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Direito Constitucional III

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Direito Constitucional III – Thiago Varela
varela@puc-rio.br 
Aula 1 – Rio, 28.02.12
-Controle de Constitucionalidade e direitos fundamentais.
-Brasil adota controle de modelo difuso e de modelo concentrado, e controle por via de ação e por via de exceção.
Ficha Limpa -> controle por via de ação. 
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-Legitimidade da jurisdição constitucional -> basicamente, jurisdição constitucional é sinônimo de controle de constitucionalidade. Canotilho -> vai além, adiciona litígios, separação entre os poderes, matéria de direito eleitoral, além do controle – ele entende que a jurisdição constitucional tem um aspecto muito mais amplo do que só controle de constitucionalidade, mas aqui no Brasil jurisdição constitucional é igual a controle de constitucionalidade. 
São os mecanismos de defesa da constituição -> controle de constitucionalidade.
 Constituição é a norma que fica no topo da pirâmide (normas superiores e inferiores -> norma inferior tem validade de acordo com norma superior). A constituição é a norma mais importante e nenhuma norma pode ir contra ela. Não pode ter norma contrária à Constituição. Mas e se tiver? O sistema normativo proíbe leis contrárias à Constituição, mas acontece, então como isso acontece, tem que existir um mecanismo de defesa de constituição. Controlar a constitucionalidade é comparar a lei com a constituição, e ver se aquela viola a constituição. A própria constituição cria seu mecanismo de defesa, porque não há nada acima dela. 
Legitimidade do controle? Como se dá o controle? Como posso defender a Constituição? Por meio de diversos mecanismos. O ideal seria não ocorrer, mas existem mecanismos de defesa/controle – exemplo: veto do presidente -> porque projeto de lei é inconstitucional ou porque é contrário ao interesse público. Esses mecanismos são facilmente falhos, porque deputados e senadores não tem conhecimento técnico jurídico sobre o assunto, ou então não estão se importando com a inconstitucionalidade – eles são agentes políticos. Pode falhar e projeto inconstitucional virar lei, ai tem que atuar repressivamente, e não só previamente (como ocorre antes do projeto virar lei). Repressivamente porque a lei existe – esse controle repressivo geralmente é feito pelo poder judiciário -> isso é o chamado controle difuso, porque qualquer órgão do judiciário pode fazer. Juiz não aplica norma inconstitucional. Existe também controle da ADI -> quem aprova é o STF. 
Legitimidade do controle? Uma lei é elaborada num processo democrático (art. 61, CRFB – quem pode elaborar projeto de lei). Lei da ficha limpa -> era legítimo o STF declarar inconstitucional? Sim.
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Aula 2 – Rio, 1.03.12 Anotações Bárbara
-Objetivo do controle: garantir a supremacia da CF - Pirâmide de Kelsen. Mas esta reposta está incompleta.
-1ª Constituição escrita do mundo moderno foi a Constituição norte-americana de 1787. 
EUA se tornaram independentes da Inglaterra em 1776. Organizaram-se em uma Confederação. As 13 colônias se levantaram juntas contra a Inglaterra para conseguirem a independência e formar a Confederação.
Na Confederação, os estados mantêm sua soberania. A Confederação serve para a manutenção da paz interna e defesa externa. Se a Inglaterra tentasse retomar algum dos estados, todos os outros se uniriam para fazer a defesa interna.
Em 1787 -> Convenção da Philadelphia – decidiram abandonar o modelo confederado e se tornar Federação. Surgiu a Constituição. Nesse novo modelo, a pluralidade de soberanias é eliminada. Os estados são autônomos, mas a soberania é uma só e pertence ao Estado Nacional. Era necessário um documento jurídico político para mostrar como o Estado iria se organizar. Elaboraram a Constituição, porque era um novo país que estava sendo constituído. Preocupação deles:
1)Organizar o Estado
2)Limitar o exercício do poder político - isso é essencial quando se pensa uma Constituição.
As funções da Constituição eram essas. Na guerra de independência, eles lutaram contra um monarca absolutista que exercia poder tirânico sobre as 13 colônias. Depois disso, a preocupação era não perder a liberdade para eles mesmos. Eles não queriam criar um Leviatã. A democracia parte basicamente da ideia de limitar o poder político. Regime político com limitação do Poder Político – É o governo da maioria com garantia da minoria. Constituição é norma que se encarrega de disciplinar e limitar o exercício do Poder. Não há democracia sem respeito à Constituição.
3)Instituir os Direitos Fundamentais básicos dos cidadãos. – os direitos fundamentais dos EUA estão em emendas.
-Defender a Constituição, ainda que de forma contramajoritária, é defender o Estado de direito. Se você permite a desobediência à Constituição por um bom motivo, você permite a desobediência por qualquer motivo.
MODALIDADES DE CONTROLE
-Controlar a constitucionalidade = verificar se a lei se encontra ou não em harmonia com a Constituição.
.Quanto ao momento: Prévio ou Repressivo. 
-Controle prévio-> quando a lei ainda não existe, há só o projeto de lei. Controle antes da norma ingressar no ordenamento jurídico. É feito durante o processo legislativo. Comissão de Constituição e Justiça: comissão encarregada de analisar se o projeto está em harmonia com a Constituição.
-Controle repressivo-> a lei inconstitucional existe. Tenho que atuar repressivamente para retirar a lei do ordenamento jurídico, porque não era para ela estar lá.
O controle prévio nem sempre acontece, por dois motivos:
1)Percebem que o projeto é inconstitucional, mas não fazem nada a respeito, talvez porque seja do interesse deles.
2)Às vezes a inconstitucionalidade só é percebida no caso concreto.
.Quanto ao órgão controlador: Político ou Judicial. 
Órgão controlador = órgão que tem naquele país o poder de dizer se a lei violou ou não a Constituição. Duas espécies: político ou judicial.
-Controle judicial-> aquele feito pelo poder judiciário.
-Controle político-> aquele feito por órgão não-judiciário (veto e Comissão de Constituição e Justiça). 
O controle pelo judiciário é um controle técnico, feito com base em premissas técnicas. Dá mais segurança jurídica.
O controle político não é tão técnico, é feito com base na política. Pode ser bom quando é prévio, mas o controle político repressivo pode ser uma desgraça, porque quem fez a lei não vai querer dizer que ela é inconstitucional.
-Alguns países têm Tribunal Constitucional que serve só para analisar se as leis são constitucionais. Basicamente, a Europa inteira usa isso. Isso se baseia numa ideia de Kelsen de que só um órgão pode analisar a constitucionalidade. 
.Quanto à forma: Material ou Formal. 
-Análise material tem a ver com o assunto. Eu vejo se o que a lei diz está de acordo com a Constituição. Você vê o conteúdo da lei. Há inconstitucionalidade material. 
-Controle formal-> a lei é feita em desacordo com o processo legislativo previsto na Constituição. Ela não nasceu de acordo com as regras para a sua criação. Há inconstitucionalidade formal.
.Sistema de Controle: Difuso ou Concentrado. 
Isso basicamente se aplica ao controle judicial.
-Concentrado-> só um órgão pode fazer o controle.
-Difuso-> a possibilidade de fazer o controle está espalhada pelo judiciário. Todos os órgãos podem realizar. Inclusive o STF.
O modelo brasileiro de controle é misto, adotamos os dois.
.Vias de Controle: Abstrato (via de ação) ou Concreto (via de exceção).
-O concreto é feito em cima de um caso concreto. Há uma lide, uma demanda (exemplo: sujeito quer montar EIRELI, mas há restrição, ai juiz analisa se a restrição é constitucional).
-O abstrato é feito por ação. Não há lide, faz-se análise em tese para ver se é constitucional ou não. A inconstitucionalidade é mérito aqui. No concreto, nunca será mérito, será questão prejudicial.
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Aula 3 – Rio, 06.03.12
Modalidades de controle:
-Quanto ao momento
Prévio-> feito em cima de um projeto de lei, enquanto a lei aindanão existe.
Repressivo-> controle feito em cima da lei, que já produz efeitos.
-Quanto ao órgão controlador:
Político: é um órgão que não é técnico do judiciário, é feito pelo executivo e pelo legislativo.
Judicial: feito pelo poder judiciário.
-Quanto a forma:
Material-> conteúdo – vou comparar o que ele diz e ver se está de acordo ou não com a constituição. Controle de conteúdo.
Formal-> a forma como a norma surgiu.
-Sistema de controle:
Difuso-> é aquele que pode ser feito por todos os órgãos do poder judiciário, está espalhado por todo o poder judiciário. STF também participa do controle difuso – julga ADI, ADPF -> faz controle concentrado, mas também participa do controle difuso.
Concentrado-> controle realizado por um órgão específico, não pode ser feito por qualquer órgão. Não é sinônimo de controle abstrato! -> Controle concentrado ≠ Controle abstrato. Concentrado -> é o controle realizada pelos órgãos de cúpula do poder judiciário. Está concentrado em um único órgão.
-Vias de controle:
Abstrato (via de ação)-> eu não tenho um caso concreto para analisar, eu tenho uma matéria em tese.
Concreto (via de exceção)-> você faz o controle em cima de um caso concreto, em cima de uma lide. 
Feito em cima de um caso concreto. -> via de exceção: não é porque é uma exceção e o outro é regra, a doutrina apenas consagrou isso – exceção aqui quer dizer: análise indireta de mérito. 
E controle abstrato? É controle em tese, não tem caso concreto para analisar, não tem nenhuma demanda -> é controle por via de ação – ação para analisar a constitucionalidade da norma, aqui é mérito. 
Concreto -> em um caso concreto, o juiz não pode resolver o processo sem analisar a inconstitucionalidade que foi colocada – a inconstitucionalidade é questão de mérito prejudicial. Exemplo: Caso de Mariana e Maria – querem registro para ter união estável -> não conseguem o registro, pois a união estável, segundo a constituição, é entre entre homem e mulher, então levam a questão ao judiciário – o que elas querem: o registro, a causa: a inconstitucionalidade da união estável ser apenas para homem e mulher, pois, hoje, temos garantia da dignidade da pessoa humana, direito de privacidade, que o Estado não pode interferir nos relacionamentos afetivos -> o juiz para permitir o registro, tem que analisar a questão da inconstitucionalidade para poder resolver o caso. A questão inconstitucional é sempre questão de mérito prejudicial, é sempre a causa de pedir. A questão é sempre prejudicial. 
