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Srta. Mariana Lopes IMUNOLOGIA E PATOLOGIA Em condições normais, quando o sangue passa através dos leitos capilares, proteínas plasmáticas são retidas na vasculatura e há um movimento líquido de água e eletrólitos dentro dos tecidos. Esse equilíbrio quase sempre é perturbado por condições patológicas que alteram a função endotelial, aumentam a pressão vascular ou diminuem o conteúdo de proteína no plasma, e tudo isso promove edema. Dependendo da gravidade e localização, o edema pode ter efeitos mínimos ou profundos. Nas extremidades inferiores, ele pode fazer apenas o indivíduo sentir os sapatos apertados após um longo dia sedentário; nos pulmões, contudo, o fluido do edema pode encher os alvéolos, causando hipóxia potencialmente fatal. Os vasos sanguíneos são submetidos, com frequência, a traumas de graus variáveis. A hemostasia é o processo de coagulação sanguínea que impede o sangramento excessivo após um dano ao vaso sanguíneo. A hemostasia inadequada (ineficaz) pode resultar em hemorragia, capaz de comprometer a perfusão tecidual regional, e se for maciça e rápida, pode levar a hipotensão, choque e óbito. Por outro lado, a inadequada coagulação – trombose ou a migração de coágulos – embolia, pode obstruir os vasos sanguíneos, causando potencialmente a morte celular isquêmica – infarto. Choque • Distúrbio hemodinâmico agudo e sistêmico (aumento da quant. de sangue nos vasos em determinado órgão ou tecido; ex.: edema, trombose, embolia) caracterizado pela incapacidade do sistema circulatório de manter a pressão arterial comprometendo a perfusão sanguínea ao organismo → Hipoperfusão sistêmica dos tecidos, ou seja, uma baixa irrigação sanguínea . O choque promove hipóxia (redução da oferta de O2) generalizada. • Pode ser causado por diminuição do débito cardíaco ou do volume sanguíneo circulante efetivo • O choque inicialmente é uma lesão reversível, porém, quando prolongado leva a uma lesão tecidual irreversível e que muitas vezes se torna fatal Tipos de choque 1. Choque hipovolêmico - Redução/perda aguda e intensa do volume (sanguíneo ou plasmático/líquido) circulante, o que faz com que o coração deixe de ser capaz de bombear o sangue necessário para todo o corpo e, consequentemente oxigênio. - Exemplos clínicos: hemorragia, perda de fluido em casos de vômito, diarreia, queimaduras ou traumas A perda de líquidos leva a uma redução acentuada da volemia (volume sanguíneo) ocasionando uma queda no retorno venoso (no volume de sangue que retorna ao coração) . Essa queda gera uma redução no volume diastólico final/pré carga, que é a quantidade de sangue disponível no ventrículo ao final da diástole (relaxamento muscular e enchimento dos ventrículos), consequentemente há uma redução no débito sistólico, que é o volume de sangue ejetado a cada batimento. Isso promoverá uma redução do débito cardíaco (volume de sangue que é bombeado pelo coração em um minuto) e consequentemente da pressão arterial, levando a uma hipoperfusão, ou seja, uma redução da capacidade da pressão arterial de perfundir adequadamente os tecidos. Isso leva a uma hipóxia, que promove uma lesão tecidual ou falência múltipla de órgãos. Distúrbios circulatórios Srta. Mariana Lopes IMUNOLOGIA E PATOLOGIA 2. Choque cardiogênico - Associado a insuficiência cardíaca, principalmente do ventrículo esquerdo, que resulta em uma incapacidade do coração em bombear o sangue . - Resulta do baixo débito cardíaco decorrente de falha da bomba miocárdica resultante de dano miocárdico intrínseco, pressão extrínseca ou obstrução do fluxo de saída - Exemplos clínicos: infarto do miocárdio, ruptura ventricular, arritmia, tamponamento cardíaco, embolia pulmonar e miocardite aguda 3. Choque anafilático - É um tipo de choque distributivo em que há vasodilatação arteriolar, queda da resistência vascular periférica, inundação de capilares e redução do retorno venoso. - Resulta de vasodilatação sistêmica e aumento da permeabilidade vascular que é deflagrado por uma reação de hipersensibilidade mediada pela imunoglobulina E (IgE) Com a presença de alérgenos (substâncias que podem induzir uma reação de hipersensibilidade, reação alérgica), ocorre o aumento da liberação de histamina que leva a uma vasodilatação arteriolar generalizada promovendo inundação do leito capilar, saída de líquido dos capilares e queda da pressão arterial relacionada a diminuição do retorno venoso. 