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Semiologia do Sistema Digestivo

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Semiologia do Sistema Digestivo 
ANATOMIA E FISIOLOGIA 
 
 
 
SINTOMAS: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Função: Regulação da saciedade e da fome, digestão 
mecânica (mastigação), deglutição e digestão química dos 
alimentos; absorção dos nutrientes necessários, eliminação 
de matéria e resíduos desnecessários; 
Componentes: 
- Boca: Contém estruturas que iniciam a 
digestão: dentes (cortam a comida), glândulas 
salivares (secretam saliva que contem enzimas que iniciam a 
digestão química dos açúcar e das gorduras), língua (deteta 
o sabor, empurra o bolo alimentar em direção à faringe); 
- Faringe: conduz a comida para o esófago; 
- Esófago: Tubo muscular que conduz o bolo alimentar ao 
estômago; tem um esfíncter superior (abre com o reflexo da 
deglutição e permite que o bolo alimentar entre no esófago) 
e um esfíncter inferior (controla o esvaziamento do conteúdo 
do esófago para o estômago); 
- Baço: Quebra eritrócitos gastos -> produção de 
bilirrubina -> enviada para o fígado -> secretada na bílis; 
- Fígado: Funções principais: desintoxicação de metabolitos, 
síntese de proteínas, produção de bioquímicos necessários 
para a digestão -> regulação do metabolismo e 
armazenamento de energia; 
- Vesícula biliar: Armazena a bílis e esvazia-a no duodeno de 
onde é parcialmente eliminada pela defecação; 
- Pâncreas: Secreta insulina quando os níveis de açúcar são 
elevados; secreta glucagon quando os níveis de açúcar estão 
baixos; secreta suco pancreático (tripsinogénio, 
quimotripsinogénio, elastase, amilase etc.) no duodeno, onde 
digere o quimo; 
- Intestino delgado: Duodeno - mistura o quimo com a bile, 
segrega bicarbonatos para aumentar o pH, a fim de ativar as 
enzimas pancreáticas que digerem o quimo 
Jejuno - absorve pequenos nutrientes que foram 
previamente digeridos no duodeno 
Íleo - absorve a vitamina B12, os sais biliares e todos os 
nutrientes necessários que não foram absorvidos no jejuno 
Cego - uma bolsa que marca a divisão entre intestinos 
delgado e grosso -> conecta o íleo com o cólon ascendente 
 
- Intestino Grosso: Cólon ascendente - absorve a 
água do quimo e transfere-o para o cólon 
transverso pelos movimentos peristálticos 
Cólon transverso - estende-se da flexura 
hepática à flexura esplénica; absorve água e sais 
minerais 
Cólon descendente - estende-se da flexura 
esplénica ao cólon sigmoide; armazena as fezes 
que serão transferidas para o cólon sigmóide 
Cólon sigmóide - contrai-se, aumentando a 
pressão dentro do cólon, o que faz com que as 
fezes se movam para o reto; 
- Reto: Mantém as fezes formadas, até que estas 
sejam eliminadas por defecação; 
 
 
ANALISE SINTOMÁTICA 
ALTERAÇÃO DE APETITE - Fome VS Apetite: 
• Apetite é o desejo de alimentar-se e corresponde a um estado afetivo-instintivo (está ligado a memórias afetivas, 
situações de estress) 
• Fome: sensação desagradável, resultante de contrações gástricas (fome gástrica), associada a um estado geral de 
fraqueza (fome celular). 
• Doenças com aumento de apetite - ex.: DM, hipertireoidismo → Polifagia (comer muito), hiperorexia (apetite 
exacerbado) e bulimia (forçar o vomito) 
• Doenças com diminuição do apetite - ex.: estados infecciosos, transtornos depressivos, neoplasias malignas, uso de 
certos medicamentos (digitálicos, diuréticos, anorexígenos) → Inapetência (não se alimenta), hiporexia (pouco 
apetite), anorexia (ausência de apetite), anorexia nervosa. 
• Perversão do apetite: desejo de ingerir substâncias não alimentícias ou que não está habituado a usar - Gravidez 
(pica ou malacia); anêmicos: desejo de comer terra (geofagia). 
 
SINTOMAS DO ESÔFAGO: 
DISFAGIA - dificuldade à deglutição. 
• Pode ser: 
Orofaríngea ou alta: o alimento permanece no todo ou em parte na cavidade bucal após a tentativa de deglutição, 
podendo haver aspiração para a árvore traqueobrônquica, seguida de tosse, ou regurgitação nasal. (problema na 
faringe – não consegue engolir) 
Esofágica ou baixa: sensação de parada do bolo alimentar no esôfago. Pode ser por obstrução (começa para sólidos 
e pode evoluir para sólidos e líquidos - progressão) ou alterações motoras (acontece simultaneamente para sólidos 
e líquidos e pode ser intermitente) (sensação de incomodo na região retroesternal) 
• Evolução relativamente rápida com perda de peso – neoplasia (induz quadro de subnutrição por alteração do 
metabolismo basal) 
• Longa duração sem comprometimento do estado geral – causa benigna; 
• Se acompanhada de pirose (queimação retroesternal) – esofagite péptica – refluxo gástrico; 
• Se acompanhado de aperto retroesternal – espasmo difuso (alterações neuro-motoras do esôfago) 
• Globus hystericus: sensação de corpo estranho localizado ao nível da fúrcula esternal e que se movimenta de cima 
para baixo, desaparecendo completamente durante a alimentação, para reaparecer em seguida – origem 
psicogênica (inverso da disfagia – quando engole melhora). 
 
ODINOFAGIA - dor que surge com a ingestão de alimentos ou saliva. 
• Comumente está associada à disfagia; 
• Localização retroesternal, em queimação (esofagite péptica), em punhalada, constritiva ou espasmódica; 
• Causas: 
Candidíase do esôfago (situações associadas a imunodepressão), esofagite actínica (radioterapia na região 
esofágica), esofagite herpética e ulcerações agudas produzidas por medicamentos (KCL, brometo de emeprônio, 
AINE’s, alguns antibióticos como a doxiciclina, as tetraciclinas e a clindamicina), distúrbios motores esofágicos 
(contrações musculares intensas no esôfago distal ou a lesões associadas da mucosa). 
 