Abstrato -> a questão é causa de pedido -> exemplo: foi pedido ao STF que declarasse a constitucionalidade de união estável entre homossexuais – não há nenhum caso concreto para resolver, foi um pedido feito ao STF. Não é causa de pedir, é um pedido. O STF está analisando em tese – em tese é constitucional que tenha uma união estável entre pessoas do mesmo sexo? O Supremo entendeu que sim.
Os efeitos da sentença-> pode ser erga omnes ou inter partis. No controle concreto, o efeito da sentença é inter partis, pois uma sentença não pode beneficiar ou prejudicar terceiros (no caso de Maria e Mariana elas conseguiram o registro, mas se Manoel e Joaquim também querem o registro para união estável, a decisão de Maria e Mariana não quer dizer que vai ser a mesma de Manoel e Joaquim, eles precisam entrar com uma ação também para que a questão seja analisada – poderia abrir para precedente, mas, no Brasil, a jurisprudência não vincula, e sim a lei). No controle abstrato, os efeitos da sentença é erga omnes, vale para todos.
-O controle difuso pode ser feito na modalidade abstrata, na modalidade concreta ou em ambas? Só concreto – no controle abstrato é sempre mérito, é sempre pedido -> a inconstitucionalidade como mérito não pode ser dada por um juiz monocrático. Controle difuso só pode ser feito da maneira concreta, só admite essa modalidade. Um juiz não julga a lei como inconstitucional, ele reconhece naquele caso concreto que a lei é inconstitucional, a lei não deixa de existir – o juiz não pode declarar a lei Maria da Penha como inconstitucional, porque o juiz não tem competência pra isso, ele apenas pode julgar como improcedente em determinado caso, afasta a aplicação da lei naquele caso.
O controle abstrato ele pode ser feito do sistema difuso, concentrado ou de ambos? Vai ser sempre feito de forma concentrada. 
A modalidade concreta pode ser feita de maneira difusa ou concentrada – normalmente, é difuso, mas também pode ter controle concreto realizada na modalidade concentrada.
-Controle prévio -> feito antes da edição da norma jurídica, feito no processo de criação. Controle repressivo. Controle político. Controle judicial. Controle formal. Controle material. Controle difuso.
-Controle concentrado -> realizado pelos órgãos de cúpula do poder judiciário (STF e TJ-> colocar só o STF é incompleto);
 Erro comum 1: associá-lo ao controle feito pelo STF – TJ é órgão de cúpula da justiça estadual ->ele faz controle de constitucionalidade concentrado – TJ defende a constituição estadual -> cada estado tem a sua própria constituição – o Supremo não tem como defender a constituição de cada estado, STF defende a constituição federal. TJ faz controle abstrato também ;
 Erro comum 2: associá-lo apenas ao controle abstrato. -> o controle concentrado não é sempre abstrato, ele pode ser concreto.
-Controle concentrado concreto-> nada impede que o controle concreto realizado durante o julgamento de feitos, seja feito de forma concentrada;
Tribunal Constitucional Italiano; -> juiz italiano não pode dar sentença de inconstitucionalidade nem no caso concreto, então tem que mandar a questão para o TCI para ele decidir sobre a lei em tese.
No Brasil: Ação de Representação Interventiva (art. 36, III). Tal ação é julgada exclusivamente pelo Supremo. -> temos uma ação de controle concentrado concreto: Ação de Representação Interventiva -> é concentrado porque quem julga é o STF e concreto porque é sobre um caso concreto.
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Aula 4 – Rio, 08.03.12 continuação...
-Controle Prévio
Regra geral: feita por órgão político
No Brasil: poder legislativo (CCJ) e pelo presidente da República (veto jurídico)
Exceção: pode haver controle prévio feito pelo poder judiciário.
Não falo em lei, falo em projeto de lei. Em regra, quem faz esse controle é um órgão político, até em razão da separação de poderes – o poder judiciário não deve se intrometer em assunto do poder legislativo quando ele ainda está criando o projeto de lei -> caso haja algum problema, nada impede que o Parlamento concerte o erro que ocorrer, suprimindo a inconstitucionalidade que pode vir a ocorrer. 
CCJ (Comissão de Constituição e Justiça)-> verifica se um determinado projeto de lei feito pelo parlamento está em harmonia com a Constituição -> verifica a redação do projeto. Se a CCJ entende que o projeto é inconstitucional, arquiva – faz controle de constitucionalidade prévio, e é um controle político, porque não é um órgão judicial.
Veto feito pelo presidente da república-> controle de constitucionalidade: defesa da constituição. Presidente participa do controle por meio do veto jurídico, mas não é qualquer veto - Presidente pode vetar projeto de lei por ser contrário a interesse público (veto político) e se considerá-lo inconstitucional -> na primeira hipótese é veto político, esse veto não tem a ver com controle de constitucionalidade (não tem a ver com inconstitucionalidade, pode até ser constitucional, mas é contrário ao interesse público). Veto jurídico é o veto pela inconstitucionalidade.
Essa regra comporta uma exceção: eu posso ter controle prévio feito pelo poder judiciário. O controle prévio tem que ser feito pelo poder político porque são os órgãos que elaboram o projeto de lei – atores envolvidos diretamente no processo legislativo (legislativo e presidente da república – controle prévio – tem que estar atentos para ver se o projeto está de acordo com a constituição). A exceção é judiciário entrar nisso, porque primeiro vimos que não era para o judiciáriose intrometer nisso – separação de poderes. O poder judiciário atual geralmente no controle repressivo (surgiu a lei, mas ela é inconstitucional, e ai o judiciário vai anular). Como funciona essa exceção? Se dá quando o STF julga mandado de segurança impetrado por parlamentar que visa garantir seu direito líquido e certo de participar de regular processo legislativo constitucionalmente estabelecido. -> Mandado de segurança: usado para garantir direito líquido (sei qual é a extensão desse direito) e certo (não tenho dúvida quanto à sua titularidade) – tenho direito assim no Supremo. Parlamentar que garantir no Supremo o direito que tem de participar do processo legislativo. Apenas deputados eleitos e empossados podem participar do processo legislativo – se um projeto de lei está sendo aprovado sem o quórum necessário, o STF pode fazer controle de constitucionalidade, sendo então um controle de constitucionalidade prévio e judicial – é o poder judiciário atuando no controle preventivo de constitucionalidade -> pode fazer isso porque parlamentar tem direito líquido e certo de participar de processo legislativo. (IMPORTANTE – EXCEÇÃO) -> STF participar, por exemplo, se um projeto de lei foi aprovado sem o quórum necessário. Impetra-se o mandado de segurança para averiguar a obediência ao processo legislativo. STF julga o mandado de segurança.
-Controle repressivo:
Em regra se dá de forma judicial.
Controle político repressivo é vitualmente inexistente (modelo das constituições socialistas).
Exceção: pode haver controle repressivo feito por órgão político.
A ideia que tem por trás -> todo pode emana do povo, os representantes do povo é que fizeram a lei, então só o próprio povo pode dizer que a lei feita por ele é inconstitucional – essa é a teoria, mas na prática: no país comunista, só tem o partido comunista, então todos são do mesmo partido – quem comanda o partido, comanda tudo.-> ninguém vai se colocar contra o partido.
Exceção: posso ter controle repressivo feito por órgão político e não judicial. O chefe do poder executivo (governador, presidente) pode editar um decreto determinando que a adm. pública sobre a sua tutela não aplica uma determinada lei em razão de sua inconstitucionalidade – diz o prefeito: não se aplica a lei tal no âmbito da adm. pública municipal em razão da sua inconstitucionalidade, por exemplo. Essa exceção é rara (?). No Brasil, há duas hipóteses de controle político repressivo:
.Art. 62, §5º (é mais comum): “A deliberação de cada uma das Casas do CN sobre o mérito das medidas provisórias dependerá de juízo prévio sobre o atendimento de seus pressupostos constitucionais”. Requisitos para criação de MP: relevância urgência; ela produz efeitos imediatos a partir da eleição. -> presidente edita MP e o CN vê que aquilo não é urgente e rejeita essa MP, porque não está vendo relevância e urgência para editar MP, então estão fazendo controle de constitucionalidade, caracterizando controle repressivo político -> CN rejeita MP por não atender seus pressupostos constitucionais. Também pode haver inconstitucionalidade formal (art.62,§9º)-> é a comissão mista que tem que aprovar a MP – Instituto Chico Mendes.
.Art.49,V (mais raro): “É da competência exclusiva do CN:
V-Sustar os atos normativo do poder executivo que exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;”
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Aula 5 – Rio, 13.03.12
-Questão constitucional é um mérito -> abstrato.
-Constitucionalidade é questão prejudicial -> para resolver o mérito preciso fazer juízo prévio acerca da constitucionalidade de determinada matéria. -> concreto.
-Controle difuso só pode ser feito na modalidade concreta. 
-O controle concreto pode ser feito de maneira difusa e concentrada.
-Controle abstrato só pode ser feito de forma concentrada-> controle abstrato tem efeito erga omnes; controle concreto tem efeito inter partis.
CONTROLE DIFUSO DA CONSTITUCIONALIDADE
-É o controle realizado por todos os órgãos do Poder Judiciário. -> STF atua no controle difuso, e mesmo quando isso acontece é uma decisão inter partis. 
-Se dá de forma concreta, no julgamento de uma lide, de um processo-> no julgamento de uma lide, de um caso concreto. 