4. Choque séptico - Associado a uma resposta sistêmica contra invasores biológicos (no caso de infecções) ou contra lesões teciduais (promovidas por agentes físicos ou químicos) - O choque séptico faz parte de uma resposta inflamatória sistêmica em que há a liberação de grande quantidade de mediadores inflamatórios (citocinas, produtos da ativação do sist.. complemento, cininas, histamina, prostaglandinas e leucotrienos) – Síndrome inflamatória sistêmica. Esses mediadores induzem a vasodilatação arterial (induzida por resposta inflamatória sistêmica – distúrbio hemodinâmico), promovendo a inundação de capilares e diminuição do retorno venoso, com redução no débito cardíaco e na pressão arterial. - Ou seja, o choque séptico resulta de vasodilatação arterial e acúmulo de sangue venoso que se origina da resposta imune sistêmica à infecção microbiana - Dessa forma o choque séptico é considerado, às vezes, como um choque misto. - Exemplos clínicos: infecções microbianas acentuadas, choque endotóxico, septicemia por Gram-positivos, sepse fúngica, superantígenos (ex. síndrome do choque tóxico) O choque séptico (síndrome de inflamação sistêmica) pode ser decorrente de agentes infecciosos (infecções) ou de destruição tecidual maciça, associado a PAMPS – Padrões moleculares associados a patógenos ou DAMPS – Padrões moleculares associados a dano tecidual. Esses padrões são reconhecidos por células do sistema imune inato que passam a produzir mediadores inflamatórios em grande quantidade. Esses mediadores inflamatórios irão induzir a respostas como a ativação da coagulação e respostas vasculares (vasodilatação, enchimento/inundação capilar e extravasamento de líquido causando edema e diminuindo o retorno venoso e a pressão arterial). Os microrganismos ou a destruição tecidual são capazes de ativar a cascata de coagulação, promovendo coagulação intravascular disseminada e o sistema do complemento. A ação das citocinas inflamatórias além de promoverem a vasodilatação também tem atuação direta na diminuição da capacidade de contração do miocárdio, que também promove a redução da pressão arterial. As alterações vasculares, vasogênicas e cardiogências promovem o choque séptico que causa uma hipoperfusão e hipóxia levando a falência dos órgãos. Hiperemia • A hiperemia é o aumento da quantidade sangue nos vasos, em um órgão ou tecido, especialmente Srta. Mariana Lopes IMUNOLOGIA E PATOLOGIA na microcirculação. Ela é resultante da dilatação arteriolar e aumento do influxo sanguíneo, como ocorre em locais de inflamação ou no músculo esquelético em exercício, por exemplo. • Os tecidos hiperêmicos são mais avermelhados que o normal devido ao ingurgitamento com sangue oxigenado. Tipos de hiperemia 1. Hiperemia ativa - Ocorre por vasodilatação arteriolar com o aumento do fluxo sanguíneo - A região se encontra com uma coloração avermelhada - E ocorre durante exercícios físicos, na emoção com rubor facial e na inflamação aguda (nesse caso há uma hiperemia mista, inicialmente há uma vasodilatação arteriolar com o aumento do fluxo de sangue e posteriormentehaverá uma hiperemia passiva com redução na reabsorção no lado venoso do capilar e edema) 2. Hiperemia passiva ou congestão - Resultante do comprometimento do fluxo de saída do sangue venoso de um tecido. Pode ocorrer sistemicamente (p. ex. insuficiência cardíaca) ou localmente (consequência de obstrução venosa isolada). - Os tecidos