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Direito Tributario e Empresarial

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E-book 1
Alexandre Jesus
DIREITO 
TRIBUTÁRIO E 
EMPRESARIAL
Neste E-Book:
INTRODUÇÃO ����������������������������������������������4
A HISTÓRIA DOS TRIBUTOS ������������������� 6
O SISTEMA EGÍPCIO DE TRIBUTAÇÃO 8
O SISTEMA ATENIENSE DE 
TRIBUTAÇÃO ������������������������������������������������ 9
OS AVANÇOS ROMANOS NO 
SISTEMA TRIBUTÁRIO ������������������������������10
O PERÍODO MEDIEVAL E A IGREJA 
CATÓLICA �����������������������������������������������������12
A MAGNA CARTA �������������������������������������� 14
A ORIGEM DA TRIBUTAÇÃO NO 
BRASIL ����������������������������������������������������������15
OS IMPOSTOS COBRADOS PELO 
OURO �������������������������������������������������������������18
A ÂNSIA ARRECADATÓRIA 
PORTUGUESA ���������������������������������������������19
O INÍCIO DO DIREITO TRIBUTÁRIO 
NO BRASIL �������������������������������������������������� 22
A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 �24
2
A RELAÇÃO DO DIREITO 
TRIBUTÁRIO COM AS DEMAIS 
ÁREAS ����������������������������������������������������������27
CONSIDERAÇÕES FINAIS ����������������������34
SÍNTESE ������������������������������������������������������� 35
3
INTRODUÇÃO
Desde os primórdios da humanidade e, consequen-
temente, da vida em sociedade, os tributos sempre 
estiveram presentes, seja para manutenção das fun-
ções do Estado ou para garantir aos cofres públicos o 
investimento necessário para possibilitar serviços es-
senciais, como saúde e segurança pública, retornan-
do à sociedade parte desses recursos arrecadados.
No Brasil, existem quase cem diferentes tributos, 
divididos entre taxas, impostos e contribuições e 
todos nós, direta ou indiretamente, somos contri-
buintes obrigatórios desses encargos, conforme o 
seguinte exemplo:
Quando compramos uma mercadoria qualquer num 
comércio, está embutido em seu preço 27,25% em 
tributos pagos pelo comerciante, somente a título 
de ICMS, PIS e COFINS, isso dependendo do Estado 
em que a compra está sendo feita, pois o ICMS varia 
conforme a região em que circula essa mercadoria.
Mas, para ocorrência de toda essa gama de tribu-
tos e das situações necessárias para sua incidên-
cia, devem existir princípios previstos em nossa 
Constituição Federal e no Código Tributário Nacional, 
verificando as normas jurídicas legais e sua regula-
mentação para devida aplicação aos fatos efetiva-
mente ocorridos, garantindo a legalidade, os direitos, 
e os deveres dos contribuintes.
4
Todas as normas relativas aos tributos têm finalidade 
arrecadatória, ou seja, o contribuinte, por imposição 
legal oriunda de uma atividade plenamente vincula-
da a uma cobrança de tributo – como o consumo 
(ICMS), a obtenção de renda (IRPJ) e a industrializa-
ção (IPI) – tem o dever de contribuir financeiramente 
com o Estado.
Assim, para entendermos um pouco mais sobre es-
sas normas legais – e como não temos como separar 
Tributo de Direito Tributário –, começaremos por 
entender as características que envolvem esse tema 
e os impactos da tributação no contexto empresarial, 
visto que o Brasil é um país conhecido mundialmente 
por sua alta carga tributária; estando, atualmente, no 
14º lugar do ranking mundial de arrecadação e no 
35º no ranking de retorno dessa arrecadação à popu-
lação. Então, como não podemos deixar de estudar 
sobre um tema tão relevante, iniciaremos nossos 
estudos com a Constituição Federal, passando para 
o Código Tributário Nacional, suas interpretações, 
bem como as normas que darão base fundamental 
para nosso entendimento.
5
A HISTÓRIA DOS 
TRIBUTOS
A história da civilização e a atividade governamen-
tal são temas que embasaram o nascimento dos 
tributos e de suas características; pois, desde que 
foi iniciada a ação dos entes governamentais junto 
à sociedade, fez-se necessário o custeio dessa ati-
vidade e isso existe até hoje, por meio da cobrança 
de tributos, para garantia dessa atividade e para a 
captação de recursos.
A Civilização Suméria, pela análise de registros ar-
queológicos de 3000 anos a.C., nos apresenta um 
dos mais antigos achados demonstrando a cobrança 
e controle dos tributos. Aparentemente, tal tributo 
seria para custeio, pela população de uma determi-
nada região perto do Rio Tigre, de valores para uma 
guerra iminente. 
Tal guerra foi cessada, mas a cobrança de tributos 
continuou e isso causou uma das primeiras revoltas 
sociais de que se tem notícia, pois os proclamados 
coletores de tributos continuaram a efetuar as co-
branças coercitivas dos tributos, sendo imposta, a 
cada residência dessa comunidade, a entrega de par-
te de bens e mercadorias; assim, além de fomentar 
a atividade militar, os tributos arrecadados também 
serviam para a construção de templos, monumentos, 
e demais atividades que os governantes da época 
6
entendiam ser necessárias, mas que desagradava 
a população.
