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Higiene e Inspeção de Alimentos de Origem Animal Inspeção e Vigilância Sanitária – Função e formas de trabalho • Introdução: o Inspeção e Vigilância, ambas as áreas são de responsabilidade de órgãos públicos. Porém, uma mais voltada para a área agrícola e outra para a área de saúde. o Inspeção de produtos de origem animal→ Responsabilidade do mapa → Relacionada com a produção dos alimentos → Nível industrial (exemplo: produção de embutidos, laticínios...) o Vigilância sanitária → Responsabilidade do Ministério da Saúde → Relacionado com alimentos no varejo (produto e serviços de interesse a saúde)→ Comércios (bares, restaurantes, açougue...) o Faz parte da fiscalização por estes órgãos: ▪ Produtos de Origem Animal: carne, leite, ovos, pescado e mel ▪ Produtos de Origem Vegetal: palmito, arroz, feijão, farinhas etc. ▪ Serviços e produtos de interesse a saúde (medicamentos, hospitais, consultórios, cosméticos...) ▪ Bebidas: refrigerantes, cachaça, sucos, cerveja etc. (não pelo SIF) Assuntos a serem abordados o Formas de garantia da qualidade e segurança dos alimentos: ▪ Surgimento e evolução dos serviços de Inspeção Industrial e Sanitária de produtos de origem animal e Vigilância sanitária de produtos de interesse à saúde ▪ Conceitos gerais de direito sanitário (RIISPOA – 2017, principal referência de legislação) ▪ Estrutura organizacional (planta de processamento), serviços oferecidos Algumas definições o Contaminações: ▪ Definição: Basicamente, algo que está no alimento e não deveria estar ali (não necessariamente patológica). ▪ Podem ser: • Química (contaminação por medicamentos) • Física (contaminação por um corpo estranho, por exemplo cabelo/embalagens e afins, não necessariamente patológica) • Microbiológica (causada por microrganismos como fungos e bactérias, lembrando que a fiscalização garante um limiar mínimo de contaminação) • Cruzada: Relacionado com a contaminação microbiológica, porém, quando o microrganismo de um alimento passa para o outro. ▪ Práticas para evitar contaminações industriais: • Food Defense: Entra na esfera do bioterrorismo, proteção da empresa para evitar que alguém de fora consiga danificar seu produto. • Food Fraud: Proteção para evitar fraudes o Ministério da Agricultura -MAPA (relacionado com inspeção): ▪ Como fiscaliza? • Guiado pelas definições do RIISPOA • Controla produtos a nível industrial • Os alimentos são controlados a partir das siglas SIF (serviço de inspeção federal), SISP (registro de estabelecimento – a nível estadual) e SIM (serviço de inspeção municipal). o Para transportar produtos internacionalmente, é necessária uma habilitação diferenciada do SIF ▪ Veterinário Responsável: • Auditor sanitário: Área de atuação do médico veterinário na indústria de produtos de origem animal (tanto concursado como responsável técnico). • Pode agir tanto a nível federal, estadual ou municipal • Atividades exercidas pelo veterinário: ▪ Inspeção ante morten; ▪ Inspeção Post morten; ▪ Supervisões nos estabelecimentos. ▪ Supervisões externas; ▪ Habilitação de estabelecimentos para mercado externo; ▪ Aprovação de rótulos de mercadorias de origem animal. ▪ Áreas do MAPA (TUDO DA ÁREA ANIMAL) – professora disse que poderia cair na prova • DIPOA: o A Dipoa atua em estabelecimentos de abate de bovinos, bubalinos, ovinos, suínos, javalis, aves, pescado e coelhos. Seus fiscais também trabalham junto a casas do mel, entrepostos de carnes, pescado, laticínios, mel, ovos e na industrialização de seus derivados. ▪ Quem fiscaliza o Abate Clandestino? • Problema de saúde pública: exposição da população à produtos potencialmente nocivos à saúde • Problema social: irregularidades trabalhistas, insalubridade • Problema ambiental: descarte de resíduos no ambiente contaminando mananciais • Problema fiscal: isenção tributária ▪ Selo SISBI: • com a implantação do SISBI, as indústrias, mesmo que não sejam submetidas ao MAPA, podem expandir suas vendas para além das fronteiras do seu Estado ou Município. O que permite o fortalecimento da agroindústria familiar no mercado nacional. ▪ Objetivo do MAPA: • Compromisso com o Consumidor Brasileiro: Inocuidade e Combate à Fraude Econômica • Expectativa da sociedade: Qualidade ▪ Atualizações na legislação: • As próprias indústrias irão e autorregular (mercado de trabalho para veterinários serem contratados pelas próprias empresas) o Ministério da Saúde (relacionado com vigilância sanitária): ▪ Como fiscaliza? • Inspeciona produtos de varejo (Restaurantes, Bares, Açougue...) • Função exercida pela ANVISA (Agência nacional de vigilância sanitária) que realiza o papel maior de estipular as leis que serão avaliadas pelas fiscalizações. As fiscalizações dos varejos