congestionados tem coloração azul- avermelhada anormal – cianose , originada do acúmulo de hemoglobina desoxigenada na área afetada. - É resultado da redução da drenagem venosa por: • Redução do retorno venoso por alguma obstrução localizada, p. ex. trombose. • Redução do retorno venoso sistêmico (ICC sistêmico) ou pulmonar (ICC esquerda) ❖ Hiperemia passiva na insuficiência cardíaca congestiva • ICC direita - insuficiência cardíaca congestiva direita: Ocasiona hiperemia passiva/congestão em todo o organismo • ICC esquerda – insuficiência cardíaca congestiva esquerda: promove hiperemia passiva nos pulmões causando edema pulmonar e hemorragia por diapedese ❖ Hiperemia passiva em membros inferiores • Resulta da ICC crônica • Ou da insuficiência de válvulas e bombas venosas para manter o retorno venoso: - A estase do sangue leva ao edema → levando a hemossiderose (hiperpigmentação) cutânea e podendo aparecer úlceras cutâneas → o edema leva a dilatação de veias superficiais → com a estase e a lentidão do fluxo de sangue ocorre a formação de trombos, ocasionado uma trombose venosa que causa a embolia pulmonar Hemorragia • É a saída/extravasamento de sangue dos vasos ou do coração para o meio externo, para o interstício ou para as cavidades pré-formadas. • A hemorragia pode ser externa ou interna - Ela recebe nome particulares, de acordo com a sua localização: • Petéquias: múltiplos focos de hemorragia puntiformes (dentro da pele, membranas mucosas ou superfícies serosas), em geral medem 3 mm. Estão associadas a alterações qualitativas e quantitativas das plaquetas. • Púrpura: são lesões superficiais, maiores que as petéquias, podendo chegar a 1 cm. Frequentemente aparecem na pele. Podem resultar das mesmas desordens que causam as petéquias, assim como de trauma, inflamação vascular e maior fragilidade vascular. • Equimose: frequentemente associada ao traumatismo. Visivelmente possui aparência de manchas azuladas ou arroxeadas – as alterações características de cor de uma contusão se devem à conversão enzimática de hemoglobina (cor vermelho-azulada) em bilirrubina (cor azul-esverdeada) e, eventualmente, em hemossiderina (dourado- Srta. Mariana Lopes IMUNOLOGIA E PATOLOGIA amarronzada). São hematomas subcutâneos maiores (1-2 cm), coloquialmente chamados de contusões. • Hemartrose: presença de sangue na cavidade articular • Hemopericárdio, hemotórax e hemoperitônio: presença de sangue nas cavidades serosas. • Hemossalpinge: presença de sangue nas tubas uterinas • Hematométrio: presença de sangue na cavidade uterina • Hematocolpo: presença de sangue na cavidade vaginal • Epistaxe: eliminação de sangue pelas narinas • Hemoptise: eliminação de sangue proveniente do sistema respiratório • Hematêmese: sangue em forma de vomito • Melena: presença de sangue nas fezes • Hematúria: presença de sangue na urina • Metrorragia: presença de sangue na cavidade uterina fora do período menstrual Etiopatogênese : (Causas) 1. Perda da integridade da parede vascular 2. Alterações dos mecanismos de coagulação sanguínea 3. Modificações qualitativas ou quantitativas das plaquetas • Lesão na parede do vaso (ruptura ou diapedese) • Deficiência de fatores de coagulação: - Congênita (hemofilia A, hemofilia B e a doença de von Willebrand (fator de von Willebrand - essencial para a agregação plaquetária) – associadas a deficiência na coagulação) - Adquirida (deficiência de vitamina K, doenças hepáticas) • Excesso de anticoagulantes (endógenos ou exógenos): heparina e varfarina – possui ação anticoagulante, em excesso podem causar hemorragia • Alteração quantitativa de plaquetas (trombocitopenia): infiltração neoplásica da MO (medula óssea), medicamentos, dengue Hemostasia • Parada ou cessação de um sangramento. • Consiste em uma série de processos regulados que mantêm o sangue em estado fluido, sem coágulos, nos vasos normais, formando ao mesmo tempo e rapidamente um tampão hemostático, localizado no