PIROSE - “azia”, “queimor” ou “queimação” retroesternal. 
• Altamente sugestivo de refluxo gastresofágico; 
• Direção ascendente, podendo chegar até a garganta; 
• Pode ser desencadeada por alimentos, bebidas alcoólicas, café, frutas cítricas, chocolate, alimentos fermentados, ou 
pela posição de decúbito; 
• Acompanha-se, às vezes, de regurgitação de pequenas quantidades de líquido de sabor azedo ou amargo; 
• Pirose constante sugere: hérnia hiatal e a hipotonia do esfíncter inferior do esôfago; outras causas são 
hipersecreção e estase gástrica, operações prévias sobre a região do cárdia e alterações motoras acompanhadas 
de hipoperistaltismo, como ocorre na esclerose sistêmica progressiva. 
 
DOR 
• O tipo da dor varia em função da doença de base: 
• Esofagite péptica: em queimação (pirose); 
• Distúrbios motores (espasmo difuso, formas hipercinéticas da esofagopatia chagásica, acalasia idiopática): em 
cólica, constritiva ou dilacerante – pode ser confundida com dor anginosa; 
• Câncer do esôfago: é surda (mal caracterizada – paciente não consegue definir a dor), contínua; 
• Ruptura espontânea do esôfago (síndrome de Boerhaave) e perfurações acidentais: de grande intensidade e se 
acompanha de sintomas gerais que denunciam a gravidade do quadro clínico; (dor aguda, intensa, pode ter 
quadro de SESPSE) 
• Esôfago quebranozes: contrações peristálticas de grande amplitude e longa duração (distúrbio contrátil). 
 
REGURGITAÇÃO - retorno do alimento ou de secreções contidas no esôfago ou estômago à cavidade bucal, sem 
antecedentes de náuseas nem a participação dos músculos abdominais. (simples retorno do alimento, sem 
estímulo do vômito, não tem contração muscular envolvida) 
• Causas / fatores que predispõem: 
Mecânicas: estenoses, neoplasias, divertículo faringoesofágico (divertículo de Zenker) e obstrução do lúmen 
esofágico por alimento (geralmente carne), hérnia hiatal por deslizamento, aumento da pressão intragástrica ou 
intraabdominal e as mudanças posturais, como a inclinação do tronco para a frente, o decúbito dorsal e o decúbito 
lateral direito. 
Motoras: megaesôfago chagásico, a acalasia idiopática e, mais raramente, o espasmo difuso do esôfago, doença 
péptica ulcerosa, hipotonia do esfíncter inferior do esôfago.Regurgitação noturna – risco de broncoaspiração 
e BCP (broncopneumonia) de repetição. (comum 
em crianças e pacientes com refluxo após 
alimentação pesada/ingestão de álcool) 
Decúbito lateral esquerdo: posição que é anti-
refluxo (fundo gástrico é pressionado contra o 
esôfago, fechando-o) 
 
ERUCTAÇÃO - arroto. 
• Consequência da ingestão de maior quantidade de ar durante as refeições, ou em situações de ansiedade 
(aerofagia); 
 
SOLUÇO - Não constitui sintoma específico das doenças do esôfago, nem do aparelho digestivo. 
• São contrações espasmódicas do diafragma. 
• Causas: doenças do sistema nervoso central, irritação do nervo frênico ou do diafragma, estimulação reflexa e 
doenças que comprometem o mediastino, pleura e órgãos intra-abdominais, hérnia hiatal e no megaesôfago. 
Tração do nervo vago e frênico – região posterolateral da faringe: para parar o soluço (manobra em último caso) 
SIALORRÉIA - produção excessiva de secreção salivar. 
• Causas: esofagopatias obstrutivas, em particular, no megaesôfago chagásico, pacientes hipersecretores com 
doença péptica ulcerosa, disfunções neuromusculares e/ou sensoriais e quadros neurológicos crônico-
 
 
degenerativos (encefalopatia crônica não progressiva, paralisia cerebral, encefalopatia pós-anóxica, Esclerose 
Múltipla, Parkinson, ELA , quadros agudos, como AVC e TCE). 
HEMATÊMESE - vômito sanguinolento (manifestação de hemorragia digestiva alta – com ou sem melena: 
sangramento escuro nas fezes) 
• Caracteriza a hemorragia digestiva alta: a sede se localiza desde a boca até o ângulo de Treitz; 
Causas: 
• Esofageanas: varizes do esôfago (por doença hepática – volumosa, vermelho vivo, com coagulos); câncer do 
esôfago e nas úlceras esofágicas (menor volume), hérnia de hiato e DRGE (esofagite), síndrome de Mallory-Weiss 
(laceração da mucosa esofageana por esforço importante relacionado ao vômito); 
 
• Gastroduodenais: úlcera péptica, lesões agudas da mucosa gastroduodenal (gastrites erosivas), câncer gástrico. 
 
SINTOMAS - ESTÔMAGO E DUODENO 
DOR - em epigástrio; (fome doída) 
• Causas: úlcera péptica, gastrite aguda e câncer gástrico. 
• Doenças inflamatórias ou neoplásicas que afetam a face serosa do estômago determinam dor contínua e intensa 
no epigástrio. Quando uma lesão gástrica se estende a estruturas retroperitoneais, é comum a dor ser percebida 
na região dorsal do tronco. 
• Úlcera não complicada: dor em queimação, fome dolorosa; 
Fatores de alívio: alimentação, antiácidos e vômitos; 
Ritmicidade: “clocking” – dói, come, passa (10h, 15-17h e 1-3h – horários de estômago vazio e elevada acidez) – 
particularmente a úlcera duodenal; (dor cíclica) 
Periodicidade: após período de dias, semanas a meses de dor, ocorre melhora dos sintomas por períodos variáveis 
devido cicatrização da lesão. Posteriormente retorna. 
• Úlcera complicada: penetra órgãos vizinhos ou causa obstrução → dor contínua que não melhora à alimentação. 
• Úlcera perfurada: sinais de peritonite. 
 
