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E-book 1 Alexandre Jesus DIREITO TRIBUTÁRIO E EMPRESARIAL Neste E-Book: INTRODUÇÃO ����������������������������������������������4 A HISTÓRIA DOS TRIBUTOS ������������������� 6 O SISTEMA EGÍPCIO DE TRIBUTAÇÃO 8 O SISTEMA ATENIENSE DE TRIBUTAÇÃO ������������������������������������������������ 9 OS AVANÇOS ROMANOS NO SISTEMA TRIBUTÁRIO ������������������������������10 O PERÍODO MEDIEVAL E A IGREJA CATÓLICA �����������������������������������������������������12 A MAGNA CARTA �������������������������������������� 14 A ORIGEM DA TRIBUTAÇÃO NO BRASIL ����������������������������������������������������������15 OS IMPOSTOS COBRADOS PELO OURO �������������������������������������������������������������18 A ÂNSIA ARRECADATÓRIA PORTUGUESA ���������������������������������������������19 O INÍCIO DO DIREITO TRIBUTÁRIO NO BRASIL �������������������������������������������������� 22 A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 �24 2 A RELAÇÃO DO DIREITO TRIBUTÁRIO COM AS DEMAIS ÁREAS ����������������������������������������������������������27 CONSIDERAÇÕES FINAIS ����������������������34 SÍNTESE ������������������������������������������������������� 35 3 INTRODUÇÃO Desde os primórdios da humanidade e, consequen- temente, da vida em sociedade, os tributos sempre estiveram presentes, seja para manutenção das fun- ções do Estado ou para garantir aos cofres públicos o investimento necessário para possibilitar serviços es- senciais, como saúde e segurança pública, retornan- do à sociedade parte desses recursos arrecadados. No Brasil, existem quase cem diferentes tributos, divididos entre taxas, impostos e contribuições e todos nós, direta ou indiretamente, somos contri- buintes obrigatórios desses encargos, conforme o seguinte exemplo: Quando compramos uma mercadoria qualquer num comércio, está embutido em seu preço 27,25% em tributos pagos pelo comerciante, somente a título de ICMS, PIS e COFINS, isso dependendo do Estado em que a compra está sendo feita, pois o ICMS varia conforme a região em que circula essa mercadoria. Mas, para ocorrência de toda essa gama de tribu- tos e das situações necessárias para sua incidên- cia, devem existir princípios previstos em nossa Constituição Federal e no Código Tributário Nacional, verificando as normas jurídicas legais e sua regula- mentação para devida aplicação aos fatos efetiva- mente ocorridos, garantindo a legalidade, os direitos, e os deveres dos contribuintes. 4 Todas as normas relativas aos tributos têm finalidade arrecadatória, ou seja, o contribuinte, por imposição legal oriunda de uma atividade plenamente vincula- da a uma cobrança de tributo – como o consumo (ICMS), a obtenção de renda (IRPJ) e a industrializa- ção (IPI) – tem o dever de contribuir financeiramente com o Estado. Assim, para entendermos um pouco mais sobre es- sas normas legais – e como não temos como separar Tributo de Direito Tributário –, começaremos por entender as características que envolvem esse tema e os impactos da tributação no contexto empresarial, visto que o Brasil é um país conhecido mundialmente por sua alta carga tributária; estando, atualmente, no 14º lugar do ranking mundial de arrecadação e no 35º no ranking de retorno dessa arrecadação à popu- lação. Então, como não podemos deixar de estudar sobre um tema tão relevante, iniciaremos nossos estudos com a Constituição Federal, passando para o Código Tributário Nacional, suas interpretações, bem como as normas que darão base fundamental para nosso entendimento. 5 A HISTÓRIA DOS TRIBUTOS A história da civilização e a atividade governamen- tal são temas que embasaram o nascimento dos tributos e de suas características; pois, desde que foi iniciada a ação dos entes governamentais junto à sociedade, fez-se necessário o custeio dessa ati- vidade e isso existe até hoje, por meio da cobrança de tributos, para garantia dessa atividade e para a captação de recursos. A Civilização Suméria, pela análise de registros ar- queológicos de 3000 anos a.C., nos apresenta um dos mais antigos achados demonstrando a cobrança e controle dos tributos. Aparentemente, tal tributo seria para custeio, pela população de uma determi- nada região perto do Rio Tigre, de valores para uma guerra iminente. Tal guerra foi cessada, mas a cobrança de tributos continuou e isso causou uma das primeiras revoltas sociais de que se tem notícia, pois os proclamados coletores de tributos continuaram a efetuar as co- branças coercitivas dos tributos, sendo imposta, a cada residência dessa comunidade, a entrega de par- te de bens e mercadorias; assim, além de fomentar a atividade militar, os tributos arrecadados também serviam para a construção de templos, monumentos, e demais atividades que os governantes da época 6 entendiam ser necessárias, mas que desagradava a população. Algumas civilizações