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TERAPÊUTICA NO TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR ________________________________________________________________________________ EPIDEMIOLOGIA: - Afeta 5 a 10% dos pacientes na atenção primária - Em pessoas de 18 a 44 anos, a depressão é a principal causa de incapacitação e morte prematura - As mulheres são 2X mais afetadas que os homens (provavelmente por um componente genético) - Em paciente com uma parente de 1º grau afetado, o risco de depressão ao longo da vida aumenta de 2 a 3X - O primeiro episódio ocorre com mais frequência nos pacientes de 12 a 24 anos de idade e naquelas acima de 65 anos ________________________________________________________________________________ ETIOLOGIA: - Ainda não é esclarecida - Os modelos integradores, que levam em consideração as variáveis biológicas (genética e ambiental) e sociais, são os que refletem de forma mais eficaz a etiologia complexa ________________________________________________________________________________ FISIOPATOLOGIA: 1. Concentrações anormais de neurotransmissores (Teoria monoaminérgica): • É o modelo de explicação mais antigo: • Anormalidades na dopamina —> relacionada a motivação e concentração • Anormalidades na norepinefrina e dopamina —> relacionadas à fadiga e hipertonia • Anormalidade na norepinefrina e serotonina —> relacionadas aos sintomas físicos 2. Má regulação do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal: • É embasada pelo achado consistente de falhas nesse eixo em indivíduos com depressão • Em paciente com depressão, uma dose em bolus de dexametasona ao deitar não inibe o ritmo circadiano normal de cortisol (teste de supressão com dexametasona), o que ocorre em indivíduos hígidos 3. Anormalidades dos sistemas de segundo mensageiro: • Através de uma análise dos estudos de neuroimagem, adultos com depressão maior tinham perda de neurônios (desbaste) em regiões dos córtex orbitofrontal, cingulado, insular e temporal e redução no volume do hipocampo • Paciente em uso de anti-depressivos revertiam esse efeito de perda de neurônios e redução no volume do hipocampo • Anormalidades estruturais e funcionais nas redes fronto-límbicas também foram detectadas em estudos de neuroimagem de pacientes virgens de tratamento com depressão • Resumindo: o cérebro de um paciente com depressão não é igual a um cérebro normal (tanto do ponto de vista histológico quanto anatômico) Página de 1 14 ________________________________________________________________________________ CONSTRUÇÃO DO RACIOCÍNIO TERAPÊUTICO: 1. Fazer diagnóstico 2. Classificar 3. Estratificar gravidade 4. Tratar (não-medicamentoso e medicamentoso) 5. Atingir metas) 1. Fazer Diagnóstico: • O diagnóstico é baseado no DSM-5 (“Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5ª Edição”) • O termo “transtornos de humor”, presente no DSM-IV, foi substituído por “transtornos depressivos” no DSM-5 2. Classificar: A. Transtorno depressivo maior B. Transtorno depressivo persistente (distimia) C. Transtorno disfórico pré-menstrual (forma grave da síndrome pré-menstrual — “TPM”) D. Outros transtornos depressivos: • Decorrentes de abuso de substâncias (ex: álcool, maconha, etc) • Efeitos colaterais de medicamentos (ex: inibidores do vmat, clonidina) • Condições médicas (ex: Doença de Parkinson) • Outras causas específicas ou não - Cuidado: • Resposta a uma perda significativa (luto, perda financeira, etc) podem incluir sintomas de tristeza intensa, reflexão excessiva sobre a perda, insônia, falta de apetite e perda de peso, que pode se assemelhar a um episódio depressivo 3. Estratificar Gravidade: • Estratificação do Episódio: 1. Leve 2. Moderado 3. Grave A. Grave sem psicose B. Grave com psicose • Características dos Episódios: 1. Ansiosa 2. Mista 3. Catatônica 4. Melancólica 5. Atípica 6. Sazonal 7. Pós-parto Página de 2 14 - Como classificar o episódio em leve, moderado ou grave? • Existem várias escalas • Uma das escalas mais utilizada é a “Escala de Avaliação para Depressão de