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CONCEITOS →Existe uma hierarquia, ou seja, legalmente, uma lei vale mais que um decreto, mas antes da lei existe a constituição federal, logo depois do decreto vem a portaria e depois a instrução normativa →Inspeção de POA: adoção de normas e procedimentos com a finalidade de se obter um produto da mais alta qualidade higiênico- sanitária e tecnológica, isento de qualquer risco e perigo e de alta qualidade comercial, sem afetar ou prejudicar o meio ambiente A inspeção pode ocorrer na indústria, produção e comércio, mas o curso de veterinária é voltado para a inspeção que ocorre dentro da indústria, que no caso são laticínios, abatedouros, frigoríficos (industrias que beneficiam a produção de produtos de origem animal – abatedouro- frigorifico ou unidade de beneficiamento de carne e produtos derivados, sendo que o 1º faz o processo todo, entrando o animal vivo e saindo processado - hambúrguer, ou meias-carcaças (geralmente o que sai para o açougue) e o 2º não faz abate, já recebendo as carcaças ou o corte-cárneo) É importante que o procedimento de inspeção seja padronizado para garantir homogeneidade e retirar a parcialidade de quem está inspecionando para que os resultados sejam semelhantes entre todos os inspetores →Normas: padrões legais que devem ser seguidos, preestabelecidos →Procedimento: metodologia/técnica a ser seguida → Derivado cárneo: o produto deve ter em sua constituição, no mínimo, 50% de carne, ou seja, a matéria prima principal →4 qualidades para que seja comercializado: higiênico-sanitária, tecnológica, comercial e ambiental (não existe uma mais importante, devendo todas serem seguidas para que o produto esteja apto para consumo, porém a mais difícil de ser alcançada é a ambiental) 1. Higiênico-sanitária: não representa riscos à saúde do consumidor 2. Tecnológica: qualidade no momento do processamento, com equipamentos e técnicas adequados e funcionários capacitados 3. Comercial: apresentação, rotulagem e embalagem 4. Ambiental: não representa prejuízos ao meio ambiente, relacionado a criação de Estação de Tratamento de Efluentes (ETE) →Toda legislação traz consigo instrumentos de punição →Normas: legislação + instrumentos de punição como garantia (significa que existem padrões a serem seguidos e, caso não sejam, existem instrumentos de punição que vão desde advertência/auto de infração verbal, formal escrita, multas, até o fechamento temporário e definitivo de indústrias) Para que chegue ao fechamento definitivo, não precisa seguir essa ordem, dependendo da falta No BR as multas são muito usadas como instrumentos de punição, sendo elas definidas pela legislação →Produtos: carne, leite, ovos, mel e derivados →A cadeia de alimentos é formada por 3 grandes elos: produção, indústria e consumidor, sendo a 2ª a mais forte e realizada no BR, por ser considerada o pilar, mas o certo seria que as 3 estivessem em mesmo nível de exigência Os investimentos são poucos, por isso uma delas é a mais forte Há quem defenda que a inspeção na produção deva ser maior, pois matéria prima de qualidade gera produto final de alta qualidade, conseguindo evitar problemas durante os processos →A inspeção é um serviço oficial sanitário, o que significa que é bancada pelo Governo em seus 3 níveis, federal, estadual e municipal O MAPA é quem coordena a inspeção nas indústrias e na produção ANVISA é quem coordena a inspeção no comercio (quem executa é um agente da Vigilância Sanitária, municipalizado) →É importante que a inspeção seja estatal, pois poderia haver conflito de interesses, mas existem programas para que seja privatizada →A inspeção de carnes no BR ainda não é muito boa, mas é a considerada a melhor do mundo e, por isso, o país é o maior exportador mundial de carnes →A inspeção na indústria é coordenada pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA) e no comércio é coordenada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), Ministério da Saúde, isso porque a base da inspeção é a legislação, mas a legislação para a indústria vem do MAPA e a para o comercio vem da ANVISA IMPORTÂNCIA →A inspeção de POA atua tanto na produção (pecuaristas, produtores rurais), no mercado consumidor (mercado interno e para exportação) e nas indústrias (abatedouros- frigoríficos) →É importante do ponto de vista de sanidade animal, associada aos programas de defesa sanitária animal, já que a inspeção atua nas fazendas (produção), além da inspeção que ocorre em portos e aeroportos, evitando que entrem animais vivos e POA que possam disseminar enfermidades Nestes existe um órgão do Ministério da Agricultura chamado VIGIAGRO, que inspeciona tanto animais vivos como POA para tentar evitar essa entrada (não é tão bom e eficiente como em outros países) Atualmente existe um risco de disseminação da Peste Suína Africana, por isso nenhum brasileiro pode trazer produtos suínos estrangeiros para dentro do país →A importância em consumir um produto inspecionado é a qualidade higiênico-sanitária, devido ao controle de zoonoses e de Doenças de Transmissão Hídrica e Alimentar (DTHA), além do controle de contaminação ambiental dos processos da cadeira