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06 - Ceras Odontológicas

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Introdução 
As ceras podem ser utilizadas tanto no consultório 
quanto no laboratório, embora sejam utilizadas mais em 
laboratório. No consultório a cera pode ser utilizada para 
fixar bandas ortodônticas, por exemplo, mas no laboratório 
tudo que se faz tem como início um protótipo de cera. 
 
Composição 
A cera odontológica é constituída por alguns tipos 
de ceras e de resinas. 
A parafina é o componente principal da cera, 
representando 40% a 60% da composição do material. Mas 
também temos outras resinas em sua composição, como a 
goma ou resina dammar (resina natural), que aumenta a 
resistência à fratura e à descamação e permite uma 
superfície mais lisa e brilhantes. 
Se tratando de um material termoplástico, quando 
esfria, a cera tem essa tendência de fraturas e 
descamações, principalmente quando ela é submetida a 
estresse residual. 
Outro componente é a cera carnaúba, que diminui 
o escoamento na temperatura bucal (como a temperatura 
da boca é um pouquinho mais alta do que a do ambiente, 
a cera tem a tendência de escoar), além de aumentar o 
brilho. 
Também existem resinas naturais ou sintéticas e a 
ceresina, que, por alguns fabricantes, é utilizada em 
grandes quantidades para substituir parte da parafina, 
além de melhorar a escultura. 
Por fim, há também a adição de um agente 
corante, que é utilizado para diferenciar a cera do gesso. 
Essa diferenciação é necessária para que se faça o desenho 
no modelo sem que ele sofra desgaste, visto que, caso não 
se conheça o limite entre a cera e o modelo de gesso em 
virtude das suas semelhanças, pode-se acabar removendo 
parte do modelo de gesso durante a realização da 
escultura. 
 
Propriedades Desejáveis 
Entre as propriedades que se deseja ter nas ceras 
odontológicas, temos: 
 Uniformidade quando plastificada – Quando a cera 
é submetida a uma fonte de calor, precisa-se que 
ela seja plastificada/amolecida de forma uniforme. 
Se em sua plastificação uma parte da cera ficar 
mais resistente e outra mais amolecida, sendo 
necessário girar o bastãozinho de cera para que um 
lado fique amolecido enquanto que o outro já se 
endurece, durante a escultura se terá dificuldades, 
pois uma parte estará mais mole e a outra mais 
dura. Quando se coloca um bastão de cera para ser 
plastificado, é preciso girá-lo para que toda a sua 
superfície seja submetida ao mesmo tipo de calor 
e pelo mesmo tempo, até que o bastão fique 
brilhoso (esteja plastificado). No plastificador de 
cera é que realmente se obtém a uniformidade da 
plastificação. 
 Como foi dito anteriormente, outra característica 
desejada é o contraste com a cor do troquel. 
 Após a modelagem, a cera não deve descamar-se 
ou apresentar superfície rugosa. É importante ter 
controle sobre o estresse residual para que a cera 
não tenha descamação excessiva e não apresente 
superfície rugosa, o que seria passado para a peça 
metálica. 
 Adaptação marginal precisa do padrão de cera com 
o troquel ou modelo. É preciso ter um contorno 
exato da margem do preparo dental, tudo bem 
detalhado, para que se possa, no padrão de cera, 
fazer essa adaptação bem corretamente. Qualquer 
erro, pra menos ou pra mais, faz com que a 
adaptação não seja boa. 
 
Apresentação 
As ceras se apresentam no mercado de várias 
formas, como é possível observar a seguir: 
 Lâminas; 
 Cones; 
 Cilindros; 
 Bastões (semelhantes a godiva); 
 Pastas; 
 Fios; 
 Bolas; 
 Placas; 
 Pastilhas. 
 