DISPEPSIA OU SÍNDROME DISPÉPSIA - conjunto de sintomas relacionados com a parte alta do abdome – dor 
ou desconforto epigástrico, plenitude pós-prandial ou empanzinamento, sensação de distensão abdominal por 
gases, pirose, saciedade precoce, náuseas e vômitos ocasionais, intolerância a alimentos gordurosos. (sintomas 
inespecíficos) 
• Não precisa ter todos os sintomas; 
• Frequentemente associada às manifestações de doenças digestivas não gástricas (hepatopatias, pancreatopatias, 
doenças das vias biliares) e a doenças localizadas fora do tubo digestivo (cardiopatias, insuficiência renal); 
Tipos: 
• Refluxo: o principal sintoma é pirose; 
• Úlcera: o sintoma predominante é a dor epigástrica; 
• Dismotilidade: nela prevalece a sensação de plenitude gástrica, principalmente pós prandial (“estômago cheio”) 
• Quando a exaustiva investigação não revela nenhuma afecção orgânica – dispepsia funcional cuja causa mais 
comum é psicogênica (diagnóstico de exclusão – quando não acha nenhum fator orgânico – pessoas ansiosas, 
depressivas) 
 
NAUSEAS E VÔMITOS - sintomas comuns associados a várias situações clínicas não digestivas; 
• Manifestações comuns de doenças do estômago e do duodeno; 
 
• Costumam vir associadas à dor: 
• Úlcera gástrica ou duodenal e gastrites 
Consiste em suco gástrico puro ou contendo pequena quantidade de bile; alimentos, quando presentes, são os 
recentemente ingeridos (cor marrom-verde escura, com alimento ou não: CAUSA GÁSTRICA) 
• Vômitos contendo grande quantidade de alimentos ingeridos várias horas antes são fortemente indicativos de 
estase gástrica; 
• Grande quantidade de bile (verde musgo a amarelado) no vômito sugere obstrução intestinal alta (VÔMITO BILIAR) 
• Hematêmese: lesões a montante do ângulo de Treitz (transição do duodeno para o jejuno) – vômito com sangue ou 
sangue puro 
Úlcera péptica, varizes esofágicas, lacerações da transição esofagogástrica pelo esforço do vômito (síndrome de 
Mallory-Weiss – pode vir também com raias de sangue vermelho vivo), as lesões agudas da mucosa gastroduodenal 
(estresse e medicamentos) e o carcinoma do estômago. 
• Sangue escurecido: já metabolizado | Sangue vermelho vivo: não metabolizado 
 
DEFICIÊNCIA DE VITAMINA B12 
• Lesões do fundo e corpo gástrico (gastrite atrófica – causa autoimune); 
Células parietais – fator intrínseco se liga a B12 no processo de digestão; 
• Quadro clínico: 
Anemia megaloblástica; 
Polirradiculopatia: 
Parestesias e perda de sensibilidade nos membros; 
Alteração da propriocepção; 
Fraqueza muscular; 
Perda dos reflexos profundos; 
Dificuldade para andar (alterações encefálicas, quadro demencial) 
Confusão mental e demência. 
 
SINTOMAS DE INTESTINO DELGADO 
DIARRÉIA - presença de fezes amolecidas ou aquosas, três ou mais vezes ao dia; 
• Sintoma mais comum nas doenças do intestino delgado; 
• São classificadas conforme a duração em: 
Agudas: até 14 dias; Subagudas: de 15 a 30 dias; Crônicas: acima de 30 dias. 
• Quanto ao mecanismo fisiopatológico podem ser classificadas em: 
• Osmótica (aumento da pressão osmótica do conteúdo intraluminal): acúmulo de substâncias não absorvíveis no 
lúmen do intestino delgado (Fezes com aspecto gorduroso, aquoso) 
✓ Ingestão de laxativos salinos não absorvíveis (hidróxido de magnésio); defeito da digestão ou da absorção 
de nutrientes (síndromes de má absorção – esteatorréia, etc). 
Secretora (aumento da secreção de água e eletrólitos pela mucosa intestinal): aumento do AMP cíclico intracelular, 
responsável pela secreção ativa de água e eletrólitos pela mucosa do delgado. 
✓ Enterotoxinas bacterianas e determinados medicamentos (teofilina, prostaglandinas). 
Exsudativa (aumento da permeabilidade da mucosa intestinal): acometimento da mucosa por alterações 
inflamatórias, neoplásicas ou isquêmicas com exsudação para o lúmen intestinal. (DOENÇAS DE CAUSAS 
INFLAMATÓRIAS) 
✓ Doença de Crohn, enterites bacterianas ou parasitárias e linfomas difusos do delgado. 
Motora (alterações da motilidade do intestino delgado): modificações do trânsito nesse segmento do intestino. 
✓ Aceleração do trânsito: hipertireoidismo e diarreia funcional psicogênica; 
✓ Diminuição da motilidade com estase (acúmulo) do conteúdo intraluminal (proliferação anormal de 
bactérias que desconjugam sais biliares com prejuízo da digestão de macronutrientes, havendo mecanismo 
misto – motor e osmótico): esclerose sistêmica progressiva, enteropatia diabética, etc. 
 