produtiva dos POA →Especula-se que 53% da carne consumida no BR seja clandestina, sendo que antigamente isso ocorria por conta dos preços mais baratos, mas atualmente esses produtos clandestinos/informais são vendidos como sendo orgânicos, que não passaram por industrias e são sem aditivos e acabaram ficando mais caros Produtos clandestinos têm problemas de saúde pública, comprovado através de trabalhos que mostram que as DTHAs ocorrem muito mais com o consumo deles Há também a questão da fraude fiscal que ocorre com eles, já que não pagam imposto Para diminuir a clandestinidade deve-se aumentar a fiscalização, além de também disseminar as informações sobre estes produtos aos consumidores Não confundir clandestino/informal com artesanal →Considerando o aspecto zootécnico, este ajuda a levantar dados estatísticos da comercialização de POA no BR (é obrigação da inspeção, dentro dos abatedouros-frigoríficos anotar o nº de animais abatidos, raça, espécie e idade deles) Atualmente existem aproximadamente 230mi de cabeças de bovinos no BR e a taxa anual de abate gira em torno de 10% a 20% do rebanho, ou seja, 30/40mi de bovinos por ano Cerca de 6bi de frangos são abatidos anualmente no BR Produtos clandestinos não entram nesses dados, pois os mesmos, como o próprio nome diz, não são inspecionados É importante saber esses dados, para saber se é necessário incrementar a produção (a raça bovina mais criada no BR é a Nelore) →Tem também importância comercial, para evitar fraudes e sonegação fiscal pela padronização dos produtos e política, principalmente para a exportação, com relação às barreiras não-tarifárias (barreira tarifária = imposto, sendo esta a barreira que mais protege o mercado interno de cada país, para evitar concorrentes, mas esta tem um limite; barreira sanitária/não-tarifária = muitas vezes usadas como desculpa para exportar, associada à saúde pública) Atualmente o país está com inúmeros programas e planos de controle sanitário, pois pretendem vender mais e conquistar o mercado externo e não como deveria ser, que é para prevenir novas enfermidades FINALIDADE →Orientar e supervisionar todo o processo de produção de POA e examinar matéria prima industrializada higiênica e economicamente e os produtos finais →Garantia das 4 qualidades (higiênico-sanitária, comercial, tecnológica e ambiental) EXERCÍCIO →Quem exerce a profissão no BR é o M.V., definida pela legislação (decreto 23.133 de 09/09/1933, que decreta estacomo função privativa dele) →O M.V. é quem atesta a sanidade e a qualidade do animal vivo e do produto, pois é ele o profissional que detém dos requisitos pessoais (capacidade técnica/formação profissional) e legais (garantido pela legislação) para isso →É atribuição exclusiva do M.V. a tarefa de inspecionar e ser responsável técnico pelo processo feito dentro das indústrias de POA →Lei 5.517 – 23/10/1968: é de competência privativa do M.V. o exercício das atividades e funções: direção técnica sanitária dos estabelecimentos industriais, onde estejam animais ou produtos de sua origem; inspeção sanitária e tecnológica dos matadouros, frigoríficos, fábricas de conserva de banha, laticínios, entrepostos de peixe, ovos, mel e derivados e de todos os POA nos locais de produção, fabricação e manipulação; Identificação de vícios, defeitos, acidentes e doenças, peritagem e exames técnicos sobre animais e seus produtos →Decreto 64.704 – 17/06/1969: regulamenta o exercício da profissão me M.V. e dos conselhos de Medicina Veterinária Especificação das atribuições do M.V. realizada como base no trabalho exercido na formação escolar Criação de privilégios profissionais que se baseiam nos currículos escolares – a legislação profissional guarda estreita correlação com a legislação d ensino RESPONSABILIDADE: ESTADO/INICIATIVA PRIVADA →É uma responsabilidade do Estado, Governo →A inspeção é uma Política sanitária (garante a saúde da população): evitar situações de perigo que lesem ou ameacem lesar a saúde e a segurança dos consumidores. É exclusiva do serviço público. Deve garantir higiene e segurança do indivíduo e das populações. Deve ser estruturada e preparada para atuar (desobediência = punição). É a legislação Federal predominante em higiene e saúde publica →Mesmo sendo encargo público, preconizam estabelecimentos de um Sistema misto (o Estado continua fazendo a atividade de inspeção, que é exclusiva do Governo, mas a indústria tem suas responsabilidades de produzir um produto de qualidade e seguro): associa programas de controle de qualidade (autocontrole: Boas Práticas de Produção - BPP, Boas Práticas de Fabricação - BPF, Procedimentos Padrão de Higiene Operacional - PPHO, Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle - APPCC), responsabilidade técnica e denominação de origem para a garantia de qualidade (selo de qualidade ou certificação – rastreabilidade) Termo correto = autocontrole, pois a empresa se autoregula A figura do RT é muito importante nesse sistema misto, pois é ele quem responde tecnicamente por tudo o que é feito na indústria, sendo responsável por gerenciar e supervisionar as atividades na indústria, por isso precisa ser capacitado, deve conhecer os órgãos