em que havia a figura do domi- nante supremo, nas quais tudo e todos eram de sua propriedade, não havia a necessidade de tributação, pois, como ele detinha o controle total, fazia com que todos trabalhassem para o fim a que ele desejasse obter; mas, caso fosse necessária à obtenção de recursos, os povos que haviam sido conquistados deveriam pagar os tributos para aquele governante como prova de subjugação ou, caso não fosse aceita essa opção, teriam suas propriedades confiscadas e seus bens retirados. E foi dessa forma, pela atuação de conquista e ex- pansão do Império Romano, que nasceu a semântica do vocabulário tributo, na qual o povo subjugado fornecia valores como demonstração de submis- são. Atualmente, o tributo tem amparo legal para sua instituição, sendo fundamental para arrecadação de fundos para a manutenção do Estado. REFLITA Vários filmes já demonstraram que os povos conquistados tinham de pagar tributos para seus conquistadores. Mas, como eles conseguiam manter, por tanto tempo, que um povo conquista- do se mantivesse subjugado e refém de uma si- tuação assim? Você consegue imaginar a tensão social existente nesse período? 7 O SISTEMA EGÍPCIO DE TRIBUTAÇÃO No Antigo Egito, as questões tributárias ficavam a cargo da figura do escriba. Eles tinham amplos poderes nesse quesito, podendo, inclusive, efetuar auditorias, processar sonegadores e, além de todo esse poder, sobre eles não incidiam impostos; eles eram isentos de tributos, que, na época, incidiam sobre as mercadorias cultivadas e comercializadas pelos fazendeiros. Os escribas determinavam até o que deveria ser cultivado, fornecendo e controlando as sementes, o cultivo e até mesmo as perdas; garantindo, com isso, que a parte devida ao Faraó fosse devidamente recolhida. O Rio Nilo sempre foi fundamental para a sociedade egípcia, inclusive para as plantações e como mui- tas vezes ocorriam enchentes as plantações eram afetadas, mas os escribas não efetuavam nenhum tipo de consideração diante disso, e efetuavam a cobrança do tributo normalmente. Com isso, obvia- mente, nada sobrava para os fazendeiros, gerando revoltas e descontentamentos. Apesar de todo esse controle dos escribas, a contínua pratica desse abuso para com a população causou o colapso do sistema tributário egípcio. 8 O SISTEMA ATENIENSE DE TRIBUTAÇÃO Os gregos possuíam um sistema um pouco mais flexível em relação aos tributos e, provavelmente, foram os primeiros a prever a possibilidade de res- tituição dos tributos. Em épocas de guerra, como as demais sociedades, existia a previsão da instituição de tributos e, nesse caso, para manutenção do exército grego era cobra- da a chamada eisphora; mas, ao término dos con- flitos, os valores arrecadados eram restituídos aos cidadãos. Além do tributo em épocas de conflitos, os gregos também cobravam tributos dos povos conquistados sobre as minas de prata e sobre as importações e contribuições, no caso de importações de produtos. O nome utilizado era tarifas, e essa tarifa teve grande destaque, pois, muitas vezes, excedia os tributos arrecadados internamente.Podcast 1 9 https://famonline.instructure.com/files/119442/download?download_frd=1 OS AVANÇOS ROMANOS NO SISTEMA TRIBUTÁRIO Como em toda sociedade, vários pontos de análise e desenvolvimento sobre um tema sofrem adapta- ções, variações e evoluções e, em Roma, se verifica o auge da evolução do sistema arrecadatório. Sendo assim, analisemos, a seguir, alguns dos avanços e características do Sistema Tributário Romano: Portorium - conhecido como um dos primeiros tribu- tos romanos e, como nas demais sociedades antigas, o foco eram as importações e exportações. Tributum - considerado o mais importante tributo, sendo pago pelos cidadãos e incidindo sobre o con- sumo; posteriormente, teve sua incidência estendida também para os donos de bens imóveis. Centesima Rerum Venalium - instituído pelo governo de Júlio César; era devido sobre o consumo sobre a alíquota de 1%. Vicesima hereditatum - instituído pelo sobrinho de Júlio César, o Imperador Augusto, que foi um grande arquiteto do sistema arrecadatório tributário, publi- cando leis que serviram de modelo para diversos países europeus, sendo a vicesima hereditarium um tributo indireto, com alíquota de 5% e devido sobre os impostos sobre a herança; sendo a transmissão para familiares próximos isenta desse tributo. 10 Em Roma existia a figura do Publicano. Essa era a profissão do coletor de impostos e, no auge do im- pério, estima-se que tal arrecadação corresponde-se a 10% do PIB (Produto Interno Bruto) e, em compara- ção com os dias atuais, esse patamar é até bastante modesto. “Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus” – esta foi, provavelmente, a manifestação de Cristo sobre a licitude da cobrança dos tributos exi- gidos pelos Romanos, sendo, pelo menos, a primeira registrada. Muitos entendem que as oferendas atri- buídas aos deuses em suas cerimônias religiosas possuíam um paralelo com os tributos, pois mani- festavam sua obediência ao plano superior, sendo algo imperativo e não facultativo. 