Hamilton”: • < ou = a 7 pontos —> “depressão subsindrômica ou subclínica” • 8 a 13 pontos —> depressão leve • 14 a 18 pontos —> depressão moderada • > ou = a 19 pontos —> • Essas escalas servem não apenas para a estratificação, mas também para avaliar a efetividade do tratamento proposto ________________________________________________________________________________ TRATAMENTO NÃO-MEDICAMENTOSO: - Depressões subclínicas e leve não devem ser tratadas com terapia farmacológica - Depressão moderada pode ou não ser tratada com anti-depressivo, dependendo de caso a caso - Quais são os tratamentos não medicamentoso: • Intervenções psicossociais • Abordagem psicoterapêutica (terapia cognitiva comportamental e terapia de integração pessoal) ________________________________________________________________________________ TRATAMENTO MEDICAMENTOSO: CLASSES: 1. Inibidores da Receptação de Monoaminas 2. Antagonistas dos Receptores de Monoaminas 3. Inibidores da MAO — Monoamina oxidase (IMAO): 4. Agonistas dos Receptores da Melatonina Página de 3 14 ________________________________________________________________________________ INIBIDORES DA RECEPTAÇÃO DE MONOAMINAS: - Subgrupos: 1. Inibidores seletivos da recaptação de serotonina (ISRS) 2. Inibidores da receptação de serotonina e norepinefrina 3. Inibidores seletivos da recaptação de norepinefrina 4. Inibidores da recaptação de norepinefrina e dopamina Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina (ISRS): - Principal grupo de anti-depressivos - É sempre a primeira escolha em pacientes recém-diagnosticados (eficácia, tolerabilidade, e segurança — principalmente nos casos de overdose) - Quem são? 1. Citalopram 2. Escitalopram 3. Fluoxetina (presente no RENAME) 4. Paroxetina 5. Sertralina 6. Vortioxetina 7. Fluvoxamina: • Não deve ser utilizada como anti-depressivo. O FDA autoriza apenas para o TTO do Transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) - Características: • Todos inibem a recaptação de serotonina entre 60 e 80% • Início da melhora entre 3 e 8 semanas • Todos são bastante seletivos para o receptador de serotonina • Exceção: a Paroxítona também é um fraco antagonista colinérgico e a Votioxetina que age como agonista e antagonista de vários receptores 5-HT • Logicamente todos possuem o efeito de inibir a recaptação de serotonina, no entanto, o grau da inibição difere entre eles • Além disso, um outro fator que os difere são os outros efeitos que cada medicamentos apresenta: • Fluoxetina também bloqueia recaptação de noradrenalina • Sertralina também bloqueia recaptação de dopamina Página de 4 14 • Paroxetina também possui efeito muscarínico (o que pode ser um problema em pacientes idosos, principalmente no quesito memória) - Farmacocinética: • Bem absorvidos VO • Alimentos não alteraram a absorção • Exceção: Sertralina • Transportados pela albumina (dificilmente são deslocados) • Caráter lipofílico (passam barreiras orgânicas) • Metabolizados pelo fígado • Citalopram e Escitalopram praticamente não interferem no citocromo P450 (o que é especialmente útil em pacientes com polifarmacia) • Vários desses fármacos são metabolizados pelo 2D6, por isso, é necessário ter cuidado com outros fármacos também metabolizados por essa enzima (ex: Tamoxifeno) • Meia-vida de eliminação de 1 dia: • Exceção: • Fluvoxamina: 15 horas (a meia-vida curta pode causar efeito rebote ao suspender a medicação) • Fluoxetina: até 3 dias (seu metabólito, a norfluoxetina, possui meia-vida de 16 dias) - Associação: • ISRS + AINES = aumento da chance de sangramento! • ISRS + Tramadol ou Opioides = síndrome serotoninérgica - Contraindicações: • Hipersensibilidade • Uso concomitante de inibidores da MAO (que também aumenta serotonina) - Precaução: • Associação com outros antidepressivos (possibilidade de síndrome serotoninérgica) • Associação com Lítio(é um estabilizador do humor, usado principalmente na bipolaridade) • Fluoxetina parece ser segura durante a gestação • Paroxetina está associada à malformação cardíaca Página de 5 14 - Como prescrever? • Iniciar