fiscalizadores e as legislações, ministrar treinamentos aos manipuladores, elaborar e corrigir documentos, etc (caso ocorra problemas na empresa, responde com o mesmo peso do dono) →Importância do RT: deve ser capacitado para garantir padrões, técnicos de POA e que estes sejam seguros para consumo, sendo que ele responde técnica, ética e legalmente pelos seus atos profissionais. É responsável pela empresa 24h por dia, mesmo nas horas em que não está presente, pois deve treinar quem estará em sua ausência →Atuação do RT: conhecimento dos órgãos fiscalizadores (SIF, SIE, SISBI, SIM, Selo ARTE, VISA), conhecimento de legislações em vigor, dialogar com o serviço de inspeção, ministrar treinamento para manipuladores de alimento, elaboração/correção documental, acompanhamento de obra, reforma e ampliação, rotulagem + registro de produtos, avaliação do projeto arquitetônico, elaboração de fluxogramas de processos, coordenação e acompanhamento de controle de qualidade Tudo o que é visto de errado o RT deve documentar e tomar providencias →Quanto maior a empresa, mais programas de autocontrole possui TIPOS E MÉTODOS DE INSPEÇÃO PERMANENTE: o M.V. inspetor está dentro da indústria o tempo todo em que funciona (nem sempre o mesmo, mas deve sempre ter um) Só há esse tipo de inspeção no BR onde se faz abate, devendo ser obrigatória (abatedouro-frigorifico) O inspetor, nesse caso, fica em apenas 1 local PERIÓDICA: o fiscal não está o tempo inteiro, indo de tempos em tempos (semanal, mensal, trimestral, semestral ou anual), sendo considerado o volume de produção da empresa, o tipo de produto que faz e os programas de autocontrole implantados, devendo as visitas serem marcadas Existem muitos problemas nesse tipo de inspeção, principalmente na indústria de laticínios, ovos, mel e conservas Baseada em auditorias, ou seja, nunca vai apenas 1 fiscal, geralmente 2/3, utilizando checklists e o que estiver fora do conforme eles dão um prazo para que a empresa corrija e voltam até o local para conferir A periodicidade pode tanto evoluir como involuir e quem determina isso é a auditoria de inspeção A inspeção no BR tem um grande poder de autonomia, podendo dar ordem de prisão para quem não cumpre os requisitos, mas as visitas deles devem ser sempre marcadas, geralmente com 1 mês de antecedência O inspetor, nesse caso, pode estar trabalhando em diversos locais Presente em todos os outros locais em que o abate não é realizado (unidade de beneficiamento de carnes e derivados) →A inspeção de carnes, de modo geral, é essencialmente macroscópica/visual, com palpação e através de incisões nos órgãos, sendo raramente coletados materiais para exames laboratoriais, já a inspeção de leites e mel é essencialmente microscópica/laboratorial, através da coleta de amostras para exames EVOLUÇÃO DA INSPEÇÃO DE CARNES FASE PRÉ INDUSTRIAL →Fim do séc XIX, início do séc XX: no BR existiam as chamadas charqueadas (carne seca/carne de sol bovina – associação de desidratação com salga) como técnicas de conservação da carne, inclusive para a exportação →As industrias existentes ficavam em SP, MG, GO e MT, sendo elas hoje em dia, polos de produção de carnes no país →Era comercializada também a carne verde, ou seja, abatida e comercializada sem nenhuma técnica, sendo ela comercializada rapidamente, além de couros, e sebo para alimentação humana e como matéria prima para fazer sabão PÓS 1ª GUERRA MUNDIAL →Por volta de 1920 instalaram-se no BR as primeiras indústrias (abatedouros-frigoríficos), de origem anglo-saxônica/anglo-norte-americana (Inglaterra e EUA, países grandes produtores de carne) →Ficavam localizadas na região conhecida como “invernada paulista”, ou seja, centro norte- oeste de SP, região de Franca, Barretos, pois era uma região estratégica perto de produtores e centros consumidores, além de também existirem muitas ferrovias, utilizadas como transporte para que os animais fossem abatidos e para desovar a produção →Surgiu a 1ª legislação sobre inspeção com o decreto 11.460 – 27/01/1915: criação do Serviço de Inspeção de Fábricas de Produtos Animais (SIF) e depois, em 05/03/1921 o decreto 14.711 criou o SIPOA (Serviço de Inspeção de POA) para produtos de exportação (nesse ano, apenas, a inspeção começou a realmente acontecer) Com isso houve mudança no perfil da indústria com aproveitamento de toda a matéria-prima do bovino (vísceras, couro, carne, ossos, tripas), tecnologia e exportação →Os primeiros inspetores de POA eram os médicos, treinados por veterinários americanos e ingleses →A primeira turma de veterinária ocorreu em 1917, mas a profissão ainda não era reconhecida, apenas ocorreu em 1933 →Em 1937 os veterinários passaram a ser responsáveis pela inspeção dos POA, pois antes os médicos não queriam deixar essa profissão, já que consideravam uma atividade importante →Os primeiros frigoríficos com inspeção no BR foram em 1915 (Wilson),1923 (Swift) e 1926 (Anglo – Barretos SP), que funcionam até hoje 2ª GUERRA MUNDIAL →Antes e durante, na década de 1940, houve reformulação das charqueadas, com implementação de mais tecnologias e modernização →Inspeção sanitária somente de carnes destinadas à exportação (a carne destinada