11 O PERÍODO MEDIEVAL E A IGREJA CATÓLICA Devido à amplitude regional da Europa, as formas de tributação sofriam grande variação em suas mo- dalidades, ocorrendo a incidência sobre votações, heranças, pedágios sobre pontes, estradas, portos, e outras formas de tributação, como multas e taxas de diversas formas. Com a decadência do Império Romano e o surgimen- to, no século 9, do Feudalismo – sistema político e social que se fundamenta sobre proprietários de terra, ou senhores feudais, que cediam aos vassalos um pedaço de terra em troca de serviços – ocorreu uma grande mudança na cobrança de tributos e so- bre a influência destes: os impostos cobrados por nobres ou membros da Igreja Católica. Tais senhores feudais, titulados reis ou nobres, ins- tituíam e faziam a cobrança dos impostos sobre os vassalos proprietários de pedaços de terra dos feudos, sendo os impostos devidos sobre a terra, a importação e exportação de produtos, e demais serviços prestados pelos vassalos para a nobreza. Esses nobres – bem como os nobres religiosos – eram isentos de impostos; responsáveis pela tri- butação que incidia somente sobre os vassalos camponeses. 12 Historicamente, a Igreja Católica é reconhecida pela cobrança de tributos sobre os povos e ela realmente teve grande participação nessa cobrança; sendo esta uma de suas principais fontes de receita. O chamado tithe é uma espécie de dízimo compulsório, cobrado sobre a produção agrícola dos camponeses com o intuito de financiar os cultos, a estrutura da igreja católica, e ajudar os pobres. Tal valor era pago di- retamente a Roma pelos nobres religiosos, bispos e arcebispos. 13 A MAGNA CARTA O Rei João Sem-Terra, soberano inglês de personali- dade bastante controversa, institui pesados tributos sobre a igreja e os nobres que até então possuíam isenção, causando indignação e gerando um conflito que culminou na assinatura forçada da chamada Magna Carta – um documento considerado divisor de águas, pois possui um valor histórico incalculável, que serve de base para os princípios constitucio- nais modernos e um dos primeiros passos rumo a Constituição do Reino Unido. O desencadeamento disso foi a saída do subjetivismo de questões decorrentes de vontades dos soberanos para um conjunto incipiente de princípios regulamen- tadores das relações entre poder do estado e sua ânsia de arrecadação financeira perante os povos. Podemos dizer que, embrionariamente, com isso, ini- ciou-se na Inglaterra o conceito de Direito Tributário, especialmente, no tocante à validação dos impostos incidentes sobre os contribuintes. Séculos depois, com a tributação inglesa incidente sobre as colônias dos Estados Unidos, e com os po- vos daquele continente sem representatividade em Londres, onde as questões eram discutidas, diversos conflitos e revoltas culminaram na independência americana e, após esse fato, a tributação continuou, como em quase todos os demais países, sendo de acentuada representatividade. 14 A ORIGEM DA TRIBUTAÇÃO NO BRASIL Com o descobrimento do Brasil oriundo da expansão territorial europeia, surgiu a possibilidade de enri- quecimento de Portugal, que até então não tinha a noção territorial das terras invadidas. Com isso, o país elaborou estratégias para prática do mercanti- lismo, com o intuito de acúmulo de riquezas, como ouro, prata e demais minerais. Assim, criaram um sistema chamado Capitanias Hereditárias, no qual transferiam a propriedade de terras a particulares ligados ao rei de Portugal, como nobres, militares, funcionários do reino e demais ca- pitalistas interessados que tivessem capital neces- sário para o investimento. Para Portugal, essa era uma operação de risco, mas com grandes chances de obter enormes resultados, uma vez que esse tipo de sistema já havia sido implantado em outros locais também descobertos por Portugal, nas chamadas Capitanias Insulares. Com isso, detinham o conhe- cimento e todas as informações necessárias para implantação no Brasil. O rei de Portugal concedia aos nobres beneficiários interessados amplos poderes, como a jurisdição ci- vil e criminal, ou seja, tais proprietários detinham o poder sobre suas terras – chamadas Capitanias – e sobre os habitantes, sendo suas decisões soberanas e com aval das leis portuguesas. Além disso, os se- 15 nhores de terras tinham isenção quase que total de tributos; somente incidiam em algumas commodities, um tipo de cobrança tributária. Mas, como o intuito era transferir a propriedade para garantir a cobrança dos impostos e delimitar as terras sobre domínio português, em cada capi- tania existente foi criada a Provedoria da Fazenda Real, atuando ainda como alfândega e tendo seus provedores