sempre com dose mínima e ir aumentando progressivamente a cada 4 semanas (principalmente em idosos) • A resposta é muito variável de paciente para paciente • Os ISRS são bioequivalentes (assim como os glicocorticoides) • Equivalência de doses: • Citalopram 20mg • Escitalopram 10mg • Fluoxetina 20mg • Fluvoxamina 50 a 100mg • Paroxetina 20mg • Sertralina 50mg • Vortioxetina 5 a 10mg • Em idosos e pacientes muito ansiosos pode-se iniciar com metade da dose referida, devido ao risco de suicídio - Risco de Suicídio: • Pacientes muito jovens (<24 anos) e idosos (>60 anos) apresentam risco de suicídio ao utilizar ISRS • Esses risco ocorre principalmente nas primeiras semanas de tratamento • Nesses pacientes recomenda-se rever o paciente semanalmente (no máximo em 2 a 4 semanas) - Síndrome Serotoninérgica: • Tríade = alterações neuromotoras + alterações do estado mental + alterações autonômicas • Critério de Hunter para diagnóstico de síndrome serotoninérgica: - Síndrome da Retirada Abrupta de ISRS: • Mais comum com paroxítona e fluvoxamina • Menos comum com fluoxetina (devido a longa meia-vida) • Sintomas: • Disforia, fadiga, mialgia, tontura, calafrios • O tratamento é voltar a administrar o medicamentos e tentar retirar muito mais lentamente Página de 6 14 - Outras indicações dos ISRS além do transtorno depressivo maior: • Transtorno do pânico • Transtorno obsessivo compulsivo • Transtorno de ansiedade generalizada • Transtorno de ansiedade social (fobia social) • Transtorno de estresse pós-traumático • Transtorno dismórfico corporal • Transtornos alimentares • Transtorno disfórico pré-menstrual • Transtornos somatoformes Inibidores da Recaptação de Serotonina e Noradrenalina (IRSN): - Subdivididos em: 1. Mais Seletivos / Antidepressivos Duais (mais novos) 2. Menos Seletivos / Antidepressivos Tricíclicos e Tetracíclicos (mais antigos) INIBIDORES DA RECAPTAÇÃO DE SEROTONINA E NORADRENALINA MAIS SELETIVOS - Quem são? • Desvenlafaxina • Venlafaxina • Duloxetina • Milnacriprano - Características: • Por também aumentarem a norepinefrina, esses medicamentos causam mais efeitos adversos do que ISRS (ex: podem causar crise hipertensiva em hipertensos) • Cada fármaco dessa subclasse apresenta diferentes proporções na inibição da recaptação de serotonina e norepinefrina: • Desvenlafaxina —> 11:1 • Venlafaxina —> 10:1 • Duloxetina —> 5:1 • Milnacriprano —> 1:2 (inibe mais noradrenalina —> pode causar mais efeitos adversos!) • Também são utilizados no tratamento de dor crônica (principalmente duloxetina e venlafaxina) • Os efeitos anti-depressivos levam de 3 a 8 semanas para aparecer. Por outro lado, os efeitos analgésicos aparecem muito mais rapidamente - Farmacocinética: • A desvenlafaxina é um metabólito da venlafaxina que apresenta maior ação sobre a inibição da recaptação da noradrenalina • A desnvenlafaxina e o milnaciprano não são metabolizados pelo citocromos, o que é interessante em hepatopatas e em pacientes polimedicados • Bem absorvidos VO • Alimentos geralmente não alteram a absorção (duloxetina pode sofrer interação mas o uso conjunto com alimentos melhora as náuseas) • Transportados pela albumina (podem ser deslocados) • Caráter lipofílico (passam barreiras orgânicas) • Metabolizados pelo fígado Página de 7 14 • Meia-vida de eliminação de 10 a 12 horas - Indicados quando: • Quando houver pouca ou nenhuma resposta aos ISRS (ex: Depressão associada à dor crônica) • Os efeitos adversos dos ISRS não forem tolerados - Efeitos Adversos: • O aumento da concentração de norepinefrina pode causar um desequilíbrio levando à queda do tônus parassimpático • Isso gera um efeitos pseudoanticolinérgico: • Constipação • Xerostomia • Retenção urinária - Contraindicação • Hipersensibilidade • Uso concomitante de IMAO • Contraindicações específicas da duloxetina e milnacriprano: • Glaucoma de ângulo fechado • Insuficiencia renal e hepatica • Alcoolista - Precaução: • Associação com outros antidepressivos e lítio • Gestação • Pacientes hipertensos (devido ao aumento da concentração de norepinefrina) - Como