expressão grifada pela palavra “onde”. a) O cinema em que nos encontramos passa bons filmes. b) Vejo você às 11 horas, quando iremos almoçar. c) Se o tempo melhorar, então vamos à praia. d) A situação que ele criou não é aceitável. e) Lembrei-me do tempo no qual íamos junto trabalhar. 04- João e Maria Agora eu era o herói E o meu cavalo só falava inglês A noiva do cowboy Era você Além das outras três Eu enfrentava os batalhões Os alemães e seus canhões Guardava o meu bodoque E ensaiava um rock Para as matinês (...) Não, não fuja não Finja que agora eu era o seu brinquedo Eu era o seu pião O seu bicho preferido Sim, me dê a mão A gente agora já não tinha medo No tempo da maldade Acho que a gente nem tinha nascido (Chico Buarque e Sivuca). I. Nos versos Agora eu era o herói e A gente agora já não tinha medo, o uso do advérbio agora mostra-se inadequado, pois os verbos conjugados no pretérito imperfeito designam fatos transcorridos no tempo passado. II. Em Finja que agora eu era o seu brinquedo e Sim, me dê a mão, os verbos grifados estão flexionados no mesmo modo. III. Substituindo-se a expressão a gente pelo pronome nós nos versos A gente agora já não tinha medo e Acho que a gente nem tinha nascido, a forma verbal resultante, sem alterar o contexto, será teríamos. Está correto o que se afirma em a) I, II e III. b) I e II, apenas. c) III, apenas. d) II, apenas. e) I, apenas. Obs.: Para um melhor entendimento dessa questão, sugiro que você revise o tema MODOS VERBAIS. Lembre-se de que modo verbal é totalmente diferente de tempo verbal. 05- “À evidência imposta, que presume que a única forma aceitável de organização de uma sociedade é a regulação pelo mercado, podemos opor a proposta de organizar as sociedades e o mundo apartir do acesso para todos aos direitos fundamentais.” As ocorrências da palavra QUE no trecho acima são classificadas como: a) conjunção integrante e conjunção integrante. b) pronome relativo e conjunção integrante. c) pronome relativo e pronome relativo. d) conjunção subordinativa e conjunção subordinativa. e) conjunção integrante e pronome relativo. Obs.: Para um aprofundamento dessa questão, sugiro que você vá aos capítulos FUNÇÕES DO “QUE” e ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS. 06- “Com o real, os brasileiros redescobriram o valor do dinheiro e das coisas.”; a frase a seguir em que a preposição com tem o mesmo valor semântico da ocorrência sublinhada é: a) Com a chuva, todas as ruas ficaram alagadas. b) Os turistas encontraram-se com os amigos no aeroporto. c) Todos saímos com os amigos recém-chegados. d) Com quem eles viajaram nós não vimos. e) Brigaram com os adversários durante horas. 07- Em “Ninguém atinge a perfeição alicerçado na busca de valores materiais, nem mesmo os que consideram tal atitude um privilégio dado pela existência”, os pronomes destacados no período acima classificam-se, respectivamente, como: a) indefinido - demonstrativo - relativo - demonstrativo b) indefinido - pessoal oblíquo - relativo - indefinido c) de tratamento - demonstrativo - indefinido - demonstrativo d) de tratamento - pessoal oblíquo - indefinido - demonstrativo e) demonstrativo - demonstrativo - relativo - demonstrativo 08- Na frase "As negociações estariam meio abertas só depois de meio período de trabalho", as palavras destacadas são, respectivamente: a) adjetivo, adjetivo b) advérbio, advérbio c) advérbio, adjetivo d) numeral, adjetivo e) numeral, advérbio Obs.: Para um melhor entendimento dessa questão, sugiro que você vá ao capítulo CONCORDÂNCIA NOMINAL e leia, com atenção, a parte que fala das palavras “bastante”, “meio”, “caro” e “barato”. 