ao consumo interno ainda não era inspecionada) →Aumento da demanda mundial de carne (pois a Europa, que era o maior produtor, estava em guerra, então além de produzir muita, também demandava muita e o BR começou a ser grande exportador) →Surgimento de novos setores industriais, como embutidos e enlatados (a diferença entre eles é que o embutido só ocorre quando a massa está dentro de um envoltório, como a tripa – pode ser natural, como intestino, bexiga, esôfago, ou sintético, como o salaminho no envoltório de papel/celulose, salsicha com envoltório de silicone e o enlatado pode ser conservado em temperatura ambiente) Salsicha, linguiça, mortadela e salaminho são embutidos, já o presunto, hamburguer, patê não são embutidos, sendo a diferença principal a massa deles estarem dentro de um envoltório →Aumento do abate bovino e desfalque do rebanho brasileiro, pois há aumento da demanda mundial de carne e abateram tudo o que podiam e começaram a andar matrizes ao abatedouro também, gerando esse desfalque, já que não nasciam mais bezerros →Com o termino da guerra, em 1945, há escassez da carne bovina ao mercado interno, pois a Europa pagava mais caro e ocorriam maiores exportações, necessidade de estabelecer planos anuais de abastecimento, recuperação do rebanho nacional e necessidade de mudança no perfil da indústria (nova legislação – a carne destinada ao mercado interno deve ser inspecionada) →1ª reforma da legislação de IISPOA (lei 1.283 – 18/18/1950): lei mãe da inspeção, regulamentada pelo decreto 30.691 – 29/03/1952, assim chamada, pois instituiu a obrigatoriedade dessa inspeção, independentemente do mercado (interno e externo) 1º aspecto: instituiu a obrigatoriedade da inspeção industrial e sanitária dos POA no Brasil 2º aspecto: dividiu a inspeção em 3 níveis, devendo as industrias escolherem a qual nível iriam se afiliar, porém existem restrições em relação a essa escolha o Federal (SIF – Serviço de Inspeção Federal): estabelecimentos que realizam comércio nacional e internacional, sendo eles coordenados pelo MAPA o Estadual (SIE – Serviço de Inspeção Estadual): estabelecimentos que realizam comercio entre municípios do mesmo estado, sendo que recebe um nome de acordo com o estado em que está, podendo ser um instituto, agencia, secretaria, etc (em MG, por exemplo, se chama IMA – Instituto Mineiro de Agropecuária) o Municipal (SIM – Serviço de Inspeção Municipal): estabelecimentos que realizam somente no município em que é fabricado, sendo que cada município cria o seu, e, atualmente no BR, nem todos os municípios têm seus SIMs 3º aspecto: criação do RIISPOA (Regulamento de Inspeção Industrial e Sanitária dos Produtos de Origem Animal) que rege todos os serviços de inspeção de POA e do DIPOA (Departamento de Inspeção de POA) OBS: Existe uma hierarquia, a qual há o Presidente da República, que é chefe do Poder Executivo no Governo Federal e esse Presidente governa por meio dos ministérios, sendo um deles o MAPA, nele está o DIPOA e neste está o SIF. Já em relação ao Estado, o chefe do Poder Executivo Estadual é o Governador que governa por meio de secretarias estaduais (SEA – Secretaria Estadual de Agricultura e dentro dela está o SIE, que em MG é chamado de IMA). E no Poder Executivo Municipal, o chefe é o Prefeito, que governa por meio de secretarias municipais (SMA – Secretaria Municipal de Agricultura/Agropecuária e o SIM está vinculado a essa secretaria) →Uma indústria pode migrar de Serviço de Inspeção, tanto para cima como para baixo, pois há um grau de exigência em cada uma delas, sendo a Federal a mais exigente e, baseado nisso, muitas industrias escolhem a qual Serviço de Inspeção vão se vincular →Se a indústria é fiscalizada pelo SIF a legislação que o rege é Federal, assim como a do SIE é a Estadual e a do SIM é a Municipal →Se o Estado, ou Município não tem uma legislação própria a Federal é a que será seguida, pois ela é sempre a soberana, mas o ideal é que cada um tenha a sua INDUSTRIALIZAÇÃO EM 1950/1960 →Estimulo pelo governo de JK com intensificação dos processos produtivos e surgimento de grandes industrias e marcas nacionais Garantia de cotas de abate para industrias que seguissem às normas e exigências da lei 1.283/1950: preconização da segurança higiênico- sanitária das edificações, instalações, equipamentos, utensílios e higiene pessoal Estabelecimento de novos setores da indústria frigorifica: graxaria (vem do espanhol grassa, que significa gordura), que é a Unidade de Beneficiamento de Produtos Não Comestíveis, sendo produzidos produtos que vêm do animal de abate, mas que o homem não come, como sebo e farinhas (carne, ossos, penas e vísceras) e tudo o que é condenado pelo serviço de inspeção (animal doente, órgão que não pode ser consumido) Pequenas empresas não são obrigadas a terem sua própria graxaria, vendendo seus produtos a outros, mas as grandes sim, afinal são grandes fontes de lucros O abatedouro-frigorifico é obrigado a dar um destino correto, não importa se é dele ou de outra empresa terceirizada Surgiu a “nossa” indústria de carnes – parque industrial brasileiro de carnes PERFIL DA INDÚSTRIA EM 1960/1970: →Matadouros sob inspeção estadual