-A questão constitucional jamais será o pedido (próprio do controle abstrato), mas a causa de pedir da ação. -> questão const. como mérito, como pedido é controle abstrato. No controle difuso realizado de forma concreta é causa de pedir, é o motivo do pedido. A questão constitucional não é o pedido é a causa de pedir, é questão prejudicial d mérito. Não tenho como analisar o processo sem analisar primeiro se a lei é ou não constitucional – decidido isso, consigo resolver o mérito. Questão prejudicial vai afetar o mérito.
-Caso Marbury vs. Madison
.Julgado pela Suprema Corte dos Estados Unidos em 1803
.Considerado o embrião do controle das leis 
Esse caso é considerado o embrião do controle difuso de constitucionalidade (“judicial review”).
.John Adams era o presidente dos EUA e tinha como secretário John Marshall
.Foi o 2º presidente dos EUA e governou de 1797 a 1801
.Adams perdeu as eleições para Thomas Jefferson
.Em consequência, nomeou diversos partidários para vagas no poder judiciário
.John Marshall foi nomeado presidente da Suprema Corte
.Um dos atos de Adam nomeava William Marbury para o cargo de Juiz de Paz de Washington
.Nomeação não entregue a tempo. Jefferson determina a seu Secretário de Estado, James Madison, que não entregue a nomeação.
.Marbury ingressa com uma ação conta Madison para que este entregue a nomeação (Marbury vc. Madison)
.O caso então chega à Suprema Corte, onde é avocado (avocar = chamar para si) pelo Presidente Marshall.
.Marshall julga o caso e inverte a ordem de julgamento, analisando primeiro o mérito e depois as preliminares.
.No mérito, afirma que o Poder executivo não pode desobedecer a constituição, ou esta será uma absurda tentativa de se limitar um poder ilimitável.
-O aresto de Marshall
.Cabe ao poder judiciário invalidar decisões legislativas ou administrativas que violem a Constituição (judicial review)
.O juiz é o agente do Estado que depara com a questão: o que aplicar, a lei ou a Constituição?
.O juiz deve sempre preferir a Constituição pela sua função de limitar o poder e garantir a liberdade
.Ao julgar as preliminares, declarou Marbury carecedor de ação, tornando a decisão impossível de ser descumprida.
Contexto histórico: John Adams, 2º presidente dos EUA, estavam formando uma nação ainda. Tinha como secretário de Estado (EUA não trabalha como ministros, mas como secretários – a função é a mesma dos ministros aqui – ministro da saúde = secretário da saúde; mas secretário de estado não tem correspondência aqui no Brasil, é uma secretaria muito importante. Cabe à secretária a implementação das políticas internas e externas. É uma secretária extremamente poderosa – cargo de alta relevância na adm. pública americana) John Marshall. 
Thomas Jefferson foi eleito presidente dos EUA, fazendo Adams perder as eleições. Eram de grupos opostos, fazendo o grupo de Adams perder a força que tinha. Antes do próximo presidente começar a governar, há um espaço de tempo, então Adams começou a nomear diversos partidários para vagas no Poder Judiciário -> perderam o poder executivo, mas iriam ficar no poder judiciário, pelo menos. John Marshall foi nomeado então presidente da Suprema Corte, mas ele não deixa a secretaria de estado, acumulando as duas funções, tanto no poder judiciário como no poder executivo (na época isso era permitido, apesar de não ser correto). 
O que foi esse caso -> Adams nomeou as pessoas para o poder judiciário – a nomeação de cargos era a seguinte: presidente indica o nome, que deve ser aprovado pela senado, volta ao presidente que tem que assinar a nomeação, e vai para o secretario de estado que deve colocar o selo da presidência dos EUA quando vê que tem a assinatura do presidente, e entrega a carta de nomeação para o nomeado – foram muitas nomeações, e não deu tempo de entregar todas,outras já estavam prontas para ser entregues, e o sujeito não recebeu, então o sujeito não pode assumir -> Jefferson, ao entrar, nomeia um outro sujeito como secretario de estado, e impede que quem não havia recebido a nomeação ainda não iria mais receber. Uma dessas nomeações não entregues foi de um sujeito chamado William Marbury – Marbury entra com uma ação pedindo que Madison fosse condenado para que este entregasse a nomeação, dando origem ao caso Marbury vc. Madison. O caso chega à Suprema Corte, onde é avocado por seu presidente, John Marshall -> relações entre executivo e judiciário não eram boas e entre presidência e suprema corte também não (governo de Adams x governo de Jefferson). O nível político de tensão era muito grande, e Jefferson afirmava que não importava a decisão da Suprema Corte, ele não obedeceria a ordem de entregar a nomeação a Marbury. A suprema corte ficou a um passo da desmoralização, pois se obrigasse a dar a nomeação a Marbury e o presidente não cumprisse, iria ficar desmoralizada, porém se não condenasse, a impressão que estaria dando é que a suprema corte abaixou a cabeça para a presidente, saindo desmoralizada de qualquer forma. Marshall então avoca o processo, aceitando resolver o caso. 
Marshall inverte a ordem de julgamento, julgando primeiro o mérito e depois as preliminares – no mérito, ele divide a decisão dele em três perguntas: 
1)Se Marbury tem direito nomeação? Sim, ele tem direito a nomeação, porque a nomeação só não foi entregue, mas a tradição para a entrega da carta de nomeação é um ato essencial para a caracterização da nomeação? Não. No momento em que o senado aprova e o presidente põe a sua assinatura, o sujeito já está nomeado, e só vai ao secretário de estado para colocar o selo, não tem a obrigatoriedade de entregar, entregar a nomeação não é essencial para a caracterização da nomeação. A nomeação apenas atesta que o sujeito foi nomeado. A entrega não é ato vinculado. Então Marbury tem o direito de receber a nomeação. Todas as etapas foram rigidamente seguidas, o ato jurídico é perfeito, então o governo tem que seguir isso sim.
2)Se tem ação para proteger esse direito? Sim. Não há direito que não possa ser protegido por uma ação – se não tiver uma ação para defender um direito, então não há direito. 
3)Se o mandamus é ação adequado para proteger esse direito? Não. A utilização do mandamus nesse aspecto é inconstitucional. Ele afirma a supremacia da Constituição-> uma das finalidades da constituição era limitar o poder político, além de organizar o governo, e pra isso a Constituição tem que ser norma suprema, para impedir que determinadas leis de interesse do poder político alterassem a constituição, então era preciso uma Constituição rígida, e não uma constituição flexível que pode mudar a constituição. A rigidez da constituição garante o controle de constitucionalidade, não podendo ter uma lei que mude a constituição. Além do mais, o juiz tem que resolver o caso concreto, e para isso ele deve sempre preferir a constituição do que a lei pela sua função de limitar o poder e garantir a liberdade. O juiz tem que resolver o que ele aplica: a Constituição e a lei, e tem que aplicar a constituição em razão da sua supremacia – e entende que aplicar o mandamus ali seria inconstitucional. Então, ele declara Marbury carecedor de ação, tornando a decisão impossível de ser descumprida-> suprema corte disse que Marbury tinha direito de ser nomeado, mas que aquela ação era inadequada para aquela finalidade, então a ordem pedida era de nenhum feito. 
Declarou a supremacia da constituição e que o poder judiciário pode declarar lei ou ato normativo inconstitucionais, afastando a aplicação destes em casos concretos. Criando o controle difuso de constitucionalidade no mundo. As bases do controle se criam aí. 
-O controle difuso no Brasil:
.O controle da constitucionalidade não existia na constituição de 1824, devido à existência de um poder moderador e à competência do senado para defender a constituição.
.O controle difuso surgiu no Brasil com a constituição de 1891
.Até 1965 era a única forma de controle, quando a EC 16/1965 criou o controle abstrato pela ADIn
Primeira constituição escrita que temos é a de 1824 – constituição imperial outorgada por D. Pedro I, nosso Estado era unitário e havia o poder moderados (poder executivo, legislativo, judiciário e moderador)e o fato do senado ter competência para defender a constituição, não existia controle de constitucionalidade. Existia conflito então entre legislativo e moderador.
Em 1891, surge uma nova constituição e aparece o controle de constitucionalidade difuso, feito por todos do poder judiciário. Diferença que teve: EUA trabalha com a stare decisis (está decidido e não deve ser mexido)-> os órgãos inferiores da justiça devem seguir a decisão da primeira corte – o Brasil não adota isso, mas de resto tudo aconteceu aqui também -> nos EUA vincula todo mundo e aqui não. 
Ficamos assim até 1934, em que a nova constituição faz uma série de mudanças no controle de constitucionalidade, mas permanecia sendo controle difuso.
Em 1937, Getúlio Vargas outorga a constituição de 1937, dando início ao Estado Novo. 
Em 1946, o controle de constitucionalidade resgata o modelo de 34, aparecendo o controle difuso e concreto.
Mas em 1965, a EC16 cria a ADIn – o controle abstrato entra no Brasil no primeiro ano da ditadura militar. O STF julgava se determinada lei estava em harmonia com a constituição, tinha eficácia erga omnes. Somente uma pessoa podia mover ADIn, o procurador geral da república – isso não era bom. Procurador geral da república era cargo de confiança do presidente da república -> procurador geral da república não vai entrar com ADIn que não é do interesse do governo, e se o presidente lhe pedisse para declarar uma ADIn, é claro que ele iria declarar.
Tínhamos o nada, passamos a ter o difuso. Em 1965, passamos a ter o modelo misto, com prevalência do sistema difuso ainda. Isso foi assim até 1988. Em 1988, o Brasil elabora uma constituição que olha para o controle abstrato com mais cuidado. Presidente não podia mais nomear ou destituir procurador geral da república. Procurador geral da república passou a ter maior proteção só podendo ser destituído por maioria absoluta do senado. O constituinte pulverizou o direito de declarar ADIn – presidente da republica, mesa da câmara dos deputados, senadores, governador de estado, mesa de assembleia legislativa, entre outros. O controle abstrato ganhou uma afeição muito grande, e além disso a constituição de 88 criou a ADIn por omissão (inconstitucionalidade por omissão), criou também a ADPF (não regulamento, mas criou) e a partir daí não paramos mais. Em 99, fizeram a lei que regulamenta a lei de ação direta e a ADPF. Temos prevalência do modelo misto com prevalência do abstrato. Caminhamos cada vez mais para a abstralização do controle. 
