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Resumo por: Yasmin Barros - @idealizavet @yasminbarro.s Doença do trato urinário inferior felino (DTUIF) Cistite idiopática felina: 70-80% dos casos. Urolitíases: 15-25% dos casos. Anormalidades anatômicas: 1-10% dos casos. Infecções do trato urinário: 1-8% dos casos. Neoplasias: <1% dos casos. Se tiver espessamento da bexiga, é indicado realizar biopsia de bexiga através da cistoscopia. Se observar petéquias, epitélio pregueado e mastócitos fecha em cistite intersticial. Porém, não é rotineiro fazer biopsia por cistoscopia, logo, todo animal que apresentar sinais clínicos e for descartado urolitiase, neoplasia e infecção, o animal é classificado como cistite idiopática felina. Não há risco de classificar animaiscom cistite intersticial como cistite idiopática, porque o tratamento é o mesmo. Se tiver outros órgãos acometidos (pulmão, coração) com alterações concomitantes as alterações de bexiga, o animal é classificado como síndrome de pandora, ocasionado pelo estresse. Felinos filhotes: maior casuística de infecções do trato urinário e anormalidades anatômicas. Felinos entre 2 a 6 anos: maior casuística de cistite intersticial, urolitíases, problemas comportamentais e por último anormalidades anatômicas (menor casuística). Felinos entre 6 a 10 anos: maior casuística de infecções do trato urinário, urolitíases e neoplasias. Disúria Estrangúria Periúria (urinar em locais inapropriados) Polaquiúria (micções em pequenas quantidades) Hematúria Semelhante para todas causas Animal não obstruído: bexiga pequena e dolorida Animal obstruído: distendida e dolorida Ligada intimamente com a parte endócrina, neurológica e comportamental do animal. O estresse é a principal alteração da cistite idiopática felina. 1. Fatores ambientais: Interação com os proprietários: presença de alguma pessoa irritante na casa ou separação do tutor por um longo período de tempo. Muitos gatos no mesmo local Causas Epidemiologia Sinais clínicos Cistite idiopática felina (CIF) Exame físico Alterações ambientais: mudança de móveis, por exemplo. 2. Dieta: Dieta seca Baixa qualidade 3. Vida domiciliar: obeso e sedentário Geralmente os sinais de trato urinário inferior advindo da CIF se resolve em 4 a 7 dias sozinho, basta retirar a causa de estresse. Se a causa de estresse não for retira, os sinais vão persistir por semanas/meses e tem recidivas constantes: forma crônica. Mais comum em machos castrado do que em machos e fêmeas não castrados. Ausência de: Infecção bacteriana Urolitíase Divertículos Neoplasia Diagnóstico de exclusão. Se o felino não estiver obstruído: Não tem alterações no hemograma Ureia e creatinina normais Potássio normal Só pela CIF não há alterações sanguíneas, pode ter alterações se tiver uma doença concomitante atuando. Se o felino estiver obstruído: Não tem alterações no hemograma Creatinina e ureia aumentadas Potássio aumentado Animal obstruído é SEMPRE EMERGÊNCIA!! Densidade: variável, pode ter doença concomitante. pH variável, se o animal estiver obstruído ou não Proteína de origem renal não vai existir, se aparecer é de origem pós-renal Quase 100% dos animais vão ter sangue oculto Sedimentoscopia: Cristalúria (na maioria está presente), animais saudáveis também podem ter cristais na urina. Hemácias em grande quantidade. Leucócitos sem bactérias, se realizar a cultura, irá dar negativo. Diagnóstico Exames sanguíneos Urinálise Imagem Única alteração é o espessamento da parede da bexiga. Tratamento para animal não obstruído: retirar o estresse. Adequação ambiental, principalmente em ambientes com mais de 2 gatos Aumentar potes de água: 1 pote a mais de água em relação ao número de felinos em lugares diferentes. EX: 2 gatos → 3 potes de água Potes de água amplos, sem que eles encostem as