 
DIARRÉIA DE INTESTINO DELGADO: 
• Dejeções costumam ser volumosas e amolecidas, quando não francamente líquidas ou semilíquidas; 
• Número de evacuações aumentado, mas dificilmente alcança a grande frequência observada nas afecções 
inflamatórias das porções mais distais do intestino grosso; 
 
DIARREIA DE INTESTINO GROSSO: alta frequência de evacuação 
• Fezes mais claras,brilhantes, leves (boiam) e espumosas; (lembra a esteatorreia) 
• Podem ser acompanhadas da eliminação de grande quantidade de gases, podendo conferir caráter “explosivo” às 
dejeções; 
• O cheiro pode ser muito desagradável, chegando a pútrido (muitos gases com bactérias que proliferam) 
• Podem ser precedidas de cólicas abdominais periumbilicais (região do umbigo), ou difusa, predominando no 
hemiabdome direito; 
• Dor mais comum no andar inferior do abdome, no hemiabdome esquerdo, próximo a fossa ilíaca esquerda; com 
urgência retal e tenesmo; 
• Não costuma haver eliminação de sangue vivo ou ocorrência de urgência retal ou tenesmo; 
• São comuns os restos alimentares (importante diferenciar se são restos de alimentos normalmente não digeríveis, 
como os que contêm fibras vegetais como fragmentos de verduras, “pele” de tomate, casca de feijão, ou se são 
restos de alimentos normalmente digeríveis, como fragmentos de batata, grãos de arroz, pedaços de carne ou ovo 
- sugere presença de defeitos na digestão). 
 
DIARRÉIA ALTA X BAIXA: 
• Alta (acometimento exclusivo ou predominante de intestino delgado): 
Dejeções de grande volume, grande teor líquido aparente, frequência moderadamente aumentada, ocasionalmente 
contendo restos de alimentos normalmente digeríveis ou a presença inequívoca de gordura. 
• Baixa (acometimento das porções mais distais do intestino grosso): 
Maior número de evacuações (10 a 15/dia), nas quais há eliminação de pequena quantidade de fezes, muito 
frequentemente contendo muco, pus ou sangue, acompanhadas de “puxo”, urgência retal (grande vontade de 
evacuar) e tenesmo. 
• Em alguns casos pode haver uma mistura de ambos os padrões: 
Diarréia alta com liberação de ácidos graxos livres ou sais biliares, promovendo alterações da mucosa dos cólons, 
gerando condições para a instalação de uma diarreia baixa; 
Doenças que acometem simultaneamente intestino delgado e grosso (Dç de Crohn – desde a boca até o ânus); 
Acometimento de íleo terminal. 
 
ESTEATORRÉIA - aumento da quantidade de gorduras excretadas nas fezes, as quais se tornam volumosas, 
amareladas ou acinzentadas, fétidas e, algumas vezes, espumosas. 
• A esteatorreia constitui uma das manifestações clínicas mais específicas no sentido de indicar a presença de 
defeito nos processos de digestão e absorção. 
• Na maioria das vezes, associa-se à diarreia com características de diarreia alta: evacuações muito volumosas e 
número de dejeções moderadamente aumentado, às vezes com eliminação de alimentos normalmente digeríveis. 
São comuns cólicas periumbilicais, distensão abdominal e flatulência. 
• Diarreia associada à esteatorreia, tem como etiopatogênese o aumento da pressão osmótica intraluminal, 
costuma cessar ou diminuir com um período de jejum completo. 
• São características de esteatorréia: 
✓ Dejeções volumosas, brilhantes e lustrosas, com tendência a serem mais claras, e, não raro, flutuam na 
água do vaso sanitário (mais pastosa) 
✓ “Fezes pegajosas e espumosas”, podem ser relatadas. 
✓ Cheiro das fezes (francamente pútrido, ou cheiro de “manteiga rançosa”). 
✓ Aumento do teor gasoso das fezes pode gerar “evacuações explosivas”. 
 
DOR 
• Dor de origem exclusiva no intestino, sem comprometimento peritoneal: localização imprecisa, no centro do 
abdome, próximo da linha média e geralmente do tipo cólica; (DOR VISCERAL) 
• Acometimento de jejuno ou íleo proximal: região periumbilical; 
• Segmentos mais distais do íleo: um pouco abaixo da cicatriz umbilical, na linha média; 
• Íleo terminal: quadrante inferior direito do abdome; 
• Há tendência do paciente em movimentar-se ativamente, a procurar posições que lhe tragam algum alívio, 
fletindo o tronco ou comprimindo o abdome com as mãos (paciente não consegue ficar parado, normalmente 
flete o tronco sobre a dor – tipo cólica) 
 
DOR EM CÓLICA TÍPICA - ocorre por distensão ou contração de vísceras ocas; 
• Início relativamente abrupto; 
• Piora rápida e progressiva da intensidade; 
• No ápice (pico de dor) costuma associar-se a sintomas autonômicos (náuseas, vômitos, sudorese, tontura); 
• Na sequencia reduz-se aliviando ou passando completamente; (característica cíclica) 
• Dores em cólica muito intensas podem irradiar-se para o dorso. 
 
DOR DE OUTRO TIPO: 
• Tipo peso: Alterações inflamatórias, congestivas ou isquêmicas; 
• Tipo “queimação” ou “pontada”: Acometimento do peritônio perivisceral; 
• De um modo geral, toda dor intensa pode acompanhar-se de manifestações autonômicas, como náuseas, 
vômitos, sudorese, palidez cutânea e inquietude. 
 