prescrever? • Também iniciar com a menor dose possível e ir aumentando progressivamente • Os IRSN são bioequivalentes • Equivalência de doses: • Desvenlafaxina 50mg • Venlafaxina 37,5mg • Duloxetina 30mg • Milnaciprano 12,5mg - Outras indicações dos IRSN além do transtorno depressivo maior: • Transtorno do pânico • Transtorno obsessivo compulsivo • Transtorno de ansiedade generalizada • Transtorno de ansiedade social (fobia social) • Transtorno de estresse pós-traumático • Transtorno dismórfico corporal • Dor na neuropatia periférica • Fibromialgia • Vulvodinea • Incotinência urinária Página de 8 14 INIBIDORES DA RECAPTAÇÃO DE SEROTONINA E NOREPINEFRINA MENOS SELETIVOS: - Quem são? • Tricíclicos: • Amino Terciários: • Imipramina • Amitriptilina (presente no RENAME) • Clomipramina • Trimipramina • Doxepina • Amino Secundários: • Nortriptilina (melhor escolha dentre os tricíclicos) • Desipramina • Protriptilina • Tetracíclicos: • Maprotilina - Indicados quando: • Houver pouca ou nenhuma resposta aos ISRS • Os efeitos adversos dos ISRS não forem tolerados - Informações gerais: • Início da melhora entre 3 e 8 semanas • Por aumento na concentração de norepinefrina pode ocorrer uma diminuição do tônus parassimpático, causando efeito pseudoanticolinérgico + anticolinérgico: • Constipação • Xerostomia • Retenção urinário - Efeitos adversos: • Apresentam muito mais efeitos adversos que os duais • Isso ocorre pois os antidepressivos tricíclicos e tetracíclicos são menos seletivos, ou seja, além de bloquearem a recaptação de serotonina e noradrenalina, eles bloqueiam vários outros receptores • Ex: • Todos bloqueiam o receptor H1 (receptor histamínico), podendo causar sonolência e ganho ponderal • Bloqueio alfa-1 possui efeito anti-hipertensivo, podendo causar hipotensão nos pacientes • Bloqueio M1 possui efeito anticolinérgico, causando vários efeitos adversos, entre eles perda de memória (o que faz com que esses medicamentos seja praticamente proscrito em idosos) • Bloqueio dos canais de sódio (principalmente no músculo cardíaco), o que faz com que esses medicamentos sejam proscritos em pacientes com distúrbios de condução elétrica, como arritmia • Bloqueio dos receptores de serotonina específicos 2C e 2A (5HT2C e 5HT2A) causam disfunção sexual Página de 9 14 - Farmacocinética: • Bem absorvidos VO • Alimentos geralmente não alteram a absorção • Transportados pela albumina • Caráter lipofílico (passam barreiras orgânicas) • Metabolizados pelo fígado: • Amitriptilina é metabolizada em nortriptilina • Imipramina é metabolizada em desipramina • Meia-vida de eliminação de aproximadamente 24 horas (por isso, são prescritos 1x/dia) • Todos esses medicamentos afetam a família do citocromo P450 e, por isso, devem ser evitados em pacientes com polifarmacia, principalmente idosos - Contraindicação: • Hipersensibilidade • Uso concomitante de IMAO - Precaução: • Associação com outros antidepressivos e lítio • Gestação (mas não são teratogênicos) • Devem ser administrados à noite (devido o efeito sobre receptor H1 — sonolência) - Qual IRSN escolher?s • A escolha dependerá do perfil de efeitos adversos (mais seletivos ou menos seletivos) e experiência clínica Página de 10 14 Inibidores da Seletivos de Recaptação de Noradrenalina: - Quem são? • Reboxetina e Atomoxetina • Não são utilizados como anti-depressivos • Liberadas apenas pra transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) Inibidores da Seletivos deRecaptação de Noradrenalina e Dopamina: - Quem são? • Bupropriona (Wellbutrin® e Zyban®) • Zyban é mais utilizado para cessação do tabagismo e Wellbutrin para tratamento de depressão (mas são exatamente iguais) - Indicação: • Depressão bipolar em pacientes utilizando estabilizadores do humor • Cessação do tabagismo • TDAH - Características: • Provavelmente é o único antidepressivo SEM atividade ansiolítica, ou seja, não é uma boa escolha para tratar transtorno de ansiedade • Somente prescrever as formas de liberação prolongada (Welbutrin SR® e Zyabn®) ou de liberação controlada ( Welbutrin XL®) pois