a função de juízes, que efetuavam julga- mentos e decisões e eram responsáveis pelo repasse de informações de natureza comercial e tributária. Esse sistema de Provedoria da Fazenda Real, iniciado em 1534, pode ser considerado a primeira reparti- ção pública de natureza tributária criada no Brasil, pois, com essa atividade fazendária, havia também o controle das atividades comerciais, obtendo, assim, o controle dos tributos incidentes no comércio para posterior envio à metrópole portuguesa. Essa atividade detinha o controle dos tributos sobre as exportações – os chamados tributos aduaneiros – e sobre as importações por comerciantes estran- geiros. Além disso, obviamente, a exportação para Portugal não sofria qualquer tributação. Dessa forma, Portugal detinha o controle do co- mércio e da arrecadação inerente a essa atividade, efetuando registros, cobranças sobre as atividades comerciais e, quando necessário, impunha sanções jurídicas para combater qualquer tipo de desvios ou contrabandos. 16 Em Minas Gerais, com a descoberta de grandes re- servas de ouro, iniciou-se o chamado Ciclo do Ouro, revolucionando o comércio, fomentando o desenvol- vimento das alfândegas e trazendo para Portugal a preocupação com a colônia e seu interessemercantil. Com o apetite tributário português e visando a obter e deter todo o lucro possível, a capital da colônia, que estava em Salvador, mudou-se para o Rio de Janeiro, pois essa era uma forma de aproximação das regi- ões exploradas e assim podiam controlar melhor a atividades comerciais na região mineira. 17 OS IMPOSTOS COBRADOS PELO OURO A Coroa Portuguesa, visando a captar o máximo de lucro possível, inicialmente criou três formas de tri- butação – que serão explicadas com mais detalhes em seguida –, sendo a mais conhecida a chamada Casa de Fundição, que objetivava recolher parte dos impostos sobre o ouro extraído e fundido. Mas, como essas taxas eram elevadíssimas, logo os mineiros ficaram inconformados e descontentes, pois boa parte do seu lucro ia parar nas mãos de Portugal, que nada fazia para obtê-lo. A negociação com o ouro só poderia ocorrer após ele passar pelas casas de fundição e receberem o selo que daria a legitimidade necessária, sendo negociado somente em barras, não podendo ser negociado em pó nem em pepita. Podcast 2 18 https://famonline.instructure.com/files/119444/download?download_frd=1 A ÂNSIA ARRECADATÓRIA PORTUGUESA Como dito anteriormente, o maior interesse de Portugal era a arrecadação dos tributos, garantindo sua supremacia econômica. Assim, foi criada a co- brança do Quinto, que previa a cobrança de 20% do ouro descoberto ou explorado. Agora os portugueses deveriam verificar como essa cobrança seria feita e, para melhor entendimento sobre a criatividade tribu- tária no interesse arrecadatório da Coroa Portuguesa, analisemos os sistemas de arrecadação criados na- quela época: A Capitação: incidia sobre o número de escravos de cada minerador. Mas essa forma de arrecada- ção gerou revoltas, pois, ainda que não houvesse a descoberta de ouro, os mineradores responsáveis pelos escravos e pela extração de ouro deveriam pagar o imposto, ou seja, encontrando ou não ouro, a arrecadação deveria acontecer. As Fintas: consistia no pagamento, pelos minerado- res, de 30 arrobas anuais fixas que, segundo enten- dimento, corresponderiam ao quinto pretendido por Portugal. Mas essa medida trouxe descontentamento ao rei, que ordenou o retorno ao sistema anterior, o de Capitação. 19 Novas revoltas ocorridas em 1718 fizeram com que o rei de Portugal aceitasse o sistema de Fintas, ga- rantindo sua arrecadação pelas Câmaras Municipais locais. Casas de Fundição: conforme mencionamos anterior- mente – e para dar mais detalhes sobre tal medida impositiva –, o rei, com sua continua insatisfação, sorrateiramente ordenou a criação das Casas de Fundição. Nessa modalidade, o ouro em pó era envia- do às casas para transformação em barras, aplicação do selo real português e garantia de confiabilidade – e também de que o percentual tributário já havia sido quitado. Com a crescente insatisfação pela cobrança abusi- va de impostos, surgiram revoltas dos mineradores em várias localidades e, para suprimir tais revoltas, o governo mineiro contava com os Dragões – uma tropa utilizada para suprimir qualquer levante de re- sistência oferecido pelas colônias. Em 1720, na cidade de Vila Rica (atual Ouro Preto), os mineradores se reuniram aos demais populares e organizaram um levante, mas o governador Conde de Assumar suprimiu a rebelião com 1.500 soldados, pondo fim ao motim; executando e esquartejando seu organizador. Infelizmente, o rei continuava incomodado e acre- ditava que a única forma de evitar o contrabando e a sonegação seria explorar ao máximo as reservas de ouro para minimizar qualquer tipo de tentativa do não recolhimento dos tributos. 