DOR POR ACOMETIMENTO PERITONEAL: 
• Quando decorre de acometimento do peritônio visceral: 
✓ De caráter difuso, mal definida, com uma transitória hipermotilidade gastrintestinal (no início) que, após 
curto intervalo, torna-se progressivamente deprimida e, logo, abolida, seguida de distensão dos intestinos 
provocada pelo acúmulo de líquidos e de gases para o lúmen intestinal. 
✓ Víscera não contraí mais → começa a distender (motilidade abolida – ruídos abolidos) 
• Quando decorre de acometimento do peritônio parietal: 
✓ Sua localização corresponde à da sede do processo patológico (dor localizada de acordo com a víscera 
acometida) – palpação de plastrão (inflamação abdominal localizada) 
✓ Peritonite focal: ex.: doença de Crohn (invasiva), que afeta preferencialmente o íleo terminal. Neste caso, a 
sede da dor atribuída ao comprometimento do peritônio perivisceral é, também, no quadrante inferior 
direito do abdome. 
• Quando há peritonite generalizada - dor sentida difusamente em todo o abdome. 
• Sinais clínicos sugestivos de peritonite: 
Paciente prefere ficar imóvel e quieto (diferente da dor tipo cólica), pois movimentação costumam agravar a 
sensação dolorosa (o mesmo acontecendo com a tosse); 
Irritação peritoneal localizada na fossa ilíaca direita, pode haver piora da dor com a extensão completa do 
membro inferior homolateral – posição antálgica de semiflexão da coxa sobre o abdome, mesmo ao deambular 
(perna dobrada sob o abdômen) 
Distensão abdominal com redução a parada de eliminação de gases e fezes; RHA reduzidos ou silêncio 
abdominal; 
Sinal de Blumberg (descompressão dolorosa) 
 
OUTROS DADOS DA DOR: 
• A eliminação de gases e fezes pode desencadear ou agravar a dor visceral do intestino delgado; 
• No intestino grosso: eliminação de gases é fator de alívio 
• Vômitos: 
✓ Podem acompanhar qualquer tipo de dor abdominal intensa; 
✓ Quando surgem após vários minutos do pico de intensidade de uma cólica intestinal com eliminação de 
material muito volumoso ou de cor escura e odor fecaloide, é quase certo tratar-se de obstrução 
intestinal. Nesses casos, há frequentemente distensão abdominal e redução acentuada ou mesmo parada 
da eliminação de gases e fezes; 
• Cólicas intestinais acompanhadas de meteorismo intenso, seguidas de eliminação abundante de gases e fezes 
com melhora importante ou completa do quadro doloroso, sugerem obstrução mecânica parcial e transitória. 
Nesses casos, particularmente nos de evolução crônica, podem os pacientes relatar espontaneamente a 
percepção da formação de “caroços móveis” no abdome, que podem corresponder ao peristaltismo exacerbado. 
 
DISTENSÃO ABDOMINAL, FLATULÊNCIA E DISPEPSIA - Associado ao aumento do conteúdo gasoso do 
intestino; 
• Doenças associadas à má absorção: Intolerância à lactose → ingestão de leite e derivados (deficiência da enzima 
lactase) 
• Esteatorréia; Doença celíaca → ingestão de gluten (derivados de trigo, centeio e cevada) (gera processo 
inflamatório) 
 
HEMORRAGIA DIGESTIVA - sangramento para o lúmen do tubo gastrintestinal, sendo eliminado por: 
• Vômito (hematêmese); 
• Defecação: 
✓ Enterorragia: sangue “vivo” nas fezes (muito volumoso, comum em íleo terminal) 
✓ Melena: sangue metabolizado, escuro, podendoguardar uma leve tonalidade avermelhada, as vezes 
enegrecido. Pode apresentar odor pútrido. 
• Hemorragia no nível do intestino delgado –hemorragia digestiva baixa; 
• Suas características vão depender de: 
✓ Localização do sangramento; 
✓ Magnitude: volume, velocidade e duração do sangramento. 
✓ Tipo de sangramento mais comum do intestino delgado é a melena: 
✓ Muito frequentemente com amolecimento das fezes e aumento do número de evacuações ou com diarreia 
exuberante; 
✓ Fezes costumam ficar viscosas e aderentes: eliminação de uma “graxa preta”, “cola preta” ou “borra de 
café”; 
• Enterorragia: volume de sangramento é muito alto; 
✓ Local de sangramento próximo à válvula ileocecal; 
✓ Perda sanguínea rápida e intensa; 
✓ Existência de fatores que aceleram a velocidade do trânsito intestinal; 
✓ Costuma associar-se à melena (jogar água oxigenada nas fezes, se borbulhar significa que tem sangue) 
• Hematêmese: condição muito rara em sangramentos do intestino delgado. Pode ocorrer: 
✓ Sangramento próximo ao ângulo de Treitz e quando a hemorragia for maciça; 
✓ Associação com melena é praticamente obrigatória. 
• Dependendo da magnitude do sangramento podem haver sintomas associados: 
✓ Grande magnitude - manifestações indicativas de colapso circulatório: tontura postural, escurecimento 
visual, sensação de vertigem e palpitações. 
✓ Pequena magnitude (pouco intensa e de baixa velocidade, insidiosa ao longo do tempo): pode ser 
inaparente do ponto de vista clínico, não havendo nem mudança das características das fezes. Os sintomas 
poderão ser apenas os de uma anemia de instalação lenta, às vezes detectável somente à exploração 
laboratorial. 
• Febre: manifestação comum das hemorragias originadas em pontos próximos à válvula ileocecal (absorção de 
substâncias pirogênicas produzidas pela digestão do sangue). 
 
• Sangramento do intestino delgado pode vir associado a outros sinais e sintomas próprios desta víscera. 
OUTROS SINTOMAS: 
• Perda de peso decorre de: 
✓ Alimentação deficiente: devida à inapetência ou à exclusão progressiva de alimentos que agravam os 
sintomas do paciente; 
✓ Má absorção: principal mecanismo de emagrecimento nas doenças do intestino delgado; 
✓ Aumento do consumo metabólico: neoplasias. 
✓ Anemia: deficiência de ferro, vitamina B12 ou folatos, desnutrição proteica, hemorragia digestiva ou 
depressão tóxica da eritropoese. Pode ser a única manifestação clínica associada a má absorção; 
• Edema: redução da pressão coloidosmótica por hipoalbuminemia (má absorção ou redução da ingestão proteica); 
• Manifestações carenciais por ingestão alimentar insuficiente ou perturbação da absorção: 
✓ Deficiência de vitamina A: xeroftalmia, cegueira noturna (nictalopia) e hiperqueratose cutânea; 
✓ Deficiência de vitamina D: raquitismo e a deficiência do crescimento; 
✓ Hipovitaminose K: púrpuras e sangramentos no tubo digestivo; 
✓ Deficiência de vitaminas do complexo B: queilites, glossite, pelagra e parestesias; 
• Manifestações de insuficiência endócrina: principalmente relacionadas a deficiência dos hormônios derivados do 
colesterol. 
 