Algumas civilizações em que havia a figura do domi-
nante supremo, nas quais tudo e todos eram de sua 
propriedade, não havia a necessidade de tributação, 
pois, como ele detinha o controle total, fazia com que 
todos trabalhassem para o fim a que ele desejasse 
obter; mas, caso fosse necessária à obtenção de 
recursos, os povos que haviam sido conquistados 
deveriam pagar os tributos para aquele governante 
como prova de subjugação ou, caso não fosse aceita 
essa opção, teriam suas propriedades confiscadas 
e seus bens retirados.
E foi dessa forma, pela atuação de conquista e ex-
pansão do Império Romano, que nasceu a semântica 
do vocabulário tributo, na qual o povo subjugado 
fornecia valores como demonstração de submis-
são. Atualmente, o tributo tem amparo legal para sua 
instituição, sendo fundamental para arrecadação de 
fundos para a manutenção do Estado.
REFLITA
Vários filmes já demonstraram que os povos 
conquistados tinham de pagar tributos para seus 
conquistadores. Mas, como eles conseguiam 
manter, por tanto tempo, que um povo conquista-
do se mantivesse subjugado e refém de uma si-
tuação assim? Você consegue imaginar a tensão 
social existente nesse período? 
7
O SISTEMA EGÍPCIO 
DE TRIBUTAÇÃO
No Antigo Egito, as questões tributárias ficavam 
a cargo da figura do escriba. Eles tinham amplos 
poderes nesse quesito, podendo, inclusive, efetuar 
auditorias, processar sonegadores e, além de todo 
esse poder, sobre eles não incidiam impostos; eles 
eram isentos de tributos, que, na época, incidiam 
sobre as mercadorias cultivadas e comercializadas 
pelos fazendeiros.
Os escribas determinavam até o que deveria ser 
cultivado, fornecendo e controlando as sementes, 
o cultivo e até mesmo as perdas; garantindo, com 
isso, que a parte devida ao Faraó fosse devidamente 
recolhida.
O Rio Nilo sempre foi fundamental para a sociedade 
egípcia, inclusive para as plantações e como mui-
tas vezes ocorriam enchentes as plantações eram 
afetadas, mas os escribas não efetuavam nenhum 
tipo de consideração diante disso, e efetuavam a 
cobrança do tributo normalmente. Com isso, obvia-
mente, nada sobrava para os fazendeiros, gerando 
revoltas e descontentamentos. Apesar de todo esse 
controle dos escribas, a contínua pratica desse abuso 
para com a população causou o colapso do sistema 
tributário egípcio.
8
O SISTEMA ATENIENSE 
DE TRIBUTAÇÃO
Os gregos possuíam um sistema um pouco mais 
flexível em relação aos tributos e, provavelmente, 
foram os primeiros a prever a possibilidade de res-
tituição dos tributos.
Em épocas de guerra, como as demais sociedades, 
existia a previsão da instituição de tributos e, nesse 
caso, para manutenção do exército grego era cobra-
da a chamada eisphora; mas, ao término dos con-
flitos, os valores arrecadados eram restituídos aos 
cidadãos.
Além do tributo em épocas de conflitos, os gregos 
também cobravam tributos dos povos conquistados 
sobre as minas de prata e sobre as importações e 
contribuições, no caso de importações de produtos. 
O nome utilizado era tarifas, e essa tarifa teve grande 
destaque, pois, muitas vezes, excedia os tributos 
arrecadados internamente.Podcast 1 
9
https://famonline.instructure.com/files/119442/download?download_frd=1
OS AVANÇOS ROMANOS 
NO SISTEMA TRIBUTÁRIO
Como em toda sociedade, vários pontos de análise 
e desenvolvimento sobre um tema sofrem adapta-
ções, variações e evoluções e, em Roma, se verifica 
o auge da evolução do sistema arrecadatório. Sendo 
assim, analisemos, a seguir, alguns dos avanços e 
características do Sistema Tributário Romano:
Portorium - conhecido como um dos primeiros tribu-
tos romanos e, como nas demais sociedades antigas, 
o foco eram as importações e exportações. 
Tributum - considerado o mais importante tributo, 
sendo pago pelos cidadãos e incidindo sobre o con-
sumo; posteriormente, teve sua incidência estendida 
também para os donos de bens imóveis.
Centesima Rerum Venalium - instituído pelo governo 
de Júlio César; era devido sobre o consumo sobre a 
alíquota de 1%.
Vicesima hereditatum - instituído pelo sobrinho de 
Júlio César, o Imperador Augusto, que foi um grande 
arquiteto do sistema arrecadatório tributário, publi-
cando leis que serviram de modelo para diversos 
países europeus, sendo a vicesima hereditarium um 
tributo indireto, com alíquota de 5% e devido sobre 
os impostos sobre a herança; sendo a transmissão 
para familiares próximos isenta desse tributo.
10
Em Roma existia a figura do Publicano. Essa era a 
profissão do coletor de impostos e, no auge do im-
pério, estima-se que tal arrecadação corresponde-se 
a 10% do PIB (Produto Interno Bruto) e, em compara-
ção com os dias atuais, esse patamar é até bastante 
modesto.
“Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de 
Deus” – esta foi, provavelmente, a manifestação de 
Cristo sobre a licitude da cobrança dos tributos exi-
gidos pelos Romanos, sendo, pelo menos, a primeira 
registrada. Muitos entendem que as oferendas atri-
buídas aos deuses em suas cerimônias religiosas 
possuíam um paralelo com os tributos, pois mani-
festavam sua obediência ao plano superior, sendo 
algo imperativo e não facultativo.
11
O PERÍODO MEDIEVAL E 
A IGREJA CATÓLICA
Devido à amplitude regional da Europa, as formas 
de tributação sofriam grande variação em suas mo-
dalidades, ocorrendo a incidência sobre votações, 
heranças, pedágios sobre pontes, estradas, portos, 
e outras formas de tributação, como multas e taxas 
de diversas formas.
Com a decadência do Império Romano e o surgimen-
to, no século 9, do Feudalismo – sistema político 
e social que se fundamenta sobre proprietários de 
terra, ou senhores feudais, que cediam aos vassalos 
um pedaço de terra em troca de serviços – ocorreu 
uma grande mudança na cobrança de tributos e so-
bre a influência destes: os impostos cobrados por 
nobres ou membros da Igreja Católica.
Tais senhores feudais, titulados reis ou nobres, ins-
tituíam e faziam a cobrança dos impostos sobre 
os vassalos proprietários de pedaços de terra dos 
feudos, sendo os impostos devidos sobre a terra, 
a importação e exportação de produtos, e demais 
serviços prestados pelos vassalos para a nobreza.
Esses nobres – bem como os nobres religiosos – 
eram isentos de impostos; responsáveis pela tri-
butação que incidia somente sobre os vassalos 
camponeses.
12
Historicamente, a Igreja Católica é reconhecida pela 
cobrança de tributos sobre os povos e ela realmente 
teve grande participação nessa cobrança; sendo esta 
uma de suas principais fontes de receita. O chamado 
tithe é uma espécie de dízimo compulsório, cobrado 
sobre a produção agrícola dos camponeses com o 
intuito de financiar os cultos, a estrutura da igreja 
católica, e ajudar os pobres. Tal valor era pago di-
retamente a Roma pelos nobres religiosos, bispos 
e arcebispos.
13
A MAGNA CARTA
O Rei João Sem-Terra, soberano inglês de personali-
dade bastante controversa, institui pesados tributos 
sobre a igreja e os nobres que até então possuíam 
isenção, causando indignação e gerando um conflito 
que culminou na assinatura forçada da chamada 
Magna Carta – um documento considerado divisor 
de águas, pois possui um valor histórico incalculável, 
que serve de base para os princípios constitucio-
nais modernos e um dos primeiros passos rumo a 
Constituição do Reino Unido.
O desencadeamento disso foi a saída do subjetivismo 
de questões decorrentes de vontades dos soberanos 
para um conjunto incipiente de princípios regulamen-
tadores das relações entre poder do estado e sua 
ânsia de arrecadação financeira perante os povos.
Podemos dizer que, embrionariamente, com isso, ini-
ciou-se na Inglaterra o conceito de Direito Tributário, 
especialmente, no tocante à validação dos impostos 
incidentes sobre os contribuintes.
Séculos depois, com a tributação inglesa incidente 
sobre as colônias dos Estados Unidos, e com os po-
vos daquele continente sem representatividade em 
Londres, onde as questões eram discutidas, diversos 
conflitos e revoltas culminaram na independência 
americana e, após esse fato, a tributação continuou, 
como em quase todos os demais países, sendo de 
acentuada representatividade.
14
A ORIGEM DA 
TRIBUTAÇÃO NO BRASIL
Com o descobrimento do Brasil oriundo da expansão 
territorial europeia, surgiu a possibilidade de enri-
quecimento de Portugal, que até então não tinha a 
noção territorial das terras invadidas. Com isso, o 
país elaborou estratégias para prática do mercanti-
lismo, com o intuito de acúmulo de riquezas, como 
ouro, prata e demais minerais.
Assim, criaram um sistema chamado Capitanias 
Hereditárias, no qual transferiam a propriedade de 
terras a particulares ligados ao rei de Portugal, como 
nobres, militares, funcionários do reino e demais ca-
pitalistas interessados que tivessem capital neces-
sário para o investimento. Para Portugal, essa era 
uma operação de risco, mas com grandes chances 
de obter enormes resultados, uma vez que esse tipo 
de sistema já havia sido implantado em outros locais 
também descobertos por Portugal, nas chamadas 
Capitanias Insulares. Com isso, detinham o conhe-
cimento e todas as informações necessárias para 
implantação no Brasil.
O rei de Portugal concedia aos nobres beneficiários 
interessados amplos poderes, como a jurisdição ci-
vil e criminal, ou seja, tais proprietários detinham o 
poder sobre suas terras – chamadas Capitanias – e 
sobre os habitantes, sendo suas decisões soberanas 
e com aval das leis portuguesas. Além disso, os se-
15
nhores de terras tinham isenção quase que total de 
tributos; somente incidiam em algumas commodities, 
um tipo de cobrança tributária.
Mas, como o intuito era transferir a propriedade 
para garantir a cobrança dos impostos e delimitar 
as terras sobre domínio português, em cada capi-
tania existente foi criada a Provedoria da Fazenda 
Real, atuando ainda como alfândega e tendo seus 
provedores a função de juízes, que efetuavam julga-
mentos e decisões e eram responsáveis pelo repasse 
de informações de natureza comercial e tributária. 