sítio de lesão vascular. • Ela envolve a parede vascular, as plaquetas e o sistema de coagulação sanguínea. • Sequência da hemostasia em caso de lesão vascular: 1. Vasoconstrição - Resposta imediata e reflexa após o vaso sofrer agressão. - É mediada por endotelinas, que são liberadas pelas células endoteliais do vaso 2. Tampão plaquetário - Após uma lesão vascular, o colágeno subendotelial e o fator de von Willebrand são expostos na MEC, pois há uma descontinuidade entre as células endoteliais que são rompidas. - As plaquetas se aderem ao colágeno e ao fator de vWf através de glicoproteínas plaquetárias. Assim ocorre a adesão das plaquetas ao fator e ao colágeno. Essas plaquetas são então ativadas ocorrendo uma modificação morfológica das mesmas que emitem pseudópodes. Essa modificação morfológica favorece a agregação plaquetária, que corresponde a interação entre as plaquetas. VASOCONSTRIÇÃO TAMPÃO PLAQUETÁRIO COAGULAÇÃO Srta. Mariana Lopes IMUNOLOGIA E PATOLOGIA - A agregação plaquetária corresponde a um fenômeno essencial para a formação do tampão plaquetário. E é dependente de glicoproteínas ou integrinas presentes na superfície das plaquetas e também envolve a presença do fibrinogênio. - A agregação entre as plaquetas promove sua contração tornando-as mais aderidas entre si. Com a agregação há o aumento do tampão plaquetário, que irá se estabilizar coma terceira etapa da hemostasia, a coagulação. 3. Coagulação - É a última etapa do processo de hemostasia que consiste na formação de um coágulo sólido capaz de tamponar a lesão vascular - É formado por uma REDE DE FIBRINAS, que é estabilizada por pontes cruzadas entre as fibrinas e que aprisiona plaquetas, hemácias e leucócitos - A coagulação envolve a ativação de uma cascata de reações, a cascata de coagulação, que podem ocorrer através: * de uma via intrínseca – ativação por contato a partir da exposição do colágeno subendotelial com a lesão. Esse colágeno ativa uma proteína plasmática que é o fator XII, gerando uma reação em cascata * da via extrínseca – via de dano celular que envolve a liberação do fator tecidual (fator III ou tromboplastinas tecidual) por células lesadas * A VIA FINAL COMUM DAS DUAS VIAS É A CONVERGÊNCIA PARA A PRODUÇÃO DA TROMBINA →QUE É UMA ENZIMA QUE CONVERTE O FIBRINOGÊNIO PLASMÁTICO EM FIBRINA. - A estabilização da fibrina – rede de fibrinas que aprisiona o coágulo – se dá pela formação de pontes cruzadas pela ação do fator XIII ativo. ❖ Fibrinólise - A coagulação para oclusão do vaso lesado é um mecanismo temporário. À medida que o vaso lesado vai sendo reparado, ocorre a dissolução do coágulo. - No interior do coágulo há a presença de plasminogênio, que é uma enzima na forma inativa que é ativada por um ativador especifico que o transforma em plasmina ou fibrinolisina. A plasmina, por sua vez, atua sobre os polímeros de fibrina que compõe o coágulo, degradando-os e gerando fragmentos de fibrina ou fibrinopeptídeos. Trombose • Corresponde à solidificação do sangue no leito vascular ou no interior das câmaras cardíacas. • É a contrapartida patológica da hemostasia; formação de um coágulo sanguíneo – trombo – dentro dos vasos intactos. • O trombopor sua vez é uma massa sólida de sangue que fica presa à superfície onde se originou. Ele pode se originar em qualquer lugar do sistema cardiovascular, tanto nas câmaras cardíacas quanto em artérias, veias e capilares. Lesão endotelial Ligação de plaquetas ao fator de von Willebrand e ao colágeno • Matriz subendotelial Adesão das plaquetas e ativação das plaquetas •Ativação das plaquetas mediada por trombina (liberada no processo de coagulação) , ADP (liberado por célulass endoteliais), tromboxano (liberado pelas próprias plauqetas) •Modificação na morfologia das plaquetas que favorecem a sua adesão, agregação com outras plaquetas e a sua degranulação com a liberação de conteúdos que são importantes para a Coagulação Srta. Mariana Lopes