SINTOMAS DE CÓLON, RETO E ÂNUS 
DOR: 
• Dor no quadrante superior direito: 
✓ Cólica: impactação fecal alta e obstipação intestinal grave. 
• Dor no quadrante inferior direito: 
✓ Íleo terminal, ceco, apêndice e início do cólon ascendente; 
✓ Apendicite, o câncer do ceco, processos inflamatórios (doença de Crohn, tuberculose intestinal), 
invaginação ou intussuscepção, suboclusão ou oclusão por lesões benignas ou malignas. 
• Dor no quadrante superior esquerdo: 
✓ Diverticulite, impactação fecal alta e a obstipação intestinal crônica; 
✓ Interpretação da dor torna-se difícil pela presença de inúmeros órgãos nessa região (estômago, pâncreas, 
baço, rim) que também podem provocá-la. 
• Dor no quadrante inferior esquerdo: 
✓ Afecção mais comum é a doença diverticular do cólon – pode ocorrer diverticulite ou abscesso, às vezes 
com perfuração em peritônio livre e consequente peritonite; 
✓ Obstipação crônica, processos inflamatórios ou irritação da mucosa intestinal com espasmos (cólon 
irritável) e neoplasias. 
• Dor perineal: 
✓ Trombose hemorroidária, abcessos e fissuras. 
 
DOR ABDOMINAL DIFUSA - Colite, obstipação intestinal, impactação fecal e peritonite. 
• Peritonite: Sua localização inicial depende da lesão que originou o comprometimento do peritônio. Ex.: diverticulite 
de sigmoide com perfuração - a dor inicia-se no quadrante inferior esquerdo e horas depois torna-se difusa; úlcera 
gástrica; abscessos; 
• Apendicite: começa com dor do tipo cólica, epigástrica ou periumbilical – evolui, com processo infeccioso-
inflamatório que acomete o peritônio, e a dor passa a ser localizada (fossa ilíaca direita) ponto de Mc Burney 
• Mesmo em situações de dor generalizada, manobras palpatórias adequadas permitem definir com alguma 
precisão, o órgão em que teve início o processo inflamatório; 
• Paciente quieto, refere dor a palpação no local da dor, refere dor quando a descompressão brusca (sinal de 
Blumberg positivo), rigidez abdominal 
• Com a evolução do quadro, a parede abdominal torna-se endurecida, condição denominado abdome em tábua; 
• Ruídos hidroaéreos tornam-se ausentes ou hipoativos. 
 
DIARRÉIA DE INTESTINO GROSSO: 
• De característica baixa: 
✓ Maior número de evacuações (10 a 15/dia), nas quais há eliminação de pequena quantidade de fezes, muito 
frequentemente contendo muco, pus ou sangue, acompanhadas de “puxo”, urgência retal e tenesmo; 
✓ Diarréia exclusivamente colônica dificilmente manifesta-se a noite – “cólon dorme a noite”. 
✓ Síndrome disentérica: origem amebiana ou bacilar; 
• Tenesmo: dor anal/perianal acompanhada de desejo imperioso de defecar. O paciente sente uma dor intensa, 
espasmódica, e tem a impressão de que a evacuação será abundante, mas elimina apenas pequenas quantidades 
de fezes ou muco. 
• Pode ser: 
✓ Aguda (até 14 dias): retocolite ulcerativa, colites amebianas, retite actínica, doença de Crohn (de reto e 
colon), câncer de cólon direito; 
✓ Crônica (acima de 30 dias): cólon irritável, e qualquer uma das outras causas de diarreia aguda quando 
não tratadas adequadamente. Tumores do cólon direito geralmente evoluem com diarreia crônica. 
 
OBSTIPAÇÃO OU CONSTIPAÇÃO INTESTINAL 
• Quanto à consistência das fezes, estas podem ser apenas um pouco mais duras, ressecadas ou em cíbalos (fezes 
em pequenas bolas, como as dos caprinos); 
• Fatores que influenciam o hábito intestinal: 
✓ A composição do bolo fecal (quantidade de fibras na alimentação); 
✓ Regulação neurovegetativa (plexos intramurais, a ação de hormônios secretados no próprio aparelho 
digestivo ou fora dele - tireoide - e de várias substâncias - serotonina, prostaglandinas); 
✓ Condições psicológicas: os arcos reflexos que participam da evacuação intestinal mantêm conexões com o 
diencéfalo e o córtex. 
• Fatores fisiopatológicos que participam da gênese da obstipação: 
✓ Alimentação inadequada (dieta pobre em fibras); 
✓ Mecânicas: quando há lesões que ocluem o lúmen ou impedem a contração das paredes intestinais 
(malformações, oclusão tumoral, processos inflamatórios); 
✓ Neurogênicas: comprometimento das estruturas nervosas (aganglionose ou doença de Hirschsprung, 
megacólon chagásico, paraplegia, esclerose múltipla); 
✓ Metabólico-hormonais: hipotireoidismo, uremia, hiperparatireoidismo, porfiria; 
✓ Medicamentosas: antiácidos, anticolinérgicos, opiáceos; 
✓ Inibição repetitiva do reflexo da evacuação (“não atender ao chamado do intestino”). Essa situação 
também ocorre devido a hipossensibilidade senil – idoso sente menos o reflexo evacuatório; 
✓ Psicogênicas: alterações emocionais, muitas vezes ligadas a traumas na infância, depressão.HEMORRAGIA DIGESTIVA BAIXA: intestino delgado, grosso e reto 
• Na maioria das vezes é provocado por hemorróidas (internas ou externas) 
• Sangramento vivo, geralmente indolor, que suja a superfície das fezes e goteja no vaso sanitário. Frequentemente 
suja o papel higiênico após a limpeza do ânus – chamado hematoquezia; (gotejamento de sangue no vaso e no 
papel higiênico) 
• Hemorroida interna: paciente não refere dor 
• Fissuras e hemorroidas externas: (associado a dor e tromboshemorroidareos) → Dor anal e sangramento vivo que 
suja a superfície das fezes, pode gotejar no vaso e/ou sujar o papel higiênico. 
• Sangramentos do sigmoide até o ceco: 
✓ Cólon esquerdo: tende a ser vermelho brilhante; 
✓ Cólon direito: geralmente escuro ou marrom e pode ser misturado às fezes (pouco metabolizado) 
Raramente apresenta-se como melena; 
• Quando de grande monta são vermelho-vivos com ou sem coágulos (sinal de alerta – sangramento volumoso) 
• Outras causas de hemorragia digestiva baixa cuja origem é no cólon: 
✓ Doença diverticular dos cólons: acima da quarta década de vida; episódios de sangramento anal. 
(Diverticulo: hérnia a nível da parede de intestino grosso, quando mais estreito o colo do divertículo maior 
a chance de diverticulite) 
✓ Pólipos: sangram com facilidade. Possibilidade destas lesões se malignizarem; 
✓ Angiodisplasias: vasos submucosos dilatados que sangram por erosão da mucosa. (mal formações 
vasculares) 
✓ Processos inflamatórios: retites e colites actínicas. 
 