ou municipal Deficiências técnicas (instalações precárias), econômicas e fiscais (sonegação) Inspeção ineficiente Ausência de graxaria e beneficiamento de subprodutos Pessoal desqualificado (baixo grau de escolaridade e noções de higiene) Pontos de abate sem inspeção →Indústrias estrangeiras não mais dominavam o mercado interno →Mercados externo e interno em crescimento →Motivou a 2ª reforma da legislação de IISPOA: lei 5.760 – 03/12/1971 regulamentada pelo decreto 73.116 – 08/11/1973, instituiu a federalização da inspeção (fim da inspeção estadual e municipal) CRISES DO PETRÓLEO E DO MERACDO INTERNO 1973-1979 →Impactos em todas as cadeias produtivas da América Latina, sendo essa considerada uma década perdida em termos econômicos →O governo estrangeiro gerava subsídios para a comunidade econômica europeia, tornando mais vantajoso o consumo interno, sem mais precisar importar e o BR perdeu a competitividade →Maiores barreiras externas (tarifarias e não- tarifarias) para o mercado brasileiro, impactando o comercio de carnes (crise nas industrias) →Reabertura de estabelecimentos interditados e ressurgimento de práticas inadequadas (abate clandestino) →Década perdida para a América Latina →Motivou a 3ª reforma da legislação de IISPOA: lei 6.275 – 01/12/1975, que instituiu um RIISPOA especifico para pequenas e outro para medias empresas (reforçava a heterogeneidade da inspeção industrial e sanitária dos POA), além de convênios com os estados e municípios para a realização da inspeção de POA Dois pesos e duas medidas, mas não perdurou por muito tempo HISTÓRA CONTEMPORÂNEA 1980/1990 →Há ainda crise nos mercados interno e externo →Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 (mudança muito importante, com o fim da ditadura no BR) →Criação do Código de Defesa do Consumidor – lei 8.078 - 1990 (considerado o código mais protecionista do mundo, que fala que a indústria que fabrica determinado produto ou o setor que fiscaliza determinado serviço são responsáveis pelo produto até a mesa do consumidor) →Necessidade de alterar novamente a legislação de IISPOA →4ª reforma da legislação de IISPOA:lei 7.889 – 23/11/1989, que reedita a lei mãe (1.283/1950), com algumas modificações como descentralização da inspeção, dividindo-a em 3 níveis, Federal, Estadual e Municipal, reedita o RIISPOA (único a ser seguido por todas as empresas) e é uma das legislações em vigor até hoje sobre IISPOA Determina que quem está competente a realizar essa fiscalização é o Ministério da Agricultura, que está no nível Federal, a Secretaria de Agricultura dos estados, que está no nível Estadual e a Secretaria do Departamento de Agricultura dos municípios, que está no nível Municipal Fala que as fiscalizações do Ministério da Agricultura irão ocorrer em estabelecimentos industriais de matança/abate de animais, pescado, leite, ovos, POA em geral e nas propriedades rurais (o comercio não esta inserido nessa categoria, pois quem o inspeciona é o Ministério da Saúde) OBS: por que os POA com SIM e SIE não podem sair dos seus territórios? 3 aspectos envolvidos – sanidade animal e saúde pública (há áreas livres sem vacinação de febre aftosa e, se transportar produtos de origem animal de uma área que não é livre para uma que é pode-se levar a doença até essa área, até mesmo bactérias), e questão federativa (governadores são responsáveis somente dentro do seu estado/município) SÉCULO XXI, ANOS 2000 →Instituição do Plano Real em 1994, que estabilizou a economia brasileira e, a partir disso, o poder de compra aumenta e as pessoas passam a comer mais (antes do Plano Real cada brasileiro consumia cerca de 11kg de carne de frango, hoje em dia o consumo é de 50kg/habitante) →Aumento do consumo de carnes e derivados →Desenvolvimento de novos produtos cárneos →Abertura de vários mercados externos (China) e ocorrência da BSE (Doença da Vaca Louca) →5ª reforma da legislação de IISPOA: lei 9.712 – 20/11/1998 Lei da defesa agropecuária, regulamentada pelo decreto 5.741 – 30/03/2006, que instituíram e regulamentaram o SUASA (Sistema Unificado de Atenção à Sanidade Agropecuária) SUASA – atividades o Vigilância e defesa sanitária animal e vegetal o Inspeção e classificação de POA e de POV, seus derivados e subprodutos/co-produtos (graxaria é subproduto - o que é aproveitado do animal, sem ser constituído de carne, ou seja, couro, chifre, vísceras, farinhas, sebo) o Fiscalização dos insumos e serviços usados nas atividades agropecuárias SUASA – objetivos o Fiscalização na produção, transformação e distribuição dos produtos agropecuários o O MAPA coordena os SISBI-POA (Sistemas Brasileiros de Inspeção de Produtos e Insumos Agropecuários) o Os Estados e DF poderão, por adesão, integrar os SISBI-POA, assim como os Municípios SUASA – características o Atividades de inspeção de POA são desenvolvidas por sistema SISBI (Sistema Brasileiro de Inspeção de POA) O SUASA (programa lançado pelo Governo com intuito de tomar conta de tudo aquilo relacionado as atividades de agricultura e pecuária) atua por meio de instâncias, vigilância e defesa sanitária vegetal e animal, sistemas (SISBI) de inspeção e classificação dos produtos de origem vegetal e