Esse sistema de Provedoria da Fazenda Real, iniciado 
em 1534, pode ser considerado a primeira reparti-
ção pública de natureza tributária criada no Brasil, 
pois, com essa atividade fazendária, havia também o 
controle das atividades comerciais, obtendo, assim, 
o controle dos tributos incidentes no comércio para 
posterior envio à metrópole portuguesa.
Essa atividade detinha o controle dos tributos sobre 
as exportações – os chamados tributos aduaneiros 
– e sobre as importações por comerciantes estran-
geiros. Além disso, obviamente, a exportação para 
Portugal não sofria qualquer tributação.
Dessa forma, Portugal detinha o controle do co-
mércio e da arrecadação inerente a essa atividade, 
efetuando registros, cobranças sobre as atividades 
comerciais e, quando necessário, impunha sanções 
jurídicas para combater qualquer tipo de desvios ou 
contrabandos.
16
Em Minas Gerais, com a descoberta de grandes re-
servas de ouro, iniciou-se o chamado Ciclo do Ouro, 
revolucionando o comércio, fomentando o desenvol-
vimento das alfândegas e trazendo para Portugal a 
preocupação com a colônia e seu interessemercantil. 
Com o apetite tributário português e visando a obter 
e deter todo o lucro possível, a capital da colônia, que 
estava em Salvador, mudou-se para o Rio de Janeiro, 
pois essa era uma forma de aproximação das regi-
ões exploradas e assim podiam controlar melhor a 
atividades comerciais na região mineira.
17
OS IMPOSTOS 
COBRADOS PELO OURO
A Coroa Portuguesa, visando a captar o máximo de 
lucro possível, inicialmente criou três formas de tri-
butação – que serão explicadas com mais detalhes 
em seguida –, sendo a mais conhecida a chamada 
Casa de Fundição, que objetivava recolher parte dos 
impostos sobre o ouro extraído e fundido. Mas, como 
essas taxas eram elevadíssimas, logo os mineiros 
ficaram inconformados e descontentes, pois boa 
parte do seu lucro ia parar nas mãos de Portugal, 
que nada fazia para obtê-lo.
A negociação com o ouro só poderia ocorrer após ele 
passar pelas casas de fundição e receberem o selo 
que daria a legitimidade necessária, sendo negociado 
somente em barras, não podendo ser negociado em 
pó nem em pepita. 
Podcast 2 
18
https://famonline.instructure.com/files/119444/download?download_frd=1
A ÂNSIA 
ARRECADATÓRIA 
PORTUGUESA
Como dito anteriormente, o maior interesse de 
Portugal era a arrecadação dos tributos, garantindo 
sua supremacia econômica. Assim, foi criada a co-
brança do Quinto, que previa a cobrança de 20% do 
ouro descoberto ou explorado. Agora os portugueses 
deveriam verificar como essa cobrança seria feita e, 
para melhor entendimento sobre a criatividade tribu-
tária no interesse arrecadatório da Coroa Portuguesa, 
analisemos os sistemas de arrecadação criados na-
quela época:
A Capitação: incidia sobre o número de escravos 
de cada minerador. Mas essa forma de arrecada-
ção gerou revoltas, pois, ainda que não houvesse a 
descoberta de ouro, os mineradores responsáveis 
pelos escravos e pela extração de ouro deveriam 
pagar o imposto, ou seja, encontrando ou não ouro, 
a arrecadação deveria acontecer.
As Fintas: consistia no pagamento, pelos minerado-
res, de 30 arrobas anuais fixas que, segundo enten-
dimento, corresponderiam ao quinto pretendido por 
Portugal. Mas essa medida trouxe descontentamento 
ao rei, que ordenou o retorno ao sistema anterior, o 
de Capitação. 
19
Novas revoltas ocorridas em 1718 fizeram com que 
o rei de Portugal aceitasse o sistema de Fintas, ga-
rantindo sua arrecadação pelas Câmaras Municipais 
locais.
Casas de Fundição: conforme mencionamos anterior-
mente – e para dar mais detalhes sobre tal medida 
impositiva –, o rei, com sua continua insatisfação, 
sorrateiramente ordenou a criação das Casas de 
Fundição. Nessa modalidade, o ouro em pó era envia-
do às casas para transformação em barras, aplicação 
do selo real português e garantia de confiabilidade 
– e também de que o percentual tributário já havia 
sido quitado.
Com a crescente insatisfação pela cobrança abusi-
va de impostos, surgiram revoltas dos mineradores 
em várias localidades e, para suprimir tais revoltas, 
o governo mineiro contava com os Dragões – uma 
tropa utilizada para suprimir qualquer levante de re-
sistência oferecido pelas colônias.
 Em 1720, na cidade de Vila Rica (atual Ouro Preto), 
os mineradores se reuniram aos demais populares 
e organizaram um levante, mas o governador Conde 
de Assumar suprimiu a rebelião com 1.500 soldados, 
pondo fim ao motim; executando e esquartejando 
seu organizador.
Infelizmente, o rei continuava incomodado e acre-
ditava que a única forma de evitar o contrabando e 
a sonegação seria explorar ao máximo as reservas 
de ouro para minimizar qualquer tipo de tentativa do 
não recolhimento dos tributos.