PRURIDO ANAL: 
• Causas principais: 
✓ Má higiene; 
✓ Enterobíase (oxiuríase); (vermes) 
✓ Doenças anorretais cutâneas (fissuras, eczemas, dermatite seborreica, psoríase, dermatite de contato); 
✓ Doenças sistêmicas: diabetes e hepatopatias crônicas; (sem lesão trófica) 
✓ Quando não se identifica causa orgânica, considera-se a possibilidade de psicogênica. 
 
DISTENSÃO ABDOMINAL – CAUSA DE NTESTINO GROSSO: 
• Aumento de volume do ventre e pode traduzir várias condições: ascite, meteorismo (excesso de gases no abdômen 
– com borborigmos exacerbados – ausculta sem esteto), fecaloma, neoplasias. 
• Com relação ao intestino grosso: ocorre por dificuldade do trânsito nos cólons (estagnação fecal) 
• Vólvulo do sigmoide (torção do cólon sigmoide sobre seu próprio eixo – megacolon chagásico); 
• Fecaloma: estagnação fecal no cólon sigmoide (sub-oculsão) 
• Câncer do intestino: pode ocluir ou subocluir o lúmen do órgão; 
• Estenose do cólon e do reto, bridas pós-cirurgia abdominal e dilatação aguda do cólon (megacólon tóxico - uma 
das complicações da retocolite ulcerativa). 
• Incoordenação da atividade motora do cólon: megacólon chagásico. 
• Nos casos de oclusão ou suboclusão, pode ser visualizado o relevo das alças colônicas (geralmente sigmoide) na 
parede abdominal, indicando as “contrações” vigorosas desse segmento do intestino. 
 
NÁUSEAS E VÔMITOS (sintomas inespecíficos) 
• Não são frequentes nas afecções do intestino grosso; 
• Nos pacientes com cólon irritável são comuns durante as crises dolorosas; 
• Na oclusão intestinal, os vômitos surgem à medida que o quadro clínico evolui. Após determinado tempo, tornam-
se fecalóides. 
 
ANEMIA E EMAGRECIMENTO: 
• Lesões neoplásicas do cólon direito costumam evoluir com anemia por deficiência de ferro; (exame de sangue 
oculto nas fezes – permite diagnóstico mais acertável) 
• A doença diverticular difusa dos cólons: pode causar grandes hemorragias que levam à anemia aguda; 
• Perda crônica de pequenas quantidades de sangue, imperceptíveis a olho nu, mas que ocasionam anemia – 
pesquisa de sangue oculto nas fezes; 
• Pesquisa positiva de sangue oculto nas fezes: doenças parasitárias, úlceras gástricas e duodenais, divertículos, 
pólipos, doença de Crohn, retocolite ulcerativa e menos comumente nas fissuras; 
• Doença hemorroidária: repetidas perdas de sangue podem provocam anemia; 
 
 
 
 
 
SINTOMAS DO FÍGADO E VIAS BILIARES 
DOR- tipicamente no quadrante superior direito do abdome 
Fígado: 
• Distensão da cápsula de Glisson: dor contínua no hipocôndrio direito, sem irradiação, que piora com a palpação e 
com a realização de esforço físico; 
• Causas: congestão passiva do fígado (mais comum) por ICC direita; hepatite aguda viral e na hepatite alcoólica, 
quando houver rápido crescimento do fígado; abscesso hepático. 
Vias biliares: 
• Cólica biliar: início súbito, comumente no período da madrugada, de grande intensidade, no HD ou epigástrio, 
podendo irradiar-se para dorso (infra-escapular, escapular ou interescapulovertebral direita) e duração de 20 
minutos a horas; paciente inquieto, nauseado, podendo apresentar vômitos. Piora ou é desencadeada pela ingestão 
de alimentos gordurosos; 
✓ Causa mais frequente: colelitíase; 
✓ Calculo na vesícula biliar: NÃO causa icterícia 
✓ Icterícia pós cólica biliar sugere migração do cálculo para o colédoco. 
• Colecistite aguda: 
✓ Inflamação da parede vesicular; 
✓ Pode iniciar como uma cólica biliar e a medida que ocorre comprometimento da parede vesicular com 
extensão para peritônio, a dor passa a ser contínua, no HD, podendo irradiar-se para região infra-escapular, 
escapular, interescapulovertebral direita ou para o ombro direito (via n. vago quando há comprometimento 
do diafragma). Nesta fase a dor piora à movimentação, tosse e respiração profunda; 
✓ Hiperestesia e contratura muscular local. A palpação da região ao fazer uma inspiração profunda desperta 
dor no chamado ponto cístico (hipocôndrio direto na linha hemiclavicular) (sinal de Murphy); 
✓ Pode ocorrer febre, náuseas, vômitos e icterícia em cerca de 25% dos casos, mesmo sem obstrução do 
colédoco; 
✓ Quando a dor se generaliza pelo abdome, pensar em perfuração com peritonite. 
• Coledocolitíase: 
✓ Dor semelhante a da cólica biliar; 
✓ Frequentemente aparece icterícia obstrutiva, que comumente aparece cerca de 24 horas após episódio de 
cólica biliar; 
✓ Se houver infecção concomitante instala-se uma COLANGITE (quadro infeccioso grave, que pode evoluir 
rapidamente para SEPSE); 
• Tríade de Charcot (colangite): 
✓ Dor no quadrante superior direito; 
✓ Febre com calafrios; 
✓ Icterícia. 
 