são de responsabilidade dos municípios (vigilância sanitária do município). • A inspeção de alimentos é considera como saúde preventiva. • Os alimentos são considerados produtos de origem à saúde. ▪ Veterinário Responsável • A ação do médico veterinário na fiscalização de produtos de varejo, não é obrigatória por lei, porém é “indicado sempre que possível” ▪ O que é vigilância sanitária: • Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo: I - o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos, da produção ao consumo; e II - o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde. ▪ Quais lugares/quais produtos fiscaliza? • Estabelecimentos de interesse à saúde: -estabelecimentos de alimentos (restaurantes, bares, indústrias); -farmacêuticos; -Hospitais, Consultórios médicos e consultórios dentários (área médica); -Cabeleireiros e clínicas de estética; -Asilos; -Clubes e academias... • Produtos: propagandas, determinando o que pode ser colocado nos rótulos. • Interdita e penaliza comércios que não se adequam aos seus padrões, também podendo interditar máquinas utilizadas por esses estabelecimentos. o Vigilância e SIF pontos em comum: ▪ É proibida duplicidade de fiscalização. Art. 7º “A execução da inspeção e da fiscalização pelo Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal isenta o estabelecimento de qualquer outra fiscalização industrial ou sanitária federal, estadual ou municipal, para produtos de origem animal.” • História da Inspeção de Alimentos o Brasil Colônia (ÍNICIO EM 1500 COM INVASÃO AO BRASIL): ▪ Colonizado de uma forma exploratória, o intuito nunca foi o desenvolvimento interno. ▪ muito explorado o cultivo de cana, principalmente nas regiões litorâneas (com intuito de facilitar a exportação); ▪ A criação de animais, só foi permitida distante do litoral, justamente para não atrapalhar a produção de cana. ▪ Levar a carne dos animais abatidos nas regiões mais afastadas para o litoral, provocava um estado de deterioração muito intenso destes alimentos, por isto se fez necessário desenvolver métodos de preservação dos alimentos. ▪ Ao longo do tempo foram se adaptando criações de suínos nos grandes centros (litoral), onde era possível comer carnes mais frescas, chamadas na época de carne verde; ▪ Controle sanitário e comercial de produtos alimentares seguia orientações de Portugal, inspeção do alimento acabado o Século XIX: ▪ Métodos utilizados na época para a preservação das carnes: • Charqueada (carne seca ou carne de sal); porém ainda com falta de higiene, com muitos alimentos deteriorados. • Charqueadas presentes desde 1730 no Nordeste sendo levadas posteriormente para a região sul. ▪ 1808 – Chegada da coroa portuguesa • 1ª legislação aprovando o regime da fisicatura (Órgão do Governo Portuguêsque regulamentava as práticas de cura em todo o Império)- questões sanitárias. • função de vigilância sanitária cabia ao provedor mor de saúde da corte, o que indica que, desde aquela época, já ocorria vínculo da vigilância sanitária federal com a vigilância sanitária. ▪ 1832 – Código de Posturas municipais • documentos que reuniam o conjunto das normas municipais, em todas as áreas de atuação do poder público. ▪ 1860 – Decreto nº 1067 – A intervenção Federal • 1ª mudança na inspeção - Imperador D. Pedro II - Decreto n° 1.067, de 28 de julho de 1860, criando a Secretaria de Estado dos Negócios da Agricultura, Comércio e Obras Públicas. A inspeção deixou de ser apenas do produto acabado e passou a ocorrer também no animal vivo. • Surgiram as escolas de medicina veterinária e envolvendo toda a cadeia produtiva animal. o Século XX: ▪ 1906 • Presidente Afonso Penna - Lei 1.606, de 29 de dezembro de 1906, transformando a antiga secretaria em Ministério dos Negócios da Agricultura, Indústria e Comércio. Com base nessa Lei, criou-se a Diretoria de Indústria Animal • Várias normas foram estabelecidas para atender a essas empresas, favorecendo e moldando o atual Serviço de Inspeção Federal/SIF. ▪ 1910 • Ministério dos Negócios da Agricultura, Indústria e Comércio incentivou a produção de diversos produtos, despertou o interesse de líderes políticos e de empresários em estruturar a produção animal adotando o controle higiênico– sanitário e tecnológico proposto pelo “Ministério da Agricultura”. • Essa relação governo-iniciativa privada é mantida até hoje no Brasil, o que permite e promove as relações comerciais internacionais do agronegócio • Regulamento do Serviço de Veterinária – Decreto n° 8.331, de 31 de outubro de 1910: o Esta norma disciplinava todo o comércio nacional e internacional de animais e dos produtos de sua origem no território nacional. Criando Distritos e Postos Veterinários. o Foi criado o cargo de Diretor Médico Bacteriologista nos