20
SAIBA MAIS
O imposto cobrado pela Coroa Portuguesa sobre 
todo o ouro encontrado em suas colônias corres-
pondia a 20%, ou seja, 1/5 (um quinto) do metal 
extraído era enviado para as Casas de Fundição. 
Esse “Quinto” era tão odiado pelos brasileiros que 
foi apelidado de “O Quinto dos Infernos”, dando 
origem à expressão popular.
Após dez anos, houve o retorno ao sistema de 
Capitação e, em 1751, esse sistema foi, mais uma 
vez, abolido; e criou-se um sistema misto, no qual 
as Casas de Fundição e a cobrança de cotas fixas 
anuais funcionariam conjuntamente.
Na prática, as Casas de Fundição operaram conjun-
tamente, com cotas anuais fixas, no total de 100 ar-
robas ou 1.500 kg de ouro, incidindo sobre as ope-
rações dos mineiros. Mas uma ordem de Portugal 
causou o ápice do ódio e da revolta: a chamada 
Derrama, em que ficou estabelecido que, caso as 
cotas fixas não fossem alcançadas, toda a população 
ficaria sujeita à cobrança forçada para completar as 
devidas 100 arrobas. Esse foi um dos fatores que 
ocasionou a famosa Inconfidência Mineira, em 1789. 
21
http://www.culturabrasil.org/a_inconfidencia_mineira.htm
O INÍCIO DO DIREITO 
TRIBUTÁRIO NO BRASIL
Em 1822, com a proclamação da Independência do 
Brasil, começaram a serem criadas normas próprias 
e um dos grandes avanços foi a Constituição Política 
do Império, em 1824, na qual foi possível iniciar o 
desenho da estrutura do Estado Brasileiro, sua forma 
de governo e repartições dos poderes, bem como 
os direitos fundamentais e garantias dos cidadãos 
brasileiros. A partir desse momento, as questões de 
natureza tributária – e as demais que vieram poste-
riormente – só cresceram, sempre buscando aten-
der aos interesses do Estado em sua arrecadação. 
Muitos autores clássicos entendem que as normas 
de natureza financeira precederam as demandas de 
natureza tributária. 
Em 1946 houve uma Assembleia em que, por meio 
de uma Emenda, foi incluído no artigo 5º, XV, b da 
Constituição que haveria de ser publicada, dando a 
devida competência do Congresso para, em nome 
da União, legislar sobre as normas gerais de direito 
financeiro. Esse foi um grande passo para o chamado 
Código Tributário no Brasil.
Em 1965, com a Emenda Constitucional número 18, 
finalmente nasce o Sistema Tributário Nacional – 
considerado a certidão de nascimento do Direito 
Tributário.
22
Essa emenda estabeleceu os alicerces de alguns 
impostos conhecidos até hoje, pois foram instituídos 
15 impostos, dentre eles, o imposto de renda com 
alíquotas progressivas, um imposto seletivo sobre 
o consumo de produtos industrializados, posterior-
mente transformado no IPI (Imposto sobre Produtos 
Industrializados), e um imposto estadual de consu-
mo, que era cobrado no momento da circulação da 
mercadoria, tendo como fato gerador a saída das 
mercadorias do estabelecimento industrial, comercial 
ou produtor. Além desses, impostos sobre operações 
com combustíveis, lubrificantes, energia elétrica, e 
minerais também foram instituídos.
Foi ainda dada a competência necessária à União 
para criação de impostos extraordinários, como 
em caso de guerra, o chamado IEG (Imposto 
Extraordinário de Guerra), previsão existente até os 
dias atuais.
O modelo de Leis Complementares foi desenhado 
com o advento da Constituição Federal de 1967 e 
da Emenda Constitucional número 1, de 1969, sendo 
que, a partir de então, o Código Tributário Nacional 
foi formalmente produzido e recepcionado como Lei 
Ordinária, pois, para legislar sobre matéria tributária 
em normas gerais, era necessária a utilização de Lei 
Complementar.
23
A CONSTITUIÇÃO 
FEDERAL DE 1988
Entre os anos de 1978 a 1982, começávamos a co-
nhecer, estatisticamente, os efeitos da emenda nú-
mero 18, de 1965, que, até então, se destacava com 
resultados satisfatórios, proporcionando integração 
ao sistema tributário nacional, racionalizando eco-
nomicamente os tributos, criando mecanismos de 
compensações fiscais e, consequentemente, aumen-
tando a arrecadação tributária.
Mas nem tudo eram flores. Mesmo com a constante 
e crescente arrecadação, as receitas dos estados e 
municípios não faziam jus às suas despesas e a má 
administração dos impostos era evidente, pois, com 
o arcabouço de leis tributárias, e sua complexidade, 
havia muita confusão, tanto na sua aplicação quanto 
na orientação aos contribuintese essa confusão 
causava, muitas vezes, prejuízos aos cofres públicos.
Com o deficit do estado, medidas urgentes se faziam 
necessárias para buscar o equilíbrio dos cofres pú-
blicos e tentar contornar o agravamento da econo-
mia do estado. E como, historicamente, toda crise 
econômica, em qualquer país do mundo, resolve-se 
com aumento de impostos, cria-se a emenda número 
23, de 1984, visando ao aumento da receita tributária 
do estado.