IMUNOLOGIA E PATOLOGIA Etiopatogênese : (Causas) • A formação dos trombos envolve atividade plaquetária e a coagulação sanguínea. • Tríade de Virchow: elementos que interferem na formação do trombo. →Lesão endotelial, alteração do fluxo de sangue e aumento na coagulabilidade do sangue *A fluidez do sangue envolve o equilíbrio entre fatores de coagulação e fatores anticoagulantes* 1. Lesão endotelial - O endotélio possui atividade pró-coagulante e anticoagulante. - A lesão endotelial pode tornar o endotélio pró- coagulante, uma vez que pode levar ao aumento na síntese de fatores de coagulação (fator VII) e fator ativador de plaquetas (TX2 e ADP) e redução na sua capacidade anticoagulante. - É uma causa importante de trombose, principalmente no coração e nas artérias, onde as altas taxas de fluxo de sangue poderiam ao invés de causar trombose, prevenir a coagulação impedindo a adesão plaquetária ou diluindo os fatores de coagulação. - Fatores associados a lesão endotelial: traumatismo (ex. cateterismo), inflamações, ateromas, hipóxia, hipertensão e tabagismo. 2. Alteração no fluxo de sangue - Aumento ou diminuição do fluxo de sangue - Turbulência do fluxo de sangue: que pode causar lesões ou disfunção endotelial e também por formar contracorrentes e bolsas locais de estase. - Fatores associados a alteração do fluxo: estase sanguínea (diminuição do fluxo e redução do retorno venoso), insuficiência cardíaca congestiva, imobilidade no leito e compressão de vasos 3. Aumento na coagulabilidade (hipercoagulabilidade/coagulação) do sangue - Aumento dos fatores pró- coagulantes - Fatores genéticos ou adquiridos - Aumento do número de plaquetas - Maior disponibilidade de fatores pró-coagulantes - Redução de inibidores da coagulação - Fatores associados a esse aumento: inflamações locais ou sistêmicas, onde há o aumento do número de plaquetas e o aumento dos fatores de coagulação, p. ex. fibrinogênio. Na inflamação as citocinas ativam o endotélio tornando-o pró-coagulante favorecendo assim a formação de trombos. ❖ Trombose venosa profunda - TVP • Comum ocorrer nos membros inferiores de pacientes acamados, pós cirúrgicos ou em casos de traumatismo • Podendo evoluir para uma obstrução parcial ou total do vaso ou coração • Causas : - Falha da bomba muscular que promove uma redução do fluxo de sangue - Lesão endotelial por hipóxia devido a redução do fluxo de sangue - Aumento da síntese de fatores de coagulação – fibrinogênio na reação aguda • O trombo pode evoluir para uma dissolução espontânea ou terapêutica ou para organização. - A dissolução espontânea ocorre por fibrinólise. - A dissolução terapêutica ocorre pela administração de ativadores plasminogênio. Pode ser administrado na circulação ou diretamente no vaso trombosado ❖ Êmbolos • Os êmbolos são trombos que se despredem • Podem ocasionar obstrução arterial e isquemia ou obstrução venosa ou hiperemia passiva (congestão) com edema • A embolia é uma condição em que há a obstrução de um vaso sanguíneo ou linfático por um corpo sólido, líquido ou gasoso na circulação que não se mistura com o sangue ou a linfa. A embolia pulmonar é uma das principais causas de morbimortalidade. Srta. Mariana Lopes IMUNOLOGIA E PATOLOGIA Edema • É um distúrbio circulatório onde há o acúmulo de líquido no interstício ou em alguma cavidade. do organismo. • O edema pode ser localizado ou sistêmico - O edema localizado é observado localmente em alguma parte do corpo, porém ele pode ser a manifestação de um edema generalizado. → Por exemplo, edema de membros inferiores devido a: *Obstrução da veia cava inferior *Obstrução linfática *Insuficiência da bomba valvular venosa → E o edema cerebral devido ao aumento de líquido intersticial e/ou intracelular no tecido: *Edema vasogênico: causado por traumas, infecções e toxinas que alteram a permeabilidade vascular *Edema citotóxico *Edema intersticial perivascualar: associado a hidrocefalia *Edema por