Propriedades 
Com relação às propriedades, por se tratar de um 
material termoplástico, as ceras também apresentam uma 
faixa de fusão. Essa faixa de fusão não é específica como a 
da godiva, que é de 85% de escoamento a 45°. Dependendo 
do tipo de cera, existe um intervalo onde a cera está no 
momento ideal para ser utilizada. 
A cera é o material odontológico que sofre a maio 
expansão entre todos os materiais que serão vistos nessa 
série de resumos. É muito importante que se evite ao 
máximo favorecer essa tendência de grande expansão que 
as ceras possuem, o que é feito através do uso de técnicas 
corretas para manipular ou aquecer a cera. 
O escoamento é outra propriedade importante das 
ceras odontológicas. Ele depende sempre do tempo que a 
cera dor exposta a determinada temperatura e a 
intensidade da temperatura. 
Ceras Odontológicas 
Se a cera for exposta a uma temperatura baixa por 
um período de tempo longo, ela irá lentamente se 
plastificando, possuindo um determinado escoamento. Se 
a cera for exposta a uma temperatura bem alta, 
rapidamente ela irá derreter e perder os padrões normais 
de propriedades dela, o que causa muita deformação. 
Por conta disso, é necessário ter um certo controle 
sobre o escoamento da cera. No caso dos padrões de cera, 
é importante que ela não se distorça na temperatura 
ambiente. Já para as ceras de manipulação (ceras que são 
manipuladas e aquecidas na mão), é desejável que se tenha 
uma certa flexibilidade. 
O estresse residual geralmente acontece quando 
não se sabe manipular bem a cera, como nos casos de 
primeira manipulação. Por exemplo, se o preparo for uma 
MOD larga, começa-se a aquecer a cera, que fica 
amolecida, e se preenche a cavidade com pequenas 
quantidades. Nesse processo, uma pessoa sem experiência 
pode acabar aquecendo demais o instrumental na 
lamparina e, com isso, ao tocar esse instrumental na 
anatomia confeccionada de antemão, no processo de levar 
a cera, acaba se derretendo a cera que havia sido posta 
antes, desfazendo o trabalho. Esse processo de aquecer e 
esfriar a cera gera uma deformação irreversível, o que faz 
com que a prótese confeccionada entre perfeitamente no 
modelo de cera, mas não se encaixe no dente do paciente. 
Esse estresse residual deve ser reduzido da 
seguinte forma: aquece-se o instrumental sempre entorno 
de 37° (em média) e preenche-se a cavidade e confecciona-
se a anatomia em um período de tempo próximo de 30 
minutos, pois o tempo alongado também leva à 
deformação. Outra coisa importante é que não se deve 
armazenar a prótese em locais de altas temperaturas, visto 
que se trata de um material termoplástico. 
 
Técnica da Cera Perdida – Padrão de 
Cera 
Essa é a técnica onde o padrão de cera é recoberto 
pelo revestimento e a cera é derretida, ou seja, vai ser 
perdida. Além dessa técnica que utiliza o anel, também 
existe outras técnicas semelhantes, onde também se forma 
esse molde. 
A indicação da técnica da cera perdida se dá na 
fundição de restauração inlay, onlay ou coroas totais 
metálicas. No caso das próteses metalocerâmicas, essa 
técnica é utilizada na confecção dos copings, que é a parte 
que contorna o preparo do dente. 
A técnica da cera perdida pode ser feita de forma 
direta, quando se faz o preparo de dentes unitários, ou 
indireta, quando se faz o preparo de mais dentes, visto que 
é feita sobre o modelo. 
 
Técnica Direta – Cera Perdida 
No procedimento da técnica direta, primeiro tem 
que ter o preparo cavitário protético (expulsivo) na boca do 
paciente. 
Em seguida é preciso selecionar a cera. Como se 
trata de um procedimento feito dentro da cavidade oral, a 
cera de escolha é a tipo 1, que é mais macia. Essa escolha 
se baseia no fato dessa cera demandar uma temperatura 
menor para ser plastificada do que a cera tipo 2 ou tipo 3. 
Isso é importante pelo fato de que o preparo pode ser feito 
em um dente com a poupa viva, onde não í indicado que se 
coloque a cera muito quente para que não se cause 
injúrias. 
Normalmente essa cera se apresenta na forma de 
bastão e é plastificado no calor seco (chama da lamparina) 
ou no plastificador de cera. Quando a plastificação é feita 
no calor seco, é importante girar o bastão para que ela se 
dê de forma uniforme, até que o bastão comece a brilhar 
(se gotejar é porque já está queimando e perdendo 
algumas de suas propriedades. 
Esse processo é repetido aos pouquinhos até 
preencher todo o preparo cavitário na boca do paciente, 
lembrando sempre do intervalo de temperatura que seja 
seguro para a polpa do paciente.A cera é manipulada e comprimida no preparo 
cavitário do paciente. Durante essa moldagem, após 
preencher a cavidade numa altura que vai além do nível 
oclusal, realiza-se uma pressão com o dedo ou pede-se ao 
paciente que ele morda a cera. 
Por fim, deixa-se que ocorra o esfriamento gradual 
da cera, sem fazer uso de água fria, e, quando tiver 
esfriado, remove-se o molde da cavidade. 
 