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Aula 6 – Rio, 15.03.12
-Controle difuso
.Realizado por todos os órgãos do Poder Judiciário, desde a 1ª instância até o Supremo Tribunal Federal
.Utilizado durante o julgamento de um caso concreto
.Produz efeitos entre as partes envolvidas naquele processo (inter partis)
.Art. 472, CPC
Além de ainda existir, o controle difuso é um dos mais tradicionais e é um controle que ainda pode ser usado na prática. Professor espera que ainda consigamos manter esse controle, por ter essa facilidade de acesso à justiça e por poder questionar as decisões políticas por todos os órgãos do judiciário, permitindo uma democratização da interpretação constitucional.
Difuso porque está espalhado perante todos os órgãos do poder judiciário -> do juiz de primeira instância ao Supremo. O STF participa do abstrato, mas também participa do controle difuso porque julga recurso extraordinário. Chegar a esse recurso extraordinário é raro, chegar com um processo no STF é difícil, mas ainda se chega e STF ainda assim julga processo.
É utilizado durante o julgamento de um caso concreto, de uma lide.
Produz efeitosentre as partes envolvidas naquele processo judicial. ->Art. 472, CPC-> “a sentença faz coisa julgada às partes entre as quais é dada, não beneficiando, nem prejudicando terceiros.” -> O controle difuso é usado no julgamento de caso concreto, e tem efeito inter partis a sentença. A sentença só tem efeito entre as partes, não prejudica nem beneficia terceiros. Mesmo em casos de controle difuso, a sentença não pode beneficiar nem prejudicar terceiros.
(1º esquema)
CONTROLE DIFUSO NA PRIMEIRA INSTÂNCIA
.Qualquer juiz pode deixar de aplicar uma lei pela sua inconstitucionalidade
.A não aplicação de uma pela sua inconstitucionalidade pode se dar:
1)A pedido do autor - ok
2)A pedido do réu -ok
3)De ofício pelo próprio magistrado, independentemente de requerimentos das partes – Pode? Sim. A defesa da constituição é matéria de ordem pública, então o juiz pode e deve deixar de aplicar uma norma em razão da sua inconstitucionalidade, independente do que as partes achem, mesmo que não tenha sido levantada uma questão de constitucionalidade pelas partes. O juiz não é obrigado a aplicar lei inconstitucional, porque a Constituição é norma suprema. Nenhuma leu ou ato normativo pode afrontar a Constituição. A defesa da Constituição é matéria da ordem pública, então o juiz deve defender a Constituição, e a alegação de inconstitucionalidade pode ocorrer a qualquer momento do processo. Qualquer juiz pode deixar de aplicar uma lei pela sua inconstitucionalidade. A inconstitucionalidade pode ser arguida em qualquer fase do processo e pode ser feita de ofício.
.No controle difuso as partes não desejam uma declaração de inconstitucionalidade
.O Juiz é chamado para resolver a lide (pedido/mérito)
.No entanto, não é possível julgar sem avaliar se a norma a ser aplicada é ou não constitucional (questão prejudicial)
.Por isso o controle é incidental, feito no curso de um caso concreto.
 No controle difuso, as partes não desejam uma declaração de inconstitucionalidade, elas querem resolver o mérito. O juiz é chamado para resolver a lide, o processo. Só que para julgar o mérito, tem que avaliar se a norma é constitucional ou não, é questão prejudicial – não é possível julgar o mérito sem avaliar se a norma a ser aplicada é ou não constitucional (questão prejudicial). Por isso o controle é incidental, feito no curso de um caso concreto. Não é possível analisar o mérito sem antes resolver a questão prejudicial. Questão prejudicial é uma questão que afeta o mérito. Se o juiz analisa a lei é não vê nenhuma inconstitucionalidade, resolve a questão prejudicial, dá a improcedência da ação. Se o juiz analisa a lei e vê inconstitucionalidade, resolve a questão e julga a ação como procedente.
 Se puder resolver o mérito por outros caminhos que não seja pela ação de inconstitucionalidade, é melhor – pode resolver por outro meio; o juiz não é obrigado a analisar todas as questões levantadas pelas partes, se um deles já resolveu o mérito.
É um controle também dito incidental, é feito no curso do processo – é um incidente processual, é questão prejudicial e não mérito.
(2º esquema)
Inicial	 Questões Preliminares
X 	Questões prévias 	Mérito
Contestação	 Questões Prejudicial 
Elementos da ação: partes, pedido e causa de pedir. Isso é para o processo existir.
Nas preliminares, o juiz vê os elementos da ação, dentre outras coisas.
Condições de ação: legitimidade das partes, possibilidade jurídica de pedido, interesse de agir.
As questões prejudiciais são separadas disso. Na verdade, o que queremos é a análise do mérito. Mas a questão prejudicial vai afetar a análise do mérito definitivamente. O juiz resolve a questão prejudicial e dará a sua sentença. As questões prejudiciais são separadas da questões preliminares e das questões prévias.
A sentença é dividida em: relatório, fundamento e dispositivo. -> Art. 458, CPC. Relatório-> conterá o nome das partes, a suma do pedido e da resposta do réu, registro das principais ocorrências havidas no andamento do processo. Fundamentos-> juiz analisará as questões de fato e de direito. Dispositivo-> o juiz resolverá as questões, que as partes lhe submeterem (“Isso posto, julgo: improcedente a ação/procedente a ação”) e aí estará dada a sentença. Julgar improcedente o pedido (do autor) para absolver o réu -> absolveu.
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Aula 7 – Rio,20.03.12 continuação...
-Para entrar no mérito, o juiz precisa analisar se a questão prejudicial é ou não constitucional. 
-No momento da sentença (relatório, fundamentação e parte dispositiva)-> art. 458, CPC – I: relatório; II: fundamentos – aqui começa a abrir caminho para uma possível decisão, análise da questão prejudicial, ainda não entrou no mérito; III: parte dispositiva - Isto posto, julgo: procedente/improcedente a ação. 
-Sentença:
.Análise da questão prejudicial (constitucional no controle difuso) se faz na fundamentação
.O que faz coisa julgada? Toda a sentença ou apenas uma de suas partes? 
O que pode transitar em julgado: a sentença como um todo ou apenas uma de suas partes? Art. 469,CPC – não fazem coisa julgada: I-> os motivos não fazem coisa julgada, a motivação do juiz não faz coisa julgada. II-> a verdade dos fatos, estabelecida como fundamento da sentença. III-> a apreciação da questão prejudicial, decidida incidentemente no processo. -> decidida incidentemente = no curso do processo; questão prejudicial não é mérito, mas influencia definitivamente o mérito. É esse inciso III que me dá a possibilidade de ter o controle de constitucionalidade. 
Então só faz coisa julgada a parte dispositiva, pois se a apreciação da questão prejudicial fizesse coisa julgada, iria vincular a todos e não só às partes daquele processo, pois não se pode ir contra coisa julgada. – A apreciação da questão judicial não faz coisa julgada, porque senão a decisão do juiz de primeira instância vincularia todas as decisões de processos posteriores.
-Ação declaratório incidental (NÃO CAI NA PROVA)
.Tem por finalidade dar força de coisa julgada à questão prejudicial – que a gente viu que no inciso III não faz coisa julgada, mas aqui faz. 
.Deve ser proposta no curso da ação
.Requisitos -> art.470, CPC – competência do juiz em razão da matéria ser pressuposto para a resolução do mérito; requerimento da parte interessada. 
.Cabe ação declaratória incidental quando a questão prejudicial do processo for matéria constitucional? NÃO! Não é possível Ação Declaratória Incidental quando a questão prejudicial for matéria constitucional. O juiz não tem competência para declarar a inconstitucionalidade. 
Exemplo: Ação de alimentos – o autor de uma ação de alimentos é a criança representada pela mãe. Motivos para essa ação: necessidade, possibilidade e razoabilidade, além disso, o réu deve ser pai da criança. O réu faz exame de DNA e sai o resultado e ele não é o pai – sentença: relatório (ação de alimentos feita pela criança que tem como representante a mãe, porém foi feito teste de paternidade e o resultado deu negativo, o réu não é pai da criança), fundamentos (não tem paternidade biológica nem paternidade sócio afetiva, pois o réu nunca conviveu com a criança) e dispositivo (não há como condenar o réu a pagar a pensão alimentícia, julga a ação improcedente) – o mérito da ação de alimentos é o alimento e questão judicial é a paternidade. 
Porém, a questão prejudicial não faz coisa julgada, e a questão prejudicial aqui no caso é a paternidade, mas quando sai o resultado do DNA e o exame dá negativo, até esperar a sentença, se faz uma ação declaratória incidental colocando o resultado do exame e citando o art. 470, CPC – fazer coisa julgada da questão prejudicial, seguindo os requisitos necessários que estão contidos nessa artigo -> julga improcedente a ação de alimentos e julga a ação declaratória incidental como procedente. Isso tem que ser feito antes da sentença.
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Aula 8 – Rio, 22.03.12
CONTROLE DIFUSO NOS TRIBUNAIS
Serve para Tribunal Superior ou qualquertribunal desse país.
Supremos tem especificidades dele, próprias, mas a regra geral funciona para eles também.
O método perante os tribunais vale para TJ,TRT, TRF, TER, TM, STJ, TST, TSE, STM e STF.
.Os tribunais são compostos por órgãos fracionários (Turmas ou Câmaras).
.Ao ingressar no Tribunal o processo irá a um de seus órgãos fracionários, onde será distribuído a um Relator, que solicitará um parecer do Ministério Público (MP).
.Participam do julgamento no órgão fracionário o Relator, o Revisor e um Vogal.
Tribunais de Justiça são divididos em Câmaras (tradição) e os da União são divididos em turmas. Mas é uma mera questão tradicional, não existe nenhuma vedação para ser chamado de um jeito ou de outro.