24
Além disso, verifica-se que a defasagem das leis 
tributárias frente à realidade brasileira presente nes-
ta época, resulta na necessidade imediata de aper-
feiçoamento do sistema fiscal do país. Com todo 
esse cenário, identifica-se a premência de uma nova 
Constituição; assim, uma assembleia constituinte é 
convocada para esse fim, trazendo a modernização 
do sistema tributário brasileiro.
A Constituição Federal de 1988, vigente até os dias 
atuais, promoveu a ampla e contínua reestruturação 
do sistema tributário brasileiro, destacando em seu 
texto três pilares fundamentais:
1. Os Princípios Gerais de Tributação: admite-se 
uma figura com a denominação de tributo e seus 
tipos, como o Imposto (sendo vedada a sua vin-
culação a qualquer órgão, fundo ou despesa), as 
Taxas (justificadas no poder de polícia e na utilização 
em serviços públicos específicos ou divisíveis), as 
Contribuições de Melhoria (decorrentes de obras 
públicas), os Empréstimos Compulsórios (em caso 
de despesas extraordinárias, decorrentes de calami-
dades públicas, guerras ou sua iminência) e, por fim, 
as Contribuições (sendo: Contribuições Sociais e de 
Intervenção no Domínio Econômico);
2. As Limitações ao Poder de Tributar: são regras de 
competência, previstas nos arts. 150 a 152 da CF/88, 
prevendo o freio, quando necessário, na atividade do 
estado na arrecadação de tributos;
3. A Distribuição das Competências Tributárias: 
trata-se da atribuição aos entes políticos do Estado 
25
(União, Estados, Distrito Federal e Municípios) da 
prerrogativa da instituição dos tributos, em que 
encontramos o campo exato de atribuições da lei 
complementar, como a definição de tributos, suas 
espécies, incluindo o fato gerador, a base de cálculo 
e as alíquotas.
26
A RELAÇÃO DO DIREITO 
TRIBUTÁRIO COM AS 
DEMAIS ÁREAS
Esse tema é bastante questionado em concursos 
públicos, assim, farei uma síntese dessa temática, 
abordando sinteticamente pontos específicos e prin-
cipais, relativos à questão.
DIREITO CONSTITUCIONAL: O Direito Tributário 
relaciona-se de forma especial com o Direito 
Constitucional, pois, sem o conhecimento dos temas 
envolvendo o Direito Constitucional, fica prejudicada 
a análise das questões tributárias porque os prin-
cípios constitucionais delimitam as competências 
tributárias e sua aplicação aos casos envolvendo 
essa temática. 
Todas as questões de natureza eminentemente cons-
titucional dizem respeito ao próprio direito de tributar 
e aos seus limites.
A lei tributária não terá valor caso seja inconstitucio-
nal, sendo suas fontes formais base para existência 
do Direito Tributário, estando na constituição federal 
os princípios básicos de tributação.
Os princípios constitucionais incidentes no campo tri-
butário são os princípios constitucionais tributários; 
verdadeiros comandos da tributação e, além desses 
princípios – considerados puramente políticos e de 
27
garantias –, estão relacionados, por consequência, 
ao Direito Tributário.
Demais princípios constitucionais, por exemplo, a 
garantia do exercício de profissão lícita ou da livre 
iniciativa, não possibilita o poder tributário impedir 
tal garantia, sendo que esse deverá ser exercido em 
harmonia com tal princípio. Assim como a garantia 
constitucional de propriedade, visto que um tributo 
não pode ter efeito confiscatório, sendo, dessa for-
ma, precisas as vinculações ou relações do Direito 
Constitucional com o Direito Tributário.
DIREITO ADMINISTRATIVO: Dispõe sobre a atuação 
da administração pública, no tocante à fiscalização 
e à arrecadação de tributos, sendo, muitas vezes, 
chamado de Direito Administrativo Tributário.
O Direito Tributário tem por objeto as questões re-
lativas ao tributo, seus conceitos e suas relações 
jurídicas; já o Direito Administrativo se incumbe da 
fiscalização, da arrecadação do tributo e dos inúme-
ros deveres a cargo dos contribuintes. Tais deveres 
e sua arrecadação são exercidos pela atividade ad-
ministrativa praticada por funcionários públicos e 
autoridades designadas pela legislação pertinente, 
juntamente de suas normas regulamentadoras.
A atividade administrativa se incumbe do estudo 
das chamadas Obrigações Acessórias, que são os 
deveres administrativos e a prática do lançamen-
to do tributo, ato este analisado pelos funcionários 
fiscais, como as repartições públicas e órgãos tribu-
tários. O exercício de suas atividades impositivas, 
28
arrecadatórias e fiscalizadoras são, por definição, 
tipicamente atos administrativos, disciplinados pelo 
Direito Administrativo.
DIREITO PRIVADO: O Direito Tributário encontra com 
o Direito Privado vários pontos de contato, como com 
o Direito Civil e o Direito Empresarial, compreendendo 
o universo de relações e de negócios jurídicos, cujos 
efeitos econômicos e patrimoniais serão objeto de 
tributação. O Direito Tributário exerce na elaboração 
e adaptação de vários dos conceitos utilizados no 
Direito Civil, tais como os de obrigações tanto de 
credor quanto de devedor, de créditos e de débitos, da 
capacidade do contribuinte, do domicílio e de tantos 
outros conceitos relativos aos direito das obrigações.
