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ABORDAGEM-E-TRATAMENTO-DE-ÚLCERAS-OSTOMIAS-E-FERIDAS

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2 
 
SUMÁRIO 
1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 4 
2 LESÃO POR PRESSÃO .................................................................... 5 
2.1 Classificação das lesões segundo SANTOS E CALIRI (2007) .... 6 
2.2 Tipos de úlceras ........................................................................ 10 
3 ÚLCERAS PÉPTICAS .................................................................... 18 
3.1 Tipos de úlceras pépticas .......................................................... 19 
4 OSTOMIAS ...................................................................................... 23 
4.1 Formação de uma ostomia: ostomia final ou ostomia de loop. .. 24 
4.2 Tipos de ostomias ..................................................................... 24 
4.3 Estomas temporários e permanentes ........................................ 28 
5 CUIDADOS E AUTOCUIDADO COM O ESTOMA .......................... 30 
5.1 Medidas de higiene e os cuidados gerais para pacientes com 
ostomia 31 
5.2 Dispositivos coletores e adjuvantes .......................................... 33 
5.3 Sistemas de continência da colostomia .............................. 36 
5.4 Irrigação da colostomia ............................................................ 36 
6 FERIDAS ......................................................................................... 38 
6.1 Tipos de feridas ......................................................................... 38 
6.2 Classificação das feridas ........................................................... 39 
6.3 Quanto ao agente causal .......................................................... 39 
6.4 Graus de contaminação ............................................................ 40 
6.5 Quanto ao comprometimento tecidual: ...................................... 40 
6.6 Quanto ao tipo de Tecido .......................................................... 41 
6.7 Fatores de risco para desenvolvimento de feridas .................... 42 
7 TRATAMENTOS DAS FERIDAS ..................................................... 44 
7.1 Processo de cicatrização ........................................................... 45 
 
3 
 
7.2 Os diferentes tipos de cicatrização ............................................ 46 
7.3 Avaliação da ferida .................................................................... 47 
7.4 Tipos de tecido encontrados em uma ferida .............................. 49 
7.5 Desbridamento .......................................................................... 51 
7.6 Tipos de coberturas mais usadas em curativos ........................ 52 
7.7 Aspectos a serem considerados na realização do curativo ....... 54 
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................. 56 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4 
 
1 INTRODUÇÃO 
Prezado aluno! 
 
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é 
semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – 
quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao 
professor e fazer uma pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida 
sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta 
para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma 
coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao 
protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. 
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da 
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à 
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da 
semana e a hora que lhe convier para isso. 
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser 
seguida e prazos definidos para as atividades. 
 
Bons estudos! 
 
 
5 
 
2 LESÃO POR PRESSÃO 
 
Fonte: tuasaude.com 
 
Segundo BORGHARDT (2015), as úlceras por pressão (UP) são lesões 
na pele e/ou tecido subjacente que ocorrem normalmente em locais de 
proeminência óssea, resultantes de forças de atrito (pressão, fricção e 
cisalhamento) e de fatores contribuintes que ainda não são claramente 
elucidados. Uma afta é, por exemplo, uma úlcera na boca. A úlcera péptica é 
exemplo de lesão que ocorre no estômago ou no duodeno (mais frequente), 
sendo mais susceptíveis a este grupo de úlceras as pessoas que sofrem 
de stress. 
No dia 13 de abril de 2016, o NPUAP (National Pressure Ulcer Advisory 
Panel), anunciou a mudança na terminologia Úlcera por Pressão para Lesão por 
Pressão e a atualização da nomenclatura dos estágios do sistema de 
classificação. Segundo o SOBEST (2016, apud NPUAP, 2016) a expressão 
descreve, de forma mais precisa, esse tipo de lesão, tanto na pele intacta como 
na pele ulcerada. No sistema prévio do NPUAP, o Estágio 1 e a Lesão Tissular 
Profunda descreviam lesões em pele intacta enquanto as outras categorias 
descreviam lesões abertas. Isso causava confusão porque a definição de cada 
um dos estágios referia-se à úlcera por pressão. 
Conforme estabelecido pelo NPUAP, o conceito de LPP – Lesão Por 
Pressão é um dano localizado na pele e/ou tecido mole subjacente geralmente 
https://pt.wikipedia.org/wiki/Afta
https://pt.wikipedia.org/wiki/Boca
https://pt.wikipedia.org/wiki/%C3%9Alcera_p%C3%A9ptica
https://pt.wikipedia.org/wiki/Est%C3%B4mago
https://pt.wikipedia.org/wiki/Duodeno
https://pt.wikipedia.org/wiki/Stress
 
6 
 
sobre proeminência óssea ou pode ainda estar relacionado a equipamentos 
médicos ou outro tipo de dispositivo. 
MORAES, et al, (2016) descreve que: 
A lesão pode apresentar-se como pele intacta ou como úlcera 
aberta e pode ser dolorosa. Ocorre como um resultado de intensa e/ou 
prolongada pressão ou de pressão combinada com cisalhamento. A 
tolerância do tecido mole para a pressão e cisalhamento também pode 
ser afetada pelo microclima, nutrição, perfusão, doenças associadas e 
condição do tecido mole. 
 
Dentre as mudanças propostas pelo NPUAP relacionadas a terminologia 
e conceitos, agora são utilizados para numerar os estágios, números arábicos 
ao invés de números romanos. O termo suspeita também foi removido da 
categoria suspeita de lesão tissular profunda, permanecendo “lesão tissular 
profunda”. 
2.1 Classificação das lesões segundo SANTOS E CALIRI (2007) 
Suspeita de lesão tecidual profunda: área localizada de pele intacta 
com coloração púrpura ou castanha, ou bolha sanguinolenta devido a danos no 
tecido mole, decorrente de pressão e / ou cisalhamento. Uma área pode ser 
precedida por um tecido que apresenta dolorido, persistente, amolecido, 
esponjoso e mais quente ou frio comparativamente ao tecido normal. 
 
 
Fonte: npuap.org 
Lesão por Pressão Estágio 1: pele intacta com hiperemia de uma área 
localizada que não embranquece, geralmente sobre a proeminência óssea. A 
 
7 
 
pele escura não pode apresentar embranquecimento, mas sua cor pode diferir 
da pele ao redor. 
Lesão por Pressão Estágio 2: perda parcial da espessura 
dérmica. Apresenta-se como úlcera superficial com leito de coloração vermelha 
pálida, sem tecido (tecido amarelado, antes denominado fibrina). Pode 
apresentar-se ainda como uma bolha (preenchida com exsudato seroso), intacta 
ou aberta / rompida. 
 
Fonte: npuap.org 
Lesão por Pressão Estágio 3: perda de tecido em sua espessura total. A 
gordura subcutânea pode estar visível, sem exposição de osso, tendão ou 
músculo. Esfacelo pode estar presente sem prejuízo da identificação da 
profundidade da perda tecidual. Pode incluir descolamento e túneis. 
 
 
Fonte: npuap.org 
 
8 
 
Lesão por pressão Estágio 4: perda total de tecido com exposição 
óssea, músculo outendão. Pode haver presença de esfacelo ou escara em 
algumas partes do texto da ferida. Frequentemente inclui deslocamento e túneis. 
 
Fonte: npuap.org 
Lesão por Pressão Não Classificável: Úlcera que não pode 
ser classificada: lesão com perda total de tecido, qual a base de úlcera está 
coberta por esfacelo (amarelo, marrom, cinza, esverdeado ou castanho) e / ou 
há escara (marrom, castanha ou preta) no leito da lesão. 
Lesão por Pressão Tissular Profunda: descoloração vermelho 
escura, marrom ou púrpura, persistente e que não embranquece: Pele 
intacta ou não, com área localizada e persistente de descoloração vermelha 
escura, marrom ou púrpura que não embranquece ou separação epidérmica que 
mostra lesão com leito escurecido ou bolha com exsudato sanguinolento. Dor e 
mudança na temperatura frequentemente precedem as alterações de coloração 
da pele. A descoloração pode apresentar-se diferente em pessoas com pele de 
tonalidade mais escura. 
 Essa lesão resulta de pressão intensa e/ou prolongada e de cisalhamento 
na interface osso-músculo. A ferida pode evoluir rapidamente e revelar a 
extensão atual da lesão tissular ou resolver sem perda tissular. Quando tecido 
necrótico, tecido subcutâneo, tecido de granulação, fáscia, músculo ou outras 
estruturas subjacentes estão visíveis, isso indica lesão por pressão com perda 
total de tecido (Lesão por Pressão Não Classificável ou Estágio 3 ou Estágio 4). 
Não se deve utilizar a categoria Lesão por Pressão Tissular Profunda (LPTP) 
 
9 
 
para descrever condições vasculares, traumáticas, neuropáticas ou 
dermatológicas. 
 
Fonte: npuap.org 
Definições adicionais: 
Lesão por Pressão Relacionada a Dispositivo Médico: Essa 
terminologia descreve a etiologia da lesão. A Lesão por Pressão Relacionada a 
Dispositivo Médico resulta do uso de dispositivos criados e aplicados para fins 
diagnósticos e terapêuticos. A lesão por pressão resultante geralmente 
apresenta o padrão ou forma do dispositivo. Essa lesão deve ser categorizada 
usando o sistema de classificação de lesões por pressão. 
Lesão por Pressão em Membranas Mucosas: A lesão por pressão em 
membranas mucosas é encontrada quando há histórico de uso de dispositivos 
médicos no local do dano. Devido à anatomia do tecido, essas lesões não podem 
ser categorizadas. 
As úlceras de perna devem ser entendidas como uma síndrome, já que 
constituem um quadro clínico comum a várias doenças. Apresentam 
uma incidência mundial em torno de 2,7%. São classificadas de acordo 
com a sua etiologia, sendo as de origem venosa as mais comuns, com 
uma frequência de 80% a 90%. Torna-se importante destacar a 
insuficiência venosa crônica (IVC) como a principal causa dessas 
afecções. (SIGN, 2010, apud BORGES, 2014). 
 