Uma apelação é distribuída para um órgão fracionário do tribunal. O TJ do Rio é composto por 180 desembargadores que fazem o TJ. É claro que o seu processo não vai ser revisto por 180, vai pra um órgão fracionário. No RJ, os órgãos fracionários (as Câmaras) são divididos em cíveis e criminais – isso é assim no RJ, porque aqui é uma federação. Essa divisão faz o TJ do Rio ser um dos mais eficientes. 
Quando vai pro órgão fracionário este é composto por 5 integrantes, mas nunca vão os cinco, vai sempre um Relator, um Revisor e um Vogal. No STF não funciona assim, mas numa Câmara de Tribunal de Justiça é assim – No STF, todos votam.
Quando o processo ingressa no tribunal, ingressa numa Câmara cível, e ai é sorteado um relator que solicitará um membro do MP (mas não é sempre).
.Art. 480, CPC-> é o normal – relator sorteado, vê que tem alegação de inconstitucionalidade naquele processo. Despacha para o MP, promotor dá o parecer dele. Relator toca para a Câmara. A turma ou câmara pode tomar 3 posições sobre a alegação de inconstitucionalidade:
1)a alegação pode ser rejeitada pela câmara 
2)pode acolher a alegação -> os 3 desembargadores reunidos vê que é realmente inconstitucional
3)pode reconhecer a alegação não é nova -> já julgaram isso, muitos pessoas podem ter reclamado sobre essa matéria. Veem que o assunto não é novo.
Vamos ver cada uma delas com calma
-Alegação rejeitada-> art. 481, 1ª parte, CPC: processo permanece no fracionário para julgamento, prosseguirá o julgamento, presunção de constitucionalidade das leis. Rejeita a ação de inconstitucionalidade. Aqui estão aplicando a presunção de constitucionalidade das leis – essa presunção é relativa: cede antes prova em contrária. Acha que não viola a constituição, e ai vai fundamentar o porquê disso. A argumentação/alegação não é aceita e o ordem julgador diz porque não foi aceita. Reconhecem a constitucionalidade da lei e reformam a sentença.
-Alegação acolhida-> art. 481, 2ª parte, CPC: lavram o acórdão (decisão de órgão colegiado), a fim de ser submetida a questão ao tribunal pleno. – acolhem, mas não julgam, vão mandar a questão a órgão especial de justiça. Isso ocorre em razão do art. 97, CRFB -> CLÁUSULA DE RESERVA DE PLENÁRIO. Também chamada de cisão funcional de competência.
└> Art. 97, CRFB-> Cláusula de Reserva de Plenário -> uma coisa é um juiz determinar uma norma inconstitucional, outra coisa é o tribunal de justiça, porque a decisão de segunda instância tem um peso muito maior. Decisão de tribunal não pode ser contraditória. 
Avaliação objetiva ou subjetiva? Tem como a lei ser constitucional para um grupo e inconstitucional para outro grupo? Isso soa estranho, é inseguro. Então a Constituição pensou primeiro isso – tribunal de justiça decidindo sobre constitucionalidade não pode ter decisão contraditória. Ou a norma é constitucional e vale para todos ou é inconstitucional e não vale para ninguém. Necessidade de segurança jurídica.
Outro fundamento desse artigo é a presunção de constitucionalidade das leis – se um órgão fracionário acolhe a decisão de inconstitucionalidade -> para tudo. Pressupomos que a lei é constitucional, mas 3 desembargadores não são suficientes para derrubar essa presunção. Então a matéria vai para o plenário em caso de divergência. O plenário é que decide matéria de constitucionalidade, não os órgãos fracionários. O órgão especial funciona como se fosse o tribunal pleno. Se a 4ª Câmara Cível acolhe a alegação, no tribunal de justiça não é possível que apenas os órgãos fracionários decidam sobre a constitucionalidade, tem que ir para o plenário para todos decidirem. É chamado então cisão funcional de competência, porque há uma quebra – tira uma competência que seria do órgão fracionário e passa a ser do plenário. Quando a alegação é rejeitada, não vai ao Plenário porque já está ocorrendo a presunção de constitucionalidade da lei.
O órgão especial de tribunal – art. 93, XI, CRFB -> é uma forma de organização dos trabalhos do tribunal. É uma faculdade administrativa dos tribunais. Quando se tem mais de 25 membros no tribunal, pode-se formar o órgão especial. Ele vai exercer as atribuições do pleno. Quando o tribunal tiver órgão especial ele vai se reunir para discutir as questões do pleno, mas não vai mais ter pleno. O pleno é todo mundo, no Rio são 180 desembargadores. Mas não é obrigatório criar órgão especial, só se quiser. Órgão especial com no mínimo 11 e máximo de 25 membros. No RJ, o órgão especial tem 25 desembargadores, mas isso é uma opção do Rio. É um grupo menor que toma decisão em nome de todo o tribunal, julga as competências do pleno, age como se fosse o pleno.
Atuação do Plenário ou órgão especial -> O Plenário ou o Órgão Especial resolvem apenas a alegação de inconstitucionalidade feita no processo -> só resolvem a alegação de inconstitucionalidade, não julgam o processo. Com isso se formam, muitos acórdãos. Com a decisão da questão da constitucionalidade o órgão especial manda o acórdão para o órgão fracionário, que fará outro acórdão com a sentença. -> Cabe aos órgãos fracionários (Turmas ou Câmaras) o julgamento do mérito dos recursos.
Decisão do Órgão Especial: A decisão do Plenário ou do Órgão Especial sobre a alegação de inconstitucionalidade vincula os demais órgãos do Tribunal e os juízes de primeiro grau? – ver o regime interno do tribunal de justiça do RJ.
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Aula 9 – Rio, 27.03.12
Essa parte do controle difuso ensina como o controle de constitucionalidade é analisado por todo o tribunal. 
Quando o processo chega à 2ª instância ele é encaminhado para uma Turma ou Câmara. 
Relator vê o processo todo, revisor revê o que o relator despacha para o vogal.
Juiz tem poder para na fundamentação ver que aquela lei é inconstitucional, e então dá a sentença a partir disso. Mas o tribunal não pode ser assim, até por questão de segurança jurídica-> decisão de constitucionalidade pela Supremo é muito mais sério – não pode ter uma Turma falando que é constitucional e a outra que é inconstitucional.
Se a Câmara não acolhe a alegação de inconstitucionalidade -> princípio da presunção de constitucionalidade da lei.
Se a Câmara acolhe a alegação de inconstitucionalidade -> não pode reconhecer a inconstitucionalidade como o juiz fez. A câmara tem que lavrar o acórdão, levando a questão ao tribunal pleno para es -> princípio da cisão funcional: quebra a competência e manda a questão para o órgão especial ou plenário. Câmara está aplicando a cláusula de reserva de plenário.
-Alegação que não é nova:
Quando órgão fracionário analisa a alegação de constitucionalidade, percebe que a matéria não é nova – já foi analisado antes pelo órgão especial ou pelo plenário: art. 481, parágrafo único, CPC -> os órgãos fracionários não submeterão ao plenário ou ao órgãos especial arguição de inconstitucionalidade quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do STF sobre a questão. -> Temos o processo da economia processual. – em vez de ter a cisão funcional, o processo fica com elas, resolve e encerra a questão.
Exercício: A 3ª Câmara Cível do TRJ julga uma apelação em que uma das partes alega a inconstitucionalidade de uma Lei “x”. sabendo que a aquela matéria nunca foi julgada pelo OE do TJ, mas o STF já julgou RE em que seu Plenário entendeu pela inconstitucionalidadeda lei. Há necessidade de se realizar a cisão funcional de competência? Não.
Pergunta da última aula: Há duas teorias com relação ao art. 481, CPC-> Teoria da Vinculação e Teoria da Dispensa. 
Art. 481, parágrafo único – Teoria da Vinculação: órgão fracionário é obrigado a manter aquela decisão tomada anteriormente por OE sobre a constitucionalidade. Nem remete a questão ao OE, o órgão fracionário vai resolver aquela questão. Tem que manter a decisão sobre inconstitucionalidade, nem manda para o pleno.
Teoria da Dispensa: órgão especial já entendeu que a matéria é inconstitucional, mas órgão fracionário decide de forma diversa, então vai aplicar a lei. -> previsão de constitucionalidade das leis. Pela 2ª teoria é facultativo mandar o processo para o plenário.
Sobra então ver o regimento interno dos tribunais sobre o assunto. TJ RJ adota a Teoria da Vinculação -> art. 103 do RITJERJ: “A decisão que declarar a inconstitucionalidade ou rejeitar a arguição, se for proferida por 17 ou mais votos, ou reiterada em mais duas sessões, será de aplicação obrigatória para todos os Órgãos do Tribunal”.
└> Decisão do Órgão Especial: A decisão do Plenário ou do Órgão Especial sobre a alegação de inconstitucionalidade vincula os demais órgãos do Tribunal e os juízes de primeiro grau? – ver o regime interno do tribunal de justiça do RJ. -> Resposta: No RJ vincula se houver sido proferida por 17 ou mais votos ou reiterada em mais de duas sessões. Vincula da forma que está no art. 103 do RITJER (Regimento Interno do TJ do Estado do RJ).
Art. 103, §4º do regimento: órgão fracionário está vinculado à decisão do OE a não ser que haja decisão diferente do STF -> se a decisão for por 17 votos ou mais ou foi reiterada em mais de 2 sessões, o órgão fracionário está obrigado a seguir a decisão do OE (está vinculado à decisão do OE), exceto se houver decisão em sentindo contrário do plenário do supremo -> art. 481, parágrafo único. 
Obs. Regimento interno de Pernambuco é inconstitucional-> diz que é só por 2/3, mas na CRFB, art. 97 temos que é pela maioria absoluta de seus membros ou dos membros do respectivo órgão especial poderão os tribunais declarar a inconstitucionalidade de lei. 
Crítica que se faz aos estados que adotam a Teoria da Vinculação: STF não é o único guardião da constituição; e essa teoria entende que toda decisão do STF vincula.