DIREITO COMERCIAL: Muitos conceitos utilizados 
no Direito Comercial são utilizados pela lei tributária, 
sendo o conhecimento do Direito Mercantil impres-
cindível para a compreensão dos efeitos tributários 
de sua utilização; especialmente na definição do 
conceito de contribuinte, dos fatos geradores dos 
tributos, e dos componentes da base de cálculo dos 
tributos relativos à atividade comercial.
CIÊNCIA DAS FINANÇAS: As relações do Direito 
Tributário com essa ciência são muito grandes, sendo 
que a Ciência das Finanças estuda os fenômenos fi-
nanceiros criados pelos tributos, especificamente do 
ponto de vista econômico, político e jurídico porque 
de tais meios serve-se o Estado para a manutenção 
de suas atividades. Essas finalidades e os processos 
inerentes de sua atividade são também analisados 
29
pelo prisma político-econômico e os fenômenos por 
ela estudados repousam na sistemática jurídica; por-
tanto, pela Ciência das Finanças o Direito Tributário 
verifica muitos princípios econômico-financeiros para 
basear a elaboração de seus institutos.
ECONOMIA: Esse ramo tem como foco o fenômeno 
econômico privado (riqueza privada). Anteriormente, 
verificamos que o Direito Tributário tem relações 
com a Ciência das Finanças, visto ser este um ramo 
de direito público que disciplina parte das finanças 
públicas, as relativas à imposição, arrecadação e à 
fiscalização tributária. 
É sabido que os tributos incidem sobre as relações 
econômicas privadas, que ocorrem entre os contri-
buintes. Tais relações abrangidas pela incidência 
dos tributos constituem o fato gerador do tributo e 
possuem características de conteúdo econômico, 
ocorrendo sobre o patrimônio, a renda, ou sobre a 
transferência de bens. Um dos princípios modernos 
de tributação é o da capacidade econômica do con-
tribuinte, sendo um princípio basilar e uma categoria 
da Ciência econômica.
CONTABILIDADE: A Contabilidade possui ampla liga-
ção com o Direito Tributário, pois as questões tribu-
tárias são objeto de acompanhamento constante da 
Contabilidade; por exemplo, relativamente ao imposto 
de renda. O conhecimento dessa ciência auxiliará os 
operadores da lei a solucionar eventuais problemas 
de análise tributária, sendo a lei fiscal regulamenta-
dora das questões relativas ao Imposto de Renda e 
30
tendo competência para estabelecer modificações 
específicas para fins tributários no balanço comercialdas empresas.
No tocante ao ICMS (Imposto sobre Circulação de 
Mercadorias e Serviços), e tendo tal imposto a inci-
dência sobre a circulação de mercadorias e sobre a 
prestação de serviços, muitas vezes, para o aplicador 
da lei tributária a decisão sobre a incidência ou não 
desse imposto depende do entendimento da codifi-
cação aplicada a essa operação. E isso só é possível 
juntamente com o conhecimento da questão contá-
bil. Também para a solução de problemas tributários 
aduaneiros, a contabilidade auxilia no sentido de 
analisar tarifas alfandegárias, não só na proporção 
de seus valores, mas também levando em conta, 
quando necessária, a natureza ou a finalidade das 
mercadorias.
DIREITO PENAL: O Direito Penal configura delitos de 
ordem tributária, por exemplo, o Excesso de Exação 
(art. 316, parágrafo 1º, do Cód. Penal). Este é um 
crime tipicamente praticado pelo funcionário públi-
co e contra a administração pública. Ocorre quando 
o funcionário recebe o tributo ou contribuição in-
devidamente – que sabe ou deveria saber indevido 
– para recolhê-los aos cofres públicos, e os desvia 
em proveito próprio ou alheio, ficando assim clara 
a utilização do direito tributário com a finalidade de 
dano ao órgão público e benefício exclusivamente 
próprio, sendo contrário ao fim real a que se deve 
o tributo, havendo, nesse caso, o devido enquadra-
mento penal.
31
O próprio Direito Tributário contém sanções ou pe-
nalidades que formam o chamado Direito Tributário 
com ação Penal. Existem leis tratando sobre Crimes 
contra a Ordem Tributária, dispondo sobre os delitos 
fiscais praticados no meio empresarial e pelo funcio-
nalismo público e suas devidas sanções. 
As sanções principais no Direito Tributário são consti-
tuídas por multas pecuniárias, multas punitivas e mul-
tas moratórias, mas existem Leis com ações Penais 
que preveem, em determinados casos, a reclusão e 
a detenção; ou seja, penas restritivas de liberdade.
DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO: Ramo do Direito 
que cuida e estuda especificamente os tratados in-
ternacionais entre os países, por exemplo, questões 
sobre tributos alfandegários ou acordos para não 
ocorrência de bitributação entre operações que po-
dem ocorrer nos casos de entidades que tenham 
domicílio em um país e empresas, propriedades ou 
operações em outro país.
Como pudemos observar, várias são as relações 
do Direito Tributário com o Direito Privado (Civil e 
Comercial) porque o Direito Privado antecede ao 
Direito Tributário, ou seja, possui elaboração ante-
rior e atua regulando direitos, tratando de obrigações 
de ordem privada, sempre concernente às pessoas, 
suas relações entre si, e aos bens.