animal, fiscalização dos insumos e dos serviços usados nas atividades agropecuárias INSTÂNCIAS X SISBI ITEM INSTÂNCIAS SISBI Atividades Defesa sanitária animal e vegetal Inspeção de produtos de origem animal e vegetal e dos insumos usados na agropecuária Organização do poder público Instâncias Estados, Distrito Federal e municípios Papel do MAPA Instância central e superior Órgão coordenador →Os SISBI que compõem o SUASA são integrados pelos seguintes subsistemas: SISBI-POA, SISBI-POV, SISBI-AGRI (SISBI de insumos agrícolas, como fertilizantes, sementes, etc), SISBI-PEC (SISBI de insumos pecuários), sendo o MAPA coordenador de todos esses subsistemas SISBI-POA: estados e municípios podem ter adesão voluntaria ao SISBI, tendo como vantagem a comercialização nacional dos seus produtos (quem decide ou não se quer se vincular é o SIE e o SIM) Para adesão deve haver padronização da inspeção (equivalência com a legislação Federal), pois haverá comercio nacional Não adesão = comércio apenas local Competência da inspeção feita por instituições públicas Surgiu para tentar diminuir a heterogeneidade que existia na inspeção Para quem já é SIF, esta não é importante Principalmente para tentar federalizar sem precisar dar o papel de fiscalizar para o Federal e sim deixar para os Estados e Municípios Se um SIE aderir ao SISBI, as indústrias antigas não são obrigadas a aceitar o SIBSBI e podem continuar sendo fiscalizadas pela legislação Estadual ou Municipal (se resolver aderir, vai passar a ser fiscalizado pela legislação Federal) o Para novas indústrias, essa adesão ao SISBI é obrigatória Quem adere ao SISBI é o serviço de inspeção SIM e SIE Após a adesão, as empresas são indicadas para receber o Selo SISBI pelo SIM ou SIE aderido (caso não siga os padrões, a indústria pode perder esse Selo SISBI, mas se corrigi-los pode voltar a fazer o comercio nacional) O MAPA condena o sistema em busca da equivalência dos resultados dos serviços de inspeção Requisitos: eficácia e adequação das inspeções e das fiscalizações; técnicos e auxiliares que efetuam as inspeções e fiscalizações não devem possuir conflitos de interesse; existência ou acesso a laboratórios, instalações e equipamentos adequados; poderes legais necessários para as atividades, controles e ações de educação sanitária; ações efetivas de combate a atividades clandestinas O que é preciso para aderir ao SISBI-POA? Instrução normativa nº17 de 06/03/2020: estabelece o Cadastro do SIM no e-SISBI o Elaboração do programa de trabalho o Requerimento de adesão o Avaliação preliminar da documentação o Avaliação da equivalência (auditoria in loco) Exportação: ainda é necessário a vinculação ao SIF (RIISPOA, 2017 – art 4º: apenas os estabelecimentos de produtos de origem animal que funcionem sob o SIF podem realizar comércio internacional) Problema: apenas 34% dos municípios do BR tem SIM (1917) Exige-se: requisitos gerais para a adesão e adequação do rotulo (símbolo do SISBI) – a mesma empresa pode ter um tipo de selo diferente para ada produto (se for dentro da mesma indústria deve ser o mesmo selo) A tentativa do SISBI é realizar equivalência da IISPOA nas 3 instâncias/níveis No BR existe uma política agrícola, sendo que dentro dela há defesa agropecuária e dentro desta há o SUASA, que possui o SISBI Os municípios podem se unir e formar consórcios e aderir ao SISBI por meio deles, sendo que hoje existe 15 consórcios (aproximadamente 300 municípios, de 5570 no total) – para abrir um consorcio cada município deve ter o seu SIM e a vantagem é que, durante o processo de 2 anos de adesão ao SISBI, os municípios podem comercializar entre si e, após serem aprovados o comercio pode ser nacional Legislações que regem o SISBI-POA: o Lei n°1.283 de 18 de dezembro de 1950 o Lei n°7.889 de 23 de novembro de 1989 o Lei n°13.680 de 14 de junho de 2018 o Decreto n°9.013 de 29/03/2017 o Decreto n°9.069 de 31/05/2017 o Decreto n°9.621 de 20/12/2018 o Decreto n°9.918 de 18/07/2019 o Decreto n°10.130 de 25/11/2019 o Decreto n°10.419 de 17/07/2020 o Decreto n°9.918 de 18/07/2019 SUSAF é o Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar e de Pequeno Porte que tem como objetivo fazer o que o SISBI fez com as indústrias de inspeção estadual e municipal, porém sobre as indústrias de inspeção municipal (portanto, o SUSAF é do Estado e o SUASA é do Governo Federal) e, caso esse serviço municipal atenda ao que o SUSAF fala, podem comercializar seus produtosem todo o estado, sendo ele focado em agroindústrias pequenas, principalmente para as que não têm a possibilidade de se aderir ao SISBI Objetivo: promover equivalência entre SIM e SIE, harmonizando os procedimentos de registro, inspeção e fiscalização das agroindústrias de pequeno porte de origem animal dos estados BA e MA estão com projetos de criação e RS, MT e PR já possuem esse sistema Possui a mesma legislação do SIE, mas quem fiscaliza é um fiscal do SIM Vantagem: se aderir direto ao SIE quem fiscaliza é o fiscal Federal, porém, se aderir ao SIM-SUSAF, quem fiscaliza é o fiscal do SIM, havendo maiores chances de algumas coisas passarem, por ser alguém conhecido OBS: se é uma indústria nova, que nunca existiu e quer