10 
 
2.2 Tipos de úlceras 
Úlcera Neurotrófica: Esta úlcera é causada por neuropatia periférica, em 
decorrência de algumas patologias de base, tais como: hanseníase, diabetes 
mellitus, alcoolismo e outras. 
As pessoas portadoras dessas patologias, que acometem os nervos 
periféricos, têm maior risco de desenvolver lesões das fibras autonômicas, 
sensitivas e motoras, podendo resultar em: 
• Lesões primárias: como mão em garra, pé caído e anquilose 
(articulações endurecidas). 
• Lesões Secundárias: como as paralisias musculares, fissuras, 
úlceras plantares e lesões traumáticas. 
 
 
Fonte: rsaude.com.br 
Mãos em garra: As fibras autonômicas responsáveis pela manutenção 
das glândulas sebáceas e sudoríparas, quando acometidas, acarretam uma 
diminuição da produção de suas secreções. A pele torna-se seca, inelástica, 
podendo ocasionar facilmente as fissuras que, se não tratadas, irão 
comprometer as estruturas das mãos e dos pés, favorecendo o risco de 
infecção. 
A perda da sensibilidade protetora (térmica, dolorosa e tátil) ou 
anestesia nas mãos e pés influenciam o surgimento de lesões cutâneas. 
Esse comprometimento leva ao aumento do risco de queimadura, 
 
11 
 
aparecimento de bolhas e calosidades, provenientes de pressão contínua 
em pontos de apoio, necessitando do uso de palmilhas e calçados 
adequados. 
Outros fatores que influenciam no surgimento dessas úlceras são as 
alterações das fibras motoras, devido à fraqueza e paralisia dos músculos. Este 
desequilíbrio leva a deformidades, comprometendo a função e aumentando o 
risco de desencadear essas úlceras. Nos serviços de saúde da rede básica do 
país, por exemplo, tem-se observado maior incidência de úlceras plantares 
causadas por neuropatias periféricas. 
 
Fonte: semiologiaestetica.com 
A causa básica da úlcera neurotrófica é a perda de sensibilidade protetora 
ou anestesia na região plantar, por lesão do nervo tibial posterior. 
Entretanto, existem outros fatores que influenciam o surgimento de uma 
úlcera, como: 
A paralisia dos músculos intrínsecos do pé; 
A perda do coxim normal sob a cabeça dos metatarsianos; 
A pele ressecada (anidrótica). A anidrose decorrente da disfunção das 
glândulas sudoríparas e sebáceas torna a palma da mão e planta do pé seca 
e sua camada córnea, dura e espessa, tende a se romper. 
As “rachaduras” ou fissuras nos membros superiores e inferiores são 
muito comuns e, frequentemente atuam como porta de entrada para agentes 
infecciosos. 
 
12 
 
Fissura dos membros inferiores: A mudança na anatomia do pé 
ocasionada por alterações da estrutura óssea cria pressões anormais, facilitando 
o surgimento de úlceras. O outro fator funcional é a marcha, isto é, além da falta 
de sensibilidade, o pé é submetido a esforços, como longas caminhadas, passos 
largos ou corridas, presença de objetos estranhos nos calçados (pedras, 
pregos), o que contribui para o desenvolvimento da úlcera. 
A úlcera venosa é definida como a perda da integridade da pele devido 
à incompetência do sistema venoso do membro inferior, sendo a 
complicação mais importante da evolução da insuficiência venosa 
crônica (GRACIA, et al., 2012, apud ESTEVES, 2017). 
As úlceras neurotróficas são classificadas em graus, de acordo com o 
comprometimento dos tecidos, desde uma lesão superficial até lesões mais 
profundas, com comprometimento de articulação, tendões e ossos, sendo muito 
comum a osteomielite, com posterior necrose, gangrena e perda de segmentos 
ósseos. 
 
Fonte: bvsms.saude.gov.br 
 
A calosidade (espessamento da queratina causada pela pressão dos 
tecidos à fricção) e tensões nas áreas que suportam maior peso, também 
constituem risco para as úlceras. Quando os calos são pouco espessos, podem 
ser considerados como protetores, mas quando sua espessura é grande e sua 
localização se dá em áreas com diminuição da sensibilidade, prejudicam os 
tecidos moles e tornam-se fatores predisponentes de úlcera, além de serem 
comuns nas bordas das úlceras neurotróficas. 
 
13 
 
Considerando-se a perda da sensibilidade e o aumento da pressão como 
fatores de risco para o desenvolvimento de úlceras, algumas medidas podem ser 
adotadas para monitorar a evolução da pressão nessas áreas de risco, como: 
Orientação sobre o uso de calçado; 
Palmilhas especiais, sobre as atividades diárias; 
Adaptação dos instrumentos de trabalho. 
As úlceras neurotróficas podem ser descritas a partir das seguintes 
características: São lesões anestésicas, circulares, geralmente quentes e não 
apresentam sinais de infecção; desenvolvem-se sobre áreas de proeminências 
ósseas, com maior frequência nos membros inferiores; geralmente são 
precedidas por hiperqueratose (calosidades). 
 
Prevenção das fissuras, lesões traumáticas: 
MEMBROS SUPERIORES MEMBROS INFERIORES 
Hidratação e lubrificação da pele para 
compensar as funções sudoríparas e 
sebáceas danificadas 
Hidratação, massagem, exercícios e 
imobilização. 
Massagem para aliviar e melhorar a 
circulação e condições da pele 
Orientação quanto a: Não andar descalço; 
Dar passos curtos e lentos; Não realizar 
longas caminhadas sem período de 
descanso; Examinardiariamente os pés e 
calçados; Repousar os pés lesados sempre 
que necessário; Quando estiver parado, 
manter a distribuição do peso corporal em 
ambos os pés. 
Exercícios ativos e passivos, para melhoria do 
fortalecimento muscular e sua funcionalidade. 
Higiene dos pés: limpeza e secagem dos 
espaços interdigitais e cortes de unhas retas. 
Imobilização dos membros por meio de 
férulas, com a finalidade de evitar traumas 
sobre os nervos com neurites, corrigir 
retrações articulares, facilitar e auxiliar na 
cicatrização de ferimentos. 
Remoção de calosidades: amolecendo-as e 
removendo-as com lixa. 
Adaptação de instrumentos de trabalho e da 
vida diária 
Exame diário dos pés: Verificar sinais de pré 
úlcera (bolhas, aumento da temperatura local, 
hematomas, calosidades com fissuras, 
pontos hiperemiados, edema localizado e 
pontos dolorosos à palpação) 
 
14 
 
 Uso de meias macias, como de algodão tendo 
o cuidado de observar os pontos de pressão. 
Recomenda- se para prevenir áreas de atrito, 
o uso de meias ao avesso. 
 
 
Exame diário do interior dos sapatos. 
 
Úlcera Venosa: A úlcera venosa é devida à insuficiência venosa crônica 
por varizes primárias, sequela de trombose profunda, anomalias valvulares 
venosas ou outras causas que interferem no retorno do sangue venoso. 
As características clínicas são: Extremidade quente; Edema; Presença de 
varizes; Alterações cutâneas como eczema de estase, esclerose e 
hiperpigmentação. 
As úlceras venosas são lesões crônicas associadas com hipertensão 
venosa dos membros inferiores e correspondem a percentual que varia 
aproximadamente de 80 a 90% das úlceras encontradas nesta 
localização e configuram problema mundialmente grave, sendo 
responsável por considerável impacto socioeconômicas, como a perda 
de dias de trabalho, aposentadoria precoce e os gastos com a 
terapêutica, em geral, prolongada, além de restringir as atividades da 
vida diária e de lazer. (YAMADA, 2005, apud BARBOSA, 2010). 
 
Fonte: iccon.med.br 
O doente apresenta queixa de dor em pontada ou contínua. A localização 
mais frequente é a região do maléolo e terço distal da perna; em geral, de 
progressão lenta, bordas infiltradas, fundo com fibrina e, quase sempre 
acompanhada de infecção secundária. Surge após trauma e, muitas vezes, é 
precedida por episódio de erisipela, celulite ou eczema de estase. 
 
15 
 
A fisiopatologia revela que o sangue retorna da perna ao coração através 
de três conjuntos de veias (profundas, superficiais e intercomunicantes). Se este 
sistema falhar em um dos seus componentes, o resultado é uma hipertensão 
venosa que causa distensão e alongamento das alças capilares. 
O fibrinogênio extravasa para os tecidos através de poros endoteliais 
alargados e a fibrina é depositada nos capilares, formando um “coxim” que limita 
a difusão do oxigênio e de outros nutrientes para a pele. Adicionalmente, os 
leucócitos se acumulam durante os períodos de imobilidade, obstruindo os 
capilares e, assim, contribuem para a isquemia local. Na palpação do pulso 
pedioso e tibial posterior, os mesmos devem estar presentes. 
 
Prevenção da úlcera venosa: 
Manter repouso e a elevação dos membros 
inferiores 
O paciente deverá evitar ficar em pé por muito 
tempo e procurar repousar a perna, elevando- 
a 30cm acima do quadril para auxiliar o 
retorno venoso. 
Uso de meias de compressão com pressão 
entre 30 a 50 mm de Hg 
É aconselhável para prevenir o edema e 
melhorar o efeito de bomba muscular 
Caminhada e exercícios para elevar o 
calcanhar. 
Ocasiona flexão e contração dos músculos da 
panturrilha. Estes são necessários para a 
manutenção da bomba muscular 
Reduzir peso muscular 
Realizar avaliação clínica periódica Para pesquisa de anemia, desnutrição, 
hipertensão e insuficiência cardíaca. 
Tratamento de eczemas de estase com 
corticoterapia tópica 
 
Evitar traumatismo em membros inferiores 
Tratamento de infecções bacterianas e 
fúngicas 
 
 
Úlcera Arterial: A úlcera arterial é produzida pela desnutrição cutânea 
devido a uma insuficiência arterial que tem como resultado a isquemia, 
caracterizando-se clinicamente por extremidade fria e escura. Há palidez, 
ausência de estase, retardo no retorno da cor após a elevação do membro, pele 
atrófica, perda de pelo, diminuição ou ausência das pulsações das artérias do 
pé e dor severa aumentada com a elevação das pernas. 
 