20 SAIBA MAIS O imposto cobrado pela Coroa Portuguesa sobre todo o ouro encontrado em suas colônias corres- pondia a 20%, ou seja, 1/5 (um quinto) do metal extraído era enviado para as Casas de Fundição. Esse “Quinto” era tão odiado pelos brasileiros que foi apelidado de “O Quinto dos Infernos”, dando origem à expressão popular. Após dez anos, houve o retorno ao sistema de Capitação e, em 1751, esse sistema foi, mais uma vez, abolido; e criou-se um sistema misto, no qual as Casas de Fundição e a cobrança de cotas fixas anuais funcionariam conjuntamente. Na prática, as Casas de Fundição operaram conjun- tamente, com cotas anuais fixas, no total de 100 ar- robas ou 1.500 kg de ouro, incidindo sobre as ope- rações dos mineiros. Mas uma ordem de Portugal causou o ápice do ódio e da revolta: a chamada Derrama, em que ficou estabelecido que, caso as cotas fixas não fossem alcançadas, toda a população ficaria sujeita à cobrança forçada para completar as devidas 100 arrobas. Esse foi um dos fatores que ocasionou a famosa Inconfidência Mineira, em 1789. 21 http://www.culturabrasil.org/a_inconfidencia_mineira.htm O INÍCIO DO DIREITO TRIBUTÁRIO NO BRASIL Em 1822, com a proclamação da Independência do Brasil, começaram a serem criadas normas próprias e um dos grandes avanços foi a Constituição Política do Império, em 1824, na qual foi possível iniciar o desenho da estrutura do Estado Brasileiro, sua forma de governo e repartições dos poderes, bem como os direitos fundamentais e garantias dos cidadãos brasileiros. A partir desse momento, as questões de natureza tributária – e as demais que vieram poste- riormente – só cresceram, sempre buscando aten- der aos interesses do Estado em sua arrecadação. Muitos autores clássicos entendem que as normas de natureza financeira precederam as demandas de natureza tributária. Em 1946 houve uma Assembleia em que, por meio de uma Emenda, foi incluído no artigo 5º, XV, b da Constituição que haveria de ser publicada, dando a devida competência do Congresso para, em nome da União, legislar sobre as normas gerais de direito financeiro. Esse foi um grande passo para o chamado Código Tributário no Brasil. Em 1965, com a Emenda Constitucional número 18, finalmente nasce o Sistema Tributário Nacional – considerado a certidão de nascimento do Direito Tributário. 22 Essa emenda estabeleceu os alicerces de alguns impostos conhecidos até hoje, pois foram instituídos 15 impostos, dentre eles, o imposto de renda com alíquotas progressivas, um imposto seletivo sobre o consumo de produtos industrializados, posterior- mente transformado no IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), e um imposto estadual de consu- mo, que era cobrado no momento da circulação da mercadoria, tendo como fato gerador a saída das mercadorias do estabelecimento industrial, comercial ou produtor. Além desses, impostos sobre operações com combustíveis, lubrificantes, energia elétrica, e minerais também foram instituídos. Foi ainda dada a competência necessária à União para criação de impostos extraordinários, como em caso de guerra, o chamado IEG (Imposto Extraordinário de Guerra), previsão existente até os dias atuais. O modelo de Leis Complementares foi desenhado com o advento da Constituição Federal de 1967 e da Emenda Constitucional número 1, de 1969, sendo que, a partir de então, o Código Tributário Nacional foi formalmente produzido e recepcionado como Lei Ordinária, pois, para legislar sobre matéria tributária em normas gerais, era necessária a utilização de Lei Complementar. 23 A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 Entre os anos de 1978 a 1982, começávamos a co- nhecer, estatisticamente, os efeitos da emenda nú- mero 18, de 1965, que, até então, se destacava com resultados satisfatórios, proporcionando integração ao sistema tributário nacional, racionalizando eco- nomicamente os tributos, criando mecanismos de compensações fiscais e, consequentemente, aumen- tando a arrecadação tributária. Mas nem tudo eram flores. Mesmo com a constante e crescente arrecadação, as receitas dos estados e municípios não faziam jus às suas despesas e a má administração dos impostos era evidente, pois, com o arcabouço de leis tributárias, e sua complexidade, havia muita confusão, tanto na sua aplicação quanto na orientação aos contribuintese essa confusão causava, muitas vezes, prejuízos aos cofres públicos. Com o deficit do estado, medidas urgentes se faziam necessárias para buscar o equilíbrio dos cofres pú- blicos e tentar contornar o agravamento da econo- mia do estado. E como, historicamente, toda crise econômica, em qualquer país do mundo, resolve-se com aumento de impostos, cria-se a emenda número 23, de 1984, visando ao aumento da receita tributária do estado. 