ter IMA, deve ter IMA-SISBI de uma vez, mas se é uma indústria que já existe e tem SIM, e quer migrar para o IMA, ela pode ou não querer ter SISBI - O sistema de inspeção não existe para agradar a indústria, mas sim para garantir segurança do produto à população, sendo assim a essência de todos esses Serviços é garantir essa segurança SISTEMA BRASILEIRO DE INSPEÇÃO DE POA →O ideal é que seja um sistema misto, ou seja, a inspeção ser vinculada ao Governo, mas a indústria deve fazer sua parte para garantir um produto de qualidade através dos programas de autocontrole →DIPOA: está dentro do Ministério da Agricultura e faz a regulamentação e coordena auditorias →SFA (Secretaria Federal Agropecuária) /Secretaria de Estado de Agricultura - ESTADOS/Secretaria Municipal de Agricultura - MUNICÍPIOS: fazem toda a gestão e supervisão e toda a parte de legislações estaduais e municipais →SIF/SIE/SIM: inspeção (tradicional) e fiscalização dos autocontroles ATUALIDADE 2010/2020 →Tendência de aumento ainda maior das exportações brasileiras →Plandec (Plano Nacional de Defesa do Consumidor) - 2013 →Consolidação do SISBI, desde 2006, mas ainda não está totalmente consolidado (?) →Produção do agronegócio brasileiro: consumo interno 75%; consumo externo 25% →FAO: até 2020 demanda mundial de carne = 300milhes de toneladas O BR é um grande consumidor de carnes, mas houve uma queda no consumo, principalmente de carne bovina nos últimos 3 anos, pois com a pandemia houve aumento muito grande do preço dessa carne (suíno, bovino e frango tiveram aumento, mas o mais expressivo foi bovino) → O BR tem hoje o maior rebanho comercial de bovinos, a Índia ocupa o 2º lugar (sabe-se que o rebanho deles é maior, mas não é considerado comercial, pois o bovino é sagrado para o país e não pode ser abatido) →Atualmente o BR é o maior produtor de carne bovina, sendo ele responsável por 14,3% da produção mundial de carnes (os EUA consegue trabalhar com um número menor de animais com maiores pesos, por isso a produtividade deles é maior que a nossa – quanto maior a produtividade, menos animais para manejar) O peso médio de um bovino de abate no BR é de 450kg/500kg de PV, já nos EUA o peso é de 800kg de PV, portanto sua produtividade acaba sendo maior, sendo possível que produzam +/- a mesma quantidade de carne que nós com menor nº de animais A produção do BR se equipara a dos EUA, já a produtividade deles é maior que a nossa →Serviços de Inspeção x Indústrias frigorificas: 1146 frigoríficos ativos, sendo 49,9% SIM, 33,5% SIE e 16,6% SIF (apesar da menor parte estar no SIF, a maior parte da carne produzida está nelas, por conta de serem as grandes empresas) A maior parte das indústrias no BR estão sob SIM, mesmo assim, um menor nº de animais é abatido neles, sendo a maior parte nos abatedouros-frigoríficos SIF →Em 2020, o BR foi o maior exportador de carne, sendo que, dos 100%, 74% ficou no mercado interno e 26% foi para a exportação (isso porque tem qualidade e higiênico-sanitária e por ser mais barata, mas em relação ao sensorial, carnes australiana, americana e argentina são melhores) O BR tem o menor custo de produção de bovinos do mundo →O BR sempre manteve manejo extensivo para carne bovina e, nos últimos anos o manejo intensivo aumentou, mas isso não influenciou no abate como deveria, permanecendo praticamente a mesma taxa (a partir do momento em que se confina o animal, o ciclo de produção diminui e consegue abater os animais mais rapidamente, já para animais não confinados a média de idade de abate é de 3,5 anos – quanto mais rápido o ciclo de produção, mais rápido gira dinheiro, melhor a qualidade da carne para a cadeia produtiva como um todo) A taxa de abate no BR é de cerca de 20% do rebanho por ano Se há confinamento e isso não reflete no aumento de peso do animal, significa que algo está errado Hoje em dia cerca de 15% dos bovinos abatidos no BR estão sob confinamento e 85% estão sob manejo extensivo →País que consome mais carnes suína, bovina e caprina é os EUA (cada americano consome 101kg de carne por ano). Em relação a outros países, cada australiano consome 93kg/ano, argentinos 90kg/ano e brasileiros 78kg/ano, sendo 45kg de carne bovina →A carne mais consumida no mundo é a suína, por conta da China e Índia que são grandes consumidoras →De acordo com estudos o consumo per capita de carne no Brasil irá aumentar significativamente, passando dos 50kg/hab/ano, assim como a renda per capita irá aumentar →Em 2017 ocorreu a “Operação Carne Fraca” deflagrada pela PF, que identificou várias fraudes em industrias de carnes (o ruim é que os fiscais veterinários eram condizentes com essas fraudes e foram todos demitidos, pois aceitavam suborno - eram AFFA - Auditor Fiscal Federal Agropecuário, sendo esse o mais alto cargo do SIF ligado ao MAPA) Foi uma situação grave no Br, na qual vários países suspenderam a importação de carne, gerando reflexos econômicos e o país custou a se recuperar Houve uma 6ª reforma da legislação de IISPOA, a qual o Governo promulgou 2 decretos (9.013 -29/03/2017 e 9.069 – 31/05/2017) que aprovaram um novo RIISPOA que era de 1952 e passou por poucas atualizações, mas agora precisava passar