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Medicina Veterinária Semiologia veterinária Profº Felipe Eduardo da Silva Sobral Responsável pela homeostase (água, eletrólitos e outras substâncias derivadas do metabolismo e do catabolismo) » urina; Funções endócrinas (metabolismo de Ca e P); Controle da pressão arterial. Rins » repousa sob os músculos sublombares, um de cada lado da coluna vertebral; Equinos » formato triangular (D) e “feijão” (E), não é palpável; Ruminantes » formato lobulados/“feijão” (E), não é palpável, rim esq. posição variável/plano médio; Carnívoros » formato “feijão”, palpável, rim esq. com maior facilidade para palpação (mais penduloso). Ureteres » transportam urina dos rins para bexiga; » musculatura ureteral com contrações para deslocamento de urina para bexiga. Bexiga/vesícula urinária » órgão cavitário, musculomembranoso, reservatório temporário da urina, formato globular/piriforme; Equinos » repousa sobre a porção ventral da cav. pélvica e cheia pende sobre a rima pélvica estendendo para a parede ventral do abdome; Ruminantes » projeta-se cranialmente e, quando cheia fica em contato com a parede ventral do abdome; Carnívoros » posição varia conforme a quantidade de urina contida, cav. pélvica (cão/vazia) e cav. abdominal (cão/cheia, felinos), facilidade para cistocentese em PETs. Macho » conduz urina, sêmen e secreções seminais; parte pélvica e parte peniana (ou esponjosa); Fêmea » conduz urina; Carnívoros » uretra pélvica no gato é a porção pré- prostática e no cão inteiramente circuncidado pela próstata, para ambas a uretra pélvica continua após a próstata; CANINOS » expansão uretral limitada na porção cavernosa da uretra pelo sulco ventral do osso peniano; FELINOS » afunilamento da uretra em direção a extremidade do pênis; Carnívoros » uretra das fêmeas permite expansão considerável quando está sob pressão; Cateterização da uretra » mais difícil no gato pelas condições anatômicas; Equinos » uretra dos machos bem longa (10 a 12 cm), fêmeas (5 a 7,5 cm); Ruminantes » BOV/machos uretra prolonga-se como processo de 2/3 cm e sendo encaixado no sulco localizado do lado direito do pênis, PEQ. RUM/machos processo uretral, além do pênis; Ruminantes » VACAS uretra tem cerca de 10/13 cm; » OVELHAS uretra tem cerca de 4/5 cm; » CABRAS uretra tem cerca de 5/6 cm; Processo fisiológico de armazenagem e eliminação da urina; Fase de armazenagem » relaxamento da bexiga e contração do esfíncter uretral; Fase de eliminação » contração vesical e relaxamento uretral; Ação das vias nervosas (parassimpáticas, simpáticas e somáticas); Musculatura lisa/estriada; Controle voluntário da micção pode ser perdido nos casos de lesões no córtex cerebral; Perda da inervação motora/sensorial. Espécie; Raça; Sexo; Idade; Procedência; Problema urinário que comprometeu outros sistemas? Problemas sistêmicos geraram problemas renais secundários??? Sumário de itens importantes para anamnese do trato urinário Itens investigados Aspectos enfocados Urina ● Volume em cada micção; ● Aspecto (coloração, transparência/turvação, presença de material sólido ou semissólido, viscosidade, presença de sangue); Micção ● Frequência (número de vezes e intervalo); ● Tipo (postura à micção, sinais de dificuldade, sinais de dor ou desconforto, tenesmo, incontinência); Ingestão de água ● Frequência e volume; Doença urinária ● Histórico completo de doenças do trato urinário (com ou sem conclusão diagnóstica), incluindo tratamentos feitos; Sinais relacionados com outros órgãos ● Detalhamento de informações referentes às manifestações que possam ter relação com as causas ou consequências da afecção urinária em curso. Sequência de exame clínico do sistema urinário Exame físico geral ● Peso corporal, temperatura, FC, FR, mucosas (coloração e estado dos vasos), grau de desidratação; ● Boca (úlceras, alterações da língua, inserção dos dentes, aumento maxilar, hálito urêmico) ● Exame geral dos demais órgãos e sistemas; Exame específico » Rins ● Ambos são palpáveis? ● Tamanho, simetria e posição? ● Forma, contorno e consistência? ● Dor? Sequência de exame clínico do sistema urinário Exame específico » Bexiga ● Posição? ● Tamanho, formato e consistência? ● Cálculos ou massas palpáveis? ● Espessura da parede? ● Dor? » Próstata (importante em cães) ● Posição, tamanho, simetria, consistência? ● Dor? Sequência de exame clínico do sistema urinário Exame específico » Uretra dos machos ● Secreção uretral ou prepucial? ● Tamanho, formato e consistência das porções palpáveis? ● Anormalidades periuretrais? » Micção ● Frequência? ● Disúria? ● Retenção? ● Incontinência? Sequência de exame clínico do sistema urinário Exame complementares Urinálise; Cateterização vesical; Técnicas para diagnóstico por imagem; Provas de função renal; Biopsia. Sem movimentos bruscos; Manter contato de uma das mãos com o corpo do animal; Pressão ao toque/palpação gradativa no início e fim; Aumento da sensibilidade/dor » gemidos e reação de defesa; Ausência de sensibilidade dolorosa a palpação. Exame bilateral (quando possível); Avaliar produto mais acessível - urina; Apresentam grande capacidade de reserva funcional: Doença renal em curso sem comprometimento da função; Déficit da função renal (necessário elucidar a causa). Técnica para palpação externa dos rins em cães e gatos ● Feita com as gemas dos dedos (indicador, médio e anular), posicionados um junto ao outro e ligeiramente flexionados; ● Os dedos são posicionados mais profundamente possível, abaixo das apófises transversas das vértebras lombares, a partir do ângulo formado com as últimas costelas e sendo deslizados em direção caudal/caudoventral; ● Ambas as mãos, simultaneamente e dirigidas uma contra a outra; ● Uma vez localizado estruturas >> tamanho, formato, consistência e sensibilidade. Provas de função renal ● Perfil bioquímico sérico; ● Dosagens das concentrações séricas (creatinina, ureia, proteína, potássio e fósforo); ● Avaliação da função glomerular; ● Razão proteína:creatinina urinária; ● Avaliação da função tubulointersticial; ● Excreção fracionada de sódio; ● Densidade ou osmolaridade urinária; Técnicas indicadas para exame dos rins nos animais domésticos Técnicas Aplicabilidade Exame físico de rotina Inspeção direta (região renal) Eficiente somente em casos de aumento aberrante dos rins; Palpação externa Possível para alguns animais pequenos (excelente em gatos); Percussão dolorosa (região renal) Indicada somente para grandes animais (feita com o martelo de percussão, para pesquisa de dor); Exames específicos e complementares Inspeção indireta ou diagnóstico por imagem (radiografias simples/contrastadas, ultrassonografia) Possível para animais de pequeno porte e para alguns filhotes de animais de grande porte; Técnicas indicadas para exame dos rins nos animais domésticos Técnicas Aplicabilidade Exames específicos e complementares Palpação retal Possível em grandes animais, mas nem sempre os rins são alcançados; Urinálise (análise física, química e sedimentoscópica da urina) Exame extremamente importante que pode ser empregado em todos os animais; Provas de função renal Indicadas sempre que houver suspeita de insuficiência renal; de modo geral, são aplicáveis a todos os animais, exceto para ruminantes machos quando houver necessidade de cateterização vesical; Técnicas indicadas para exame dos rins nos animais domésticos Técnicas Aplicabilidade Exames específicos e complementares Cultura de urina Indicada para os casos de suspeita de infecção do trato urinário. Pode ser feita quando for possível coletar a urina de maneira asséptica; Biopsia renal Indicada para os casos cuja definição precisa do tipo de doença