16 
 
 
Fonte: ulceras.net 
 
A úlcera é de bordas cortadas a pique, irregular, localizada nos tornozelos, 
maléolos e extremidades digitais (perna, calcanhar, dorso do pé ou artelho) 
A prevenção da úlcera arterial consiste em: 
Elevação da cabeceira da cama em 20 cm; 
Proteção contra traumatismos térmicos, mecânicos e químicos no 
membro afetado; 
Evitar ou recuperar atrofias musculares; 
Cuidado com as unhas, evitando paroníquias (inflamação ao redor da 
unha) e unha encravada; 
Pesquisar e tratar micoses superficiais; 
Reduzir e tratar as micoses superficiais; 
Controlar a hipertensão arterial e o diabetes mellitus; 
Reduzir o uso de cafeína e tabaco. 
Úlcera Hipertensiva: Há aumento da parede arteriolar, proliferação 
da camada interna, degeneração da camada média e, ocasionalmente, 
trombose, levando à produção de áreas de isquemia e necrose no terço inferior 
da perna. 
É mais frequente em mulheres, de 50 a 60 anos, sendo a úlcera na 
maioria das vezes bilateral e observada nas faces anterior, lateral e posterior da 
perna, pouco profunda, de base descorada e fundo necrótico. Apresenta 
exsudato escasso e a dor é intensa. 
 
17 
 
 
Fonte: brazilianbeauty.com 
O doente deve parar de fumar e o controle da hipertensão arterial é 
fundamental. As doenças associadas, como diabetes mellitus, gota e a 
obesidade, também devem ser controladas. 
Embora a base para tratamento de úlceras venosas seja o uso de 
terapia de compressão, são frequentemente prescritos antibióticos 
sistêmicos e tópicos para esses pacientes, contrariando as 
recomendações científicas mais recentes.3,4 Essas defendem o uso de 
antibióticos somente na presença de sinais ou sintomas clínicos de 
infecção, já que a natureza polimicrobiana dessas lesões pode 
proporcionar um ambiente adequado para troca de material genético 
entre as bactérias, levando ao aparecimento de microrganismos 
multirresistentes. (HOWELL-JONES, 2005, apud BORGES, 2014). 
 
 
18 
 
3 ÚLCERAS PÉPTICAS 
 
Fonte: mejorconsalud.com 
 
O revestimento do estômago é protegido por determinados mecanismos 
de defesa. As células que revestem o estômago secretam muco e bicarbonato. 
O muco reveste o interior do estômago para protegê-lo de lesões por ácido e 
enzimas digestivas. O bicarbonato, no e sob o muco ajuda a neutralizar o ácido 
gástrico. 
Úlceras pépticas são áreas erosadas que se estendem até a muscular 
da mucosa do trato gastrointestinal. Neste trabalho, dentre o grupo das 
úlceras pépticas, serão abordadas apenas as úlceras gástricas e as 
duodenais. (SONNENBERG, 2011, apud BERNARDO, 2017). 
Quando esses mecanismos de defesa são perturbados, por exemplo, pela 
bactéria Helicobacter pylori ou por aspirina, as pessoas podem 
desenvolver a úlcera péptica. 
De acordo com CARVALHO (2013), a úlcera péptica é uma doença do 
trato gastrointestinal caracterizada por lesão da mucosa na presença de ácido e 
pepsina, como consequência da ação corrosiva resultante da hipersecreção de 
ácido gástrico na mucosa, causada por um desequilíbrio entre o sistema protetor 
da mucosa e fatores agressores. 
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-digestivos/biologia-do-sistema-digestivo/est%C3%B4mago
https://www.msdmanuals.com/pt-br/casa/dist%C3%BArbios-digestivos/gastrite-e-%C3%BAlcera-p%C3%A9ptica/%C3%BAlcera-p%C3%A9ptica
 
19 
 
3.1 Tipos de úlceras pépticas 
Úlceras gástricas: É uma ferida no estômago, que agrava quando o suco 
gástrico entra em contato com o ferimento, pois esse líquidoé ácido e provoca 
mais irritação e inflamação no local afetado. A principal causa de úlceras 
gástricas é a presença da bactéria Helicobacter pylori no estômago, mas esse 
problema também pode aparecer devido ao estresse ou má alimentação. 
Causas: Bactéria Helicobacter pylori: este microorganismo pode atacar a 
parede estomacal de pessoas com predisposição para a doença. Erradicada a 
infecção, a úlcera tende a desaparecer; 
Aspirina e anti-inflamatórios: o uso constante desses medicamentos pode 
provocar o aparecimento de úlceras; 
Estresse: o estresse, além de outros efeitos prejudiciais, pode estimular a 
secreção de ácidos que atacam o revestimento do estômago e do duodeno. 
(CARVALHO, 2013). 
Diagnóstico: O principal exame para diagnosticar úlceras é a 
endoscopia, exame realizado sob sedação que permite visualizar diretamente o 
esôfago, o estômago e o duodeno. Raios X e análise dos ácidos gástricos são 
métodos úteis em certos casos, mas pouco empregados atualmente. 
Sinais e Sintomas: Sensação de dor e/ou queimação na área entre o 
esterno e o umbigo que se manifesta especialmente com o estômago vazio, pois 
a ausência de alimentos para digerir permite que os ácidos irritem a ferida; 
Dor que desperta o paciente à noite e tende a desaparecer com a ingestão 
de alimentos ou antiácidos; 
Dor característica da úlcera do duodeno que desaparece com a 
alimentação reaparecendo depois (ritmo dói-come-passa-dói-come-passa-dói). 
Vômitos com sinais de sangue; 
Fezes escurecidas ou avermelhadas que indicam a presença de sangue. 
Úlceras Duodenais: A úlcera duodenal consiste na erosão da mucosa 
que cobre o interior do duodeno produzida pela ação corrosiva do suco gástrico. 
Trata-se de uma doença crónica que, embora cicatrize em poucas semanas, 
pode voltar a formar-se vezes sem conta. Segundo CARVALHO (2013), as 
úlceras duodenais afetam maioritariamente indivíduos entre os 55 e os 65 anos, 
 
20 
 
enquanto as gástricas afetam, em média, homens com 25 anos e mulheres com 
45 anos de idade. 
A formação da úlcera depende da ação corrosiva do suco gástrico que 
atravessa o duodeno. Em condições normais, o ácido produzido no estômago 
chega ao duodeno em quantidades moderadas, misturado com a comida, sendo 
neutralizado pelas secreções alcalinas presentes no interior do intestino. 
 
Fonte: ulceraduodenal.com.br 
A úlcera duodenal deve-se principalmente ao aumento de produção de 
suco gástrico, que supera os fatores defensivos e acaba por corroer a parede do 
duodeno. 
Fatores responsáveis, incluem-se todos aqueles que determinam uma 
maior produção de secreção estomacal, sobretudo o stress, o tabagismo e o 
consumo regular de medicamentos, como o ácido acetilsalicílico (aspirina) e 
outros anti-inflamatórios. 
As úlceras pépticas têm demonstrado redução acentuada de sua 
prevalência nas últimas décadas, entretanto ainda representam um 
importante problema de saúde pública, devido às grandes perdas 
econômicas e os gastos em saúde associados. Diminuição da 
produtividade do trabalhador, atividade restrita, afastamentos, 
consultas médicas e hospitalizações são os principais reflexos da 
elevada morbidade das úlceras pépticas. (MONTES, 2007, apud 
BERNARDO, 2017). 
Sinais e Sintomas: O principal sintoma é uma dor localizada na parte 
superior e média do abdómen, muitas vezes prolongada ao lado direito. 
 
21 
 
Os sinais e sintomas variam de pessoa para pessoa: há quem se queixe 
de uma grande dor, outros de um pequeno ardor e, em certas ocasiões, é 
descrita como uma sensação de fome dolorosa. 
A intensidade também varia de caso para caso, desde um incómodo 
moderado até uma dor que parece atravessar o abdómen até às costas. 
O mais constante é o seu ritmo de aparecimento, geralmente relacionado 
com as refeições: a dor só desaparece quando se ingere algum alimento ou 
quando se toma uma substância alcalina, para reaparecer após um determinado 
período de tempo e progressivamente aumentar de intensidade até à refeição 
seguinte. A dor aparece, com frequência, durante a noite e a sua violência é tal 
que desperta o paciente e só pode ser aliviada após ingerir alguma comida, um 
copo de leite ou outro produto alcalino. Entre outras manifestações comuns 
encontram-se as náuseas, eventualmente acompanhadas de vómitos, assim 
como regurgitações ácidas. Estes sintomas aparecem em quase metade dos 
casos, embora com intensidade diferente. É muito comum ocorrerem pequenos 
vómitos de suco gástrico pela manhã, em jejum. 
Diagnóstico: O exame mais fidedigno para o diagnóstico é a endoscopia 
digestiva alta, raramente a úlcera tem transformação maligna. Com a endoscopia 
biópsias podem ser realizadas para se determinar à presença ou não de 
malignidade. 
Úlceras esofágicas: 
 
 
Fonte: endoscopiaterapeutica.com.br 
 
 
22 
 
Uma úlcera esofágica é um orifício na parede do esófago corroída pelos 
sucos digestivos ácidos, secretados pelas células do estômago. Essa úlcera 
geralmente está localizada na parte inferior do esôfago. 
 Ela é frequentemente associada com doença do refluxo gastroesofágico 
crônico (DRGE). Não muito tempo atrás, a crença comum era de que as úlceras 
pépticas foram resultado do estilo de vida. Hoje sabe-se que uma infecção 
bacteriana ou alguns medicamentos são as causas da maioria das úlceras do 
estômago e parte superior do intestino delgado (duodeno). 
Podem aparecer como consequência do refluxo gastresofágico, 
principalmente em associação com hérnia hiatal. 
Sinais e sintomas: Alguns sintomas incluem azia, um ligeiro 
sangramento pode ocorrer, vômito com sangue, com fezes com sangue. Se a 
hemorragia do esôfago for rápida, em seguida, a descarga de sangue nas fezes 
será uma cor vermelho brilhante. 
Outros sintomas podem incluir náuseas, indigestão abdominal e cólicas 
abdominais. Essa dor abdominal pode despertar à noite, podendo ser aliviada 
por antiácidos ou leite. As dores podem ser sentidas cerca de 2 a 3 horas depois 
de comer. 
Diagnóstico: Endoscopia digestiva alta: teste no qual um tubo fino com 
uma câmera na extremidade é inserido em sua boca até o trato gastrointestinal 
para ver analisar o estômago e intestino delgado. Durante uma endoscopia, o 
médico pode coletar uma biópsia da parede do seu estômago para teste de H. 
pylori também. Para o mesmo fim, também podem ser realizados outros exames 
de imagem, como radiografia. Para diagnosticar a causa subjacente às úlceras 
pépticas, alguns exames específicos podem ser necessários, como para 
detectar a presença de H. pylori, causando as úlceras. Os exames usados neste 
caso são: Exames de sangue e de fezes. 
https://www.minhavida.com.br/saude/tudo-sobre/16383-endoscopia-digestiva-alta
 