desequilíbrio osmótico - O edema sistêmico generalizado é chamado de anarsaca: é um edema grave caracterizado por profundo inchaço dos tecidos subcutâneos e acúmulo de fluido nas cavidades corporais. - Aparece no tecido subcutâneo, em pés, tornozelos e pernas e também em cavidades como a pleura, peritônio e pericárdio. - Causado por fatores que agem de forma sistêmica, p. ex. desnutrição, ICC, doenças renais, doença hepática • Pode ser classificado quanto ao tipo de liquido que se acumula, podendo ser: - Transudato: filtrado do plasma pobre em proteínas - Exsudato: há a presença do filtrado do plasma, de proteínas, células, leucócitos e hemácias; típico de respostas inflamatórias ❖ Causas Fisiopatológicas de Edema Etiopatogênese : (Causas) • Microcirculação : movimentação de líquido de dentro para fora dos vasos sanguíneos. Esse é um processo fisiológico. Nesse processo de movimentação de líquidos para dentro e para dentro do vaso é necessário que haja um equilíbrio das forças de pressão hidrostática (de filtração) e a pressão oncótica. - Na extremidade arterial a pressão hidrostática é maior que a oncótica - Na extremidade venosa a pressão oncótica é maior que a arterial. →85% é reabsorvido pela extremidade venosa. A pressão hidrostática vascular ou pressão de filtração corresponde a pressão hídrica. Já a pressão oncótica ou coloide osmótica corresponde a pressão dada pelas proteínas plasmáticas, especialmente a albumina. A pressão oncótica tem a capacidade de puxar líquido para dentro do vaso e a pressão hidrostática faz o líquido sair dos vasos. Srta. Mariana Lopes IMUNOLOGIA E PATOLOGIA Com a saída do líquido do capilar, o volume plasmático se torna reduzido fazendo com que o sangue se torne mais concentrado. - O edema se forma pelos seguintes mecanismos: • Aumento da pressão hidrostática no vaso: a pressão hidrostática é responsável pela pressão e força de filtração, saída do filtrado do plasma para o interstício. Logo, toda vez que ela aumentar irá sair uma maior quantidade desse filtrado para o interstício ocasionando o edema - FISIOPATOLOGIA *Insuficiência cardíaca congestiva: gera congestão, hiperemia passiva. *Cirrose hepática (hipertensão porta) *Obstrução do retorno venoso: trombos, compressão externa dos vasos por neoplasia, falta da bomba muscular por imobilização (força da gravidade) • Redução da pressão oncótica plasmática: representada pelas proteínas, principalmente a albumina. Se haver algum fator que cause a redução da concentração de proteínas plasmáticas, essa força que puxa o líquido para dentro do vaso estará comprometida e haverá um acúmulo desse líquido no interstício gerando um edema. - FISIOPATOLOGIA *Perda de proteína *Desnutrição– redução na síntese proteíca *Doenças hepáticas que diminuem a síntese de proteínas *Doenças renais • Aumento da permeabilidade capilar: esse fator está associado a inflamação. Aqui são liberados mediadores químicos, como histamina e prostaglandinas, que aumentam a permeabilidade capilar, fazendo com que outras moléculas (ex. células, leucócitos, hemácias, proteínas) e não somente a água saem do vaso e se dirigem para o interstício. Nesse caso há a presença de um exsudato inflamatório caracterizando o edema. • Aumento da pressão oncótica intersticial - Aumento da permeabilidade capilar causadas por toxinas bacterianas, reação imunitária, aminas vasogênicas como histamina e alterações metabólicas. - Aumento de substâncias hidrofílicas no interstício, p. ex. mucopolissacarídeos • Obstrução linfática: 15% do filtrado do plasma que sai do vaso sanguíneo é drenado pela circulação linfática. Quando há algum comprometimento dessa drenagem linfática pode ocorrer o acúmulo de líquido do interstício contribuindo para a formação de um edema. - FISIOPATOLOGIA *Parasitas – Filariose *Neoplasias em lifonodos *Retirada cirúrgica de linfonodos, p. ex. CA mama *Radioterapia
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