renal possa ser útil para o prognóstico e tratamento. Doenças renais em animais domésticos Causa/Origem Doença renal Congênitas, familiares ou hereditárias • Rimpolicístico; • Síndrome de Fanconi; • Displasia renal; • Glomerulonefrite; • Nefrite intersticial (nefrite tubulointersticial); Infecciosas • Nefrite intersticial (nefrite tubulointersticial) na leptospirose; • Pielonefrite; • Glomerulite associada a infecção viral; Autoimunes • Glomerulonefrite; Secundárias a doenças sistêmicas • Glomerulonefrite (diabetes melito, lúpus eritematoso sistêmico, peritonite infecciosa felina, leucemia felina, erliquiose, dermatite crônica, brucelose, piometra, leishmaniose, cirrose hepática, etc); • Nefropatia por pigmentos (hemoglobinúria, mioglobinúria). Doenças renais em animais domésticos Causa/Origem Doença renal Fármacos, agentes químicos e isquemia renal • Nefrose química ou isquêmica (necrose tubular aguda); • Nefrite intersticial (nefrite tubulointersticial); Obstrução ureteral • Nefropatia obstrutiva; • Hidronefrose; Parasitária • Destruição renal por Dioctophyma renale Idiopáticas • Glomerulonefrites; • Lipidose glomerular; Outras causas • Neoplasia renal; • Amiloidose renal; • Nefropatia hipercalcêmica; • Doença renal cística adquirida. Em pequenos animais não é possível, apenas por radiografia contrastada (urografia excretora); Em grandes animais quando nos casos de megaureter, algumas vezes, pode ser palpado pelo reto. Em pequenos animais, a palpação externa da bexiga pode ser feita da mesma forma que na palpação renal; Posição quadrupedal/decúbito lateral; Mão em “pinça” com a concorrência do polegar; Em grandes animais, a palpação é retal; Fêmeas >>> palpação vaginal; Verificar: forma, localização, volume, sensibilidade, tensão; Radiografias e ultrassonografias. Técnicas semiológicas indicadas para o exame da bexiga dos animais domésticos Técnicas Aplicabilidade Exame físico de rotina Inspeção direta (região vesical) Eficiente somente em PETs e não obesos Palpação externa Eficiente somente em PETs e não obesos Exames específicos e complementares Palpação retal Somente para animais de grande porte Palpação interna digital combinada com palpação externa Indicada para cães Percussão digitodigital Indicada para esclarecimento de casos de retenção de urina em animais pequenos Cateterismo vesical com sonda flexível Indicado para cães, gatos e cavalos machos. Em ruminantes e suínos, o cateterismo não é possível, em razão do comprometimento da uretra e da presença do “S” peniano Técnicas semiológicas indicadas para o exame da bexiga dos animais domésticos Técnicas Aplicabilidade Exames específicos e complementares Cateterismo vesical com sonda flexível ou rígida Possível para todas as fêmeas Inspeção indireta ou diagnóstico por imagem (radiografias simples/contrastadas, ultrassonografia) Possível para cães, gatos e filhotes de grandes animais Urinálise Exame empregado em todas as espécies Citopatologia Pode ser útil para detectar células neoplásicas em lavados vesicais Técnicas semiológicas indicadas para o exame da uretra dos animais domésticos Técnicas Aplicabilidade Exame físico de rotina Inspeção direta Permite o exame do meato urinário externo Exames específicos e complementares Inspeção direta por ureteroscopia Eficiente para avaliação interna da uretra e para biópsia; pode ser empregada em todos os animais nos quais seja possível a cateterização vesical Inspeção indireta (radiografias contrastadas, ultrassonografia) Radiografias são úteis para PETs, ultrassonografia em alguns segmentos da uretra Palpação indireta por meio de sonda uretral Possível em todas as fêmeas e em cães, gatos e cavalos machos Palpação retal Útil para machos; permite examinar a parte pélvica da uretras. Medicina Veterinária Semiologia veterinária Profº Felipe Eduardo da Silva Sobral