24 Além disso, verifica-se que a defasagem das leis tributárias frente à realidade brasileira presente nes- ta época, resulta na necessidade imediata de aper- feiçoamento do sistema fiscal do país. Com todo esse cenário, identifica-se a premência de uma nova Constituição; assim, uma assembleia constituinte é convocada para esse fim, trazendo a modernização do sistema tributário brasileiro. A Constituição Federal de 1988, vigente até os dias atuais, promoveu a ampla e contínua reestruturação do sistema tributário brasileiro, destacando em seu texto três pilares fundamentais: 1. Os Princípios Gerais de Tributação: admite-se uma figura com a denominação de tributo e seus tipos, como o Imposto (sendo vedada a sua vin- culação a qualquer órgão, fundo ou despesa), as Taxas (justificadas no poder de polícia e na utilização em serviços públicos específicos ou divisíveis), as Contribuições de Melhoria (decorrentes de obras públicas), os Empréstimos Compulsórios (em caso de despesas extraordinárias, decorrentes de calami- dades públicas, guerras ou sua iminência) e, por fim, as Contribuições (sendo: Contribuições Sociais e de Intervenção no Domínio Econômico); 2. As Limitações ao Poder de Tributar: são regras de competência, previstas nos arts. 150 a 152 da CF/88, prevendo o freio, quando necessário, na atividade do estado na arrecadação de tributos; 3. A Distribuição das Competências Tributárias: trata-se da atribuição aos entes políticos do Estado 25 (União, Estados, Distrito Federal e Municípios) da prerrogativa da instituição dos tributos, em que encontramos o campo exato de atribuições da lei complementar, como a definição de tributos, suas espécies, incluindo o fato gerador, a base de cálculo e as alíquotas. 26 A RELAÇÃO DO DIREITO TRIBUTÁRIO COM AS DEMAIS ÁREAS Esse tema é bastante questionado em concursos públicos, assim, farei uma síntese dessa temática, abordando sinteticamente pontos específicos e prin- cipais, relativos à questão. DIREITO CONSTITUCIONAL: O Direito Tributário relaciona-se de forma especial com o Direito Constitucional, pois, sem o conhecimento dos temas envolvendo o Direito Constitucional, fica prejudicada a análise das questões tributárias porque os prin- cípios constitucionais delimitam as competências tributárias e sua aplicação aos casos envolvendo essa temática. Todas as questões de natureza eminentemente cons- titucional dizem respeito ao próprio direito de tributar e aos seus limites. A lei tributária não terá valor caso seja inconstitucio- nal, sendo suas fontes formais base para existência do Direito Tributário, estando na constituição federal os princípios básicos de tributação. Os princípios constitucionais incidentes no campo tri- butário são os princípios constitucionais tributários; verdadeiros comandos da tributação e, além desses princípios – considerados puramente políticos e de 27 garantias –, estão relacionados, por consequência, ao Direito Tributário. Demais princípios constitucionais, por exemplo, a garantia do exercício de profissão lícita ou da livre iniciativa, não possibilita o poder tributário impedir tal garantia, sendo que esse deverá ser exercido em harmonia com tal princípio. Assim como a garantia constitucional de propriedade, visto que um tributo não pode ter efeito confiscatório, sendo, dessa for- ma, precisas as vinculações ou relações do Direito Constitucional com o Direito Tributário. DIREITO ADMINISTRATIVO: Dispõe sobre a atuação da administração pública, no tocante à fiscalização e à arrecadação de tributos, sendo, muitas vezes, chamado de Direito Administrativo Tributário. O Direito Tributário tem por objeto as questões re- lativas ao tributo, seus conceitos e suas relações jurídicas; já o Direito Administrativo se incumbe da fiscalização, da arrecadação do tributo e dos inúme- ros deveres a cargo dos contribuintes. Tais deveres e sua arrecadação são exercidos pela atividade ad- ministrativa praticada por funcionários públicos e autoridades designadas pela legislação pertinente, juntamente de suas normas regulamentadoras. A atividade administrativa se incumbe do estudo das chamadas Obrigações Acessórias, que são os deveres administrativos e a prática do lançamen- to do tributo, ato este analisado pelos funcionários fiscais, como as repartições públicas e órgãos tribu- tários. O exercício de suas atividades impositivas, 28 arrecadatórias e fiscalizadoras são, por definição, tipicamente atos administrativos, disciplinados pelo Direito Administrativo. DIREITO PRIVADO: O Direito Tributário encontra com o Direito Privado vários pontos de contato, como com o Direito Civil e o Direito Empresarial, compreendendo o universo de relações e de negócios jurídicos, cujos efeitos econômicos e patrimoniais serão objeto de tributação. O Direito Tributário exerce na elaboração e adaptação de vários dos conceitos utilizados no Direito Civil, tais como os de obrigações tanto de credor quanto de devedor, de créditos e de débitos, da capacidade do contribuinte, do domicílio