01- Na frase: "Passaram dois homens a discutir, um a gesticular e o outro com a cara vermelha", o termo a está empregado, sucessivamente, como: a) artigo, preposição preposição b) pronome, preposição, artigo c) preposição, preposição, artigo d) preposição, pronome, preposição e) preposição, artigo, preposição Obs.: Não cabe o uso de acento grave nas duas primeiras evidências de “a”, uma vez que, na sequência de tais palavras, há dois verbos. 02- Observe o período a seguir: "Podem acusar-me: estou com a consciência tranquila". Os dois pontos do período acima poderiam ser substituídos por vírgula, explicando-se o nexo entre as duas orações pela conjunção: a) portanto b) e c) como d) pois e) embora Obs.: para um melhor entendimento, sugiro que você vá ao capítulo PONTUAÇÃO e leia, com cuidado, o uso de vírgulas em Orações Coordenadas. 03- Assinale a alternativa cuja relação é incorreta: a) Sorria às crianças que passavam - pronome relativo b) Declararam que nada sabem - conjunção integrante c) Que manifestação alegre foi a sua - advérbio de intensidade d) Que enigmas há nesta vida - pronome adjetivo indefinido e) Uma ilha que não consta no mapa - conjunção coordenativa explicativa Obs.: Para um melhor entendimento, sugiro que você vá ao capítulo “FUNÇÕES DO QUE”. 04- Há três substantivos em: a) “... com sérias dificuldades financeiras.” b) “... não conseguiu prever nem a crise econômica atual.” c) “... vai tornar inúteis arquivos e bibliotecas.” d) “... o site precisa da confirmação e do endosso do ‘impresso’,” e) “Muitos dos blogs e sites mais influentes...” GABARITO 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10 D B A D B A A C C D 11 12 E D PARA VOCÊ SE ADMIRAR COM OS SUBSTANTIVOS Gêneros confusos 1. Mascote é sobrecomum OU comum de dois gêneros? Os nossos principais dicionários e o Vocabulário da ABL consideram MASCOTE um substantivo sobrecomum, ou seja, A MASCOTE é uma palavra feminina que serve aos dois sexos. Acredito que a forma masculina esteja consagrada e deva ser aceita. MASCOTE passaria a ser um substantivo de dois gêneros: O MASCOTE e A MASCOTE. 2. Modelo é sobrecomum OU comum de dois gêneros? Para o dicionário Aurélio e para o Vocabulário Ortográfico da ABL, é sobrecomum, ou seja, a forma masculina O MODELO serviria para homens ou mulheres. O dicionário Houaiss considera MODELO substantivo de dois gêneros: O MODELO e A MODELO. 3. Ídolo é sobrecomum ou comum de dois gêneros? É sobrecomum. Devemos dizer O ÍDOLO tanto para homens como para mulheres: “Ela é o meu ídolo”. Não há registro de “ídola” nem de “ídala”. 4. Personagem é sobrecomum OU comum de dois gêneros? Originariamente, PERSONAGEM era substantivo sobrecomum: A PERSONAGEM para homens e para mulheres. Hoje em dia, PERSONAGEM é comum de dois gêneros: O PERSONAGEM e A PERSONAGEM. 5. O tapa OU a tapa? A forma masculina é aceita por todos os dicionários: “Recebeu UM TAPA no rosto”. A forma feminina é considerada regionalismo pelo dicionário Aurélio e pelo Vocabulário Ortográfico da ABL. 6. O grama OU a grama? A forma feminina é a relva: “A grama do jardim estava bem aparada”. A forma masculina refere-se à massa (peso): “Comprei DUZENTOS gramas de mortadela”. Acredito que a forma feminina (A GRAMA) para massa (peso) está de tal forma consagrada que provavelmente venha a ser aceita em breve. 