vários Postos Veterinários. o Criação da Escola Oficial de Laticínios, o 1910 a 1915, a criação da Inspetoria de Pesca, responsável pela inspeção de pescado. ▪ 1915 • Serviço de Indústria Pastoril/ SIP – Decreto n° 11.460, de 27 de janeiro de 1915 • É criado o conceito de Polícia Sanitária Animal e todos os postos de veterinária, distritos e diretorias ficariam subordinados a Diretoria do Serviço de Indústria Pastoril • do Regulamento de Inspeção de Fábricas de Produtos Animais pelo Decreto n° 11.462, de 11 de janeiro de 1915 : regras básicas para a inspeção sanitária (higiene, exames ante e post mortem e verificação do estado sanitário dos animais). • O selo nos carimbos e nas embalagens possuía a marca S.I.P., significando Serviço de Indústria. ▪ 1921 • Criação Seção de Carnes e Derivados e a Seção de Leite e Derivados, no então Serviço de Indústria Pastoril, do Ministério da Agricultura. Posteriormente, essas duas seções vieram a constituir o Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Animal (S.I.P.O.A.). • Consolidou, desse modo, o nascimento do atual Serviço de Inspeção Federal – SIF, iniciado em 1915 • Regulamentação Federal, aplicada pelo Serviço de Inspeção Federal a cargo do Ministério da Agricultura, e pelo Código de Posturas Municipais, aplicado por um Serviço de Inspeção Municipal. ▪ 1933 • O Decreto nº 23.133, de 09 de setembro de 1933, regulamenta o exercício da profissão do médico veterinário no Brasil. ▪ 1934 • O Decreto nº 24.550, de 03 de julho de 1934, aprova o novo Regulamento da Inspeção Federal de Carnes e Derivados • Com o Decreto n° 23.979/1934, foram criados os Departamentos Nacionais de Produção Animal e de Produção Vegetal. ▪ 1940 • Criação da Divisão de Inspeção de Produtos de Origem Animal – DIPOA • Se alterou a sigla S.I.P. para a sigla S.I.F., a qual perdura até os dias atuais ▪ 1950 • “Lei-mãe” da inspeção – lei 1.283, De 18 de dezembro de 1950: obrigatoriedade da inspeção industrial e sanitária de produtos de origem animal; atribui a responsabilidade de execução da inspeção aos governos federal, estadual e municipal, de acordo com o âmbito do comércio atendido pelo estabelecimento. – Usada até hoje • Decreto n° 30.691, De 29 de março de 1952: Regulamento da Inspeção Industrial e Sanitária de Produtos de Origem Animal – RIISPOA. O regulamento foi implantado pelo DIPOA, por meio do Serviço de Inspeção Federal (SIF). ▪ 1968 • Lei 5.517 De 23 de outubro de 1968 – regulamentação da profissão de médico veterinário ▪ 1971 • o Decreto n° 69.502, de 5 de novembro de 1971, dando competência ao Ministério da Agricultura de realizar a inspeção, o registro e a padronização de produtos vegetais e animais. Fica, portanto, para o Ministério da Saúde a atribuição de impedir a comercialização de produtos alimentares e alimentos impróprios ao consumo nos estabelecimentos varejistas. ▪ 1988 • Criação da atual constituição brasileira e do ministério da saúde ▪ 1998 • Criação do Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária (SUASA), buscando reunir as principais visões sanitárias do SUS e envolver as três esferas da administração pública (federal, estadual e municipal) na inspeção sanitária de produtos de origem animal. o Século XX: ▪ 2006 • surge o Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI), em 2006. ▪ 2017 • Novo RIISPOA • Legislação o As mudanças na área de inspeção acabam ocorrendo comumente por decretos, porém existe uma hierarquia para a organização destas leis. o Os decretos só podem ser mudados com outros decretos, enquanto isso são alterados/complementados com atos administrativos de instâncias menores (circulares, instruções normativas...) o Ato administrativo: ▪ Qualquer ato do poder público é considerado administrativo – tudo que que ele fizer precisa ser documentado (instruções normativas, circulares...) ▪ Os decretos são exclusivos do poder administrativo (presidente), enquanto os atos menores são função das instancias menores como o SIF: • Decreto: reservado ao Chefe do Poder Executivo; esse ato só pode ser expedido para fiel execução da lei, sendo assim, um decreto regulamentar. • Demais atos administrativos normativos, emanados de autoridade que não o Chefe do Executivo: (essas definições não são muito importantes) o Circular: documento que transmite portaria, circular, ordens internas, uniformes, da chefia aos subordinados; (O SIF FUNCIONOU MUITO TEMPO COM CIRCULARES) o Despacho é a forma da decisão da autoridade administrativa sobre processo submetido à sua apreciação; o Ao ato de aprovação de parecer proferido por órgão técnico sobre assunto de interesse geral, chama-se despacho normativo; o Alvará é a forma do instrumento de licença ou autorização.
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