e de tantos outros conceitos relativos aos direito das obrigações. DIREITO COMERCIAL: Muitos conceitos utilizados no Direito Comercial são utilizados pela lei tributária, sendo o conhecimento do Direito Mercantil impres- cindível para a compreensão dos efeitos tributários de sua utilização; especialmente na definição do conceito de contribuinte, dos fatos geradores dos tributos, e dos componentes da base de cálculo dos tributos relativos à atividade comercial. CIÊNCIA DAS FINANÇAS: As relações do Direito Tributário com essa ciência são muito grandes, sendo que a Ciência das Finanças estuda os fenômenos fi- nanceiros criados pelos tributos, especificamente do ponto de vista econômico, político e jurídico porque de tais meios serve-se o Estado para a manutenção de suas atividades. Essas finalidades e os processos inerentes de sua atividade são também analisados 29 pelo prisma político-econômico e os fenômenos por ela estudados repousam na sistemática jurídica; por- tanto, pela Ciência das Finanças o Direito Tributário verifica muitos princípios econômico-financeiros para basear a elaboração de seus institutos. ECONOMIA: Esse ramo tem como foco o fenômeno econômico privado (riqueza privada). Anteriormente, verificamos que o Direito Tributário tem relações com a Ciência das Finanças, visto ser este um ramo de direito público que disciplina parte das finanças públicas, as relativas à imposição, arrecadação e à fiscalização tributária. É sabido que os tributos incidem sobre as relações econômicas privadas, que ocorrem entre os contri- buintes. Tais relações abrangidas pela incidência dos tributos constituem o fato gerador do tributo e possuem características de conteúdo econômico, ocorrendo sobre o patrimônio, a renda, ou sobre a transferência de bens. Um dos princípios modernos de tributação é o da capacidade econômica do con- tribuinte, sendo um princípio basilar e uma categoria da Ciência econômica. CONTABILIDADE: A Contabilidade possui ampla liga- ção com o Direito Tributário, pois as questões tribu- tárias são objeto de acompanhamento constante da Contabilidade; por exemplo, relativamente ao imposto de renda. O conhecimento dessa ciência auxiliará os operadores da lei a solucionar eventuais problemas de análise tributária, sendo a lei fiscal regulamenta- dora das questões relativas ao Imposto de Renda e 30 tendo competência para estabelecer modificações específicas para fins tributários no balanço comercialdas empresas. No tocante ao ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), e tendo tal imposto a inci- dência sobre a circulação de mercadorias e sobre a prestação de serviços, muitas vezes, para o aplicador da lei tributária a decisão sobre a incidência ou não desse imposto depende do entendimento da codifi- cação aplicada a essa operação. E isso só é possível juntamente com o conhecimento da questão contá- bil. Também para a solução de problemas tributários aduaneiros, a contabilidade auxilia no sentido de analisar tarifas alfandegárias, não só na proporção de seus valores, mas também levando em conta, quando necessária, a natureza ou a finalidade das mercadorias. DIREITO PENAL: O Direito Penal configura delitos de ordem tributária, por exemplo, o Excesso de Exação (art. 316, parágrafo 1º, do Cód. Penal). Este é um crime tipicamente praticado pelo funcionário públi- co e contra a administração pública. Ocorre quando o funcionário recebe o tributo ou contribuição in- devidamente – que sabe ou deveria saber indevido – para recolhê-los aos cofres públicos, e os desvia em proveito próprio ou alheio, ficando assim clara a utilização do direito tributário com a finalidade de dano ao órgão público e benefício exclusivamente próprio, sendo contrário ao fim real a que se deve o tributo, havendo, nesse caso, o devido enquadra- mento penal. 31 O próprio Direito Tributário contém sanções ou pe- nalidades que formam o chamado Direito Tributário com ação Penal. Existem leis tratando sobre Crimes contra a Ordem Tributária, dispondo sobre os delitos fiscais praticados no meio empresarial e pelo funcio- nalismo público e suas devidas sanções. As sanções principais no Direito Tributário são consti- tuídas por multas pecuniárias, multas punitivas e mul- tas moratórias, mas existem Leis com ações Penais que preveem, em determinados casos, a reclusão e a detenção; ou seja, penas restritivas de liberdade. DIREITO INTERNACIONAL PÚBLICO: Ramo do Direito que cuida e estuda especificamente os tratados in- ternacionais entre os países, por exemplo, questões sobre tributos alfandegários ou acordos para não ocorrência de bitributação entre operações que po- dem ocorrer nos casos de entidades que tenham domicílio em um país e empresas, propriedades ou operações em outro país. Como pudemos observar, várias são as relações do Direito Tributário com o Direito Privado (Civil e Comercial) porque o