CONTROLE DIFUSO NO STF
.Processos podem chegar ao Supremo pela via do Recurso Ordinário (art. 102, II, CRFB) ou pelo Recurso Extraordinário (art. 102, III, CRFB).
.O RE foi criado justamente para a hipótese da decisão final do Poder Judiciário violar a Constituição.
Tudo o que vimos se aplica ao STF também, mas o STF, por ser órgão de cúpula do judiciário, tem algumas especificidades.
Como um processo pode chegar ao STF? Por recurso ordinário ou recursos extraordinário. Recurso ordinário-> quando o STF faz o duplo grau de jurisdição e o STF pode rever matéria de fato – na maioria das vezes, STF não revê matéria de fato, só de direito, mas nesse caso fazem -> exceção: quando é recurso ordinário. Recurso extraordinário-> foi criado para quando decisão final do ? violou decisão inconstitucional. Em regra, o processo têm que parar na 2ª instância, excepcionalmente o processo chega a Brasília -> traz a matéria especialmente para o Supremo – não é para ser uma situação corriqueira. 
Hipóteses do RE (art. 102, III, CRFB) – o RE cabe quando a decisão recorrida de única ou última instância (era para ter acabado, mas extraordinariamente vou permitir que a questão continue sendo tratada): 1)contraria dispositivo da constituição; 2)declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal; 3)julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face da Constituição; 4)julgar válida lei local contestada em face de lei federal.
A maior porta de entrada para o STF é quando a decisão for inconstitucional.
Conflito entre lei local e federal é conflitp deferativo e quem resolve esse tipo de conflito em Federação é a mais alta corte de justiça do país.
Antigamente, era sempre dizer que uma decisão ia contra a Constituição, então o STF ficou cheio de processos.
.Ao chegar no Supremo o RE é encaminhado para uma das duas turmas do STF.
.Cada turma tem 5 ministros
.O presidente não integra nenhuma delas
.O Supremo está sujeito à cláusula de reserva do plenário?
Se o Supremo é tribunal, está sujeito e cláusula de reserva do plenário. -> art. 97, CRFB.
.A Turma percebendo que a matéria não é nova (não houve decisão do Plenário da Corte) e entendendo pela inconstitucionalidade da norma submete a questão ao Plenário
.No Plenário, todos os ministro votam
.O Plenário do Supremo resolve a questão constitucional e o mérito do recurso (o processo não volta para a turma) 
O plenário do STF resolve tudo, a turma chama o plenário e este resolve tudo, o processo não volta mais para o órgão fracionário do STF. Isso é uma diferença.
A decisão do STF em recurso extraordinário tem eficácia inter partis, não pode beneficiar nem prejudicar terceiros.
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Aula 10 – Rio, 29.03.12 
Anotações Bárbara
Decisão do STF em RE sempre tem eficácia inter partis, em razão dos arts. 468 e 472, CPC. Necessidade de intervenção de outro órgão para a eficácia erga omnes da decisão, sob pena de constante repetição de julgados.
 Participação do Senado Federal – art. 52, X.
Sendo inter partis a decisão, todo mundo vai ter que entrar na justiça pedindo a mesma alegação de inconstitucionalidade. Como a decisão do STF ou OE vincula os tribunais quanto à constitucionalidade, então queima essa etapa, mas ainda tem que dar o mérito. A sentença pode ser sempre a mesma (“Ctrl + C + Ctrl + V”), mas isso dá um certo trabalho, ocupa o tribunal mesmo assim. Isso atrasa a prestação jurisdicional, não é lógico. Há uma falha aí. 
No Brasil, não adotamos o “Stare decisis” do direito norte-americano.
O propósito de continuar entrando com um recurso mesmo já havendo decisão do STF sobre a constitucionalidade é atrasar o cumprimento da decisão.
Como deveria ter decisão erga omnes mas NÃO tem, no Brasil surgiu a regra de colocar o Senado no processo – Art. 52, X. Esse artigo só se aplica no controle difuso, pois no abstrato já há eficácia erga omnes. 
Para que a lei considerada inconstitucional saia de vez do nosso sistema há participação do Senado Federal. O Senado é obrigado a regular a competência do art. 52, X? 3 teorias:
1)Teoria da Obrigatoriedade Mitigada-> Senado só seria obrigado a editar resolução caso o STF tivesse declarado a inconstitucionalidade por voto da maioria absoluta de seus membros. Fundamento: STF tem que observar a cláusula de reserva do plenário, como qualquer tribunal. 
2)Teoria da Facultatividade (teoria predominante)-> Senado não é obrigado a editar resolução alguma. 
Fundamento: Teoria da Separação dos Poderes (art. 2º da CRFB). A decisão do STF é técnica e a do Senado é política. 
Se fosse obrigado estaríamos implantando “stare decisis” no Brasil.
Então a decisão do STF no controle difuso pode ter eficácia erga omnes mas isso vai depender do Senado querer isso.
-Novo Processo do Recurso Extraordinário:
Com a EC 42 o RE para ser julgado deverá demonstrar a repercussão geral da matéria constitucional. 
Art. 102, §3º, CRFB.
Isso de repercussão geral foi copiado do direito americano.
Cabe ao STF dizer se tem ou não repercussão geral.
Art. 543-A, CPC
§3º - presunção de repercussão geral. Basta demonstrar, em preliminar, que a decisão contraria à Súmula ou jurisprudência dominante do STF.
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Aula 11 – Rio, 03.04.12
-Efeitos da decisão do Supremo em RE:
.A decisão do Supremo em RE ainda produz efeitos inter partis?
.Art. 543-A, §5º
.Art. 543-B
.§1º
.Art. 543-B, §2º
.§3º
Há quem diga que as decisões do Supremo em matéria constitucional, ainda que tomadas no controle difuso, terão eficácia erga omnes
.Mutação constitucional do art. 52, X
.HC 82. 959 e Lei 11.464/07
.Transcendência dos motivos determinantes da decisão
A decisão do Supremo em RE ainda produzefeitos inter partis? Art. 543-A, § 5º, CPC -> então a decisão valeu só para aquele processo? Não, valerá para todos os recursos com matéria idêntica.
Art. 543-B, CPC-> RE repetidos – multiplicidade de recursos com fundamentos em idêntica controvérsia. 
§1º-> Há vários recursos sobre o mesmo tema, STJ escolhe quais vão subir para o STF, os outros ficam sobrestados na origem, e a decisão daqueles valerá para estes também. 
§2º-> chegou no STF cabe a ele analisar se tem repercussão geral, se achar que não tem, isso valerá para todos os recursos. 
§3º-> o Supremo entendeu por dar procedência ao recurso – os recursos sobrestados serão apreciados pelos Tribunais, não chega até o Supremo, o TJ segue a decisão do Supremo. Se a decisão do Supremo tiver sido uma e a do TJ outra, o TJ se retrata e segue a decisão do Supremo. A prática está levando a decisão do STF em RE a ter efeito erga omnes. 
└> Na prática não está tendo eficácia inter partis. Há vários recursos sobre o mesmo tema, STJ escolhe quais vão subir para p STF, os outros ficam sobrestados na origem, e a decisão daqueles valerá para estes também. Há multiplicidade na origem, mas não no final. Se for entendido que não há repercussão geral, isso vale para todos os recursos. O TJ se retrata se tiver dado decisão diferente do STF. A prática está levando a decisão do STF em RE a ter efeito erga omnes. 
Tese do Gilmar Mendes – Transcendência dos motivos determinantes da decisão-> diz que a decisão do Supremo terá efeitos erga omnes -> para ele houve uma mutação do art. 52, X: as decisões do Supremo ainda que no controle difuso, tem efeito erga omnes. Tem que verificar o conteúdo da tese do Supremo, e ver a transcendência dos motivos determinantes da decisão. Com essa tese, a decisão do Supremo, ainda que no controle difuso, terá efeitos erga omnes. A matéria constitucional transcende a decisão do Supremo, o que transcende é o motivo determinante da decisão do Supremo. Os motivos da decisão é que transcenderam. O que fazer com o art. 52, X da CRFB? Gilmar Mendes afirma que houve uma mutação constitucional, ou seja, o texto é o mesmo, não sofreu alteração, muda a interpretação dada ao texto. Então a mutação: não serve mais para que o Senado suspenda os efeitos, apenas para dar publicidade à decisão do Supremo, porque a eficácia erga omnes que se queria alcançar com o art. 52, X já é dada com a própria decisão do Supremo, a partir da Teoria da Transcendência dos Motivos Determinantes da Decisão. Não precisa haver o art. 52, X para haver eficácia erga omnes.
└> Há quem diga que as decisões do STF em matéria constitucional, ainda que tomadas no controle difuso, terão eficácia erga omnes (Gilmar Mendes). Gilmar diz que houve uma mutação constitucional do art. 52, X. 
Transcendência dos motivos determinantes da decisão: Mutação constitucional = mudança na interpretação do texto constitucional. O texto em si continua o mesmo. Art. 52, X serve apenas para que seja dada publicidade à decisão do STF. Não preciso do 52, X para haver eficácia erga omnes.
Essa teoria passou a ser fortemente criticada: decisão do STF em RE tem eficácia inter partis, o fato da mutação constitucional não faz o efeito da decisão ter efeito inter partis. A doutrina critica muito. 
└> Essa teoria é fortemente criticada pela doutrina. A crítica é que a eficácia da decisão do STF é inter partis, a interpretação não pode mudar essa natureza. 
