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Aluna: Rutiely de Lima Moura
Conceitos de psicodiagnóstico, indicações e procedimentos
Tutora: Mônica Melo
O psicodiagnóstico 
O psicodiagnóstico é um processo de avaliação psicológica, desencadeado quase sempre em vista de um encaminhamento, que tem início numa consulta, a partir da qual se delineiam os passos do exame, que constitui uma das rotinas do psicólogo clínico por isso não abarca todos os modelos de avaliação psicológica de diferenças individuais. Entretanto, tal tipo de avaliação decorre da existência de um problema prévio, que o psicólogo deve identificar e avaliar, para poder chegar a um diagnóstico. O psicodiagnóstico utiliza de várias técnicas e testes, para que o psicólogo possa examinar as circunstâncias que precederam as consultas. 
Esta pré-história de um estudo de caso é importante porque a percepção da dificuldade, a gravidade maior ou menor atribuída a um ou a vários sintomas, as dúvidas sobre a existência de patologia, a confiabilidade de quem possa ter sugerido uma avaliação psicológica, para não falar em atitudes preconceituosas sobre a possibilidade de doença mental, além de outros fatores, tudo pode influir na dinâmica da interação clínica, na maior ou menor atitude de colaboração durante a testagem e na seletividade das informações prestadas
Num sentido lato, psicodiagnóstico consiste, sobretudo, na identificação de forças e fraquezas no funcionamento psicológico e se distingue de outros tipos de avaliação psicológica de diferenças individuais por seu foco na existência ou não de psicopatologia.
Há dois modelos na psicopatologia utilizados: 
· O modelo categórico, de enfoque qualitativo, exemplifica-se pelo julgamento clínico sobre a presença ou não de uma configuração de sintomas significativos. 
· Já o modelo dimensional, de enfoque quantitativo, exemplifica-se pela medida da intensidade sintomática. 
 
o psicólogo, na prática, costuma dar ênfase ao modelo dimensional. Na realidade, avaliar diferenças individuais envolve algum tipo de mensuração. Além disso, o enfoque quantitativo oferece fundamentos para inferências com um grau razoável de certeza. Mas o psicólogo utiliza, também, o modelo categórico. Na maioria das vezes, porém, associa o enfoque quantitativo e o qualitativo, no desenvolvimento do processo psicodiagnóstico, utilizando estratégias diagnósticas (entrevistas, instrumentos psicométricos, técnicas projetivas e julgamento clínico) para chegar ao diagnóstico. 
Objetivos
O processo do psicodiagnóstico pode ter um ou vários objetivos, dependendo dos motivos alegados ou reais do encaminhamento e/ou da consulta, que norteiam o elenco de hipóteses inicialmente formuladas, e delimitam o escopo da avaliação. Portanto, relacionam-se essencialmente com as questões propostas e com as necessidades da fonte de solicitação e “determinam o nível de inferências que deve ser alcançado na comunicação com o receptor” (Cunha, 1996, p.50).
Classificação simples: 
O exame compara a amostra do comportamento do examinando com os resultados de outros simples sujeitos da população geral ou de grupos específicos, com condições demográficas equivalentes; esses resultados são fornecidos em dados quantitativos, classificados sumariamente, como em uma avaliação de nível intelectual.
Classificação nosológica: 
Hipóteses iniciais são testadas, tomando como referência critérios diagnósticos.
Descrição: 
Ultrapassa a classificação simples, interpretando diferenças de escores, identificando forças e fraquezas e descrevendo o desempenho do paciente, como em uma avaliação de déficits neuropsicológicos.
Diagnóstico diferencial:
São investigadas irregularidades ou inconsistências do quadro sintomático, para diferenciar diferencial alternativas diagnósticas, níveis de funcionamento ou a natureza da patologia.
Avaliação compreensiva:
É determinado o nível de funcionamento da personalidade, são examinadas as funções do ego, compreensiva em especial a de insight, condições do sistema de defesas, para facilitar a indicação de recursos terapêuticos e prever a possível resposta aos mesmos.
Entendimento dinâmico: 
Ultrapassa o objetivo anterior, por pressupor um nível mais elevado de inferência clínica, hadinâmico vendo uma integração de dados com base teórica. Permite chegar a explicações de aspectos comportamentais nem sempre acessíveis na entrevista, à antecipação de fontes de dificuldades na terapia e à definição de focos terapêuticos, etc.
Prevenção:
Procura identificar problemas precocemente, avaliar riscos, fazer uma estimativa de forças e fraquezas do ego, de sua capacidade para enfrentar situações novas, difíceis, estressantes.
Prognóstico:
Determina o curso provável do caso.
Perícia forense:
Fornece subsídios para questões relacionadas com “insanidade”, competência para o exercício das funções de cidadão, avaliação de incapacidades ou patologias que podem se associar com infrações da lei, etc.
PROBLEMAS PSICOSSOCIAIS E AMBIENTAIS: ACONTECIMENTOS DA VIDA 
O conceito de estresse, de um modo PSICODIAGNÓSTICO – “a relação entre o indivíduo e o ambiente e se comprovou particularmente útil durante a Segunda Guerra Mundial” 
Na realidade, pode-se dizer que a importância atribuída ao estresse, no campo da saúde mental, é de certa maneira herdada do conceito de crise que, originário de investigações com sobreviventes de desastres, por vezes de grandes proporções, resultou aplicável a uma grande variedade de situações pessoais. 
 