vibrissas nos potes. Estimular a ingestão hídrica: pode usar sachê diluído em água e fontes de água, os felinos gostam de beber água em movimento Liteira limpas, secas, longe de potes de água/comida e em lugares calmos. Evitar colocar perto de água, maquinários e porta e evitar utilizar pouco granulado. Promover esconderijos e brincadeiras Caso todas as tentativas anteriores falhem: Antidepressivos Amitriptilina 2mg/kg, VO, SID (a noite) Gabapentina (dor neuropática)? Se o animal estiver obstruído e descompensado: Procurar doença de base: Tampões Cálculos Espasmo uretral Neoplasia Antes de desobstruir, deve-se analisar o paciente: está desidratado? Hipercalêmico (bradicardia)? Em acidose? → Não pode anestesiar esse animal, ele vai morrer na indução. Para hidratação é indicado o uso do ringer lactato, mesmo tendo potássio, pois ele consegue condicionar a acidose, melhorando as condições do potássio. Animal em hipercalemia, tratar com: Dextrose (0,5 mL/kg/h): faz glicose, estimulando saída de insulina no pâncreas para fazer com que o potássio entre para dentro da célula. Tratamento Gluconato de cálcio 10% (0,5-1 mL/kg – lento), monitorar com ECG. Usado para diminuir os efeitos do potássio no coração. Insulina regular (0,25-0,5 UI/kg) + Glicose 25% (1-2g/UI): auxilia na entrada do potássio para dentro da célula, pois aumenta a hiperglicemia, estimulando saída de insulina, jogando potássio para dentro da célula. Se nada funcionar: dialise Tratamento para animal obstruído estável Avaliar a região de períneo: vulva, pênis, esfíncter anal, uretra, etc. Observe se tem ruptura, tortuosidade, plugs. Desobstruir Cistocentese: se for sedar para realizar o procedimento, o animal tem que estar mais estável. Sempre realizar o exame na posição cranio-caudal, utilizando torneira de 3 vias. Escolher com cuidado a sonda usada Massagear o pênis e comprimir levemente a bexiga. Pode usar acepromazina (0,25 mg/gato, IM, TID) para relaxar o esfíncter uretral externo + buprenorfina (0,075 mg/gato, IM, TID) para analgesia. Pode manter esse tratamento no pós desobstrução imediato com manutenção de fluido subcutâneo Utilizar cateter vascular, com movimentos lentos, usando seringa de 10 com pequenas apertadas → a maior parte dos tampões estão na beirada. Ultrassom e raio-x para avaliar uretra e bexiga. Inicialmente clínico Cirúrgico: Obstrução uretral irreparáveis/recorrentes Lesão de uretra grave: reduz o risco de obstrução, porém aumenta as chances de infecção bacteriana. Cistite idiopática permanece se não for retirada a causa de base. Uretrostomia perineal: indicado para felinos machos, possuem menores efeitos adversos. Caso a ruptura for de uretra média ou proximal, pode-se fazer uretrostomia pré-púbica e uretrostomia subpúbica, porém são alternativas de salvamento, não podem ser a primeira opção de escolha, pois possuem grandes efeitos adversos. Manter ou não a sonda durante 24-72 horas, vai depender da quantidade de coagulo, debriz, etc. Lavar a bexiga com solução fisiológica de 3 a 4 vezes por dia. Manter fluidoterapia: ringer lactato + potássio, pois a partir do momento que o animal é desobstruído, o organismo começa jogar potássio pra fora, podendo jogar mais do que o necessário, saindo de hipercalemia para hipocalemia. Analgésicos: Tramadol (1-2 mg/kg, IV/SC, BID/TID) Clínico x Cirúrgico Tratamento pós-cirúrgico Anti-inflamatórios Meloxicam 0,1 mg/kg, 1-3 dias Cetoprofeno 1 mg/kg, 1° dose Cuidado ao utilizar os AINES. Deve-se analisar o quadro do animal que tenha perda de função renal ou outras comorbidades, antes de instituir a terapia. Cóagulos dentro da bexiga, podendo virar urólito solido, obstruindo a uretra. Estenose uretral.A CIRURGIA É SÓ DESOBSTRUTIVA, NÃO É CURATIVA. Complicações
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