diminuem o risco de convulsões ________________________________________________________________________________ ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES MONOAMINAS (“ANTIDEPRESSIVOS ATÍPICOS”): - Quem são? • Mirtazapina e Mianserina • Antagonistas H1 —> sonolência e aumento da fome • Antagonista pré-sinápticos alfa-2 adrenérgico —> causa aumento da norepinefrina • Antagonistas 5-HT2 e 5-HT3 • Efeitos anti-histamínicos predominam em doses < 15mg • Aumento da colesterolemia e triglicerídeos (o que não é indicado em diabéticos e dislipidemicos) • Aumento da PAS (pulso adrenérgico) • Causam menos efeitos colaterais sexuais • Trazodona e Nefazodona • Bloqueiam receptores 5-HT2 • Maior efeito de sedação com trazodona (efeito sobre receptor H1) • TEPT (pós-traumático) • Maior possibilidade de causar hipotensão ortostática • Diminuem agressividade (menor pulso adrenérgico) • Priapismo (1:6000) • Hepatotoxicidade (1: 250.000) Página de 11 14 ________________________________________________________________________________ INIBIDORES DA MONOAMINA OXIDASE (IMAO): - Quem são? • Inibidores da IMAO A e B: • Tranilcipromina • Fenelzina • Inibidores da IMAO A: • Moclobemida (indicação bem específica) • Inibidores da IMAO B: • Selegelina (usada no tratamento de Parkinson) - Características: • A tranilcipromina possui uma molécula muito parecida com a anfetamina (por isso, pode causar adição no paciente) • “Reação do Queijo” / Reação da Tiramina: • A ingestão de alimentos ricos em tiramina e tirosina (queijo, vinhos, laticínios) em indivíduo fazendo uso de IMAO provoca um quadro conhecido como “reação do queijo” • A tiramina é degradada pela MAO A e MAO B no intestino e no fígado • Quando a atividade desta enzima encontra-se inibida, os níveis de tiramina aumenta causando efeitos simpaticomiméticos, como elevação acentuada da pressão arterial, cefaleia pulsátil severa e hemorragia intracraniana • Dessa forma, esses alimentos devem ser evitados em pacientes hipertensos tratados com um IMAO Página de 12 14 ________________________________________________________________________________ AGONISTA DO RECEPTOR DE MELATONINA - Quem são? • Agomelatina (Valdoxan®) • Possui 3 efeitos: 1. Agonista do receptor de melatonina 1 (MT1) 2. Agonista do receptor de melatonina 2 (MT2) 3. Antagonista do receptor de serotonina 2C (5HT2C) - Como prescrever? • Iniciar com 25 mg,/noite • Após duas semanas de tratamento, se não houver melhoria dos sintomas, a dose pode ser aumentada para 50 mg /noite, mas cuidado com a hepatotoxicidade - Evidências: • Existem evidências que a agomelatina é mais efetiva que o placebo contra depressão • No entanto, não existem evidências de equivalência ou mesmo superioridade desse fármaco se comparado a outros antidepressivos já disponíveis, que apresentam segurança e efetividade conhecidas • Frente à grande variedades de opções, tanto pelo SUS como pelo programa de medicamentos genéricos, dificilmente a agomelatina será custo-efetiva Página de 13 14 ________________________________________________________________________________ RESUMINDO ANTIDEPRESSIVOS: - Os antidepressivos tem eficácia semelhante, porém variam no perfil de efeitos colaterais - Monitorização de resposta, efeitos colaterais, adesão ao tratamento e risco de suicídio reforçam a necessidade de entrevistas com frequência semanal na fase inicial do tratamento - Antidepressivos bem tolerados, seguros quando tomados em excesso e mais prováveis de serem tomados nas doses prescritas: • ISRS • IRSN mais seletivos ou Mirtazapina - Episódios depressivos graves: • Tricíclicos ou IRSN mais seletivos - SRS e Atípicos (IRSN, IRND, IRN…) • Primeira opção farmacológica para pacientes com outras doenças clínicas, populações geriátricas e pediátricas - Nortriptilina e Desipramina: • Segunda opção em pacientes idosos ou com outras doenças clínicas - IMAO: • Pacientes não-responsivos aos fármacos mais modernos e um AD tricíclico clássico potencializado ou não com lítio Página de 14 14
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