ICTERÍCIA - Bilirrubina > 2 mg/dl (normal < 1 mg/dl); 
• Investigar: 
✓ Tempo de duração, intensidade e evolução do quadro ictérico – se foi de instalação súbita ou gradativa, se 
vem aumentando progressivamente ou se está havendo flutuação da intensidade; 
✓ Presença de colúria, acolia fecal e prurido sào características de icterícia colestática. 
• Mecanismos: 
✓ Hemolítica: hemólise intravascular (ruptura das hemácias). Predomínio de Bilirrubina Indireta 
✓ Hepática: lesão hepatocelular ou condutos biliares intrahepáticos. Predomínio de Bilirrubina Direta (BD) 
✓ Obstrutiva: obstrução das vias biliares extrahepáticas. Predomínio de BD. 
 
• Causas mais frequentes: hepatite infecciosa, hepatopatia alcoólica, hepatopatia por medicamentos, cirrose hepática, 
leptospirose, malária, septicemias, anemias hemolíticas, cirrose biliar, coledocolitíase, neoplasias do pâncreas, 
pancreatite crônica e neoplasias das vias biliares. Inúmeros medicamentos podem produzir icterícia. 
 
NÁUSEAS E VÔMITOS: 
• As náuseas frequentemente precedem os vômitos; 
• Manifestações frequentes das doenças hepatobiliares; 
• Muitas vezes relacionados com a ingestão de alimentos gordurosos; 
• Nos episódios de cólica biliar, ocorrem quase invariavelmente. 
 
SINTOMAS DO PÂNCREAS 
DOR: 
• Pancreatite - Lancinante ou penetrante nas formas agudas ou nas reagudizações e intensidade variável com o tipo 
e a extensão da lesão; 
• Localização e irradiação: 
✓ Epigástrica, à direita da linha mediana, com irradiação para o dorso, quando a região acometida é a cabeça 
do pâncreas; 
✓ Epigástrica, à esquerda da linha mediana, no acometimento do corpo; 
✓ Hipocôndrio esquerdo, comirradiação para o dorso, quando o processo atinge a cauda. 
✓ A clássica dor em faixa ou em cinta só é observada em uma pequena porcentagem de casos, quando toda a 
glândula é comprometida (região epigástrica que irradia bilateralmente para hipocôndrio até o dorso) 
• Piora com a deambulação, ingestão de alimentos e por vezes até de água; 
• Pode aliviar na posição sentada e levemente fletido para frente. 
 
NÁUSEAS E VÔMITOS - estão presentes na maioria dos pacientes com pancreatite; 
• Geralmente são de difícil controle; 
• Necessário repouso alimentar. 
 
ICTERÍCIA - comum nas doenças pancreáticas; 
• Causas: 
✓ Associado a obstrução do colédoco terminal: 
✓ Causadora da icterícia e da própria pancreatite; 
✓ Cálculos biliares e tumores de papila duodenal (de Vater). 
• Edema ou tumoração do tecido pancreático: 
✓ Comprime o colédoco intrapancreático, determinando a icterícia ou contribuindo para o aumento da 
obstrução; 
✓ Causas: pancreatite, tumor de cabeça de pâncreas. 
 
SÍNDROME DE MÁ ABSORÇÃO - acontece quando resta menos de 10% da função pancreática exócrina (secreção 
de enzimas que digerem carboidratos e proteínas) (Insuficiência pancreática); 
• Adquiridas: alcoólica, obstrução do ducto pancreático, doenças autoimunes (LES, cirrose biliar primária, doença 
inflamatória intestinal, etc), hipertrigliceridemia, hipercalcemia; 
• Hereditárias: fibrose cística, hemocromatose, etc. 
• Caracterizado por: 
✓ Esteatorréia: Dejeções volumosas, brilhantes e lustrosas, com tendência a serem mais claras, e, não raro, 
flutuam na água do vaso sanitário. 
✓ Perda de peso, desconforto e distensão abdominal; 
✓ Má absorção de vitaminas lipossolúveis (A, D, E e K), depleção de micronutrientes e diminuição de 
lipoproteínas circulantes; 
 
• Inicialmente a digestão de proteínas e glicídeos se mantém inalterada; 
• Pode haver distúrbios de motilidade digestiva com aumento da velocidade do trânsito; 
• Pacientes ainda não tratados alimentam-se em curto espaço de tempo e trânsito de delgado mais rápido e os 
sintomas podem ser revertidos com o emprego de enzimas pancreáticas exógenas. 
 
SINTOMAS DE RINS E VIAS URINÁRIAS 
 
• Alterações do volume e do ritmo urinário (oligúria, anúria, poliúria, disúria, hesitação miccional, gotejamento 
terminal, escúria paradoxal, polaciúria, frequência, noctúria); 
• Alterações da cor da urina: 
• Hematúria; 
• Hemoglobinúria; 
• Mioglobinúria; 
• Porfirinúria – oxidação do porfobilinogênio – vermelho ou vermelho amarronzada); 
• Urina turva. 
• Alterações do cheiro da urina; 
• Dor; 
• Edema; 
• Febre e calafrios.