Direito Privado antecede ao Direito Tributário, ou seja, possui elaboração ante- rior e atua regulando direitos, tratando de obrigações de ordem privada, sempre concernente às pessoas, suas relações entre si, e aos bens. Possuímos um Estado contemporâneo que podemos considerar como um Estado com ampla e crescen- te atitude fiscal e que, historicamente – e como as demais nações –, possui em seus tributos sua fonte 32 primária de arrecadação de receitas. Assim sendo, todas as condutas existentes capazes de redução ou eliminação do recolhimento dos tributos, seja das pessoas físicas ou jurídicas, tendem a ser fortemen- te combatidas e se possível criminalizadas, muitas vezes, legítimas. Como foi aqui demonstrado, grandes e importantes são as relações do Direito Tributário com a maioria dos demais ramos do Direito. E essas relações são, em sua maioria, bastante relevantes. Entretanto, como o Direito Tributário é notoriamente de elabo- ração mais recente, no momento de disciplinar certos atos ou fatos confronta-se com uma elaboração jurí- dica já constituída, podendo aceitá-la, como princípio geral, ou até mesmo absorver institutos completos e, quando necessário, adaptar, alterar ou mesmo criar princípios específicos e institutos próprios. 33 CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao final deste módulo de estudo, verificamos a impor- tância dos Tributos na história da humanidade, bem como sua evolução e o seu nascimento no Brasil. Com relação às questões relativas ao entendimento inicial dos tributos na era atual, verificamos que, no meio corporativo, os empresários já perceberam a sensibilidade da temática Tributária. Tem-se buscado o trabalho conjunto e participativo com diversos se- tores organizacionais: escritórios de advocacia espe- cializados e a interação de advogados com contado- res, auditores, economistas e profissionais de TI, na intenção de melhorar seus resultados operacionais. Perceba que a multidisciplinaridade e a interdisci- plinaridade são imperativas na constante busca de soluções eficientes, sendo, atualmente, inevitáveis para a sobrevivência empresarial. 34 SÍNTESE Com toda essa evolução, a cobrança tributária continua sendo uma constante sobre as nações em todo o mundo. No Brasil, o nascimento do Direito Tributário buscou gerar direitos e obrigações para os contribuintes. Essa temática ainda precisa evoluir, pois se verifica um grande número de tributos, mas pouquíssimo retorno a população. Com a independência do Brasil, novas formas de cobrança foram instituídas. Buscou-se a legitimidade e a coerência nas formas de tributação, não havendo efeito confiscatório nem abusivo nas formas de arrecadação. No Brasil, tanto a igreja católica quanto os reis cobravam impostos, gerando conflitos junto ao povo dominado; tem início a insatisfação do rei frente aos diversos levantes dos habitantes das colônias. No período medieval: atuação dos reis, juntamente com as autoridades católicas, demonstrando o poder do Estado com o apoio da Fé Cristã, com o intuito de legitimar a arrecadação. Os sistemas Egípcios, Atenienses e Romanos evoluíram e se adaptaram para manutenção dos seus Estados, cobrando tributos dos povos conquistados. A evolução dos tributos acompanhou a história da humanidade. Todos os povos que viveram em sociedade, em algum momento, estudaram formas de arrecadação para manutenção de suas atividades. DIREITO TRIBUTÁRIO E EMPRESARIAL Referências Bibliográficas & Consultadas C A PA R R OZ , R o b e r to . D i re i to Tr i b u t á r i o Esquematizado. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 2019. GLASENAPP, Ricardo. (org.) Direito tributário. 2. ed. São Paulo: Pearson, 2019. [Biblioteca Virtual] MACHADO, Antônio Cláudio da Costa. (org.); QUEIROZ, Mary Elbe (coord.). Código Tributário Nacional Interpretado artigo por artigo parágrafo por parágrafo. Barueri: Manole, 2010. [Biblioteca Virtual] MESSA, Ana Flávia. Direito tributário e financeiro. 7. ed. São Paulo: Rideel, 2016. [Biblioteca Virtual] MOGE, José Eduardo. et al. Gestão de tributos na empresa moderna: gestão do ambiente tributário. São Paulo: Senac, 2011. NIARALDI, George. Direito Empresarial. São Paulo: Pearson, 2012. PINTO, Fabiana Lopes. Direito tributário. Barueri: Manole, 2012. [Biblioteca Virtual] POSTIGLIONE, Marino Luiz. Direito empresarial: o estabelecimento e seus aspectos contratuais. São Paulo: Manole, 2006. [Biblioteca Virtual] _GoBack Introdução A história dos tributos O sistema egípcio de tributação O sistema ateniense de tributação Os avanços romanos no sistema tributário O período medieval e a Igreja Católica A Magna Carta A origem da tributação no Brasil Os impostos cobrados pelo ouro A ânsia arrecadatória portuguesa O início do direito tributário no Brasil A Constituição Federal de 1988 A relação do direito tributário com as demais áreas Considerações Finais SÍNTESE