Possuímos um Estado contemporâneo que podemos 
considerar como um Estado com ampla e crescen-
te atitude fiscal e que, historicamente – e como as 
demais nações –, possui em seus tributos sua fonte 
32
primária de arrecadação de receitas. Assim sendo, 
todas as condutas existentes capazes de redução 
ou eliminação do recolhimento dos tributos, seja das 
pessoas físicas ou jurídicas, tendem a ser fortemen-
te combatidas e se possível criminalizadas, muitas 
vezes, legítimas.
Como foi aqui demonstrado, grandes e importantes 
são as relações do Direito Tributário com a maioria 
dos demais ramos do Direito. E essas relações são, 
em sua maioria, bastante relevantes. Entretanto, 
como o Direito Tributário é notoriamente de elabo-
ração mais recente, no momento de disciplinar certos 
atos ou fatos confronta-se com uma elaboração jurí-
dica já constituída, podendo aceitá-la, como princípio 
geral, ou até mesmo absorver institutos completos e, 
quando necessário, adaptar, alterar ou mesmo criar 
princípios específicos e institutos próprios.
33
CONSIDERAÇÕES 
FINAIS
Ao final deste módulo de estudo, verificamos a impor-
tância dos Tributos na história da humanidade, bem 
como sua evolução e o seu nascimento no Brasil.
Com relação às questões relativas ao entendimento 
inicial dos tributos na era atual, verificamos que, no 
meio corporativo, os empresários já perceberam a 
sensibilidade da temática Tributária. Tem-se buscado 
o trabalho conjunto e participativo com diversos se-
tores organizacionais: escritórios de advocacia espe-
cializados e a interação de advogados com contado-
res, auditores, economistas e profissionais de TI, na 
intenção de melhorar seus resultados operacionais. 
Perceba que a multidisciplinaridade e a interdisci-
plinaridade são imperativas na constante busca de 
soluções eficientes, sendo, atualmente, inevitáveis 
para a sobrevivência empresarial.
34
SÍNTESE
Com toda essa evolução, a cobrança tributária 
continua sendo uma constante sobre as nações 
em todo o mundo. No Brasil, o nascimento do 
Direito Tributário buscou gerar direitos e 
obrigações para os contribuintes. Essa temática 
ainda precisa evoluir, pois se verifica um grande 
número de tributos, mas pouquíssimo retorno a 
população.
Com a independência do Brasil, novas formas de 
cobrança foram instituídas. Buscou-se a 
legitimidade e a coerência nas formas de 
tributação, não havendo efeito confiscatório nem 
abusivo nas formas de arrecadação. 
No Brasil, tanto a igreja católica quanto os reis 
cobravam impostos, gerando conflitos junto ao 
povo dominado; tem início a insatisfação do rei 
frente aos diversos levantes dos habitantes das 
colônias.
No período medieval: atuação dos reis, 
juntamente com as autoridades católicas, 
demonstrando o poder do Estado com o apoio da 
Fé Cristã, com o intuito de legitimar a 
arrecadação.
Os sistemas Egípcios, Atenienses e Romanos 
evoluíram e se adaptaram para manutenção dos 
seus Estados, cobrando tributos dos povos 
conquistados.
A evolução dos tributos acompanhou a história da 
humanidade. Todos os povos que viveram em 
sociedade, em algum momento, estudaram 
formas de arrecadação para manutenção de suas 
atividades.
DIREITO TRIBUTÁRIO E
EMPRESARIAL
Referências 
Bibliográficas 
& Consultadas
C A PA R R OZ , R o b e r to . D i re i to Tr i b u t á r i o 
Esquematizado. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2019. 
GLASENAPP, Ricardo. (org.) Direito tributário. 2. ed. 
São Paulo: Pearson, 2019. [Biblioteca Virtual]
MACHADO, Antônio Cláudio da Costa. (org.); 
QUEIROZ, Mary Elbe (coord.). Código Tributário 
Nacional Interpretado artigo por artigo parágrafo 
por parágrafo. Barueri: Manole, 2010. [Biblioteca 
Virtual]
MESSA, Ana Flávia. Direito tributário e financeiro. 
7. ed. São Paulo: Rideel, 2016. [Biblioteca Virtual]
MOGE, José Eduardo. et al. Gestão de tributos na 
empresa moderna: gestão do ambiente tributário. 
São Paulo: Senac, 2011.
NIARALDI, George. Direito Empresarial. São Paulo: 
Pearson, 2012. 
PINTO, Fabiana Lopes. Direito tributário. Barueri: 
Manole, 2012. [Biblioteca Virtual]
POSTIGLIONE, Marino Luiz. Direito empresarial: o 
estabelecimento e seus aspectos contratuais. São 
Paulo: Manole, 2006. [Biblioteca Virtual]
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	Introdução
	A história dos tributos
	O sistema egípcio de tributação
	O sistema ateniense de tributação
	Os avanços romanos no sistema tributário
	O período medieval e a Igreja Católica
	A Magna Carta
	A origem da tributação no Brasil
	Os impostos cobrados pelo ouro
	A ânsia arrecadatória portuguesa
	O início do direito tributário no Brasil
	A Constituição Federal de 1988
	A relação do direito tributário com as demais áreas
	Considerações Finais
	SÍNTESE

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