7. Um telefonema OU uma telefonema? As palavras de origem grega terminadas em “- ema” são masculinas: o problema, o teorema, o estratagema, O TELEFONEMA. 8. O tsunami OU a tsunami? TSUNAMI refere-se a um fenômeno: terremoto no fundo do mar que provoca ondas gigantes. Em japonês os substantivos são neutros e são aportuguesados no masculino: o quimono, o caratê, o caraoquê ou o karaoke, o sushi, o sashimi, O TSUNAMI. 9. O xerox OU a xérox? Tanto faz. Tudo é válido: o xerox, a xerox, o xérox ou a xérox. 10. O lotação OU a lotação? O LOTAÇÃO é o microônibus: A Dama do Lotação; A LOTAÇÃO é a “capacidade de lotar”: “O cinema estava com sua lotação esgotada”. 11. O moral ou a moral? O conjunto de regras, a ética ou a conclusão é A MORAL. O ânimo, brio ou vergonha é O MORAL: “Os jogadores estão com o moral baixo”. 12. O alface OU a alface? Alface é substantivo feminino. Devemos dizer A ALFACE. 13. Caixa eletrônica OU caixa eletrônico? É caixa ELETRÔNICO. O caixa também pode ser o homem que trabalha no banco. A caixa pode ser a mulher ou o objeto: a caixa registradora, a caixa de sapato. 14. O cal OU a cal? Cal é substantivo feminino. No caso do pênalti, a bola deve ser colocada na marca da cal. 15. O chinelo OU a chinela? Tanto faz. A forma mais usada é O CHINELO. A forma feminina é regional e está em desuso. 16. Cônjuge é sobrecomum OU comum de dois gêneros? Segundo os dicionários Aurélio e Houaiss, O CÔNJUGE é substantivo sobrecomum, ou seja, é masculino e serve tanto para o homem como para a mulher. O Vocabulário Ortográfico da Academia Brasileira de Letras já considera CÔNJUGE como substantivo de dois gêneros: O CÔNJUGE e A CÔNJUGE. 17. O dengue OU a dengue? Segundo o dicionário Aurélio, é masculino: o dengue hemorrágico. Para o dicionário Houaiss, é feminino: a dengue hemorrágica. O Vocabulário Ortográfico da ABL considera DENGUE um substantivo de dois gêneros: O DENGUE ou A DENGUE. 18. O diabete OU a diabete? DIABETE ou DIABETES é substantivo de dois gêneros. Pode ser o diabete, a diabete, o diabetes ou a diabetes. 19. O dó OU a dó? DÓ é um substantivo masculino: “Estou com UM DÓ IMENSO”. 20. O êxtase OU a êxtase? É substantivo masculino: O ÊXTASE. 21. O fondue OU a fondue? O dicionário Aurélio e o Vocabulário Ortográfico da ABL registram FONDUE como substantivo feminino. Para o dicionário Houaiss, é substantivo de dois gêneros: O FONDUE e A FONDUE. 22. O musse OU a musse? Segundoos dicionários Aurélio e Houaiss, é substantivo feminino: A MUSSE. 23. O omelete OU a omelete? O Aurélio registra A OMELETE. O dicionário Houaiss e o Vocabulário Ortográfico da ABL consideram OMELETE um substantivo de dois gêneros: O OMELETE e A OMELETE. 24. O gambá OU a gambá? Tanto faz. As duas formas são corretas. 25. O guaraná OU a guaraná? É substantivo masculino. Vamos beber UM GUARANÁ. OUTRAS CURIOSIDADES SOBRE OS SUBSTANTIVOS Algumas curiosidades sobre os substantivos: Palavras masculinas: • o ágape (refeição dos primitivos cristãos); • o anátema (excomungação); • o axioma (premissa verdadeira); • o caudal (cachoeira); • o carcinoma (tumor maligno); • o champanha, clã, clarinete, contralto, coma, diabete/diabetes (Fem classificam como gênero vacilante); • o diadema, estratagema, fibroma (tumor benigno); • o herpes, hosana (hino); • o jângal (floresta da Índia); • o lhama; • o praça (soldado raso); • o proclama, sabiá, soprano (FeM classificam como gênero vacilante); • o suéter, tapa (FeM classificam como gênero