23 
 
4 OSTOMIAS 
 
Fonte: tuasaude.com.br 
Uma ostomia é uma abertura criada cirurgicamente entre um órgão 
interno e a superfície da parede abdominal. Uma incisão circular é feita na 
parede abdominal e um pedaço de intestino é trazido através da incisão para 
ficar parcialmente fora da parede do corpo. A parte do intestino que é vista na 
superfície do abdômen é chamada de estoma. Segundo LUZ (2009), estoma é 
uma palavra derivada de dois termos gregos, os e tomia, que significam abertura 
de uma boca ou comunicação entre um órgão interno e o exterior, com a 
finalidade de suprir a função do órgão afetado, em diversos sistemas orgânicos. 
Ostomias podem ser usadas pelo cirurgião para tratar problemas 
abdominais complicados ou para permitir a cura do local da cirurgia. Câncer, 
trauma, doença intestinal inflamatória (IBD), obstrução intestinal, infeção, 
incontinência fecal (incapacidade de controlar movimentos intestinais) e 
diverticulite (inflamação de bolsas minúsculas que comumente se formam na 
parede do cólon) são exemplos possíveis de situações em que a cirurgia pode 
envolver uma ostomia. 
Uma ostomia é identificada pela parte do intestino envolvido. Por 
exemplo, uma “ileostomia” éuma abertura criada cirurgicamente envolvendo o 
íleo, uma parte do intestino delgado, na pele da parede abdominal. Uma 
“colostomia” é uma abertura criada cirurgicamente envolvendo uma parte do 
cólon, ou intestino grosso, na pele da parede abdominal. 
Uma ostomia pode ser temporária ou permanente. A temporária 
geralmente é criada no processo de tratamento de problemas abdominais 
 
24 
 
complicados, ou para desviar as fezes e permitir tempo para a cura. Mantém o 
material de fezes longe de uma área a jusante (em direção ao ânus), como um 
local de cirurgia de cicatrização, uma área de inflamação ou bloqueio associado 
a doença ou cicatriz. As ostomias temporárias podem ser revertidas quando 
consideradas apropriadas pelo cirurgião colorretal. 
Uma ostomia permanente serve como meio para a evacuação de fezes a 
longo prazo. As instâncias de necessidade de uma ostomia permanente incluem 
quando a doença, ou seu tratamento, prejudica a função intestinal normal, ou 
quando o ânus ou os músculos que controlam a eliminação devem ser removidos 
ou não funcionam adequadamente. 
4.1 Formação de uma ostomia: ostomia final ou ostomia de loop. 
Uma ostomia pode ser construída como uma ostomia final ou uma ostomia 
de loop, dependendo das circunstâncias específicas para as quais uma ostomia 
está sendo criada. Uma ostomia final é formada trazendo o fim de um segmento 
de intestino através da abertura da pele e rolando a extremidade do intestino de 
volta para si mesmo, como um manguito da camisa e suturando as bordas do 
intestino para a pele da parede abdominal. 
Uma ostomia de loop é tipicamente para um estator temporário desviador 
(um que você vai reconectar e apenas desviar temporariamente as fezes). É 
formado por um ciclo de intestino intacto através da abertura da pele. Um corte 
é feito aproximadamente a meio caminho do intestino no circuito exposto, e 
ambas as extremidades proximal e distal (a montante e a jusante) do loop são 
enroladas e suturadas na pele da parede abdominal. Assim, uma ostomia de 
loop tem duas aberturas intestinais juntas próximas uma da outra. Uma ostomia 
de loop pode parecer maior do que uma ostomia final por causa das duas 
aberturas. Isso pode tornar o aparelho apropriado para uma ostomia de loop um 
pouco mais difícil. 
4.2 Tipos de ostomias 
Os órgãos ou regiões do corpo em que o estoma será realizado dão 
origem aos diferentes tipos de estomias (ou ostomias) como veremos a seguir: 
 
25 
 
Colostomia: A colostomia é um estoma intestinal, ou seja, a 
exteriorização no abdome de uma parte do intestino grosso para eliminação de 
fezes. A colostomia é utilizada quando o paciente apresenta qualquer problema 
que o impede de evacuar normalmente pelo ânus. As fezes saem pelo estoma, 
localizado na superfície do abdômen e são coletadas em uma bolsa plástica 
adaptada à pele. As colostomias podem ser classificadas em três tipos, de 
acordo com a parte do intestino grosso que é exteriorizada: 
Colostomia ascendente: No cólon ascendente (secção vertical, à direita) 
Tipo de ostomia pouco comum; As fezes são líquidas a semilíquidas, 
fluindo quase continuamente, sendo muito irritantes para a pele. 
 
Fonte: convatec.pt 
Colostomia transversa: No cólon transverso (secção horizontal, a meio 
do abdómen); As fezes são semilíquidas e irritantes quando em contato com a 
pele; Geralmente são construídas em alça, com 2 estomas e normalmente são 
temporárias. 
 
Fonte: convatec.pt 
 
26 
 
Colostomia descendente: No cólon descendente (secção vertical 
esquerda); É o tipo mais comum; As fezes são semiformadas e menos irritantes 
quando em contato com a pele. 
 
Fonte: convatec.pt 
Colostomia sigmoide: É a parte inferior do intestino grosso, à esquerda, 
pouco antes do reto; As fezes são formadas. 
 
Fonte: convatec.pt 
Colostomia Úmida: A colostomia úmida em alça é construída para 
permitir a saída de urina e fezes pelo mesmo estoma. É uma alternativa para 
pacientes que necessitam de dupla derivação (fezes e urina). 
Ileostomia: A ileostomia é a exteriorização da parte final do intestino 
delgado na pele do abdome. As fezes de uma ileostomia são mais líquidas do 
que aquelas que são eliminadas por uma colostomia. A ileostomia é realizada 
por qualquer motivo que impeça a passagem das fezes pelo intestino grosso. 
 
27 
 
 
Fonte: progastrojoinville.com.br 
Urostomia: A urostomia é a exteriorização dos condutos urinários através 
parede abdominal, permitindo a eliminação constante da urina por gotejamento. 
Por este motivo, é necessário o uso de um dispositivo coletor com válvula 
antirrefluxo e torneira de drenagem, permitindo o seu esvaziamento ao longo do 
dia. 
 
Fonte: convatec.pt 
Conduto Ileal: O conduto ileal é o tipo mais comum de urostomia, sendo 
que, nestas situações, a bexiga é removida devido a doença ou lesão. 
Neste tipo de cirurgia, uma porção de intestino delgado é removida e encerrada 
numa das extremidades. Os dois ureteres, que transportam a urina dos rins, são 
conectados a esta porção do intestino (que funcionará como a "nova bexiga"). A 
parte proximal será exteriorizada através da parede abdominal, originando o 
estoma. 
 
28 
 
 
Fonte: convatec.pt 
 
Ureterostomia: É a exteriorização de um ou dos dois ureteres através da 
parede do abdómen, formando um estoma. Geralmente são estomas 
temporários. 
 
Fonte: convatec.pt 
4.3 Estomas temporários e permanentes 
Estomas temporários: São aqueles realizados por qualquer problema 
transitório no trato intestinal ou urinário. No caso dos estomas intestinais 
(colostomias, ileostomias) geralmente são realizados para evitar que as fezes 
passem pelo local operado antes da cicatrização completa. 
Na cirurgia para tratamento do câncer de reto, os estomas temporários 
são fechados depois da cicatrização da cirurgia, o que ocorre geralmente após 
um mês da cirurgia. Após o fechamento do estoma, o paciente volta a evacuar 
pelo ânus. 
 
29 
 
 Estomas permanentes: São realizados quando não é possível manter 
a função normal da evacuação de maneira definitiva. 
 
Aspecto do estoma 
 
 
 Fonte: enfermagemnovidade.com.br Fonte: enfermeriadeciudadreal.com 
 
Nos primeiros dias após a cirurgia o estoma pode ficar edemaciado 
(inchado). Aos poucos o edema regride. O estoma é vermelho ou rosa vivo 
semelhante à mucosa da parte interna da boca. A pele ao redor do estoma (pele 
periestomal) deve estar lisa, sem lesões ou ferimentos. O estoma não tem 
terminações nervosas, por isso não dói ao ser tocado, no entanto pode 
apresentar um pequeno sangramento. 
Aspecto das Fezes eliminadas pelos Estomas Intestinais: 
 As principais funções do intestino grosso são absorver a água 
ingerida e formar as fezes. A reabsorção da água é realizada ao longo de todo o 
cólon, tornando as fezes mais sólidas na medida em que elas se dirigem para o 
reto (última porção do intestino grosso). Portanto, o tipo de efluente (fezes) 
depende do local onde o estoma é realizado: 
 Ileostomia - Fezes líquidas nos primeiros dias após a cirurgia e pastosas 
após a readaptação intestinal. 
Colostomia ascendente - Fezes semilíquidas nos primeiros dias após a 
cirurgia e pastosas após a readaptação intestinal. 
Colostomia transversa - Fezes semilíquidas a pastosas. 
Colostomia descendente - Fezes pastosas a sólidas (semelhante às 
fezes eliminadas pelo ânus). 
 