A posição do Supremo sobre isso: HC 82.959 foi impetrado por um pastor evangélico que tinha sido punido pela prática de crime hediondo – atentado violento ao pudor. Atentando violento ao pudor era crime hediondo. A lei de crimes hediondos em relação ao regime de pena dizia que era integralmente regime fechado, o sujeito não pode progredir do fechado para o semiaberto e desse para o aberto. A defesa achava que isso violava a individualização da pena, mas o Supremo e o MP achavam que não, que se dava no momento da fixação. Na execução não há o que se falar em individualização da pena. Mas a defesa acha que a individualização da pena deveria se dar nesses dois momentos: na fixação da pena e na execução da pena – porque é completamente diferente o tratamento dos apenados. Esse sujeito que foi preso, foi para penitenciária, não fazia parte de nenhuma facção criminosa, não fazia parte de nenhuma quadrilha. E esse pastor não fazia nada disso, e além disso ele foi elemento de pacificação – sujeito praticou um crime, se arrependeu e começou a pregar dentro de presídio e foi convertendo as pessoas ali. Então mais e mais gente passava a ouvir o que ele dizia e essas pessoas estavam no grupo que não arrumava confusão, ele ajudou a manter calma ali, foi elemento de pacificação, se comportou muito bem. Porém, dentro desse mesmo presídio tem um sujeito preso por roubo. Quando analisa essas duas situações, esse sujeito que já roubou várias vezes tem direito a ter pleito analisado para ter progressão de regime, enquanto que o pastor não teria o seu pleito nem analisado, e isso não é justo. E foi isso que o Supremo entendeu nesse HC – é inconstitucional o regime integralmente fechado para os condenados por crime hediondo-> têm o direito de ter o pleito de regime deles analisado. Ninguém pensou que esse HC valia só para o pastor, todos os juízes passaram a analisar o pleito dos condenados por crimes hediondos. E com isso, fizeram a lei 11.464/07 – apenado por crime hediondo a progressão é mais difícil-> quem foi apenado até a edição dessa lei tem direito a progressão de regime, quem foi apenado depois da lei para terem livramento condicional vão ter que seguir os requisitos da lei. Já entenderam a lei como tendo eficácia erga omnes, mesmo não havendo resolução produzida pelo Senado.
Até que um juiz de execuções no Acre baixou a seguinte portaria: a decisão do Supremo produziu efeitos tão somente para aquele processo, essa decisão só teria efeito erga omnes caso o Senado produzisse resolução – até a edição dessa resolução pelo Senado, informa que os apenados por crimes hediondos não tem direito a progressão de regime, permanecendo em regime integralmente fechado. A decisão do Supremo no HC produziu efeitos para quem entrou com HC. Entendeu que a outra lei ainda era constitucional no controle difuso.
└>HC 82.959 e Lei 11464/07 – STF analisa a questão em cima disso. Caso do pastor evangélico que praticou violento atentado ao pudor. A defesa sempre disse que deve haver individualização da pena na condenação e na execução. Esse pastor tinha ótimo comportamento na prisão e inclusive começou a pregar lá, ele foi elemento de pacificação. Mas pelas lei antiga de crimes hediondos o pleito dele para cumprir a pena em regime menos severo não seria nem analisado, por isso surgiu o habeas corpus 82.959. Ninguém pensou que esse HC só valia para o caso do pastor, todos os casos começaram a ser analisados de acordo com ele. A decisão foi encarada como tendo eficácia erga omnes. Assim andava no Brasil até que um juiz de execução no Acre baixou uma portaria dizendo que o HC tinha produzido efeito tão somente para aquele processo. Só haveria eficácia erga omnes se o STF tivesse baixado resolução a respeitos. E esse juiz tem razão. O advogado nesse caso não apelou, ele impetrou uma reclamação no STF.
Quem está certo? O juiz ou o Supremo? O juiz – a decisão do Supremo tem efeito inter partis, não teve resolução do Senado. Aconteceu que os apenados por crimes hediondos pediram progressão de regime, e não tiveram. O advogado impetrou uma reclamação ao Supremo – 4335. A reclamação é uma ação autônoma prevista no art. 102, I-L, CRFB. A reclamação não era para ser usada nesse caso, porque o juiz negou a progressão de regime e o cara reclamou que o juiz descumpriu a decisão do Supremo – mas ele não descumpriu decisão do Supremo feita em controle abstrato, não teve ação direta de inconstitucionalidade, não teve resolução do Senado, então não estava descumprindo nada. Mas o caso chegou ao Supremo, e o advogado alegava a Teoria da Transcendência dos Motivos Determinantes da Decisão. A decisão caiunas mãos de Gilmar Mendes que aceitou a Tese da Transcendência dos Motivos Determinantes da Decisão, mas ainda não terminou de ser julgado.
└> Reclamação – art. 102, I, alínea “l”, CRFB -> ação constitucional autônoma. A reclamação não era para ser usada nesse caso. O juiz não descumpriu decisão do STF, pois a decisão do STF não foi em abstrato. Mas a reclamação levou o caso ao STF com fundamento na transcendência dos motivos determinantes da decisão. Gilmar Mendes que aceitou a tese da transcendência, mas isso ainda não terminou de ser julgado. O STF se inclina para não adotar a tese de Gilmar Mendes. 
Tese do Gilmar Mendes
Critica Apresentada
Reclamação 4335 	LER/PESQUISAR
Reclamação 3014
Reclamação 3014 -> negaram a reclamação. Pegaram a reclamação 3014 para discutir a tese do Gilmar, e não só a reclamação em questão. Ler o voto de Gilmar Mendes – ele tenta salvar sua teoria.
O Supremo expressamente afastou a tese na reclamação 3014, mas a matéria ainda está pendente com a reclamação 4335, não terminaram de julga-la. Atualmente STF tende a não aplicar a teoria.
Crítica: argumentos contrários á teoria-> como mutação constitucional do 52, X? Gilmar Mendes está revogando artigo da Constituição por doutrina. Então o 52, X não sofreu mutação constitucional nenhuma, ele continua em vigor, com todas as suas teorias.
└> Ver Reclamação 4335 e Rec. 3014
3014 – negaram reclamação. Pegaram essa reclamação para discutir a tese de Gilmar, e não só a reclamação em questão. Ler o voto vista de Gilmar. Ele tenta salvar sua teoria. É importante saber a teoria e a crítica e que o STF afastou a tese na 3014, mas ainda não terminaram de julgar a 4335. Atualmente STF tende a não aplicar a teoria. 
Críticas à teoria de Gilmar: O que Gilmar está fazendo é revogar artigo da Constituição por doutrina, não é mutação constitucional, e isso não é possível. Senado não é imprensa oficial do STF e STF não precisa do Senado Federal para dar publicidade às suas decisões.
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Aula 12 – Rio, 12.04.12
CONTROLE CONCENTRADO
-Controle difuso-> feito perante todos os órgãos do judiciário. 
-Controle concentrado -> vamos analisar a ação concentrada, julgada pelos órgãos de cúpula do judiciário. Geralmente, ações que vão envolver um controle abstrato – um controle em tese. Na maior parte das ações, a questão constitucional será o mérito – o mérito será analisar se a norma é constitucional ou inconstitucional. As decisões tomadas terão eficácia erga omnes. Não há mais discussão em relação ao papel do Senado Federal, pois o papel deste é desnecessário. 
.Ação Direta de Inconstitucionalidade
.Ação Declaratória de Constitucionalidade 
.ADIn por omissão
.Representação de Inconstitucionalidade
.Ação de Representação Interventiva
.Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental
└> essas são as ações que vamos estudar.
Essas ações estão muitas presentes no nosso dia-a-dia – exemplo: caso que está sendo julgado sobre a legalização do aborto de fetos anencéfalos.
Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) -> serve para declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual – art. 102, I, “a”, primeira parte da Constituição. Não cabe ADI de leis municipais, por absoluta falta de previsão constitucional. Essa ação tem por objeto comparar essa lei com a Constituição e ao final do julgamento dar a decisão se é constitucional ou inconstitucional, tendo efeito erga omnes, sendo julgada pelo Supremo Tribunal Federal. Quer declarar a lei como inconstitucional.
Ação Declaratória de Constitucionalidade(ADC) -> está no art. 102, I, “a”, segunda parte da Constituição. Temos uma diferença em relação a ADI: esta declara lei inconstitucional, enquanto que aquela é resguardar/proteger a lei. Quer que o Supremo declare tal lei constitucional, que todos deverão obedecê-la por estar em harmonia com a Constituição, sendo só ato normativo federal, não podendo ser lei ou ato normativo estadual, e muito menos municipal. 
ADIn por omissão (ADIO) -> art. 103, §2º, CRFB. Julgada também pelo STF, e, no caso, é uma percepção de que você pode descumprir a Constituição, justamente porque você não fez nada. Não só quando pratico um ato inconstitucional, mas justamente porque eu não faço o que a Constituição fala que tem ser feito.
└> Essas três querem proteger a supremacia da Constituição. O objetivo é proteger a Constituição. 
Representação de Inconstitucionalidade -> apelido: ADI Estadual – essa ação existe para defender as Constituições Estaduais. Art. 125, §3º, CRFB – Estados organizam-se e regem pelas leis que adotaram. Se o Estado se organiza por meio de Constituição, tem que permitir que o Estado proteja essa Constituição. É a forma de defesa da Constituição do Estado. Art. 125, §2º. Quem julga é o TJ – NÃO DIZ QUE O CONTROLE CONCENTRADO É FEITO SÓ PELO SUPREMO! O controle concentrado é feito pelo Supremo em todas as ações, menos nessa. Só o TJ julga essa, o juiz não julga. É controle concentrado e abstrato, porque não é feito pelo Supremo.
Ação de Representação Interventiva -> voltamos ao domínio do Supremo – é também julgada pelo Supremo. Art. 136 – se é cabível intervenção do Estado. Carrega os princípios que chamamos de sensíveis, porque são tão sensíveis que se violados vão acarretar pior sanção que o Estado pode sofrer, que é a intervenção federal. Na ocorrência de violação desses princípios sensíveis, cabe a Ação de Representação Interventiva. Só o Procurador-Geral da República pode mover essa ação. Mas o detalhe que diferencia essa ação de uma ADI, por exemplo, é que ADI faz controle abstrato – analisa em tese se uma lei é constitucional ou não – a Ação Representativa de Intervenção não faz controle abstrato, e sim controle concreto – quem chama atenção para isso é o José Carlos Moreira Alves -> é uma ação de controle concentrado, pois é julgada pelo STF, mas é concreto, não é em tese, porque nessa ação o objeto vai ser analisado por ação concreta do Estado, verificando se o Estado teve uma conduta que justificasse ou não uma decretação de intervenção federal – se o Estado violou uma princípio sensível para decretar uma intervenção federal.
Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) -> surge para defender preceito fundamental, e ao fazer isso, ocorre em análise de inconstitucionalidade necessariamente . Serve para lei federal, estadual ou municipal, também para ato anterior à Constituição. ADPF tem caráter subsidiário, ou seja, você só usa ADPF quando não há outro meio eficaz de sanar a lesividade do ato judicial/para defender aquele preceito fundamental.
É inconstitucional punir uma mulher que faz aborto de feto anencéfalo como mulher que faz aborto de feto normal – então não cabe ADI. Também não cabe ADIO. Representação de Inconstitucionalidade também não, nem Ação de Representação Interventiva, onde o controle é concreto.
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Aula 13 – Rio, 17.04.12
REVISÃO PARA A PROVA
-Controle difuso -> um caso para resolver no poder judiciário. Você leva uma questão ao judiciário, você tem um pedido. O fundamento desse pedido, a causa de pedir, é uma questão de inconstitucionalidade.
O caso do João da Silva dono de uma pequena confecção de roupas – João da Silva EIRELI – estava pagando um tributo e não deveria pagar em razão da sua inconstitucionalidade, entra com uma ação de indébito, e ele pede a restituição do que ele pagou, a devolução do que ele pagou em razão desse imposto. Todo pedido tem que estar acompanhado de uma causa que acompanhe esse pedido. A causa de pedir dele foi a inconstitucionalidade do tributo, que é inconstitucional. O juiz teve que resolver a repetição de indébito. A questão constitucional é sempre questão prejudicial, é aquele questão que afeta o mérito, mas não é o mérito, mas afeta a analise do mérito, importa na analise do mérito.
Nesse caso, tem como o juiz julgar a repetição do indébito sem julgar se o imposto é ou não constitucional? Não. Por isso que a questão é sempre incidental, mas não é o mérito. Uma inconstitucionalidadelevantada pelo autor. Mas pode ter também ação levantada pelo réu. 
-Art. 97, CRFB -> Cláusula de reserva do plenário – todo tribunal tem que declarar norma inconstitucional por maioria absoluta ou do pleno ou do OE. 
Art. 481, caput e parágrafos.
Até que a matéria chega ao supremo, que também tem clausula de reserva do plenário. O Supremo não tem OE, este só existe em tribunais com mais de 25 membros.
Art. 52, X -> é a participação do Senado no controle difuso – compete privativamente ao senado suspender no todo ou em parte lei declarada inconstitucional pelo Supremo -> serve para dar eficácia erga omnes a decisão do Supremo, que é inter partis, a princípio. Isso não se aplica no controle abstrato porque a ação direta já tem eficácia erga omnes – adi já tem eficácia erga omnes então não há necessidade que o senado edite uma resolução. 
3 Teorias -> obrigatoriedade do senado realizar o art. 52, X. Teoria da facultatividade – não é obrigado, só se quiser. 
RE -> tem repercussão geral, hoje em dia. A tese discutida na reclamação 4335 – tese de Gilmar mendes-> quando supremo declara norma inconstitucional aquela declaração não vale só para as patês, aquilo transcende os motivos subjetivos da lide – aquilo vai valer para todas as pessoas. Mas o STF afasta essa tese na reclamação 3014 – a eficácia erga omnes não seria em função da repercussão geral, mas sim apenas pela reclamação 4335 em que há a tese de Gilmar mendes – afirma que há uma mutação constitucional do art. 52, X e então não seria preciso o senado federal para tornar a decisão erga omnes, o senado apenas daria publicidade à decisão do supremo.
Decisão do Supremo tem eficácia inter partis. Mas no caso do HC boa parte está agindo como se a decisão fosse erga omnes, mesmo que não tenha ocorrido o art. 52, X pelo SF. A prática está levando a transcendência dos motivos determinantes da decisão. 
Na técnica é inter partis!!! Mas na prática a tendência é ser erga omnes. 
Não vai cair a Teoria da Vinculação e a Teoria da Dispensa. Art. 97, CRFB c/c art. 481, parágrafo único. 
art. 481, parágrafo único é causa de dispensa ou de vinculação? Quando Plenário ou OE decide isso vincula os órgãos fracionários? 
Teoria da Vinculação -> existe aqui no RJ. O plenário decidiu, o órgão fracionário em decisões futuras também devem seguir o mesmo entendimento.
Pela teoria da dispensa -> está dispensado de remeter a questão ao OE. Se o OE entender que é constitucional, mas o órgão fracionário entender que é inconstitucional, pode não seguir decisão do OE.
-Importante saber que se alegação não for nova, não precisa o órgão fracionário submeter a questão novamente ao plenário. E que a maioria dos estados adota a Teoria da Vinculação, mas não precisa saber essas duas teorias agora.
Art. 481, parágrafo único – tem que entender o mecanismo dele. Economia Processual. 
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Aula 14 – Rio, 26.04.12 continuação...
Ação Direta de Inconstitucionalidade -> controle concentrado feito apenas pelo STF. Só o STF pode julgá-lo. A decisão do STF terá eficácia erga omnes – não tem que se falar no art. 52, X, CRFB! É controle abstrato, não precisa falar sobre isso. Controle abstrato a decisão já é erga omnes. Está analisando qual pode ser o objeto de ADI – lei federal, lei estadual e lei distrital (vale pelo art. 32, §1º - se a lei distrital for de âmbito estadual vale ADI, mas se for municipal não vale ADI – a CRFB só não prevê ADI para lei municipal ou lei distrital em âmbito municipal).
Objeto da ADI serão os atos normativos primários, que são atos que podem criar direitos e obrigações. Ato normativo primário -> capaz de inovar na ordem jurídica. Em oposição a atos normativos primários, existem os secundários, que em regra não são objeto de ADI, é um ato que regulamente o ato primários, então não pode inovar na ordem jurídica, não pode criar direitos e obrigações – exemplo: O decreto -> decreto regulamenta a lei – decreto não inova, só a lei -> por isso, em regra ato normativo primário não está sujeito a ADI, porque existe o decreto que regulamenta a lei. Se tiver inconstitucionalidade, não será o decreto inconstitucional, mas sim a lei, que é ato primário. Em relação ao decreto, ato secundário, se faz uma análise de legalidade e não de inconstitucionalidade. 
Art. 59, CRFB -> lista os atos normativos primários. Todas essas determinações são atos normativos primários, todos esses podem inovar na ordem jurídica, alguns com amplitude maior e outros com amplitude menor. Decreto legislativo e resolução também inovam, menos, mas inovam – inovam menos do que a lei. 
O que pode ser objeto de ADI é lei ou ato normativo. Pode ter ADI contra súmula? Não, porque sumula apenas expressa a orientação jurisprudencial do tribunal, não é lei, não é ato normativo, então não pode ser objeto de ADI. E se a súmula foi vinculante cabe ADI? A súmula vinculante vincula os demais órgãos do judiciário e adm. pública, só o poder legislativo é que não é atingido, apesar disso não é objeto de ADI, pois a súmula vinculante não é ato normativo, não vincula o poder legislativo, ela apenas dá uma interpretação da lei, então não muda nada em relação às súmulas normais. É posição consolidada do Supremo.
CONTROLE CONCENTRADO
ADI – art. 102, I, “a”, 1ª parte:
-Competência do STF de defender a Constituição, competência originária – só é julgado pelo STF e por mais nenhum órgão. Serve para declarar uma norma inconstitucional. Controle abstrato – questão constitucional é o pedido. Controle abstrato concentrado a eficácia é erga omnes. Uma vez julgada a ADI, esse julgamento é feito só pelo STF, é um controle abstrato porque analise em tese se a lei é constitucional ou não, e a decisão que o Supremo tiver será erga omnes – se decidir que é inconstitucional, a lei estará fora do ordenamento jurídico.
-Trata da chamada ADI Genérica.
-O que pode ser objeto de ADI é lei ou ato normativo federal ou estadual. Posso ter ADI de lei municipal? Não, porque não tem essa previsão no art. 102, I, “a” – municipal está fora. 
Existe controle abstrato de lei municipal? Sim. A lei municipal pode ter controle abstrato perante a Constituição do Estado. 
Existe controle abstrato de lei municipal perante a constituição da república? Sim, é a ADPF de lei municipal, que declara a inconstitucionalidade de lei municipal.
Posso ter ADI de lei municipal? Não. Mas o fato de não permitir isso não quer dizer que não tenha controle abstrato de lei municipal – pela ADPF. Lei municipal não posso questionar por ADI. Mas posso questionar a lei municipal por outros meios que ainda vamos estudar. 
E lei distrital? Se a lei tiver conteúdo estadual sim, se tiver conteúdo municipal não cabe ADI. Art. 32, CRFB. O município é a menor entidade federativa – é um ente federativo autônomo – tem autogoverno e autoadministração. O DF não pode ser dividido em municípios, até por uma questão de segurança – e também não dá pra dividir em municípios porque é um espaço pequeno. DF é dividido em cidades, não pode ser dividido em municípios, e isso explica a lógica do art. 32, § 1º -> DF pode fazer tudo aquilo que o estado e município faz – se não existe município não existe vereador em Brasília, existe um poder legislativo para todo o DF, existe um poder executivo para todo o DF (governador do DF – tem atribuições de estado e de município); por este art. a câmara legislativa também terá atribuições de estado e de município, porque se ele não pode ser dividido em municípios significa que uma lei distrital feita pela câmara legislativa distrital pode ser de âmbito estadual ou de âmbito municipal. Lei distratam em âmbito estadual cabe ADI, mas no âmbito municipal da lei distrital não cabe ADI, porque não posso admitir ADI de lei municipal.
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Aula 15 – Rio, 03.05.12 
Anotações Bárbara
O que pode ser objeto de ADI (art. 102, I, “a”) – a lei ou ato normativo federal. A lei distrital depende. 
Normas constitucionais originárias são parâmetros de controle, nunca objeto. Art. 142, §3º - mulheres

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