vacilante); • o teiró (parte de arma de fogo ou arado); • o telefonema, trema, vau (trecho raso do rio). Palavras femininas: • a abusão (engano); • a alcíone (ave doa antigos); • a aluvião, araquã (ave); • a áspide (reptil peçonhento); • a baitaca (ave); • a cataplasma, cal, clâmide (manto grego); • a cólera (doença); • a derme, dinamite, entorce, fácies (aspecto); • a filoxera (inseto e doença); • a gênese, guriatã (ave); • a hélice (FeM classificam como gênero vacilante); • a jaçanã (ave); • a juriti (tipo de aves); • a libido, mascote, omoplata, rês, suçuarana (felino); • a sucuri, tíbia, trama, ubá (canoa); • a usucapião (FeM classificam como gênero vacilante); • a xerox (cópia). Gênero vacilante: • acauã (falcão); • inambu (ave); • laringe, personagem (Ceg. fala que é usada indistintamente nos dois gêneros, mas que há preferência de autores pelo masculino); • víspora. Alguns femininos: • abade - abadessa; • abegão (feitor) - abegoa; • alcaide (antigo governador) - alcaidessa, alcaidina; • aldeão - aldeã; • anfitrião - anfitrioa, anfitriã; • beirão (natural da Beira) - beiroa; • besuntão (porcalhão) - besuntona; • bonachão - bonachona; • bretão - bretoa, bretã; • cantador - cantadeira; • cantor - cantora, cantadora, cantarina, cantatriz; • castelão (dono do castelo) - castelã; • catalão - catalã; • cavaleiro - cavaleira, amazona; • charlatão - charlatã; • coimbrão - coimbrã; • cônsul - consulesa; • comarcão - comarcã; • cônego - canonisa; • czar - czarina; • deus - deusa, déia; • diácono (clérigo) - diaconisa; • doge (antigo magistrado) - dogesa; • druida - druidesa; • elefante - elefanta e aliá (Ceilão); • embaixador - embaixadora e embaixatriz; • ermitão - ermitoa, ermitã; • faisão - faisoa (Cegalla), faisã; • hortelão (trata da horta) - horteloa; • javali - javalina; • ladrão - ladra, ladroa, ladrona; • felá (camponês) - felaína; • flâmine (antigo sacerdote) - flamínica; • frade - freira; • frei - sóror; • gigante - giganta; • grou - grua; • lebrão - lebre; • maestro - maestrina; • maganão (malicioso) - magana; • melro - mélroa; • mocetão - mocetona; • oficial - oficiala; • padre - madre; • papa - papisa; • pardal - pardoca, pardaloca, pardaleja; • parvo - párvoa; • peão - peã, peona; • perdigão - perdiz; • prior - prioresa, priora; • mu ou mulo - mula; • rajá - rani; • rapaz - rapariga; • rascão (desleixado) - rascoa; • sandeu - sandia; • sintrão - sintrã; • sultão - sultana; • tabaréu - tabaroa; • varão - matrona, mulher; • veado - veada; • vilão - viloa, vilã. Substantivos em -ÃO e seus plurais: • alão - alões, alãos, alães; • aldeão - aldeãos, aldeões; • capelão - capelães; • castelão - castelãos, castelões; • cidadão - cidadãos; • cortesão - cortesãos; • ermitão - ermitões, ermitãos, ermitães; • escrivão - escrivães; • folião - foliões; • hortelão - hortelões, hortelãos; • pagão - pagãos; • sacristão - sacristães; • tabelião - tabeliães; • tecelão - tecelões; • verão - verãos, verões; • vilão - vilões, vilãos; • vulcão - vulcões, vulcãos. Alguns substantivos que sofrem metafonia no plural: abrolho, caroço, corcovo, corvo, coro, despojo, destroço, escolho, esforço, estorvo, forno, forro, fosso, imposto, jogo, miolo, poço, porto, posto, reforço, rogo, socorro, tijolo, toco, torno, torto, troco. Substantivos só usados no plural: anais, antolhos, arredores, arras (bens, penhor), calendas (1º dia do mês romano), cãs (cabelos brancos), cócegas, condolências, damas (jogo), endoenças (solenidades religiosas), esponsais (contrato de casamento ou noivado), esposórios (presente de núpcias), exéquias (cerimônias fúnebres), fastos (anais), férias, fezes, manes (almas), matinas (breviário de orações matutinas), núpcias, óculos, olheiras, primícias (começos, prelúdios), pêsames, vísceras, víveres etc., além dos nomes de naipes. Coletivos: • alavão - ovelhas leiteiras; • armento - gado grande (búfalos, elefantes); • assembleia (parlamentares, membros de associações); • atilho - espigas; • baixela - utensílios de mesa; • banca - de examinadores, advogados; • bandeira - garimpeiros, exploradores de minérios; • bando - aves, ciganos, crianças, salteadores; • boana - peixes miúdos; • cabido - cônegos (conselheiros de bispo); • cáfila - camelos; • cainçalha - cães; • cambada - caranguejos, malvados, chaves; • cancioneiro - poesias, canções; • caterva - desordeiros, vadios; • choldra, joldra - assassinos, malfeitores; • chusma - populares, criados; • conselho - vereadores, diretores, juízes militares; • conciliábulo - feiticeiros, conspiradores; • concílio - bispos; • canzoada - cães; • conclave - cardeais; • congregação - professores, religiosos; • consistório - cardeais; • fato - cabras; • feixe - capim, lenha; • junta - bois, médicos, credores, examinadores; • girândola - foguetes, fogos de artifício; • grei - gado miúdo, políticos; • hemeroteca - jornais, revistas; • legião - anjos, soldados, demônios; • malta - desordeiros; • matula - desordeiros, vagabundos; • miríade - estrelas, insetos; • nuvem - gafanhotos, pó; • panapaná - borboletas migratórias; • penca - bananas, chaves; • récua - cavalgaduras (bestas de carga); • renque - árvores, pessoas ou coisas enfileiradas; • réstia - alho, cebola; • ror - grande quantidade de coisas; • súcia - pessoas desonestas, patifes; • talha - lenha; • tertúlia - amigos, intelectuais; • tropilha - cavalos; • vara - porcos. TEMA BASE PARA TERMOS DA ORAÇÃO E CRASE REGÊNCIA VERBAL Sem dúvida, o assunto que mais ajudará você a resolver importantes questões das principais bancas de concursos públicos do país. É que o tema “regência verbal” funciona como uma espécie de “porta de acesso” a vários raciocínios gramaticais. Mas quais questões, especificamente, você poderia resolver? Vamos a elas: a) Todas as de regência verbal (o que é óbvio); b) Muitas das de crase (quase todas, sem exagero); c) Muitas das de análise sintática: sujeito, objeto direto, objeto indireto etc. d) Muitas das de vozes verbais; e) Muitas das de orações subordinadas substantivas; f) Muitas das de funções do “QUE”; g) Algumas das de funções do “SE”; h) Algumas das de concordância verbal; i) Algumas das de interpretação de texto. O conceito de Regência Verbal. Ocorre quando o termo regente (um verbo) se liga ao seu termo regido (o complemento verbal) por meio de uma preposição ou não. Aqui, é fundamental o conhecimento das transitividades verbais. Os verbos podem assumir as seguintes transitividades: a) Verbo transitivo direto (vtd) b) Verbo transitivoindireto (vti) c) Verbo transitivo direto e indireto / bitransitivo (vtdi) d) Verbo intransitivo (vi) Mas, para que você descubra a que transitividade pertence um verbo, é necessário que utilize um simples procedimento para identificar se o verbo pede ou não preposição. A seguir, você verá aquilo que eu chamo de “Aplicativo”. É com ele que você descobre que tipo de complemento o verbo regerá. Quem + Verbo + Verbo → Algo ou Alguém Instalando o “Aplicativo”. a, de, em, para, com, por. LADO A LADO B 1. Deposite o verbo envolvido na questão onde há a palavra VERBO. 