30 
 
Imediatamente após a cirurgia, o funcionamento do estoma intestinal é 
irregular podendo eliminar fezes várias vezes ao dia, em diferentes momentos. 
Na medida em que o tempo passa, o estoma funciona de forma mais regular, no 
entanto, não é possível controlar a saída das fezes. 
5 CUIDADOS E AUTOCUIDADO COM O ESTOMA 
 
Fonte: vuelopharma.com.br 
O indivíduo com estomia urinária ou intestinal deverá ser assistido pela 
equipe profissional interdisciplinar, tendo em vista os aspectos multifacetadosque originam um estoma como: alterações anatômicas, nutricionais, emocionais, 
psicossociais e complicações na pele periestoma, dentre outros. 
 Manter a integridade cutânea é fundamental para o sucesso na 
reabilitação e boa convivência da pessoa estomizada com o estoma. Para tanto, 
resulta da interação de todos os profissionais de saúde envolvidos na assistência 
e da motivação do indivíduo para participar das ações de autocuidado. 
O autocuidado é uma atividade apreendida pelo indivíduo, cujo propósito 
é o de praticar ações de cuidado, seguindo um modelo que contribua para o 
desenvolvimento humano em benefício da vida, da saúde e do bem-estar. 
 A equipe de enfermagem desempenha um papel de grande relevância 
com as ações de educação permanente sobre os cuidados voltados para o 
paciente estomizado. A assistência prestada por esses profissionais, no período 
 
31 
 
da hospitalização, é imprescindível para despertar neles a capacidade de gerir 
os próprios cuidados, que devem ser promovidos desde no pré e no pós 
operatório, tendo em vista que a pessoa orientada ficará mais confiante e poderá 
aderir às técnicas de autocuidado e adaptar-se à nova condição física. 
5.1 Medidas de higiene e os cuidados gerais para pacientes com ostomia 
 
Fonte: enfermagemnovidade.com.br 
 
Durante a troca do dispositivo coletor, deve-se remover suavemente a 
parte adesiva à pele, de preferência, durante o banho, para evitar remoção 
traumática. 
Depois de remover a bolsa coletora, devem-se usar água e sabão para 
limpar o estoma e a pele periestoma. 
Utilizar chumaço de algodão ou gazes para retirar o excesso dos resíduos 
dos efluentes ou dos produtos para estomia aderidos na pele periestoma. 
Se possível, antes de trocar a bolsa coletora, expor a pele periestoma ao 
sol da manhã por 15 a 20 minutos. O banho de sol é um cuidado fundamental 
tanto para prevenir quanto para tratar a dermatite periestoma. 
 Atenção: Durante o banho de sol, proteger o estoma com uma gaze 
úmida, para que ele não corra risco de ressecar. Somente a pele periestoma 
deve receber a luz solar. Se o paciente estiver em tratamento de quimioterapia 
ou radioterapia, esse procedimento não poderá ser realizado. 
Não usar substâncias hidratantes na área periestoma, a fim de evitar 
dificuldade na aderência do adesivo da bolsa coletora à pele. 
 
32 
 
No cuidado com os pelos, utilizar tesouras com ponta curva para apará-
los. Não utilizar barbeadores nem lâminas. 
Aferir o diâmetro do estoma e proceder ao corte da placa adesiva da bolsa 
coletora conforme seu tamanho. 
Esvaziar o dispositivo coletor antes de completar a capacidade máxima, 
para evitar infiltrações na placa e vazamento. 
A frequência de troca da bolsa coletora pode ser semanal ou conforme 
saturação da placa adesiva. 
Observar, a cada troca do dispositivo coletor, as condições da pele 
periestoma e as características dos efluentes. 
Limpeza: 
 Material Necessário: 250 ml Soro fisiológico a 0,9%; Gaze estéril; 01 
bolsa para colostomia (se necessário troca); Após avaliação, se necessário, 
lavar com água e sabão. 
Procedimento: Limpar a região da colostomia com soro fisiológico a 
0,9%, em movimentos circulares; 
Secar a área ao redor com gaze estéril; 
Marcar na bolsa o círculo com um guia de corte, de acordo com o diâmetro 
da fístula, do dreno ou da ostomia; 
Recortar o orifício marcado; 
Observar para que o orifício não fique apertado demais garrotando a 
ostomia, ou grande demais facilitando o contato da secreção direta com a pele 
lesando-a; 
Retirar o adesivo; 
Retirar o protetor que recobre a face superior da placa; 
Aplicar a placa com o aro sobre a região; 
Adaptar a bolsa plástica à parte inferior do aro na placa, em posição 
cefalocaudal; 
Exercer uma leve pressão à roda, a partir da parte inferior da bolsa 
plástica até que esteja segura, solicitando ao paciente que enrijeça a região; 
Puxar suavemente a bolsa para baixo, para confirmar se ela se encontra 
devidamente encaixada. 
Cuidados diários com Colostomia: 
 
33 
 
Esvaziar a bolsa (no mínimo uma vez por plantão e sempre que 
necessário), soltando apenas o clamp que a fecha na parte inferior; 
Lavá-la com soro fisiológico a cada vez que se desprezar o conteúdo no 
vaso sanitário; 
O clamp poderá ser reutilizado nas trocas do mesmo paciente; 
Registrar no prontuário: característica do débito de colostomia, volume, 
odor, cor, etc. 
Lavagem intestinal pela colostomia 
A finalidade da lavagem intestinal pela colostomia é avaliar a distensão 
abdominal, flatulência, remover fezes acumuladas, preparar clientes para 
cirurgias e exames do trato intestinal. 
 Procedimento: Lubrificar a sonda; Retirar a bolsa de colostomia e 
desprezá-la; Proceder à limpeza ao redor da colostomia com gaze e soro 
fisiológico a 0,9%; Introduzir cerca de 15 a 20cm da sonda no estoma a ser 
irrigado; Deixar a solução correr vagarosamente; Fechar a sonda quando 
terminar a solução evitando a entrada de ar; Retirá-la, clampeando-a e puxando-
a; Deixar fluir o material fecal de 15 a 20 minutos; Após o efeito desejado 
proceder à limpeza ao redor da colostomia e secar a área com gaze; Fixar nova 
bolsa de colostomia com placa protetora. 
Observação: Cuidados Básicos Com Ostomias: Em caso de dois 
estomas, observar na prescrição médica qual deles será irrigado. 
5.2 Dispositivos coletores e adjuvantes 
Atualmente, estão disponíveis no mercado brasileiro diversos produtos 
voltados para os cuidados periestomas e estomas. São dispositivos coletores 
com alta tecnologia, que oferecem mais segurança e conforto à pessoa com 
estomia intestinal ou urinária, como válvulas antirrefluxo nas bolsas coletoras 
para urostomia, que evitam o retorno da urina para a cavidade do estoma, filtros 
nas bolsas para estomias intestinais, para eliminar os odores dos gases e dos 
efluentes fecais, plástico do saco da bolsa coletora hipoalergênico e com sistema 
antirruído, entre outros. 
 
34 
 
 Considerando o arsenal de produtos com indicação e marcas de 
fabricação variadas, elencam-se, no quadro abaixo, os dispositivos coletores e 
adjuvantes para estomia, conforme a indicação de uso: 
Bolsas coletoras para efluentes intestinais 
Bolsa
tomia 
pediátrica para Colos- 
Dispositivo coletor para 
efluente intestinal, com 
carvão ativado para filtrar 
os odores. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Bolsas coletoras para efluentes intestinais 
Bolsa para colosto/ileostomia adulto 
 
 
 
 
Bolsa de uma peça, 
recortável, com base adesiva 
sintética acoplada à bolsa 
coletora; bolsa de duas peças, 
com placa base plana 
recortável separada da bolsa 
coletora, que facilita a 
limpeza do es- toma e do 
equipamento coletor. 
Bolsas para urostomia 
 
 
 
Bolsa coletora para os 
efluentes urinários. Na 
apresenta- ção de uma e de 
duas peças, ambas 
apresentam válvula 
antirrefluxo e de fechamento 
do equipamento coletor. 
 
35 
 
Adjuvantes para auxiliar o dispositivo coletor a se fixar 
Pasta para estomia 
 
 
 
 
Funciona como um cimento para 
nivelar as áreas periestomais 
irregulares e como barreira entre o 
estoma e a base adesiva, evitando 
infiltrações do efluente e dermatite 
pelo contato com urina/fezes, além 
de prevenir o descolamento 
precoce da base adesiva. 
Tiras de hidrocoloide moldá- 
veis 
 
 
 
Indicado para preencher espaços 
ou imperfeições anatômicas que 
dificultam a aderência da bolsa 
coletora. 
Cinto adulto e pediátri- 
co 
 
 
 
 
Auxiliam a fixar a placa de resina 
sintética da bolsa coletora na pele 
periestoma. 
Adjuvante neutralizador do odor do efluente intestinal 
Gel lubrificante e desodorante 
 
 
Neutralizador dos odores dos 
efluentes das bolsas de colostomia e 
de ileostomia. 
Adjuvantes para tratamento da pele periestomal 
Pó de hidrocoloide para esto- 
miaBarreira protetora da pele 
periestoma contra os efluentes 
intestinais e urinários, para absorver 
a umidade da pele e auxiliar a fixação 
da placa de resina sintética da bolsa 
coletora. 
Placa protetora 
 
 
Placa de hidrocoloide para estomia - 
protege a pele do contato com o 
efluente e trata a dermatite de conta- 
to. 
 
36 
 
5.3 Sistemas de continência da colostomia 
Oclusor 
Funciona como uma prótese descartável, e seu objetivo é de ocluir a 
colostomia em sua extremidade distal e controlar a incontinência (eliminação) de 
fezes e gases. É um tampão cilíndrico descartável, flexível, composto de espuma 
de poliuretano envolto por uma película hidrossolúvel pré-lubrificada com filtro de 
carvão ativado integrado para inibir os odores. 
O uso do oclusor, que deve ser prescrito pelo médico coloproctologista, é 
indicado para pessoas com colostomia terminal de apenas uma boca, localizada 
no cólon descendente, ou sigmoide, sem complicações estomais, que tenha 
estoma protuso com diâmetro de 20 a 45 mm, com padrão de até três eliminações 
fecais sólidas ou pastosas ao dia e apresente condições gerais para realizar o 
autocuidado. O sistema oclusor é contraindicado em casos de diarreia, nas demais 
colostomias (ascendente e transversa) e nas ileostomias. 
 