para a realidade de 2017 (o Ministério da Agricultura já estava com ele pronto desde 2011, mas não o fizeram por pressão das indústrias, pois sabiam que seria algo mais rigoroso) Após isso, em 2020, o RIISPOA passou por nova reformulação – decreto 12.468 – 18/08/2020 (toda vez que for se referir ao RIISPOA, deve-se referenciar ao de 2017, pois essa nova reformulação não foi tão significativa, corrigindo apenas erros de digitação e gramatica) PRODUTOS ARTESANAIS →Clandestino/informal: não passou por qualquer tipo de inspeção sanitária e não paga imposto (sonegação fiscal) →Artesanal: passa por inspeção sanitária e paga imposto, não sendo, portanto, sinônimo de clandestino →Foi identificado/reconhecido no BR pela 1ª vez em 14/06/2018 pela lei 13.680 que foi promulgada pelo então presidente Michel Temer e esta deixou todos confusos, assim como o MAPA, pois saiu de dentro da presidência da República, o que geralmente não ocorre (geralmente as legislações de alimento vem do MAPA ou da ANVISA), sendo assim, ninguém sabia de sua existência e não foi feita por M.V. Os produtos artesanais já eram reconhecidos no BR de acordo com o RIISPOA de 1952, mas naquela época esses produtos só poderiam ter sua comercialização intraestadual, ou seja dentro do estado onde eram produzidos e de 2010 para frente existia uma pressão dos produtores querendo comercializar seus produtos para fora dos estados de origem e dos chefes de cozinha para utiliza-los em suas receitas O presidente Michel Temer e sua equipe tiveram a ideia de fazer uma legislação para os produtos artesanais permitindo sua comercialização interestadual, ou seja, por todo o BR (“o produto artesanal será identificadopor selo único com indicação ARTE, conforme o regulamento”) A inspeção e a fiscalização na elaboração dos produtos artesanais com selo ARTE deverão ter natureza prioritariamente orientadora, ou seja, não podem ser punidos Ate a regulamentação fica autorizada a comercialização dos produtos a que se refere esse artigo Essa lei era muito rasa, pois não dizia quem e como iria fiscalizar e como deveria ser o selo, por isso começaram a questionar o que realmente era um produto artesanal e que tipo de produto se enquadrava na legislação e o mais importante, qual seria a qualidade/segurança desses produtos →Houve um decreto 9.918 – 18/06/2019 para definir o que é um produto artesanal e esclarecendo o Selo ARTE e todas as dúvidas anteriores, formulado pelo MAPA e foi reformulado pelo decreto 11.099 – 21/06/2022 que regulamenta a lei nº10 de 2018 feita por Michel Temer o Produtos alimentícios de origem animal produzidos de forma artesanal: produtos comestíveis submetidos ao controle do órgão de inspeção oficial, elaborados a partir de matérias primas de origem animal de produção própria ou de origem determinada, resultantes de técnicas predominantemente manuais adotadas por indivíduos que detenham o domínio integral do processo produtivo, cujo produto final de fabrico seja individualizado e genuíno e mantenha a singularidade e características próprias, culturais, regionais ou tradicionais do produto. Além disso devem estar sob fiscalização o Que tipo de produto é enquadrado na legislação? Produto de origem animal produzido de forma artesanal está apto a receber selo ARTE quando cumpre os requisitos: matérias primas de produção de origem própria, técnicas predominantemente manuais, processamento feito por indivíduos que detenham domínio total do processo, fazendas que gerarem matérias primas para os produtos devem manter boas praticas agropecuárias/de produção, o produto final deve ser individualizado e genuíno e o uso de ingredientes industrializados será restrito ao mínimo necessário o A cargo de quem é a inspeção? SIM e SIE para a produção e ANVISA para o comércio (mesmo sendo SIM pode ser comercializado no BR todo, por conta do Selo ARTE, mas para exportar é necessário o SIF, não somente o Selo ARTE) →Instrução normativa 28 – 27/05/2019 feita pelo MAPA que instituiu o Manual Selo ARTE Para receber o Selo ARTE o produto e os estabelecimentos devem estar registrados previamente a um Serviço de Inspeção SIM ou SIE →Demais legislações sobre os produtos artesanais: IN 67 – 10/09/2019 (MAPA): estabelece requisitos para a concessão do selo ARTE IN 61 – 16/11/2020 (MAPA): regulamenta a fabricação artesanal para produtos cárneos IN 176 – 16/06/2021 (MAPA): regulamenta a fabricação artesanal para pescado IN 289 – 13/09/2021 (MAPA): regulamenta a fabricação artesanal para produtos das abelhas →Situação atual (março de 2023): cadastro nacional de produtos artesanais (CNPA) 508 selos emitidos, sendo MG o estado que mais emitiu selos, com 190 produtos diferentes (dos 508, 2/3 foram emitidos por SIE e só 1/3 por SIM e 2% por SID (Serviço de Inspeção Distrital) O estabelecimento deve ser registrado em SIE ou SIM Produtos com Selo ARTE emitidos são linguiças, presunto cru, copa, socol (embutido de lombo suíno de origem italiana no ES -tipo um “salaminho”), queijos (os que mais possuem), doce de leite, manteiga, mel Produtos cárneos representam cerca de 22% dos selos emitidos, predominando os embutidos
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