Técnica Indireta – Cera Perdida 
Normalmente, a técnica mais utilizada é a indireta, 
pois é mais fácil de ser feita e é mais confortável para o 
paciente, que não precisa ficar o tempo todo com a boca 
aberta. 
Para essa técnica se utiliza uma cera do tipo 2 (cera 
média, um pouco mais dura que a tipo 1). Por se tratar de 
um procedimento indireto, ele é feito fora da boca do 
paciente, em um modelo de gesso. 
Antes de aplicar a cera em pequenos incrementos 
é necessário fazer a lubrificação do preparo cavitário no 
troquel/modelo, para que se isole a cera do gesso e ela não 
fique grudada na rugosidade do gesso e quebre no 
momento da retirada. 
Essa lubrificação não pode ser em excesso, pois 
implicaria na diminuição do preparo cavitário, fazendo com 
que a prótese fique alta (tem que deixar todas as paredes 
circundantes e axiais/pulpares bem molhadinhas, mas sem 
excesso de material). Depois que esse material lubrificante 
sea, inicia-se a aplicação da cera em pequenos incrementos 
e em camadas. 
A cavidade deve ser preenchida em excesso, para 
que quando for fazer a escultura ela não fique abaixo da 
linha de preparo do dente. 
Realiza-se então a escultura dental na cera, 
tomando cuidado para evitar o desgaste do troquel de 
gesso nas margens da escultura. Para isso, é importante 
que a cera seja de uma cor diferente do troquel. 
Por fim, realiza-se o polimento, que pode ser feito 
através de pano de seda, tanto na técnica direta quanto na 
indireta (deixa a superfície bem lisinha). 
Outros Tipos de Cera 
A composição de cada tipo de cera é ajustada para 
cada uso em particular. 
A cera placa-base geralmente é utilizada na 
confecção de prótese total, na parte de palato, que tem 
espessura de 1 a 2 mm, podendo ser rosa ou vermelha. 
Após o derretimento dessa cera, obtêm-se o molde para a 
aplicação da resina acrílica. 
A cera de mordida ou corretiva é utilizada na 
elaboração de documentações ortodônticas. Nesse caso, 
coloca-se a proteção metálica da radiografia porque a cera 
se deforma muito durante a mordida e fica retida no 
espaço interdental. Fora os casos de ortodontia, essa cera 
também é utilizada para pacientes edentados, visto que é 
bem macia. 
A cera pegajosa é aderente (pegajosa) quando 
plastificada e é rígida e friável quando resfriada. Ela é 
utilizada na união temporária dos elementos de prótese 
fixa, aparelhos ortodônticos e ortopédicos e reparos de 
próteses fraturadas (mantém as duas partes unidas para 
que se faça a emenda com resina acrílica). 
A plastificadora de cera faz uso 
de um instrumental que lembra muito o 
aplicador de hidróxido de cálcio. Esse 
aparelho pode ter abertura para um 
tipo de cera ou até mesmo para três e 
possui um regulador que permite que a 
temperatura de aquecimento seja a 
específica do fabricante. 
 
 
 
 
Nas imagens 
ao lado temos 
exemplos de ceras 
ortodônticas, que 
são utilizadas para 
evitar que o fio 
metálico do aparelho 
fixo machuque a 
bochecha do 
paciente. 
Além disso, existe a cera em pastilha, a cera em 
lâmina e em placa (cera 
utilidade) e a cera 
sprue (imagem ao 
lado).

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