Técnica de aplicação do sistema oclusor 
 
Oclusor para colostomia 
 
 
Fonte: Campos - 2016 
Inicialmente, devem-se avaliar o tipo da estomia 
intestinal, as características do estoma, os efluentes e a 
integridade da pele periestoma. Se não apresentar nenhuma 
alte-ração, aplica-se o cilindro do oclusor no orifício do 
estoma, logo após a eliminação intestinal. Na primeira 
semana de uso, é feito um treinamento intestinal, trocando-se 
o oclusor a cada quatro horas, durante o dia. Passado esse 
período, aumenta, gradativamente, o tempo de permanência 
até atingir o tempo de troca entre oito e doze horas diárias. 
5.4 Irrigação da colostomia 
É um método mecânico para controlar as eliminações dos efluentes 
intestinais, que consiste em fazer a lavagem intestinal a cada 24, 48 e/ou 72 
horas, utilizando água através do estoma, o que estimula a peristalse e esvazia 
o conteúdo fecal. 
A irrigação é indicada pelo médico e executada pelo enfermeiro 
estomaterapeuta ou capacitado para tal. Para iniciá-la, a pessoa colostomizada 
 
37 
 
deve preencher alguns critérios: ter colonostomia terminal, em cólon 
descendente ou sigmoide; ter destreza e habilidade física e mental para fazê-lo; 
não ter complicações no estoma (prolapso de alça grave, estenose, retração ou 
hérnia para- estomal grande); não ser portadora de síndrome de cólon irritável e 
ter boas instalações sanitárias em sua residência. 
A irrigação da colostomia reduz os problemas relacionados à 
incontinência fecal, às alterações da pele periestomal, à troca constante das 
bolsas coletoras, ao controle do odor e aos ruídos desagradáveis, isto é, à 
sensação do "inesperado", e minimiza os traumas psicossociais. Age da mesma 
forma como o enema, distendendo o intestino e estimulando a peristalse e, com 
isso, o esvaziamento do conteúdo fecal, de gazes e do odor. É importante uti- 
lizar a técnica e os equipamentos adequados, porquanto isso evita o risco de 
perfurar o intestino. 
Quanto à técnica, devem-se considerar diferentes aspectos para realizá-
la, a saber: o volume a ser infundido, a frequência da irrigação, o tempo de 
difusão, a educação para a autoirrigação e as possíveis dificuldades dos 
pacientes. 
Concernente ao volume a ser infundido, não há unanimidade entre os 
autores sobre a descrição de um volume específico, porém se sabe que ele varia 
entre 500 e 1.500 ml. A frequência ideal para se proceder à irrigação é em dias 
alternados, todavia alguns autores recomendam de 48 a 72h. As irrigações 
dependem da adaptação da pessoa à técnica, de sua disponibilidade e 
disposição para realizá-la, das necessidades individuais de eliminação intestinal 
e dos hábitos alimentares associados. 
Quanto ao tempo para a realização da técnica, a literatura indica uma 
média de 45 minutos, e a variação de tempo de 20 a 90 minutos, embora, na 
prática, seja de 60 minutos, com tempo de infusão em média de 10 minutos, 
apesar de o tempo do retorno do conteúdo ser prolongado. 
 
 
 
 
 
 
 
38 
 
6 FERIDAS 
Ferida – ou lesão - é quando ocorre a perda da continuidade dos 
tecidos. Ela modifica a estrutura normal da pele, o maior órgão de nosso corpo, 
cuja função é proteger de atritos, ajudar no controle da nossa temperatura 
corporal, dentre outras. A pele é formada por três camadas: 
a) epiderme, a camada mais externa, formada por várias camadas de 
células, cada uma com uma função. 
b) derme, composta de colágeno, que proporciona elasticidade à pele e 
onde há os vasos sanguíneos e linfáticos e as terminações nervosas. 
c) tecido subcutâneo, onde estão as células adiposas e é a parte que une 
a pele a outros órgãos. 
 Dependendo de quais camadas uma ferida atinge, ela pode ser 
apenas superficial ou pode ser profunda. 
6.1 Tipos de feridas 
Agudas: são as feridas recentes e que estão nas camadas mais próximas 
à superfície (epiderme e derme). São normalmente causadas por fatores 
externos, como traumas biológicos, químicos ou físicos. Elas podem ainda 
serem causadas por cirurgias – neste caso, se não tratadas de forma adequada, 
podem ser transformar em crônicas. 
 
Fonte: comocurar.net 
Crônicas: são as feridas cujo cicatrização demora mais do que o 
esperado, levando o tecido a demorar para se restabelecer, porque atingem 
 
39 
 
camadas mais profundas, além das camadas mais externas, que são a epiderme 
e a derme. São, normalmente, causadas por fatores internos como infecções ou 
doenças vasculares ou metabólicas. Outro motivo pode transformá-las em 
crônicas: a falta de cuidados adequados, que as deixam expostas a organismo 
externos e acabam complicando a cicatrização. 
 
Fonte: doutorferidas.com.br 
 
As feridas têm graus de contaminação diferentes, assim como tempo de 
traumatismo, profundidade e causa da lesão. Isso demanda que a pessoa tenha 
o conhecimento adequado para tomar os cuidados corretos e conseguir tratar 
adequadamente e curar de forma efetiva cada tipo de ferida. 
6.2 Classificação das feridas 
As feridas podem ser classificadas de quatro formas diferentes de acordo 
com: 
Agente causal; Grau de contaminação; Comprometimento tecidual; 
Classificações quanto ao tipo de Tecido. 
6.3 Quanto ao agente causal 
Incisivas ou cirúrgicas: São feridas limpas produzidas por um 
instrumento cortante. Para que haja a cicatrização deverão ser fechadas 
por suturas. Os agentes utilizados são o bisturi, faca e lâmina; 
 
40 
 
Contusas: São feridas causadas por traumatismo de tecidos moles. 
Geralmente a lesão é provocada por objeto rombo e caracterizada por 
hemorragia e edema; 
Lacerantes: São ferimentos caracterizados por margens irregulares. Além 
disso são provocados por lesão por tração evidenciando um rasgo ou 
arrancamento tecidual. Exemplo: Mordedura de cão; 
Perfurantes: São lesões caracterizadas por pequenas aberturas na pele 
com predomínio da profundidade sobre o comprimento. Exemplo: 
ferimentos provocados por armas de fogo ou ponta de faca. 
6.4 Graus de contaminação 
Ferida limpa: as cirúrgicas são exemplos de feridas limpas. Como 
são realizadas em ambientes cirúrgicos e esterilizados, acredita-se não 
terem o risco de contato com microrganismos. 
Ferida limpa-contaminada: esse tipo tem grande chance de ser 
contaminada. São as feridas causadas por acidentes ou abertas por até 
seis horas antes do atendimento. Encaixam-se aqui também as cirurgias 
que envolvem cavidades. 
Ferida contaminada: são as que têm reação inflamatória. Essa reação 
pode ser causada pelo contato com terra ou algum outro tipo de matéria 
contaminada. 
Ferida infectada: esses tipos apresentam sinais claros de infecção,como 
edemas, vermelhidão, dor, alteração de temperatura e presença de pus. 
Úlceras, feridas crônicas ou as que demoram a cicatrizar são bastante 
suscetíveis a ter um agente infeccioso no local, causando uma reação 
inflamatória e destruindo tecidos. 
6.5 Quanto ao comprometimento tecidual: 
Estágio I: Não há perda tecidual com o comprometimento apenas da 
epiderme. 
Estágio II: Há perda tecidual com o comprometimento da epiderme, 
derme ou ambas. 
 
41 
 
Estágio III: Comprometimento total da pele e necrose de tecido 
subcutâneo, porém não atinge a fáscia muscular. 
Estágio IV: Há grande destruição de tecido, chegando a correr lesão 
óssea ou muscular. 
6.6 Quanto ao tipo de Tecido 
Tecido necrótico: Restrito a uma área – Isquemia, redução da circulação, 
tecido não viável. 
Pode ser caracterizada por liquefação e ou coagulação produzido por enzimas 
que acarretam a degradação dos tecidos isquêmicos, se diferenciam pela 
coloração e consistência. Dividem-se em dois tipos: 
 
Escaras: De coloração marrom ou preta escara é descrito como uma capa de 
consistência dura e seca. 
 
Fonte: enfermagemaartedecuidar. com 
Esfacelos (Slough): De cor amarelada ou cinza; descrita de consistência 
mucoide e macia; pode ser frouxo ou firme a sua aderência no leito da ferida; 
formado por fibrina (concentração de proteína) e fragmentos celulares. 
Tecido de Granulação: Aumento da vascularização é um tecido de cor 
vermelho vivo. Recebe este nome porque parece granular. 
 
42 
 
 
 Fonte: enfermagemaartedecuidar.com 
 
Tecido de Epitelização: Redução da vascularização e um aumento do 
colágeno, contração da ferida. Tecido róseo. 
 