· Atualmente, crise se refere mais a uma reação, associada à especificidade de uma situação ou fase, e envolve uma perturbação, relacionada com a dificuldade de manejá-la pelos meios usuais.
· Pode-se afirmar que o conceito de crise é extremamente útil em termos de diagnóstico, especialmente para o entendimento do funcionamento psicológico do indivíduo em pontos nodais do desenvolvimento, por exemplo. Já a ênfase do conceito de estresse parece que está no impacto, no fato de se constituir como um fator potencial para consequências futuras, que podem variar em termos do poder do estressor e da vulnerabilidade do sujeito.
CRITÉRIOS USUAIS DE DEFINIÇÃO DE UM PROBLEMA 
· Um problema é identificado quando são reconhecidas alterações ou mudanças nos padrões de comportamento comum, que podem ser percebidas como sendo de natureza quantitativa ou qualitativa.
·  
· Se, como observam Kaplan e Sadock (1999b), a maioria das manifestações de transtornos psiquiátricos representa variações de diferentes graus de um continuum entre saúde mental e psicopatologia, então, na maior parte das vezes, as mudanças percebidas são de natureza quantitativa. Pode-se falar, em primeiro lugar, em alterações autolimitadas, que se verificariam pela presença de um exagero ou diminuição de um padrão de comportamento usual, dito normal. Tais mudanças quantitativas podem ser observadas em várias dimensões, como na atividade (motora, da fala, do pensamento), no humor (depressão vs. euforia), em outros afetos (embotamento, excitação), etc. Frequentemente, esse tipo de alterações surge como resposta a determinados eventos da vida, e a perturbação é proporcional às causas, ficando circunscrita aos efeitos estressantes dos mesmos. Não obstante, se sua intensidade for desproporcional às causas e/ou tal alteração persistir além da vigência normal dos efeitos das mesmas (por exemplo, no luto patológico), já pode ter uma significação clínica.
Família/indivíduo 
 
Nota-se que, na prática, as famílias podem diferir na determinação de quais são os limites da variabilidade normal, por rigidez ou, pelo contrário, por protecionismo. Isso faz com que determinado comportamento pareça sintomático num determinado ambiente familiar, mas não em outro. Por outro lado, nem sempre os problemas que chamam a atenção da família são clinicamente os mais significantes.
 
Quando as mudanças percebidas são de natureza qualitativa, habitualmente chamam a atenção por seu cunhoestranho, bizarro, idiossincrásico, inapropriado ou esquisito e, então, mesmo o leigo tende a associá-las com dificuldades mais sérias. Apesar disso, ainda que sejam geralmente tomadas como sinal de perturbação, eventualmente poderão ser explicadas em termos culturais ou subculturas. Pode-se afirmar que “um comportamento ou experiência subjetiva definidos como sintomáticos em um contexto podem ser perfeitamente aceitáveis e estar dentro dos limites normais em outro contexto.”
 
Uma manifestação inusitada, do ponto de vista qualitativo, deve, assim, ser julgada dentro do contexto em que o indivíduo está e, como sintoma, será tanto mais grave se for compelida mais por elementos interiores do que pelo campo de estímulos da realidade, que é praticamente ignorada.
 
· Dada a relatividade dos critérios usuais na definição de um problema, a abordagem científica atual para a determinação diagnóstica advoga o uso de critérios operacionais. É, pois, necessário que o paciente apresente um certo número de características sintomatológicas, durante um certo período de tempo, para ser possível chegar a uma decisão diagnóstica.
Segunda Guerra 
Durante a Segunda Guerra Mundial, foram desenvolvidos extensos projetos para pesquisas sobre “o papel do estressor como um precipitado da doença mental”.
A comprovação supostamente encontrada pelas observações de estressores em situações de guerra foi aplicada a estressores civis e caiu como uma luva no ambiente de insatisfação da comunidade psiquiátrica da época com o modelo médico, que adotou a pressuposição teórica de um continuum de saúde mental-doença mental, dando ao impacto provocado pelo estresse a significação de um fatorchave para o desenvolvimento de transtornos mentais.
 
Ainda no DSM-III-R (APA, 1987), que já comportava a avaliação multiaxial, havia a orientação de avaliar a gravidade da ocorrência de estresse, no ano anterior, quanto ao “desenvolvimento de um novo transtorno mental”, à “recorrência de um transtorno mental anterior” e quanto à “exacerbação de um transtorno mental já existente”.
 
Há duas categorias diagnósticas: o Transtorno de Estresse Agudo e o Transtorno de Estresse Pós-traumático
 
 Ademais, o Eixo IV do DSM-IV (APA, 1995) ainda é reservado para “o relato de problemas psicossociais e ambientais que podem afetar o diagnóstico, tratamento e prognóstico dos transtornos mentais”, especificados nos Eixos I e II (p.30). 
 
Por exemplo, embora pesquisas salientem a existência de uma associação entre fatores socioeconômicos e esquizofrenia, “poucos teóricos sustentam, atualmente, que um ambiente socioeconômico fraco causa esquizofrenia, mas poucos duvidam que este tem um efeito importante sobre o seu curso.”

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