2. Leia a sequência completa da ferramenta (do LADO A ao LADO B), repetindo o verbo duas vezes. 3. Se a leitura se efetivar de forma rápida e imediata (direta) até o LADO B (e você não precisar usar nenhuma preposição do quadrado abaixo), o verbo é transitivo direto. Ex.: Quem estuda + estuda algo ou alguém. Logo, ESTUDAR é VTD (não rege preposição, apenas um objeto, que é direto) Ex.: O técnico estudava as jogadas adversárias. 4. Caso haja uma pausa na leitura e a exigência de preposição por parte do verbo, este será transitivo indireto. Ex.: Quem crê + crê EM algo ou crê EM alguém. Logo, CRER é VTI (rege preposição EM; tem-se, logo, um objeto indireto) Ex.: Os cristãos creem na vida eterna. 5. Dependendo do verbo, o movimento pode ser duplo, o que gera verbos bitransitivos. Ex.: Quem diz + diz algo A alguém. Logo, DIZER é VTDI (regendo dois objetos: o primeiro sem preposição [objeto direto] e o segundo com preposição [objeto indireto]). Ex.: Nós dissemos a verdade aos nossos pais. 6. Agora, se a leitura nem precisar chegar ao ALGO ou ao ALGUÉM, o verbo deve ser interpretado como intransitivo. Ex.: Quem existe + existe. Logo, EXISTIR é VI (não rege preposição, nem pede complemento) Ex.: Fantasmas existem? CONTUDO, CUIDADO! Algumas frases podem induzir você a interpretar certas estruturas de forma errada, a saber: - A mulher chegou ø. - A mulher chegou ao entardecer. - A mulher chegou de sapatos vermelhos. - A mulher chegou em seu carro novo. - A mulher chegou para o treino. - A mulher chegou com os pais. - A mulher chegou por volta das dez. Conclusões a) Nem tudo que é introduzido por preposição é objeto indireto; b) Ainda que um verbo não peça (exija) uma preposição, ele pode aceitá-la; c) Quando um verbo exige uma preposição, tem-se aí um objeto indireto. d) Quando um verbo aceita uma preposição, tem-se aí um adjunto adverbial. - Aquela criança não gosta de sapatos. (o verbo exige a preposição “de”). - Aquela criança dormiu de sapatos. (o verbo não exige a preposição “de”, mas a aceita). Obs.: os verbos intransitivos têm sentido cheio, completo, 100%. O que surgir a mais é só “um extra”, ou seja, um Adjunto Adverbial (ou complemento circunstancial), que chamo aqui de “10%”. MAIS UM CUIDADO: O FALSO V.T.D.I . Alguns verbos se parecem muito com VTD’Is, mas não o são. - A criança riscou o livro do pai. - A criança entregou o livro ao pai. Nas frases acima, os dois verbos são bitransitivos? Antes de responder, veja as construções a seguir: - A criança riscou [ ] do pai. - A criança entregou [ ] ao pai. Conclusão Só o segundo é VTDI, pois o complemento “ao pai”, de fato, está ligado ao verbo, ou seja, complementa o sentido do verbo “entregar”. Já o termo “do pai” se liga ao nome “livro” (e manifesta ideia de posse), cumprindo papel de adjunto adnominal. Vamos fazer um teste agora? Use o aplicativo e descubra as transitividades dos verbos abaixo e transcreva os seus possíveis objetos: Só para lembrar: Tipo de Verbo Exigência VTD Objeto Direto (OD) VTI Objeto Indireto (OI) VTDI OD / OI VI Ø Obs.: “Ø” quer dizer que não vai aparecer nem OD nem OI na frase. Verbos de ligação São aqueles cuja função é conectar o sujeito a uma qualificação. A estrutura qualificadora cumprirá a função sintática de Predicativo do Sujeito. Logo, esses verbos servem para indicar estados ou qualidades do sujeito. Obs. 01: as regências não são fixas. Obs.02: leve em conta o contexto de cada frase. Ser, Estar, Permanecer, Ficar, Andar (=estar), Viver(=estar), Tornar-se, Continuar, Parecer. Ex.: - Brasil permanece caótico. - Parecem insuficientes as medidas do governo. - Tornou-se frequente banalizar a vida. - O clima, depois da reunião, ficou tenso. - Meu filho anda preocupado. Verbos supostamente de ligação São aqueles que, pela morfologia (pela aparência), lembram verbos de ligação. Contudo, não conseguem dar ao sujeito qualificação alguma. Ex.: - Os senadores ainda estão em Fortaleza. - Os fãs permanecem na entrada do hotel. - O pai está com as crianças. Note que “em Fortaleza”, “na entrada do hotel” e “com as crianças” indicam ideia de lugar (os dois primeiros) e companhia (o último), e não de estado ou qualidade. Logo, são Adjuntos Adverbiais de lugar e companhia. Quando isso ocorre, o verbo não pode mais ser considerado de ligação. Ele deverá ser reconfigurado e, assim, assume o caráter de verbo intransitivo. REGÊNCIAS CLÁSSICAS As regências clássicas são aquelas que devem ser memorizadas por você. Por quê? Simplesmente porque elas caem em provas, só por isso. Fechado? 1 – AGRADAR/DESAGRADAR (Duas possibilidades) Sentido 1: Causar agrado, ser agradável (VTI). Preposição exigida: a Exemplo: Estes projetos já não agradam aos alunos. Sentido 2: Acariciar; mimar (VTD). Preposição exigida: Exemplo: Ele agradava o pelo do animal. 2 – ASPIRAR (Duas possibilidades) Sentido 1: Desejar, pretender, ter como objetivo (VTI). Preposição exigida: a Exemplo: O homem aspirava a este posto de trabalho. Sentido 2: Sorver, respirar (VTD). Preposição exigida: Exemplo: Aspire seu carro uma vez por semana. 3 – ASSISTIR (Quatro possibilidades) Sentido 1: Ajudar, auxiliar (VTD) ou (VTI). Preposição: ou “a”. Exemplo: Os pais assistem os filhos desde cedo. Exemplo: Os pais assistem aos filhos desde cedo. Os dois exemplos acima estão corretos e dizem, semanticamente, a mesma coisa. Sentido 2: Presenciar, ver (VTI). Preposição exigida: a Exemplo: Eu assisti a uma cena degradante. Exemplo: Vamos assistir ao jogo da Alemanha. Sentido 3: Morar, ter residência ou fixar-se (VI). Exemplo: Ele assiste em Fortaleza. Exemplo: A loja de tintas assiste na avenida João Pessoa. Ou seja, para concursos (que seguem a tradição), “em Fortaleza” e “na avenida João Pessoa” NÃO são objeto indireto, mas sim ADJUNTO ADVERBIAL DE LUGAR (também chamado de LOCATIVO ou mesmo COMPLEMENTO CIRCUNSTANCIAL). Sentido 4: Ter direito; Caber (VTI). Preposição: a Exemplo: Este é um direito que assiste a todo trabalhador. 4 - CHEGAR Sentido: Atingir o término do movimento de ida ou vinda (VI). Preposição exigida: Ø Um porém: este verbo costuma ser acompanhado de uma expressão introduzida por “A”. Tal expressão NÃO é o objeto indireto, mas sim o ADJUNTO ADVERBIAL DE LUGAR, também conhecido como locativo ou complemento circunstancial. Exemplo: - Ele já chegou ao colégio. - Minha filha nunca chegava cedo ao trabalho. Obs.: É errada a construção que usa a preposição EM para indicar o adjunto adverbial de lugar. Assim, em “Ele chegou em casa” é, para a gramática tradicional, um erro. A forma correta é “Ele chegou a casa”. Detalhe: não se usa crase em “a casa”, pois não está especificada. Caso estivesse, aí teria: “Ele chegou à casa das primas”. Fechado? 5 – IR Sentido: Deslocar-se de um lugar para outro (VI). Obs.: Esse verbo costumeiramente vem acompanhado de um complemento
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