 
 Fonte: enfermagemaartedecuidar.com 
6.7 Fatores de risco para desenvolvimento de feridas 
Podemos dividi-los em fatores comportamentais e fatores constituintes 
próprios do pé. 
Os fatores comportamentais: Podem ser definidos como atitudes que 
quando realizadas ou negligenciadas aumentam o risco de produzir algum 
ferimento. Exemplos: 
1- Andar descalço: a falta do calçado aumenta o risco de pequenos 
ferimentos como pisar em tachinha, caco de vidros, pedras, entre outros; 
 
43 
 
 2- Higiene inadequada com os pés: lavar diariamente os pés, 
principalmente entre os dedos, enxugando também entre eles, evita que a 
umidade nesse local aumente o risco de micose, muito comum no diabético, que 
poderá ser a porta inicial de uma infecção grave. 
 3- Cortar as unhas de maneira errada: deve-se evitar desencravar 
cantos de unha, pois isso predispõe a infecção por introdução de bactérias em 
tecido mais profundo com uso de tesoura não estéril. 
 4- Uso de compressas quentes ou geladas: principalmente se os pés 
forem dormente, pois poderá provocar queimaduras. 
5- Usar sapatos inadequados: deve-se evitar sapatos de ponta fina e 
estreito, principalmente se houver qualquer anormalidade ortopédica, joanete, 
por exemplo, pois o sapato poderá provocar calos ou bolhas que se constituem 
o início de lesões mais graves. 
Fatores constituintes: São alterações que quando presente aumentam 
em muito a chance de desenvolver ferimentos no pé. Exemplos: 
 1- Pele seca: a pele seca predispõe à rachadura na pele, principalmente 
no calcanhar, que pode ser uma porta de entrada para infecção. 
 2- Calo seco nos pés: as calosidades secas são áreas de atrito, 
normalmente decorrente de sapatos mal adaptados e modo de pisar errado 
devido á mudança no centro de gravidade nos paciente portadores de neuropatia 
diabética (alteração da função dos nervos periféricos decorrente da falta de 
controle do diabetes ao longo dos anos). 
 3- Anormalidades das unhas: como unha encravada e com micose. 
São portas de entrada para infecção. Devem ser avaliadas por dermatologistas. 
4- Anormalidades ortopédicas: joanete, tornozelo valgo ou varo (pé 
pouco virado para dentro ou para fora) fazendo apoiar nas laterais dos pés, pé 
chato, calos ou tumores ósseos, artrose, entre outros. São áreas propensas a 
atrito no calçado ou durante o caminhar. 
 5- Diabetes de longa duração e mal controlada: o mau controle do 
diabetes predispões frequentemente a alterações de outros órgãos que, se 
presentes, aumentam o risco de desenvolver feridas e dificultam a cicatrização. 
6- Presença de neuropatia: alteração dos nervos periférico decorrente 
de diabetes de longa duração, em geral mal controlada. As alterações 
encontradas são: perda da sensibilidade, pés dormentes (alterações dos nervos 
 
44 
 
sensitivos), pele seca com diminuição da hidratação normal por perda do 
controle da produção de suor (neuropatia autossômica), perda da função dos 
músculos levando a atrofia muscular (neuropatia motora). Essas alterações 
podem ocorrer juntas ou separadas ao longo do tempo. São alterações 
irreversíveis. O diabético portador de neuropatia é muito mais propenso a se ferir 
do que o que não apresenta essa anormalidade. 
 7- Presença de arteriopatia obstrutiva periférica: oclusão das artérias 
dos membros, o que diminui o suprimento de sangue para o membro, 
aumentando o risco de lesão isquêmica (por falta de sangue) que podem levar à 
necrose (gangrena) ou dificuldade na cicatrização de feridas produzidas por 
outras causas. 
 8- História de ferida ou amputações anteriores: os pacientes que já 
apresentaram um ferimento anterior e que apresentam uma cicatriz ou 
deformidade no pé por amputações parciais de dedos ou do pé são pacientes 
muito mais propensos a desenvolver novas lesões por apresentarem 
anormalidade no apoio dos pés. Devem usar sapatos adaptados para retirada 
dos pontos de hiperpressão. 
7 TRATAMENTOS DAS FERIDAS 
 
Fonte: mt.corens.portalcofen.gov.br 
 
45 
 
7.1 Processo de cicatrização 
 
Fonte: rmfisiodermatofuncional.com 
Quando a integridade do tecido cutaneomucoso sofre uma lesão, 
imediatamente inicia o processo de reparação. Esse processo pode 
didaticamente ser dividido em três fases: 
Fase inflamatória: inicia-se imediatamente no momento em que ocorre a 
lesão. Nessa fase ocorre formação de trombos, ativação do sistema de 
coagulação, desbridamento da ferida e defesa contra infecções através das 
células do sistema imune. 
A função da fase inflamatória é preparar o local afetado para o 
crescimento de tecido novo. Inicialmente ocorre a agregação plaquetária e 
formação de trombócitos, que liberam mediadores vasoativos, fatores 
quimiotáticos e fatores plaquetários, cada um com funções diferentes. Em 
seguida, inicia-se o processo inflamatório, caracterizado pelo aumento do fluxo 
sanguíneo e ocorrência dos sinais flogísticos: dor, calor, rubor e edema. 
 A resposta inflamatória é facilitada por mediadores bioquímicos de ação 
curta como a histamina e serotonina e os mais duradouros como bradicinina e 
prostaglandinas. 
Os primeiros componentes do sistema imunológico a chegarem na ferida 
são os monócitos e os neutrófilos que realizam fagocitose das bactérias e 
decomposição do tecido necrosado. Posteriormente a chegada dos macrófagos 
que ativam os fibroblastos e células endoteliais. 
Fase proliferativa: ocorre a formação de tecido de granulação composto 
por novos vasos sanguíneos e por brotos endoteliais, fibroblastos, macrófagos e 
 
46 
 
colágeno, este processo ocorre 72 horas após a lesão e prolonga-se até 3 
semanas. 
O colágeno tem papel importante neste processo, é responsável pela 
consistência e força da cicatriz e formação da matriz celular. Posteriormente 
ocorre a epitelização por meio dos queratinócitos que são direcionados para as 
bordas da ferida. 
Fase de maturação: inicia-se por volta da terceira semana e estende-se 
até dois anos. Ocorre um aumento da resistência do tecido, o volume da cicatriz 
diminui gradualmente e a coloração passa aos poucos de vermelho para o 
branco pálido, característico do tecido cicatricial. 
O equilíbrio entre a produção e a degradação de fibras de colágeno é 
essencial. Casohaja um desequilíbrio nesta fase formam-se cicatrizes 
chamadas queloidianas ou hipertróficas. 
 
 
Fonte: rmfisiodermatofuncional.com 
7.2 Os diferentes tipos de cicatrização 
 As feridas podem cicatrizar de diferentes formas, sendo a cicatrização 
classificada em: 
Primeira intenção: ocorre em feridas pequenas onde as bordas não são 
muito afastadas, não apresentam infecção e muito edema, as bordas são unidas 
por meio de sutura. 
 
47 
 
Segunda intenção: Ocorre grande perda de tecido, maior afastamento 
das bordas com ou sem infecção, as lesões são mantidas abertas, deixando-as 
se fecharem por meio de epitelização. 
Terceira intenção: Ocorre abertura da ferida, também conhecido como 
“Deiscência” devendo ser tratado a causa, podendo ser indicado a limpeza ou 
desbridamento. 
É necessário aguardar a formação de tecido de granulação saudável para 
posterior captação das bordas da lesão. 
 
 
Fonte: romulopassos.com.br 
7.3 Avaliação da ferida 
O enfermeiro ao realizar a avaliação da ferida, deve avaliar todo seu 
aspecto a fim de decidir qual o melhor tratamento a ser seguido. Alguns 
elementos devem ser avaliados e registrados para garantir um tratamento 
adequado, cada um dos itens a seguir devidamente registrados facilitam 
posteriormente a avaliação do profissional: 
Área de abrangência e extensão da lesão: define a área onde está 
localizada a lesão através de medidas de largura e comprimento, devendo ser 
anotados periodicamente para realização de comparação e evolução da ferida. 
Aspecto da área adjacente: a área que se estende ao redor da ferida 
(perilesional) deve ser observada especificando se ela se encontra: integra, 
lacerada, macerada, com presença de eczema, celulite, edema, corpos 
estranhos ou sujidades. 
 
48 
 
 Aspecto da lesão: tipo de tecido predominante 
(granulação\esfacelo\necrose). 
Características do Exsudato: importante durante a avaliação, observar 
a presença de exsudato, a quantidade e a qualidade tem ligação direta a suas 
condições, devendo, portanto, ser evidenciado o tipo de exsudato, coloração o 
volume, se muito ou pouco, se fluido ou espesso, purulento, hemático, seroso ou 
serossanguíneo, além da presença ou não de odor. 
Dor: Na pele encontramos uma variada rede de terminações nervosas 
sensitivas, nos permitindo a realizar estímulos mecânicos, térmicos e dolorosos 
provenientes de meio externo. Deve-se ser levado em consideração todos os 
aspectos relacionados a dor, a existência ou não, tipo de dor apresentada 
(pontada, queimação, ardência ou latejante), tempo e intensidade, se cessa com 
uso de analgésicos e se vem acompanhada de sinais flogísticos. 
Infecção: a pele representa uma barreira consideravelmente eficaz 
contra agentes patogênicos, quando ocorre uma lesão essa barreira é rompida 
facilitando a penetração de agentes patogênicos. 
Os mais comuns são Staphylococcus e Streptococcus, sabe-se que 
alguns microrganismos estão se tornando cada vez mais resistentes 
como Staphylococcus aureus e Streptococcus aureus, podendo causar graves 
prejuízos a ferida e ao paciente, retardando o processo de cicatrização. 
A identificação precoce de infecção nas feridas é fundamental para 
determinar o tratamento com coberturas apropriadas e remover os tecidos 
desvitalizados. Deve-se identificar sinais clínicos de infecção como a presença 
de exsudato purulento com odor. 
É imprescindível avaliar e registrar a presença dos sinais de inflamação: rubor, 
calor, edema, febre. 
Evolução: A maioria dos serviços especializados em tratamento de 
feridas possuem protocolos bem delineados com formulários apropriados com 
informações do estado geral de saúde do paciente proporcionando evolução a 
resposta do tratamento proposto e possibilitando o detalhamento do aspecto da 
ferida. Todos os itens acima descritos devem constar no registro diário da 
evolução da lesão. 
Em modo geral a característica do tecido encontrado na ferida nos mostra 
a recuperação ou a piora da ferida com potencial de impedir novo crescimento 
 
49 
 
celular dificultando o processo de cicatrização. Alguns tecidos podem ser 
vitalizados quando vascularizados apresentam-se de cor viva, clara, brilhante e 
sensível a dor. Muitas feridas podem apresentar tecidos mistos, devendo ser 
levado em consideração o tecido predominante no leito da lesão. 
7.4 Tipos de tecido encontrados em uma ferida 
 
 Fonte: m.hcsl.edu.br 
 
Tecido de Granulação: com coloração rósea ou avermelhada é de 
extrema importância no processo de cicatrização aparentemente brilhante e 
úmido é rico em colágeno, localizado na superfície da lesão, indolor, porém 
sangra ao mínimo toque, sendo assim deve-se ter muito cuidado na realização 
da limpeza e no curativo. Este tecido não pode ser friccionado, removido, deve 
ser protegido e mantido em meio úmido para proliferar até que se torne um tecido 
fibroso. 
Tecido epitelial ou de epitelização: Aparece na ferida como um novo 
tecido róseo e brilhante (pele), desenvolve-se a partir das bordas favorecendo o 
 
50 
 
fechamento da ferida. Com o passar do tempo o epitélio torna-se mais espesso 
e sedimentado. 
Tecido macerado: caracterizado pela borda esbranquiçada, esta 
característica ocorre devido ao excesso de umidade na ferida pelo aumento da 
exsudação. A permanência de coberturas por longos períodos sem substituição 
também contribui para umidade excessiva, portanto ao perceber que a o curativo 
está saturado, deve ser realizado a limpeza e troca de cobertura antes do prazo 
máximo. 
Esfacelo (necrose de liquefação): é descrito como uma membrana 
fibrosa, composta pelo conjunto de células mortas acumuladas no exsudato. 
Pode ter presença de bactérias e leucócitos, com aparência de tecido fibrinoso, 
que se adere ao leito da ferida. Pode cobrir grandes áreas. É considerado um 
tecido inviável e deve ser removido. 
Fibrina: proteína formada no plasma a partir da ação da trombina sobre 
o fibrinogênio e que é a principal componente dos coágulos sanguíneos. 
Tecido Necrótico: resultante da morte celular e tecidual e com 
consequência perda da função orgânica e do metabolismo e de forma 
irreversível. Tem como característica coloração preta, marrom ou acastanhada. 
Necrose caseosa: ocasionada por infecções tuberculosas como 
características de um queijo tornando-se friável com coloração que varia do 
esbranquiçado ao acinzentado. 
Necrose gangrenosa: pode ser chamada de gangrena. Em alguns 
casos, se não for revertida com o tratamento, leva amputação do membro por 
ela acometido. Neste tipo de necrose o tecido sofre alterações por agentes 
externos como por exemplo, bactéria, o tecido por ser úmido ou seco tornando-
se endurecidos e escuros com presença de proliferação de microrganismos na 
lesão com odor pútrido. 
Necrose Coagulativa: Este tipo de necrose é o mais comum, ocorre 
devido a isquemia tecidual muitas vezes por pressão contínua. 
Através de um processo chamado autólise o organismo de forma natural 
realiza a desintegração de células desvitalizadas pela ação leucocitária. Esse 
processo é conhecido como desbridamento autolítico. 
Porém nas feridas crônicas este mecanismo muitas vezes é insuficiente. 
Sabemos que um dos obstáculos para o processo de cicatrização é a presença 
 
51 
 
de tecido desvitalizados/necrótico que se mantidos na ferida cornificam, 
aumentando o risco de infecção além de dificultar o processo de cicatrização. 
Nesses casos pode ser necessário desbridamento cirúrgico, instrumental ou 
enzimático da ferida. 
7.5 Desbridamento 
 
Fonte: feridascomplexas.com.br 
Antes da realização do procedimento a lesão deve ser avaliada de forma 
geral, pois o desbridamento pode contribuir para o aumento da dor do paciente. 
Deve- se levar em consideração um esquema terapêutico para controle da dor e 
a circulação deve ser avaliadapela temperatura, coloração, e das frequências 
dos pulsos adjacentes. Após uma avaliação criteriosa a escolha do procedimento 
deve ser feita, entre as seguintes opções: 
Desbridamento cirúrgico: consiste na remoção completa do tecido 
necrótico, esta técnica é realizada em centro cirúrgico pelo cirurgião, indicada 
quando o paciente necessita de uma intervenção mais urgente e está indicada 
para necroses de coagulação e liquefação. 
Desbridamento instrumental : a remoção do tecido desvitalizado é 
removido de forma gradativa e seletiva em diversas sessões, pode ser realizado 
a beira leito ou em sala de curativo com a utilização de material cortante como 
bisturi , tesoura, pinças e coberturas hemostáticas, podendo ser combinado com 
outras técnicas como enzimático e autolítico esta técnica pode ser realizada pelo 
 
52 
 
enfermeiro devidamente capacitado com conhecimento e formação específica 
que lhe proporcione, habilidades e atitude ,conforme parecer do Coren nº 
013/2009. 
Desbridamento enzimático: Consiste na aplicação tópica de 
substâncias enzimáticas e proteolíticas que atuam como desbridantes 
diretamente em tecidos necróticos, a escolha da enzima deve ser feita após 
avaliação do tipo de tecido que se quer desbridar. Recomenda-se proteger a pele 
perilesional para evitar a maceração do tecido. 
Dentre as formas de tratamento das feridas, um aliado ao cuidado são as 
utilizações de coberturas específicas para cada apresentação do leito da lesão. 
O profissional deve avaliar o aspecto da ferida para escolha da cobertura 
adequada com objetivo de criar um ambiente adequado para facilitar o processo 
de cicatrização. Em alguns casos deve ser considerado a possibilidade de utilizar 
mais do que uma cobertura na ferida. 
7.6 Tipos de coberturas mais usadas em curativos 
 
Fonte: scielo.br 
 
Ácidos Graxos Essenciais (AGE), registrado pela ANVISA como 
cosmético está indicado para uso em pele íntegra visando a prevenção de lesões 
favorecendo a nutrição celular e hidratação da pele formando uma película 
protetora. 
 
53 
 
Alginato de Cálcio e Sódio: possui alta efetividade microbiana previne 
contaminação externa, indicada em lesões cavitárias; úlceras venosas; lesões 
por pressão; queimaduras de 2º grau e áreas doadoras de enxerto e lesões com 
pouco sangramento. Contraindicada em necroses secas, deve ser trocada 
sempre que estiver saturado, e sua permanência máxima é de até 7 dias. 
Bota de Unna: promove a compressão no membro aumentando o retorno 
venoso e melhora drenagem linfática. Mantém meio úmido para cicatrização 
sendo indicado em úlceras venosas e edema linfático de membros inferiores, 
recomendada a pacientes que deambulam. A troca da bota de unna pode ser 
feita a cada 7 dias e prevê capacitação do profissional para colocação do 
material. 
Carvão ativado com Prata: tem ação bactericida absorve exsudato 
neutralizador de odor e está indicado em feridas de moderado a muito exsudato, 
superficiais ou profundas, infectadas ou não, com o sem tecido necrótico. Deve 
ser trocada sempre que estiver saturado, e sua permanência máxima é de até 7 
dias. Importante ressaltar que esta placa não pode ser cortada, caso a ferida 
seja menor que o tamanho da placa, as bordas devem ser protegidas. 
Colagenase: promove desbridamento enzimático suave e não invasivo 
está indicado para feridas com tecido desvitalizado. Deve ser trocada sempre 
que estiver saturado ou a cada 24h. 
Hidrogel: proporciona ambiente úmido evita ressecamento e desbrida 
áreas de necrose indicado feridas limpas não infectadas com áreas necróticas 
ou esfacelo. Deve ser trocado em feridas infectadas: no máximo 24 horas e 
tecidos com necrose: no máximo a cada 72 horas. 
Malha de Acetato de celulose: evita a aderência do curativo ao leito da 
ferida. Está indicada feridas como queimaduras (primeiro ou segundo grau), 
abrasões, enxertos, úlceras venosas, entre outros. Deve ser trocado em média 
a cada 24 horas. 
Microfibra: curativo superabsorvente, gel macio e coesivo que se adapta 
ao leito da ferida mantém ambiente úmido ideal para a cicatrização e controle do 
excesso de exsudato. Promove o desbridamento autolítico com a remição 
natural do tecido desvitalizado mantendo o meio úmido. O curativo vai se 
desprendendo de acordo com a repitelização, pode permanecer até 14 dias de 
acordo com o fabricante. 
 
54 
 
Papaína: possui ação bactericida e desbridamento químico, ação anti-
inflamatória diminui edema local. Deve ser usado com critério conforme 
apresentação,2% – tecido de granulação 4% – granulação e secreção 
purulenta 6% – Necrose de liquefação 8%– necrose de liquefação + necrose de 
coagulação 10%- necrose de coagulação. Deve ser trocado duas vezes ao dia 
ou conforme saturação do curativo. 
Placa de Hidrocolóide: impermeável à água e bactérias e vírus, isola o 
leito da ferida do meio externo evitando o seu ressecamento e a perda de calor. 
Mantém ambiente úmido, está indicado em abrasões, lacerações, cortes 
superficiais, queimaduras, rachaduras de pele, lesão por pressão e úlceras 
diabéticas, feridas cirúrgicas. É indicada também para prevenção de lesões de 
pele. Deve ser trocado a cada 7 dias ou quando houver presença de fluido na 
ferida. 
Sulfadiazina de prata: exerce ação bactericida imediata e ação 
bacteriostática residual pela liberação de pequenas quantidades de prata iônica 
está indicada em caso de queimaduras; lesões infectadas ou com tecido 
necrótico. Deve ser trocado no máximo a cada 12 horas ou quando a cobertura 
secundária estiver saturada, a cada troca toda a pomada deve ser removida. 
7.7 Aspectos a serem considerados na realização do curativo 
Alguns princípios básicos devem ser seguidos para realização de 
curativos: 
Lavagem das mãos antes e depois do procedimento; 
Comunicar ao paciente o procedimento que será realizado e explicar o 
tratamento em curso; 
A limpeza da ferida deve ser feita com soro fisiológico 0,9%; 
Avaliar se a técnica deve ser estéril ou limpa; 
Não secar o leito da ferida; 
Utilizar coberturas que favorecem a cicatrização, mantendo meio úmido ; 
Preencher cavidades ; 
Proteger as bordas da ferida; 
Ocluir com material hipoalergênico; 
Desbridar quando necessário; 
 
55 
 
Utilizar cobertura conforme a apresentação do tecido; 
Registrar em prontuário o procedimento realizado e a evolução da ferida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
56 
 
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Dissertação (Mestrado)